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Os Dois Lados da Moeda: e eu chorei.

Não sei se esse texto sairá bom, escrevo imbuído de emoção e com lágrimas nos olhos. Não que seja fácil que elas brotem em mim – em se tratando de futebol deve ser a segunda vez que isso acontece… deve ter acontecido em algum outro momento, talvez quando meu grande ídolo, Zico, perdeu um pênalti contra a França – não me recordo.

Enfim, não pretendo informar nada. É uma pequena homenagem. A única informação aqui contida todos nós já sabemos – a seleção feminina de futebol ficou com a prata.

Mas que prata valiosa. Uma prata aguerrida, suada. Uma prata que merece aplausos. Mais aplausos do que qualquer conquista recente do nosso futebol – incluo ai a copa de 2002.

Hoje aquela eterna pergunta “mais vale perder jogando bonito ou ganhar jogando feio” parece que me foi respondida: nem um nem outro. O que importa, na vitória ou na derrota, é a disposição para a batalha. Frente a ela, essas meninas jamais recuaram.

MENÇÃO MAIS QUE HONROSA

Que coisa linda nossa seleção feminina de Volei chegando a final soberanas.

Os Dois Lados da Moeda: Seleção Feminina – superando fantasmas

Em 1958 s seleção masculina de futebol do Brasil – num tempo em que “seleção masculina” de futebol era pleonasmo – começou perdendo a final da Copa da Suécia. Didi pegou a bola dos fundos da rede, caminhou como principe etíope e, no ritmo daqueles passos, o Brasil tornou-se o pais de do Futebol.

2008. Semi-finais das Olimpiadas. A seleção feminina começa perdendo de sua grande rival – a Alemanha. Retrspecto nada favorável de muitas derrotas e alguns empates. Nenhuma vitória. Ao ver o desanimo que se abateu com o gol de Prinz, Barbara, num gesto que remeteu a Didi (não a Barbosa), não se abateu: “Vamos lá! Vamos lá!”

Ao final do primeiro tempo Formiga marca depois de cruzamento em grande jogada de Cristiane.

Antes dos 10 minutos do segundo tempo já tinhamos Brasil 3 x 1 Alemanha, com gols de Cristiane e um golaço de Marta. Resltado final: 4×1. O último, um gol incrivel de Cristiane. Que alegria termos jogadoras como ela e Marta num mesmo time.

Hoje garantimos a prata. O ouro é mais que merecido para essas garotas. Ainda que não venha – dúvido – o Futebol feminino brasileiro hoje superou seu grande fantasma e mostrou-se maduro para sua primeira grande vitória – e que ela venha ainda em Pequim!

Ao som de Grateful Dead

Os dois lados da Moeda – Futebol feminino

Escrevo essa mensagem no intervalo de Brasil e Gana, jogo que decidirá a classificação de uma dessas equipes para a Olimpíada de Pequim. O jogo não está ganho, mas tudo indica que o Brasil levará. Os compromissos profissionais me impedem a cautela de resenhá-lo após o apito final mas a ansiedade de lançar algumas linhas acerca da partida me impõe a falta de tal precaução.

Em matéria de esportes, eu sou um romântico. Ok, esporte desde sempre é competição. Mas deixem-me em paz com meu romantismo. Talvez por isso eu tenha certa tendência a preferir competições femininas. Profiro ver vôlei feminino ao masculino. Basquete feminino ao masculino. Tênis feminino ao masculino. E agora surge o futebol. Ainda não posso dizer que prefiro o futebol feminino ao masculino em termos de clubes, mas no que concerne à seleção, a feminina do Brasil tem muito mais a minha simpatia.

Essas meninas são, acima de tudo, boleiras – não são atletas. Talvez pela menor capacidade física do corpo feminino, haja mais espaço para a palsticidade do esporte quando por elas praticado. Há mais espaço, o jogo tem mais cadência. A força é menos importante, ainda vemos o lúdico da habilidade – que ficou tão claro no segundo gol do Brasil nesse jogo.

Um paralelo meio torto pode esclarecer minhas idéias: pensemos na Fórmula 1, esporte em que a performance dos veículos, dado o grau dos avanços tecnológicos, tornou a competição algo extremamente chato e previsível. Os carros não quebram, a margem para o talento ficou reduzidíssima. O que se viu nos últimos anos foi a progressiva proibição de dispositivos que melhoram a performance mecânica dos bólidos, visando restituir-se algo da competitividade perdida.

O esporte feminino me remete a Fórmula 1 dos anos 70/80. O masculino, muitas vezes, me remete à Fórmula 1 da virada do milênio – algo que pode ser tão tedioso quanto uma valsa que se dança com a prima da sua avó.

PS: quando comecei a escrever essa mensagem o jogo estava Brasil 2×0. Ao terminá-la o placar marcava 5×0.