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Samba, cerveja e Santa Cruz

Nosso camarada, feroz de plantão e correspondente em Recife, Pimentel, cobriu o retorno do Santa Cruz na reinauguração do estádio do Arruda. Open Letter para você, Pimentel.
Samba, cerveja e Santa Cruz
Muitas vezes é difícil escapar dos clichês ao tentar falar sobre futebol, portanto perdoem os superlativos, as hipérboles, e toda sorte de artifícios linguísticos.
No último domingo, um grande amigo – torcedor fanático do tricolor pernambucano – me apresentou ao Santa Cruz e ao Arruda, um colosso encravado na cidade que estava sendo reinaugurado.
Qualquer um que acompanhe futebol, sabe da ascensão e vergitinosa queda do Santa Cruz nos últimos anos. A piada pronta em Recife é o que o Santa é um time fora de série (pra quem não sabe, seu lugar na série D ainda não está garantido). Pois bem; ainda assim, a massa tricolor compareceu em preto, branco e vermelho para a volta do time ao seu estádio. E quando eu digo massa tricolor, estou tentando dizer o que o Santa Cruz representa no futebol pernambucano. Ou seja, o tricolor é o clube do massa, é coisa do povo.
O jogo contra o Central estava marcado para as 18h, e a programação contava com roda de samba, shows, já a partir das 13h na sede do clube. E foi mais ou menos por esta hora que chegamos a sede e iniciamos os trabalhos.
Enquanto a cerveja descia goela abaixo, eu observava a movimentação da torcida na sede. Se algum desavisado chegasse naquele momento à sede não diria que se tratava de um clube que talvez nem dispute o brasileiro. A todo momento explodiam cantos da torcida, que empolgavam todos que estavam no local. A imagem que mais me marcou foi a torcida entrando no estádio com o gigantesco bandeirão tricolor.
Enquanto as garrafas eram esvaziadas eu tentava fazer relatos no gravador de voz do meu celular, mas algo deu errado, de forma que estou escrevendo este texto contando apenas com a memória alterada pela nuvem alcoólica daquela tarde de domingo.
Quando entrei no estádio (levando minha garrafa de whisky barato no bolso), posso dizer que estava embriagado, mas a imagem daquela torcida disposta a tudo pelo Santa Cruz ainda está bem nítida na minha mente. Quando Márcio abriu o placar nos primeiros minutos, o Arruda explodiu num berro selvagem, e naquele momento nem o desmantelo de um time tão desarrumado conseguiria conter e empolgação da torcida, que chegou aos píncaros da insanidade com o segundo gol, um canhão de William.
O segundo tempo foi morno, e a torcida não parava, nem quando Djalma diminuiu para o Central.
Foi quando eu me dei conta que o patrimônio maior do clube, não é o estádio, a sede, muito menos o time propriamente dito. Pelo menos no presente momento, o Santa Cruz tem sua apaixonada torcida que estará sempre presente, seja em Recife, ou em qualquer interior desse mundão de meu Deus.

Arrudão abarrotado e vibrando com o Santa. (desfocada devido ao nível alcólico do autor – segundo o próprio)

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Agradecimentos ao Pimentel, bicho feroz que só ele 😉