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O PDV DA CBF

A CBF é um enorme covil. Cada um atuando em seu quadrado, dão cada vez mais margem para toda a enxurrada de críticas que recebem.

Sabe-se lá se existe a intenção de esconderem as coisas ou se realizam suas tramas “as claras” mesmo. As vezes penso não se tratar de pessoas com um trato intelecto/textual/contextual muito apurado, então deixam seus deslizes expostos. Enfim..

É fato já comprovado a ligação entre Sandro Rosell, presidente do Barcelona, e a cupula da CBF. Sua empresa, a Alianto, embolsou 9 milhões de reais no amistoso entre Brasil X Portugal em 2008. Sua amizade com Teixeirinha, EX (vale frisar o ex pois parece mentira, mas não é) presidente da CBF, vem de longa data. Mais precisamente desde a época em que comandou a Nike no Brasil.

Que a seleção da CBF é hoje um enorme PDV mundial de jogadores medianos e somente um fora de série, não restam dúvidas. Mas as vezes o pessoal escancara.

O Barcelona tenta contratar Neymar há tempos e o Santos vem bravamente segurando sua maior jóia pós Pelé como pode. E faz corretamente, acertadamente. Time de futebol não é banco, não precisa de dinheiro, mas sim de títulos. E em uma projeção maior, a ação santista em fazer frente aos euros barcelonistas é um ensejo muito forte para que o futebol brasileiro como um todo passe a pensar mais em seu produto. E menos em engrandecer os dos outros.

Daí vem o excelentíssimo senhor técnico do PDV da CBF e diz que Neymar precisa jogar ao menos uma temporada  na Europa antes da Copa?

Não fosse todo o envolvimento CBF/Barcelona e o que disse Mano poderia ser fruto apenas de uma visão tacanha de um técnico mediano que não vem enxergando um palmo a frente do nariz. Mas há muito mais coisas envolvidas ou que podem ser envolvidas bastando para isso apenas um pouco de percepção.

Deixo para o caro leitor o exercício de ligar os pontos em todo esse trâmite.

Parreira diz concordar com Mano. Muito perspicaz.

Parreira que ao lado de Bebeto e Ronaldo, foi um dos que hoje passaram o dia fazendo coro e lamentando a renúncia de Ricardo Teixeira da presidência da CBF: “Ele deixa um legado”, disse Parreira com a pompa dos grandes sábios.

Que legado, cara pálida?

Parreira, Bebeto e Ronaldo são figuras que ainda povoam nosso imaginário vitorioso da seleção outrora brasileira. Bastaria a eles apenas continuarem desfrutando do que suas carreiras lhes proporcionaram e seguir a vida refletindo, pensando, twittando, enfim, respirando. Mas não, fazem de tudo para serem vinculados a corja cebeéfiana  e o fazem com a mesma categoria com a qual vingaram em suas carreiras.

São três figuras que contribuíram bastante com o futebol brasileiro. Proporcionalmente a mesma coisa agora como cidadãos, só que ao contrário.

De tradições e glórias mil!

101 anos.

 Hoje é dia de comemorar mais um bom resultado no Campeonato Brasileiro e… ah, pensando bem, dane-se o resultado!

 

Doutor Sócrates sempre representou a raça corintiana

Hoje é dia mesmo de me lembrar do barraquinho que tinha no fundo do quintal da casa dos meus pais, onde em meio a pôsteres de Rolling Stones, Led Zeppelin e outros, figuravam também imagens do Doutor Sócrates e de Casagrande. O ano era 1984, eu tinha oito anos e vi meu irmão de quatorze fundar o nobre “Corinthinhans” (hahaha), ou seja, um Corinthians mirim. O time chegou a ter a equipe “principal”, com garotos na faixa dos 13 a 15 anos e a “dente-de-leite”, na qual jogavam os meninos da minha idade. Cheguei a entrar no campo de terra, e me lembro de ter ficado uns 5 minutos em campo, até pedir pra sair, hahaha! Sempre fui mais espectador do que jogador. O mundo não foi capaz de entender meu estilo “meia-direita com dois pés esquerdos”. Uma pena. Das reuniões do time, me lembro de muito pouco, só lembro que eram muito divertidas. Camisetas baratas foram compradas, tingidas e nelas foi colocado o símbolo do time, que pouco lembrava o escudo do Timão, mas tava valendo.

Dessa época, e de um pouco antes, lembro-me dos movimentos da Democracia Corintiana, mas estaria mentindo se dissesse que me lembro nitidamente das atuações do Dr. Sócrates. Ainda assim, essa época foi determinante para consolidar minha paixão pelo Timão.

Aí chegou a década de 90. Neto, Ronaldo, Tupãzinho, Ezequiel, Viola, Marcelinho, Gamarra, Edilson, Ricardinho (apesar dos pesares), Vampeta, Luizão, Dida. Alguns craques, alguns sem muita técnica, todos com muita raça. Algumas conquistas, outras derrotas.  Alguns “acidentes de percurso”, como a permissão a Paulo Nunes de vestir nosso manto. Errar é humano, ao menos sua passagem foi rápida. Edmundo também foi um estranho no ninho, mas não dá pra dizer que sua passagem foi ridícula. Não era um bom momento para ele, mas foi ok.  Atravessamos para os anos 2000. O Mundial de Clubes da Fifa, eternamente contestado pelos rivais, Copa do Brasil, Brasileirão e Paulistão. Foi um bom retrospecto de lá para cá.

E claro, não posso deixar de mencionar o Fenômeno, que embora tenha prolongado sua carreira mais do que deveria, fez parte da história do Timão, coroando sua passagem com os títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista.  Junto com ele, bons jogadores como Chicão, Cristian, Elias, Jorge Henrique, Dentinho, Ralf. Alguns dignos de lembrança, outros nem tanto. Mas quase todos cientes do que significa vestir esta camisa.

E a torcida grita, incentiva e comemora!

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=ZbBrZLBY5tI[/youtube]

E nesse dia do Corinthians, nada poderia ser mais sincronizado: acabo de ser avisado que chegou ao meu apartamento uma encomenda. Ei-la: 

Vou usar esta camisa para ir a um concerto. =)

RONALDO FENÔMENO – EM SUA DESPEDIDA CABEM APLAUSOS E VAIAS

Poucos jogadores na história tiveram tanta identificação com uma seleção nacional como Ronaldo e a seleção, outrora do Brasil, hoje da CBF.

Maiores que ele, talvez Puskas com a Hungria, Zidane com a França, Gigghia com o Uruguai, Cruyff com a Holanda. Certamente estou me esquecendo de outros. Maiores com suas seleções, sem sombra de dúvidas, Maradona com a Argentina e Pelé com o Brasil.

Entretanto, mais gols que ele, nenhum dos citados marcou. Ninguém em todos os tempos marcou. Fruto de suas quatro participações em Copas, efetivamente atuando em três delas. Sendo preponderante, fatal, peça chave, artilheiro em 2002, ano da última conquista da seleção canarinho.  Ano também da última seleção brasileira para qual tive gosto de torcer.

Decidindo a final em 2002. Em campo, gênio incontestável.

Ronaldo é daqueles jogadores que são muito mais identificados com sua seleção do que com os clubes por onde passou. Não que não tenha tido identificação, pelo contrário. Mas sua química com a amarelinha é um caso à parte.

Hoje ele se despede de sua 2ª pele. A seleção dedica a ele um momento que fora dedicado para poucos. Na cidade que ele escolheu para viver. Diante de grande parte do público que o aplaudia até pouco tempo com a camisa do Corinthians.

A homenagem é justa. A seleção deve isso a ele. Os aplausos que certamente receberá irão selar uma carreira vitoriosa nos campos, nas camas de hospital, nos pós-operatórios, na superação de quem sempre venceu as mais tenebrosas expectativas, de quem venceu na vida.

Ao cara que eu sempre incluo na lista dos melhores que vi jogar, meus aplausos.

As mesmas homenagens, os mesmos louros, as mesmas palmas, porém, que eu gostaria que fossem dados a outros nomes de importância similar na seleção: Taffarel, Dunga, Rivaldo, Cafu, citando aqui alguns da mesma geração de Ronaldo. A conta pode ser maior.

Se Ronaldo foi peça chave no Penta, Taffarel foi preponderante com seus pênaltis defendidos contra Holanda e Itália no Tetra. Dunga foi o capitão e símbolo da força do mesmo Tetra. Cafu ferveu a gelada situação de torna-se titular na final desse mesmo Tetra e daí em diante virou titular absoluto da lateral direita, sendo capitão em 2002 e 2006, erguendo a Taça do Penta em que Ronaldo foi o cara. E que só foi o cara por ter ao seu lado um gênio de futebol de tamanho similar ao seu, que para muitos jogou até mais que o fenômeno no Penta, Rivaldo.

Esses outros, entretanto, não mantêm laços estreitos com Ricardo Teixeira e com a CBF. Ronaldo é parceiro.

Rivaldo recentemente cobrou maior reverência por parte dos mandatários do futebol brasileiro. Errou ao associar sua exclusão desse rol de homenageados a condição de não pertencer a classe de jogadores cariocas. Em algum momento da história isso pode te sido relevante. Hoje a relevância é dizer amém a Ricardo Teixeira. É não ficar contrário mesmo quando a imagem do mandatário está mais suja e arranhada do que nunca. É não posar ao lado de Ricardinho em fotos. É não entrar na bajulação, no oba-oba da medonha Copa do Mundo no Brasil.

Romário que já esteve ao lado de Teixeira, recebeu sua homenagem da seleção. Hoje ele é deputado e cobra explicações de Teixeira na câmara. Não é mais amiguinho do Senhor Todo Poderoso do futebol e por isso não é mais o “melhor jogador a vestir a camisa da seleção ao longo de todo o reinado de Ricardo Teixeira” . Esse posto é a alguns dias de Ronaldo. Tem todo direito em achar isso. Mas nesse momento me soa muito mais como uma estilingada no deputado Romário do que qualquer outra coisa

Enfim, o que quero colocar aqui é a distinção que há de se fazer entre o jogador Ronaldo e o cidadão de práticas, no mínimo, questionáveis em que ele está se tornando fora das quatro linhas.

Em 2011 com o amigo Ricardo Teixeira.

Terminar a carreira e no dia seguinte coligar-se a organização paulista para a enfadonha Copa do Mundo de 2014 não é louvável. É até temerário. É aceitar os abusos a que estamos todos vendo na “organização” e manipulação de dinheiro dessa Copa. Posar de amigo de alguém como Ricardo Teixeira e com seu silêncio diante de todas as sujeiras que aparecem com o nome do cara envolvido, fingir que nada acontece, deixa de ser temerário e o coloca sob as as mesmas desconfianças que todos temos referentes a todos os envolvidos na organização de “nossa” Copa e com todos os que mantém relacionamentos com uma entidadae como a CBF.

These days

Do bonde para o bando.

Estivemos ausentes por estes dias, tanto eu quanto o camarada Felipe Phil, que divide este espaço comigo, não só por causa de falta de tempo, mas também porque o Corinthians começou o Brasileirão um tanto apagado ou ofuscado por outros acontecimentos no mundo do esporte, e também por ainda estar em fase de transição. Mas vamos às últimas do Timão:

Muita coisa aconteceu desde minha última coluna. Devo dizer que, embora tenha conseguido uma boa virada contra o Grêmio, acho que o time ainda vai (e precisa) mudar muito no decorrer do campeonato, especialmente com a entrada de Alex, assim que for autorizada sua estreia. Enquanto isso, falemos do extracampo:

Nas minhas recomendações da coluna, não pude inclusive mandar meu recado ao recém-chegado Émerson Sheik, que acertou com o Timão logo após a última publicação. A ele, peço que – caso queira cantar algo pra animar a turma – que comece agora a decorar o poropopó e os demais gritos da nossa Fiel. Nada de “Bonde do Mengão” e coisas do tipo, por favor. De resto, acho boa a contratação do Sheik, desde que ele consiga passar mais tempo em campo do que no Departamento Médico. Embora mais velho, considero que o jogador leva certa vantagem em relação ao seu antecessor Dentinho, em termos de talento para finalizar. Fará boa dupla com Liedson, enquanto Adriano não estréia.

Falando no Imperador, esta semana ele voltou a ser comentado, por ter sido flagrado em sua primeira balada (pelo menos a primeira a ter sido divulgada) após a lesão da qual se recupera. No dia seguinte, cumpriu sua agenda de tratamento. Seria o caso de acender o sinal amarelo no Parque São Jorge? Sim, mas se você cria uma cobra, tem que estar ciente de que pode tomar uma picada a qualquer momento. O Corinthians deve saber com quem está lidando.

Devo dizer que continuo com a mesma opinião a respeito do pouco calmo Morais. Porém, vou tentar acreditar que nosso treinador consiga algum resultado razoável colocando o diametralmente oposto Danilo ao seu lado. Um é rápido e afobado, o outro é lento e calmo, segura um pouco mais a bola. Resta esperar que acertem os passes. Temos pela frente o Coritiba, um time em excelente fase. No entanto, o Coxa, classificado para a final da Copa do Brasil (e favorito, na minha opinião), deve poupar jogadores neste confronto com o Timão, para evitar possíveis desfalques na decisão.

Enquanto isso, nosso folclórico e fanfarrão presidente Andrés Sanchez vem caprichando nas declarações e atitudes polêmicas, o que chama um pouco os holofotes, mas nada digno de atenção. Andrés diz que quer ver Ronaldo jogando pelo Corinthians no Brasileirão, uma hipótese no mínimo equivocada. Apostar num jogador aposentado, mesmo que seja bom para o marketing do clube, pode ser um tiro no pé em se tratando de um campeonato de pontos corridos.

É Torino, não Tolima.

Esta semana, o Corinthians apresentou seu novo uniforme número 3: como forma de homenagear o time do Torino, foi projetada a camisa na cor grená, com São Jorge, padroeiro do clube estampado na frente. Achei bonita a camisa, embora já tenha adversário dizendo que a homenagem na verdade é ao Tolima, nosso algoz na pré-Libertadores. Fornecer subsídio para piadas dos rivais, eis o talento de nossa diretoria, hahaha!

Por fim, a última polêmica envolve o carro pilotado por Antonio Pizzonia na Fórmula Superliga. Patrocinado pelo governo do Amazonas, o modelo foi projetado com a cor verde predominando. Heresia! Se um detalhe em verde já é considerado inaceitável, imagine o carro todo. No fim das contas, acho que as coisas se acertam, embora nem ache que seja relevante a participação do Corinthians nessa categoria. Confira o desenho divulgado do carro:

Aqui, a música que mais gostei de “Wasting Light”, disco mais recente do Foo Fighters. Fique com “These Days”, que escolhi para dar nome à coluna de hoje:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=zPHzknP7jNQ[/youtube]

Bem-vindo ao bando, Bono!

Por Felipe Phil

Saudações alvinegras,

Em meio às contratações bombásticas que rondam o Parque São Jorge, o nosso ex-jogador, ídolo, empresário, embaixador e sei lá mais o quê, Ronaldo anunciou em seu Twitter mais uma “contratação” para nosso bando de loucos. Enquanto alguns esperavam o nome do Alex, do Ganso ou, principalmente, do Seedorf aparecer, eis que surge Bono Vox no Twitter do Fenômeno.

O músico, que está cada vez mais envolvido com o Brasil, comentando política e educação, agora escolheu vestir o manto sagrado e se juntar a alguns outros artistas que fizeram o mesmo recentemente, como Hugh Jackman e os Jonas Brothers, todos por intermédio do nosso ex-camisa 9.

Enquanto tudo isso acontece, a reta final do Paulista está aí, o brasileirão vem chegando e o time não se reforça como deveria, com jogadores, não com músicos, pois para afogar as mágoas em caso de derrota, apesar de ser conveniente ter uma boa música de fundo, eu quero mesmo é cachaça.

Mais uma vez, vestimos nossos narizes vermelhos na espera de um grande reforço que venha para ajudar o Liedshow a fazer do Corinthians o melhor time em campo, em vez de o melhor marketing do futebol, o que não é culpa do Bono, que se junta a nós na espera a partir de agora, com certeza. Por isso, tudo o que tenho a dizer por enquanto é: bem-vindo ao bando de bobos, Bono!…ops… de loucos.

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Aproveito o espaço em meu primeiro texto para agradecer ao pessoal do Ferozes FC e para parabenizar meu parceiro aqui na coluna, o Márcio Viana, pelos excelentes textos que vem escrevendo a respeito do todo-poderoso. Espero poder representar o alvinegro à altura e que boas discussões e opiniões apareçam por aqui.

Um abraço,

Felipe Phil

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Pra fechar meu primeiro texto, a música, apesar de eu particularmente não curtir, não poderia ser de outra banda.

U2 – Love you like mad

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=iC27Rp9epa8[/youtube]