É comum ouvir e ler por aí histórias sobre jogadores de futebol que se arriscam no mundo da música, especialmente no Rock. Ronaldo Giovanelli, ex-goleiro do Corinthians e hoje comentarista da Band era roqueiro, teve banda e tudo mais. Rogério Ceni, o M1to Tricolor, é também amante das guitarras distorcidas e fã assumido de AC/DC entre outras bandas lendárias do seguimento. Outro goleiro, este um dos melhores do mundo na atualidade, também é entusiasta do melhor dos estilos. Trata-se de Petr Cech, camisa 1 do Chelsea F.C, da Inglaterra.
Campeoníssimo com a camisa dos Blues, Cech prova neste vídeo, na qual apresenta-se junto a banda Eddie Stoilow, no festival Checo Rock For People, que, além de utilizar as mãos para defender bem o gol de seu clube, também as aproveita na música. Neste caso, na Bateria.
“Numa banda, se o baterista falha, tudo se desmorona”, disse Petr Cech, em declarações antes do concerto. Além da Eddie Stoilow, no festival tocaram bandas como Queens of the Stone Age, Bloc Party e Gogol Bordello.
Assista o vídeo em que o arqueiro arrebenta na batera no cover da emblemática música “Smell Likes Teen Spirit”, do Nirvana.
DETALHE: Cech é canhoto! Algo raro para baterista.
A poucas horas do início do confronto mais importante na história do Corinthians contra o Boca Juniors pela Copa Libertadores, nada como rever o histórico deste confronto na grande competição sul-americana de clubes.
Os confrontos diretos entre ambos não é extenso. Além da partida de ida desta final, terminada em 1×1 em Buenos Aires, a história registra apenas duas outras partidas válidas pelo torneio, realizadas em 1991, mais exatamente pela fase oitavas-de-final.
Além da Libertadores, houve dois confrontos oficiais pela extinta Copa Mercosul quando o Boca derrotou o Corinthians por 3×0 em Buenos Aires seguido de empate por 2×2 no Brasil.
Voltando ao que interessa, na Copa Libertadores de 1991, os representantes brasileiros eram Corinthians (campeão brasileiro em 1990) e Flamengo (campeão da Copa do Brasil também em 1990).
Na fase de grupos, Flamengo e Corinthians disputaram duas vagas no grupo 3 que também contava com Nacional e Bella Vista do Uruguai. No final, o Flamengo levaria o 1º lugar com 9 pontos e o Corinthians conseguia a 2ª vaga com 6.
Posição que fez o Corinthians ter que encarar o temível Boca Juniors nas oitavas-de-final.
Naquela época, o Timão contava com a base campeã brasileira de 1990 com destaques para José Ferreira Neto, principal jogador daquela equipe, e para Nelsinho Baptista, técnico que conduzira o clube a seu primeiro título brasileiro (desde 1971).
BOCA JUNIORS 3×1 CORINTHIANS
17/4/1991
Buenos Aires, Argentina
No dia 17 de abril, Boca Juniors e Corinthians entravam em campo no mítico estádio La Bombonera de Buenos Aires para disputar a 1ª perna da chave eliminatória.
Aquelas oitavas-de-final tinham nomes que ressoam até hoje no mundo da bola, seja positiva ou negativamente.
Cortes de cabelo mullets imperavam entre os boleiros e o Boca Juniors contava com um certo Gabriel Batistuta que daria o que falar. Graciani seria jogador fundamental para o time argentino contra os brasileiros. Além deles, o treinador xeneize era Oscar Tabárez, atual treinador da Seleção Uruguaia.
Já no Corinthians, o destaque para a primeira partida era a ausência do meia Neto e o jogador Guinei que falharia em lances capitais da partida. Outros destaques eram o goleiro Ronaldo Giovanelli e Paulo Sérgio (futuro campeão do mundo pela Seleção Brasileira em 1994).
O Boca jogaria com Navarro Montoya, Sonora, Simon, Marchesini (Rabina) e Moyá, Pico, Giunta, Apud (Stafuza) e Latorre, Graciani, Batistuta. O técnico era Oscar Tabárez.
O Corinthians foi a campo com Ronaldo, Giba, Marcelo, Guinei (Édson) e Jacenir, Márcio, Jairo e Tupãzinho, Fabinho, Dinei e Paulo Sérgio (Viola). Técnico: Nelsinho Baptista.
No estádio, como de praxe, estava Diego Maradona, na época ainda jogador do Napoli e suspenso pela FIFA por 15 meses devido a doping.
Nelsinho Baptista havia feito os jogadores entrarem em campo para aquecimento cerca de meia hora antes do início do jogo com o intuito de fazê-los se acostumar com a pressão da torcida contrária.
A tentativa do treinador corintiano, apesar de louvável, foi ineficaz. O time demonstrou muita garra, mas Guinei teve noite infeliz. O Boca venceria por 3×1 com gols de Graciani aos 11 minutos após Guinei tropeçar sozinho ao tentar fazer a cobertura, Giba empatando de pênalti aos 40 minutos, Gabriel Batistuta fazendo o segundo também de pênalti aos 5 minutos do 2º tempo e voltando a marcar o gol final após nova falha de Guinei aos 29 minutos.
Após os 3×1 de Buenos Aires, a situação corintiana na Libertadores tornava-se difícil. Tirar a diferença no placar agregado contra uma equipe talentosa e tarimbada era missão inglória.
Mas, nem por isso o torcedor corintiano desanimou e sob um Morumbi chuvoso, no dia 24 de abril, lá estavam mais de 65 mil fiéis para empurrar o Timão.
Neto voltava à equipe e a única saída corintiana era marcar o mais rapidamente possível. Algo que não aconteceu.
O Corinthians começaria com Ronaldo, Giba, Marcelo, Guinei (Édson) e Jacenir, Márcio, Wilson Mano e Neto, Fabinho, Tupãzinho (Dinei) e Paulo Sérgio. Técnico: Nelsinho Baptista.
O Boca tinha a seguinte escalação: Navarro Montoya, Sonora, Simon, Marchesini e Moyá, Pico, Giunta, Apud e Latorre (Abranovic), Graciani (Tapla) e Batistuta. Técnico: Oscar Tabárez.
O astro do time, Neto, teve as melhores oportunidades na 1ª etapa, inclusive com suas jogadas de bola parada. Mas, para desespero da fiel torcida, o jogo continuaria no 0x0.
Veio o 2º tempo, e com ele nova infelicidade de Guinei. O defensor corintiano escorregaria e Graciani ficaria livre para avançar e marcar aos 18 minutos.
O empate corintiano viria 10 minutos mais tarde com chute de Paulo Sérgio e falha do goleiro Navarro Montoya.
Insuficiente para o Corinthians, placar final 1×1 e Boca Juniors classificado.
Não era a primeira Libertadores do Corinthians, mas foi a primeira grande lição que o time de Parque São Jorge aprenderia a respeito do torneio. Seguramente, parte da bagagem que faz o clube chegar aonde chegou neste ano de 2012.
O resto da história contou com o Boca Juniors eliminado mais adiante nas semifinais contra o Colo-Colo. A equipe chilena sagrar-se-ia campeã naquele ano em final contra o Olímpia paraguaio.
História dos confrontos diretos entre Corinthians e Boca Juniors que hoje poderá escrever a revanche corintiana contra os algozes de 1991.