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SOBRE DISSIMULADOS, BESTAS QUADRADAS E CARAS DE PAU.

O Flamengo teve quantos prazos definidos para exercer o direito de compra no caso Thiago Neves?

O prazo expirou, o endinheirado Fluminense se interessou, o Flamengo dançou.

E dançou mesmo. A informação de que o Fluminense já acertou a contratação do figura já corre os noticiários esportivos.

E não há razão para “Paty” Amorim se mostrar irritada com o avanço do clube das laranjeiras sobre seu agora ex jogador. O Flamengo dormiu no ponto.

Antes de se preocupar com quem já saiu, tem que tentar acertar a vida de quem está prestes a sair, casos de Ronaldinho Gaucho, Alex Silva e demais nomes do elenco e que não recebem há meses. Ronaldinho finge que joga e Alex Silva já nem finge mais. Ameaçá-los com punição por se negar a jogar chega a ser imoral.

Estranho é o Fluminense cogitar e o seu torcedor abraçar a idéia de trazer de volta um antigo ídolo que acaba de atuar pelo maior rival. Thiago Neves querer pular o muro assim, como se nada tivesse acontecido. não estranha em nada. Nem duvido que chegue jurando amores e beijando a camisa. Haja dissimulação.

Estranho é um clube que vive as turras com as finanças e com pagamentos de seus jogadores háanos (que o diga Vampeta) ainda conseguir convencer atletas do quilate de um Ronaldinho Gaúcho a vir atuar com suas cores. Estranho é convencer Alex Silva, que tinha a possibilidade de ir para o então futuro campeão da Libertadores, escolher atuar pelo rubro-negro.  Santa inocência, Batman.

Não há praia nesse mundo que encha a barriga das crianças, pombas!

NAO VINGOU

 

2011 vem sendo esquisito para o Flamengo. Irregular? Talvez. Mas a sensação que o time me passou ao longo do ano não foi de irregularidade. Na verdade foi de mediocridade com lampejos que garantiram alguns bons momentos em campo.

Estranhamente, no entanto, o time da Gávea conseguiu faturar o carioca sem derrotas e manteve sequencias invictas que garantiram escordes ao atual elenco rubro negro. Até meados de agosto a equipe só tinha perdido um jogo durante o ano.  Mas o futebol convencia?

Sinceramente, não. O Flamengo nunca passou a sensação de ser um time equilibrado. Durante o carioca dependeu fundamentalmente dos momentos iluminados de Thiago Neves – já que Ronaldinho Gaúcho só mostrou a que veio numa cobrança de falta na final da Taça Guanabara contra o Boa Vista.

Concomitantemente, a equipe disputou a Copa do Brasil e foi eliminada pelo Ceará – uma derrota no Rio e um empate no Ceará, esse curiosamente no melhor jogo que assisti o Flamengo disputar durante o ano até então.

No Brasileiro o Flamengo manteve longa série de jogos invictos – a primeira derrota veio numa goleada do Atlético-GO no Rio apenas em agosto. Desde então, sem essa marca da invencibilidade, o Fla caiu. Com uma dezena de jogos sem vitórias, o time refugou nas diversas oportunidades que
teve de chegar ao topo da tabela e conformou-se num discurso de “obter uma vaga para a Libertadores” – vaga essa bastante ameaçada no momento.

O fato é que a equipe da Gávea não conseguiu um equilíbrio nos diferentes setores do campo. Com um bom goleiro e laterais eficientes, o Flamengo pecou demais na montagem de sua defesa e na definição de um atacante – e, ainda assim, quando o fez, Deivid jamais conseguiu cativar a torcida.

Já o meio de campo foi muito irregular. Na parte defensiva, Willams é um xerife, mas teve problemas extra-campo na reta final do brasileiro que lhe tiraram certo brilho. No aspecto ofensivo,  os raros momentos em que Thiago Neves  e Ronaldinho Gaúcho mostraram, concomitantemente, bom futebol, foram aqueles que renderam as melhores apresentações do rubro-negro. Mas isso foi esporádico. Ao longo do ano vimos mais Thiago Neves em boas apresentações do que o R10.

Ronaldinho, a grande aposta do Flamengo termina o ano como um tiro n’agua, sem o rendimento que os otimistas esperavam dentro de campo e sem a repercussão publicitária que justificaria sua contratação fora dele. Claro que a crítica ao R10 resvalará em alguns momentos memoráveis que ele apresentou em campo, que repetidos a exaustão na TV prendem na retina – sim, houve tais
momentos. A questão é: esses momentos justificam o investimento feito, a quase imposição de sua manutenção em campo, a concentração de esforços da diretoria em sua contratação?

UMA BELA PELADA

Uma bela pelada. Assim que defini a partida Santos x Flamengo. Pera lá, quem disse que é pejorativo? Não mesmo, afinal existem peladas dignas de partidas de futebol, assim como ao contrário também. Quando digo isso é pela quantidade de gols, de grandes jogadas, de arte, de dois times buscando a vitória incessantemente, que jogo, oops, que pelada! Confesso não ter visto o jogo como gostaria de ter feito, estava em um compromisso pra lá de poético, em uma noite no espaço Sérgio Porto, participando do CEP 20.000, evento do digníssimo poeta Chacal. A noite estava pra lá de ótima, mais ainda com as gritarias nos prédios do Humaitá, bairro em que estava.

Ao sair do evento e caminhar pelas ruas deste bairro, me deparei com um bar e lá a tevê ligada estava no jogaço, não acreditei quando vi o placar em 4 a 4, mesmo usando meus óculos, apertei bem os olhos, falei para amigos “me belisca!”. Queria ir para um bar o mais rápido possível, sentar e ficar de olho neste jogo. Acabei fazendo isso na COBAL (famoso lugar da boemia e gastronomia carioca), não pensei em qual cerveja beber, apenas ver um pouquinho daquele espetáculo que perdi. Sim, vi o quinto gol do Ronaldinho, aquele que chegou ao Brasil com pompa de popstar, mas ontem ele foi jogador de futebol, e aí meu amigo, com esse cara não se brinca nem um pouco, que gol, que fechamento de noite!

Os gritos eufóricos de flamenguistas só contagiaram mais o ambiente. Fico feliz pelo futebol, opps, pela pelada. Remeteu-me tempos áureos, numa época que nem existia ainda, mas em conversas, vídeos e tantos relatos de pessoas mais velhas falavam das espetaculares partidas de muitos gols, os times não se importando em tomar gol, sem trezentos brucutus na cabeça de área, era jogo limpo, sem pancada, com gols, com arte, como toda boa pelada deve ser. A diferença é que temos os vts, melhores momentos que me fizeram ficar encantado, mesmo usando esse recurso dos tempos de hoje.

Era uma noite que estava prevendo um acontecimento máximo, eram meus poemas lidos para uma casa cheia e ao lado de feras e também outros peladeiros de primeira, era o encontro do passado que jamais dormiu, ele é Ronaldinho. Que esbarrava com o presente, ele é Neymar, como duas pérolas, mostraram seus brilhos, seu valor. Uma pena que outra grande pérola não brilhou, este foi Ganso, mas também se esse tivesse jogado bola mesmo, vou te contar, o juiz seria proibido de dar o apito final.

E me desculpem os puristas de plantão, mas pelada boa mesmo foi essa de quarta, o resto é jogo de futebol…

E o futebol do Rio continua lindo? O Vasco está ali, em quinto. Pode chegar mais, pode sim! Botafogo? Como diz o querido Márcio Guedes, da ESPN Brasil, se o Harry Potter (Caio Jr.) não continuar inventando, quem sabe belisca uma colocação melhor. O Fluminense? Acho melhor o Abel preparar esse time para o ano que vem, porque tem gás, muito gás, mas não para esse momento. Uma vaga na Libertadores faria a torcida feliz.

 

 

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essas imagens por si só já faz música.

UM BRINDE A VERDADEIRA ARTE DO FUTEBOL BRASILEIRO !

As decepções sucessivas da seleção canarinho nos fizeram crer que o futebol brasileiro estaria adormecido e o receio em relação ao desempenho na tão esperada Copa de 2014 é evidente. É óbvio que o país do futebol atravessa uma fase infeliz, mas enquanto gênios como Neymar e Ronaldinho Gaúcho existirem, jamais perderemos este posto.

O duelo entre Santos x Flamengo já era considerado o ”jogo da rodada” e a expectativa em torno da partida foi alimentada durante toda a semana, porém acreditar que o jogo da rodada se transformaria na melhor partida dos últimos tempos só era possível mesmo se os gênios citados estivessem numa grande noite. E não é que estavam…

De um lado Neymar que de adormecido só o moicano, Do outro Ronaldinho que se não havia mostrado tudo que sabia no Flamengo, nesse jogo transbordou o seu talento pra quem quizesse ver. Os dois jogadores conduziram suas equipes e tornaram as defesas adversárias presas fáceis, a cada lance de um deles as pernas dos defensores tremiam sem saber o que fazer.

A atuação desses dois monstros da bola foi tão mágica e inexplicável que craques como Paulo Henrique Ganso e Thiago Neves tornaram-se meros coadjuvantes, apenas telespectadores da mais pura arte do futebol brasileiro. O 3° gol de Neymar, que colocou um sonoro 3×0 de vantagem para o Santos no duelo, foi simplesmente magistral, o drible no ínicio da jogada, a tabelinha com Borges, outro drible desconcertante em Ronaldo Angelim e a finalização por cobertura na saída de Felipe apenas explicitam o vasto repertório de coisas mágicas que o garoto é capaz de fazer. Simplesmente o mais bonito tento do campeonato e que dificilmente será superado.

Com a vantagem e o banho de bola que o Santos aplicava, coube a Ronaldinho Gaúcho a reação histórica, e realmente só um jogador do porte dele poderia realizar algo tão improvável. Ainda no primeiro tempo o Flamengo conseguiu o empate e o 3×3 incendiaria ainda mais a partida.

Ao final dos 45 minutos, quase sem folêgo, pensei: Ainda faltam 45 minutos, Obrigado !

De fato, a segunda etapa apenas comprovou o meu agradecimento e o espetáculo continuou, acredito que os deuses da bola poucas vezes foram tão generosos assim com os amantes do futebol. O 4° gol alvinegro, não preciso nem falar de quem, marcou mais uma bela arrancada do menino gênio que terminou com uma finalização precisa e inapelável, era o Santos de novo comandando o placar.

O que era apenas o ”jogo da rodada” foi se desenhando a cada minuto que passava num dos maiores espetáculos do futebol moderno e mesmo ganhando acredito que todos os torcedores santistas gostariam que o tempo parasse para que aquele momento nunca mais findasse.

Mais 2 lances geniais ainda estavam por vir e dessa vez o autor seria Ronaldinho Gaúcho, que após partir com a bola e driblar como se não houvesse marcação sofreu uma falta na boca da área. Seria muito tolo o santista que acreditasse que ali não sairia o empate do Flamengo. O cobrador era simplesmente ”o cara”, que em noite de Ronaldinho Gaúcho empatou a partida na mais pura precisão e malandragem.

Pronto, o 4×4 já seria a coroação de um espetáculo como esse, mas quizeram os deuses do futebol que houvesse um vencedor e o craque flamenguista tratou de trazer a vitória para o seu lado e com mais um gol de quem sabe decretou o 5×4 e colocou números finais no melhor jogo do ano, pra ser mais modesto.

Uma frase do nosso querido Mauro Betting ilustra de forma brilhante a épica partida: ”O Flamengo merecia seis pontos pela vitória sensacional e o Santos mais três por ter perdido e ainda jogado tanto futebol. Não importa ter levado a virada antológica depois de abrir três gols. O que vale é que as duas equipes honraram a sagrada Vila Belmiro com um jogo espetacular.”

Eu que tive o prazer de assistir a partida e ainda comenta-la através dos meus blogs só posso terminar com um agradecimento aos gênios da bola que ainda desfilam pelos gramados brasileiros e um brinde a mais pura arte do futebol.

OBRIGADO !

MONSTRO!

A torcida do Flamengo tem que ficar muito preocupada, alerta e saber cobrar um certo Monstro.

Ele ganha muito pelo que jogou em um passado nem tão distante. Ele ganha muito por ser diferente. Ganha muito para jogar em um nível tão humano como vinha jogando. Ganha muito porque é gênio.

Não existe meio gênio, gênio eventual, gênio de vez em quando. Gênio é gênio e ponto final.

Ronaldinho é monstruosamente gênio. Ninguém marca uma torcida tão acostumada a ver desfile de gênios com seu fardamento como a do Barcelona em vão.

Tem aqueles que preferem puxar a memória as passagens menos brilhantes pela seleção da CBF do que pelos clubes onde brilhou.

Primeiro que jogador de futebol se faz em clubes. Se ele consegue render bem em sua seleção, ótimo. Se não consegue, não são 6 ou 7 jogos de uma competição de seleções que diminui o que o cara faz em 60 jogos de uma temporada inteira por seu clube. Medir nível de jogador por seleção é balela, raso e tacanha.

Messi é gênio pelo que faz no Barça, não pelo que deixa de fazer ou faz menos na Argentina.

Mas mesmo para os que consideram seleção algo preponderante, basta se lembrar que se não fosse o atual camisa 10 do Flamengo e a seleção brasileira não teria conquistado o penta em 2002. E não falo do gol supostamente sem querer que ele marcou contra a Inglaterra, falo sim do grande jogo em que ele foi o destaque contra aquela forte Inglaterra. Mesmo atuando sempre fora de sua posição de origem.

Contabilizando apenas esse feito e ele já fez mais por sua seleção do que Messi pela dele. Alguém coloca a genialidade de Messi em julgamento? Pois bem.

Sempre fui fã do cara, sempre banquei seu jogo nos melhores e piores momentos. Eu gosto de ver futebol, não de highlights da TV a cabo. E mesmo ele tendo optado por um rival ao invés de vestir a camisa do meu clube quando retornou ao Brasil, me gera grande satisfação ao ver o que o cara fez ontem.

Fez ontem, mas não vinha fazendo. É por isso que o torcedor do Flamengo precisa ter uma cobrança diferenciada com ele. Exigir que ele utilize em campo tudo aquilo que seu nível desumano lhe confere.

Deve ter se visto como coadjuvante de um candidato a gênio de apenas 19 anos e resolveu ser ele o protagonista. Conseguiu ser e decidiu a melhor partida em anos no futebol brasileiro.

Para os que ainda se agarram em factóides e achismos dos mais variados – por que já li que o gol de falta de ontem foi sem querer também –coloco aqui um vídeo onde ele faz a mesma coisa, mas contra o Werder Bremen, quando ainda atuava pelo Barcelona.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=4RswvI-YBKs[/youtube]

Monstro!