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BUNDESLIGA 11×3 LIGA ESPAÑOLA

O Real Madrid bem que tentou e até conseguiu trazer emoção à sua série eliminatória contra o Borussia Dortmund, já o Barcelona sucumbiu de forma flagrante ao forte Bayern e os alemães liquidaram os espanhóis nas semifinais da UEFA Champions League. Sucesso da eficiência do poderoso time da Baviera e, principalmente, do time low budget sensação gerencial esportiva do momento, o Borussia Dortmund.

 

Real Madrid 2×0 Borussia Dortmund
Madri, Espanha

A missão madridista era mais tangível. Placar agregado em déficit de três gols (1×4) e a oportunidade de jogar em casa, no tradicional Estádio Santiago Bernabéu de Madri.
José Mourinho, talvez nos últimos suspiros no cargo de técnico do time, recuaria Sérgio Ramos para a zaga, ao lado de um de seus preferidos do elenco, o português Fábio Coentrão, visando resolver os problemas causados pela eficiente marcação pressão de saída de bola que Jürgen Klopp impôs ao Madrid em todos os confrontos entre as equipes na atual edição da UCL.

A partida acabou por apresentar características peculiares, já que o Real Madrid colocou fortíssima pressão sobre os alemães nas duas extremidades de tempo do jogo. Foram 15 minutos iniciais avassaladores com a torcida merengue urrando incessantemente a favor dos anfitriões e 10 minutos finais quase cataclísmicos para os visitantes.
Curiosamente, no restante da partida o Dortmund arrefeceu os ânimos da equipe local, levando consigo o ímpeto da torcida.
No predomínio madridista inicial, várias foram as chances desperdiçadas. Gonzalo Higuaín arrematou com defesa de Roman Weidenfeller. Na maior oportunidade e mais bela jogada, Mesut Özil concluiu incrivelmente para fora. Lance que causou reclamação de Cristiano Ronaldo por ter sido opção de passe em vez de conclusão do alemão Özil.
Cristiano Ronaldo demonstraria estar em noite apagada. Já Mario Götze sentiria lesão e seria substituído por Kevin Großkreutz.
Na 2ª etapa, o Dortmund teria suas chances de definir a partida. Robert Lewandowski teve grande oportunidade pela esquerda e Ilkay Gündogan teve chute incrivelmente defendido por Diego López.

José Mourinho partiu para as últimas cartadas ao promover a entrada de Ricardo Kaká no lugar de Fábio Coentrão, além de Sami Khedira no lugar de Xabi Alonso.
Aos 82 minutos de jogo, Karim Benzema abriria o placar após lançamento de Kaká para Özil que cruzou rasteiro para o francês concluir.
Verdadeiro incêndio tomou conta do Bernabéu quando Sergio Ramos afundou a bola para o gol alemão após jogada de Benzema.

O clima emocional envolveu o jogo quando o árbitro inglês Howard Webb decidiu acrescentar 6 minutos ao jogo. O Madrid pressionou, mas não conseguiu o gol da classificação.
Vaga para o Borussia Dortmund que alçou a condição de espécie de modelo de gerenciamento esportivo dentro do universo do futebol profissional europeu rodeado de cifras astronômicas entre os grandes clubes do Velho Continente.
Não é para menos. A equipe liderada dentro de campo pelo treinador Jürgen Klopp galgou etapas do sucesso de forma gradativa.
Inicialmente, a difícil missão da quebra de hegemonia do Bayern em território doméstico ao vencer a Bundesliga. Mas, os tropeços não cessaram por conta disso. Basta recordar a eliminação na fase de grupos amargada pelos aurinegros na edição anterior da UCL.

Os erros servem como experiência e como forma de não incorrer nos mesmos tropeços no futuro. Na atual temporada, o Dortmund praticamente abdicou da disputa do título alemão contra o poderoso Bayern para se concentrar no objetivo seguinte, a Europa.
Lição bem executada que pode soar óbvia, mas não assimilada por outros que vieram de caminhos tortuosos semelhantes que repetiram os erros. Leia-se Manchester City.
Estima-se que o time atual tenha sido montado com cerca de €38 milhões. Jogadores como Roman Weidenfeller, Lukasz Piszczek, Marcel Schmelzer, Sven Bender e Mario Götze chegaram a Dortmund a custo zero. Götze acaba de ser negociado para o rival Bayern por cerca de €37 milhões.
Outros atletas importantes vieram por valores que não fogem da faixa de €3 a €5 milhões. Estão nesse grupo Mats Hummels, Neven Subotic, Ilkay Gundogan e Jakob Blaszczykowski. Faixa de preço que indica diretrizes políticas e financeiras bem definidas.
A única grande exceção fica por conta de Marco Reus que custou €17,5 milhões aos cofres do clube pagos ao co-irmão Borussia Monchengladbach. Entretanto, Reus já é pretendido por gigantes da Premier League inglesa. Algo que pode trazer retorno financeiro em cima de investimento vultoso. Lembrando que transações envolvendo o Dortmund e o futebol inglês não são inéditas. O japonês Red Devil Shinji Kagawa foi campeão alemão vestindo as cores aurinegras.
Merece boas vindas o êxito do clube que escapa dos conceitos de altos orçamentos para formação de grandes equipes predominante entre os gigantes europeus. Se pode virar padrão, regra ou verdade absoluta? Nem tanto.

FC Barcelona 0x3 FC Bayern
Barcelona, Espanha

A missão já era inglória para o badalado Barcelona com placar agregado nos 4×0 para o Bayern.
E tudo piorou quando todos receberam notícia da ausência de Lionel Messi na equipe titular dos anfitriões.
Ainda assim, o Barcelona iniciou a partida com vontade e pensamento positivo. No entanto, as coisas ficariam claras para todos os mais de 95 mil presentes no Camp Nou, o time blaugrana seria incapaz de superar a forte marcação bávara.
Estava nítido, mais uma vez, a ausência de movimentação e precisão de passes de outrora. Tudo piorado com a falta do incisivo e vertical super craque Lionel Messi.

O Bayern levou a partida a banho-maria no 1º tempo e poucas emoções foram a tônica apenas com tentativas de chutes de longa distância por parte do Barça.
Na 2ª etapa, o Bayern “finalizou” o adversário com gol inaugural logo aos 48 minutos de jogo com jogada característica de Arjen Robben pela direita com direito a corte e chute cruzado colocado perfeito.
A partir daí, o público silenciou e o Barcelona não produziu mais quase nada.
Aos 72 minutos, Gerard Piqué, na tentativa de cortar cruzamento de Franck Ribery, fez autogol e, no final Thomas Muller transformou a derrota agregada do Barcelona em humilhação ao concluir de cabeça.
O ponto de interrogação ficou por conta do não aproveitamento de Lionel Messi que jogara contra o Athletic Bilbao pela Liga com golaço anotado.
As informações foram desencontradas. Messi estaria curado da lesão que contraíra na partida contra o Paris Saint Germain em Paris. Por outro lado, o argentino não estaria se sentindo bem e Tito Vilanova teria optado por aproveitá-lo somente em caso de chances reais de recuperação na série eliminatória. Situação que não trouxe alento ou resignação a muitos fãs.

Em defesa do Barcelona, as ausências, não somente de Messi, mas também de Carles Puyol e Javier Mascherano que desestabilizaram o sistema defensivo dos catalães, sobretudo contra equipe de ataque habilidoso, forte e alto como o Bayern.
O Bayern vai a Londres em busca do quinto título de Champions League, troféu que não volta a Munique desde a temporada 2000-2001. Ademais, os bávaros chegaram perto do título nas temporadas 2009-2010 (derrotados pela Internazionale) e 2011-2012 (derrotados em casa pelo Chelsea). Vice-campeonatos que aumentam a ansiedade dos fãs em busca do título europeu.

Diferentemente do Borussia Dortmund, o Bayern tem adotado a política de adquirir talentos revelados pelos clubes alemães da Bundesliga. È o caso de Dante e Mario Gómez, por exemplo, além do recém recrutado Mario Götze.
Trata-se de clube com maior poder de fogo financeiro que seus pares compatriotas, portanto, com maior vocação compradora.
Pelo fato de ter ganho a atual edição da Bundesliga com um pé nas costas (20 pontos de vantagem para o segundo colocado, o próprio Borussia Dortmund), o time da Baviera entra como favorito em Wembley.
A propósito, um pequeno aperitivo da grande final acontecerá no próximo sábado em partida válida pela 32ª rodada da própria Bundesliga quando o Borussia Dortmund recebe o Bayern no Signal Iduna Park de Dortmund.
De nebuloso no time do Bayern, a saída do técnico Jupp Heynckes. A versão inicial dava conta da aposentadoria do treinador, algo que o próprio Heynckes tratou de deixar em dúvida nas entrevistas coletivas de Barcelona. Estaria Jupp Heynckes sendo educadamente expurgado do comando técnico do Bayern em favor da vinda de Josep Guardiola? Em caso afirmativo, está disponível no mercado europeu do primeiro escalão um grande nome para treinador.

MOU: “ACABAMOS COM A ELIMINATÓRIA”

Real Madrid nas semifinais e Chelsea quase lá. Eis o balanço da rodada de abertura das quartas de final da UEFA Champions League hoje em Nicósia e Lisboa.

Karim Benzema

Os 3×0 do Madrid em Nicósia contra o APOEL tardaram a ser construídos. Os espanhóis não saíam do ferrolho dos cipriotas. Tudo isso até os 29 minutos do 2º tempo, quando Karim Benzema abriu o placar.

Estava aberta a porteira e o Madrid tratou de aproveitar.

Kaká, que viera do banco, ampliou aos 37 minutos e Benzema teve tempo de fechar o placar no final.

Resultado amplo na 1ª perna das quartas de final fora de casa que fizeram com que José  Mourinho abandonasse o protocolo padrão da pregação de respeito ao adversário até o fim no sentido de que tudo pode acontecer. Sem hipocrisia, Mourinho declarou: “tivemos que jogar bem para ganhar. Estivemos bem atrás ao evitar contragolpes, utilizamos bem a posse de bola e quando marcamos logo acabamos com a eliminatória”.

Mourinho ainda ressaltou as qualidades do APOEL ao lembrar as dificuldades do Madrid em marcar e o que os cipriotas haviam feito sem o poderio econômico de outras equipes.

Fato é que o Real Madrid está nas semifinais da UCL, a menos que alguém acredite que o APOEL possa fazer um 3×0 no Santiago Bernabéu e derrotar os donos da casa nas penalidades.

Fernando Torres jogou bem desta vez

Em Lisboa, Benfica e Chelsea fizeram duelo equilibrado onde prevaleceu a experiência dos jogadores do Chelsea para derrotar os anfitriões por 1×0 com gol de Salomon Kalou aos 30 minutos do 2º tempo.

A chave da vitória dos londrinos foi a boa atuação de jogadores até então contestados na temporada como o zagueiro David Luiz e o atacante Fernando Torres.

O Chelsea suportou pressão lusitana até o momento do gol, que foi suficiente para arrefecer o ímpeto do Benfica. Traduzindo: partida sob controle do Chelsea no final.

Se não se pode dizer que o Chelsea está classificado para as semifinais, pelo menos tudo está bem encaminhado para o jogo da volta em Stamford Bridge para um time cujo elenco é formado por um núcleo de jogadores que dão as cartas no clube e jogam apenas quando querem.

INTER: O RETRATO DE UMA TEMPORADA. NAPOLI: O FIM DE UM SONHO

Em péssima semana para o futebol italiano, Internazionale e Napoli veem seus sonhos de grandeza esvaecerem nas partidas de volta das oitavas de final da UEFA Champions League.

Chelsea vira para cima do Napoli no placar agregado e vai às quartas da UCL

Tudo estava bem para o calcio no principal torneio europeu de clubes. Tudo caiu na dura realidade para o ex-melhor centro de futebol profissional do mundo em apenas uma semana.

A começar pelo Milan na semana anterior, quase sucumbido por um Arsenal renascido, apesar de quase sem esperanças na UCL

Quase! Eis a palavra mágica que não deixa de ser relevante quando se está vencendo partida de 180 minutos por 4×0 na metade do caminho percorrido e se leva sufoco de placar agregado de 4×3 em apenas 45 minutos de peleja.

O que dizer então da Inter?

Equipe capaz de derrotar o líder da Série A, o próprio arquirrival Milan, no campeonato nacional ou de recuperar-se de forma marcante na primeira metade da temporada.

Repentinamente, algo de estranho acontece e as derrotas inexplicáveis para adversários não tão expressivos voltam à pauta nerazzurra.

Foi sob tal atmosfera de dúvidas que o time de Massimo Moratti retornou do recesso invernal da Champions para reiniciar seu caminho na competição já na fase eliminatória.

O adversário era o Olympique Marseille, apenas o 8º colocado da Ligue 1 francesa. Na perna inicial da chave em Marselha, vitória dos franceses por 1×0.

A situação para o jogo de Milão era trivial. A Inter necessitava de vitória simples para levar o jogo para a prorrogação.

A partida permanecia dramática para os torcedores interistas até os 30 minutos do 2º tempo quando Diego Milito abriu o placar em momento providencial.

Fim do drama interista?

Pelo contrário. O que havia acontecido até então era apenas aperitivo do final atordoante para a equipe local.

Cruelmente para os tifosi nerazzurri no Giuseppe Meazza, Brandão empataria aos 92 minutos de jogo.

O gol de pênalti de Giampaolo Pazzini não serviria para nada mais.

Empate agregado em 2×2 e vitória francesa em gols fora de casa.

Grande feito para o técnico Didier Deschamps.

Nova decepção para Claudio Ranieri, o segundo treinador interista na temporada.

Mas o que se viu em Milão foi retrato da Inter da atual temporada: confusa, irregular e sem motivos para despertar confiança.

Foi assim com Gian Piero Gasperini, não é muito melhor com Claudio Ranieri.

Com a eliminação, as especulações sobre a mudança de treinador ao final da temporada bombam como nunca na mídia. O nome mais cotado por ora? André Villas Boas, que possui a simpatia de Massimo Moratti. Parece não haver futuro para Ranieri no atual emprego.

Decepção em Milão, decepção em Nápoles.

Após grande vitória sucedida por festa da torcida, o Napoli sucumbiu em Londres contra o Chelsea, que salvou a honra inglesa na UCL.

Surpreendentemente, talvez por força de declarações de outsiders do clube (leia-se principalmente Luiz Felipe Scolari), conforme definiu o capitão John Terry, a respeito do ambiente infernal de trabalho em Stamford Bridge, a equipe azul londrina foi à luta com determinação para reverter placar agregado de 3×1 para os napolitanos.

Didier Drogba abriu o placar aos 28 minutos e o próprio capitão John Terry ampliou aos 2 minutos da 2ª etapa.

Placar que já garantia o Chelsea nas quartas-de-final.

Mas o Napoli é tinhoso e conseguiu o empate aos 10 minutos com Gokhan Inler.

O Napoli levava a partida até os 75 minutos, quando Frank Lampard fez o terceiro.

Prorrogação à vista.

E foi demais para o esforçado, porém limitado Napoli. Branislav Ivanovic marcou o gol da classificação dos londrinos.

Bom para o Chelsea, bom para o futebol inglês e excelente para o técnico Roberto di Matteo, que tentará mostrar para Roman Abramovich que é apto ao emprego de forma efetiva. Só que para isso deverá ter jogo de cintura para domar as feras do elenco que, segundo Scolari, mandam no time. É aquela velha história, não há dinheiro que pague ter que conviver em ambiente de trabalho ruim.

De resto, o encerramento das oitavas da Champions apresentou apenas uma pequena surpresa. Pequena porque trata-se de Bayern de Munique.

Enfim, após má fase na segunda metade da temporada, além de fraca apresentação contra o FC Basel na Suíça (derrota por 1×0), especulava-se sobre eventual surpresa que o time da Basileia poderia preparar para os bávaros.

Esqueceram de avisar o alemão Mario Gomez, que fez 4 gols na vitória de 7×0 do Bayern sobre o Basel.

Ressurgem das cinzas os nunca desprezíveis alemães da Baviera.

E o Real Madrid fez 4×1 no CSKA Moscou após empate por 1×1 na Rússia. Foram dois gols do fantástico Cristiano Ronaldo, além de boa atuação de Ricardo Kaká.

Desempenho de Kaká que não passou despercebido por José Mourinho. O treinador português lembrou de todo o esforço e trabalho duro que o brasileiro tem feito para recuperar-se e triunfar no Madrid, assim com fizera no Milan.

Eis os oito classificados para as quartas-de-final da atual edição da UCL: Milan, Benfica, APOEL, Barcelona, Bayern, Olympique Marseille, Chelsea e Real Madrid.

O sorteio das quartas acontece amanhã na Suíça.