Arquivo da tag: Rede Globo

COMO DESFAZER O EFEITO MANADA?

Assunto chato: Em relação a Libertadores, a Fox Sports surgiu para os torcedores insatisfeitos com as abordagens e comentários tendenciosos da detentora de tudo no futebol brasileiro, como um verdadeiro porto seguro. Isso não significa que precise ser o espelho da Globo, só que as avessas.

A Globo hoje trata o Corinthians como um caso a parte no futebol brasileiro. Transmitiu TODOS os jogos do time na Libertadores, enquanto outro clube paulista, o Santos, que além de ser o atual campeão da Libertadores, tem ainda o melhor jogador das Américas, foi relegado a 2º, 3º, 4 º plano. Cobertura chapa branca. Faz-se o que a audiência quer ver, escutar e depois comentar, no lugar de levar a ela o fato como ele é. Mostra-se muito de um e nada de todos os outros. Isso obviamente impacta nos contratos de publicidade, na busca por parcerias financeiras, contratação de jogadores, valorização da marca e bla, bla, bla. Se nada mudar e em alguns anos teremos um Campeonato Brasileiro tão “empolgante” quanto o Espanhol. Com duas forças polarizando tudo e o resto brigando pelas migalhas.

Ontem na transmissão do jogo Corinthians X Vasco, o comentarista pela Fox Sports foi Paulo Lima. E ele se mostrou por diversas vezes indignado com as opções do árbitro em jogadas onde o beneficiado era o Corinthians. Uma em questão me chamou bastante a atenção.

Em disputa de bola bastante viril, Jorge Henrique e Eder Luiz se desentenderam. JH, irritadiço, foi em direção a Eder e ao encará-lo e ser encarado, fez menção em acertar uma cabeçada no adversário. Fez menção, não chegou as vias de fato e isso é nítido na imagem. Vá lá que ele tenha encostado sua testa no narigote do vascaíno. Daí a fazer todo o carnaval que o atacante se prestou ao ridículo, era desnecessário. Eu sendo árbitro não amarelaria ninguém, mas se tivesse alguém a receber algo ali era Eder, pelo circo. Vuadden fez o óbvio em se tratando de assoprador brasileiro e amarelou ambos. Paulo Lima da Fox mostrou-se profundamente indignado. Guerreando contra a imagem, justificou que a expulsão de JH era questão de se aplicar a regra.

Tão absurda foi sua abordagem, que o narrador, Eder Reis, se não me foge a memória (bom narrador, diga-se de passagem), se posicionou contrário ao que o comentarista tentava vender. O clima ficou até um tanto tenso entre eles após esse fato.

Horas antes do jogo, na Globo, as chamadas da partida eram festivas, pareciam textos do Bial com narração do Galvão. Tratavam o Corinthians como a seleção da CBF na final da Copa de 2014 e o Vasco, tão brasileiro e grande quanto o Corinthians, parecia ser a Bósnia em amistoso do sub-17.

Mas este é o padrão Globo ao qual estamos todos acostumados a ver. As alternativas a essa regra televisiva não deve seguir os mesmos preceitos. Deve mostrar-se imparcial, relatando fatos, emitindo opiniões limpas de qualquer bandeira ou carapuça vestida.

Uma boa parte dos torcedores médios tem tentado buscar novas alternativas contra o establishment televisivo. E isso é bom, é ótimo. É a manada buscando sair do curso comum.

Mas há de se haver alternativas limpas e não caminhos que os levem a chafurdar na mesma lama de sempre.

Em tempo: Prefiro citar nomes dos profissionais e órgãos mencionados. Na hora de elogiar e criticar, diga-se. Se prego o jogo limpo nos informativos, prefiro que sejamos assim também.

Comentários sobre os jogaços da Copa do Brasil e Libertadores virão ao final da rodada de hoje.

Cheers,

Do blog do Flávio Gomes – Nelsinho Corre na Hungria.

O título da coluna não diz bem o quanto é bom o texto da coluna de hoje do torcedor da Lusa e especialista em esportes automotivos, Flávio Gomes.

É uma bela espinafrada na nossa caríssima Rede Globo. A mesma que prioriza jogos adiados da 1ª metade do BR09 (que a própria adiou) e que quase ignora a grande decisão do ano no futebol brasileiro, a final da Libertadores.

Segue:

SÃO PAULO (o mundo dá voltas) – Nelsinho Piquet acaba de anunciar (neste caso, o verbo cabe) em sua página no Twitter que correr na Hungria. E o fez mandando um recado (de novo bem-humorado) a Galvão Bueno, que “anunciou” sua saída ontem à noite na TV.

Valem algumas reflexões.

Não estou aqui, ao contrário do que muita gente vai imaginar, “comemorando” a “barriga” — jargão jornalístico para informações que acabam não se confirmando. Galvão tinha a informação ontem e deu, assim como nós, do Grande Prêmio, já havíamos informado sobre a cláusula de performance de Nelsinho meses atrás.

São duas as questões neste episódio. Primeiro, a performance de Nelsinho como piloto de F-1. Sua permanência na Hungria não faz com que eu mude uma vírgula sobre o que escrevi dois posts abaixo.

Acho que uma substituição seria plenamente justificada, tecnicamente. Se o time vai lhe dar mais uma chance, ótimo para ele. Quem sabe dá uma virada e, com um carro igual ao de Alonso (que mostrou em Nürburgring ser melhorzinho, já que o espanhol fez a melhor volta da prova), consiga algo. Pode ser que o episódio todo do sai-não-sai também mexa com sua cabeça, se concentre mais, sei lá. Acho improvável, mas é a chance que ele tem, que agarre.

A outra questão é a jornalística. Reproduzo abaixo resposta que dei ao blogueiro Rafael Chinini sobre o post do início da madrugada de hoje, a história do “anúncio do Galvão”:

“Realmente é difícil se fazer entender por aqui. Não esculachei notícia nenhuma, é notícia velha. A discussão é sobre o caráter oficial que as coisas ganham quando é a Globo (no caso, SporTV) que dá. Vira “anúncio”, como no caso da gravidez da esposa de Massa. Aí recebo dezenas de e-mails pedindo para comentar “o anúncio do Galvão”… A Globo, na sua linha ufano-nacionalista, não toca no assunto até que ele seja consumado, porque é contra a linha editorial da empresa fazer qualquer crítica aos atletas brasileiros em qualquer modalidade. Eles não erram, são suas equipes; eles não são lentos, são seus carros. A Globo criticou a preparação da seleção para a Copa de 2006? Não, tratou tudo como um show de estrelas, “suas” estrelas. Até o time ser eliminado de forma bisonha. Aí, quando acontece, parece que foi ela a única a ter a informação, e não é verdade. É só isso. Não estou preocupado com a paternidade da notícia. Isso é bobagem. Galvão, ontem, deu a notícia e emendou: “É cedo, não?”. Não, não é cedo. A honestidade jornalística exige que se diga: é justo. Porque o seu desempenho foi ruim etc e tal. Vocês estão achando que estou puto porque o Galvão deu um furo. Estou há muito tempo nisso aqui para não me preocupar com furos. No jornalismo de hoje, com tantos meios para se informar, há poucos furos”.

Não sei se preciso dizer mais alguma coisa. A maioria entendeu meu comentário sobre o “anúncio” de ontem como um ataque pessoal ao Galvão Bueno. Não foi. A informação do Galvão, provavelmente, era boa. Tão boa quando a da cláusula de performance que a Globo sempre ignorou. De ontem para hoje, é provável que a demissão tenha sido revertida em conversas entre Nelson-pai e Briatore. Acho que o chefe foi convencido de que Nelsinho poderia argumentar em eventuais tribunais que sem equipamento igual, a cláusula perderia a validade. E voltou atrás numa decisão que já tinha tomado.

Não vou achar o jornalismo esportivo da Globo melhor ou pior porque a informação do Galvão não se confirmou. Considero-o ruim, independentemente do que aconteceu entre ontem e hoje. Porque é baseado numa linha com a qual não concordo, de levantar a bola de tudo e de todos ao sabor de seus interesses, porque é incapaz de dizer que um jogo é ruim, ou que um piloto brasileiro é fraco, ou que uma seleção está se preparando mal, ou que a uma delegação olímpica é exagerada, ou que o Nuzman é uma droga de dirigente, é um pseudojornalismo que que vende emoções baratas, e não informações caras.

Não critica, faz oba-oba; afirma que o Brasil é uma potência olímpica, e não é; defende os Jogos no Rio e não discute sua necessidade; fechará os olhos para a roubalheira que vem por aí na Copa/2014, porque o evento é dela; estimula a promiscuidade nas relações entre jornalistas e fontes, são todos amiguinhos e o mundo é cor-de-rosa.

O mundo, infelizmente, não é cor-de-rosa.
——————

FONTE: http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes/2009/07/14/nelsinho-corre-na-hungria/

Os Dois Lados da Moeda: Record compra direitos do Pan 2011 e das Olimpiadas 2012…

…e agora a globo parece que quer boicotar os esportes olímpicos.

27/08/2008 – 08h40
Radicais da Globo querem boicotar esportes olímpicos, informa Daniel Castro
Publicidade
da Folha Online

Setores mais radicais da Globo já defendem que a emissora passe a ignorar esportes olímpicos, como vôlei de praia e ginástica, já que a Record tem exclusividade na transmissão da Olimpíada de Londres, em 2012, informa Daniel Castro, na Folha desta quarta-feira (27), que está nas bancas.

O conteúdo completo de Outro Canal está disponível apenas para assinantes do UOL e da Folha.

De acordo com a coluna, com o fim da Olimpíada de Pequim, instalou-se um clima de CPI na Globo. A cúpula ainda procura explicações e responsabilidades pela perda dos direitos do Pan de 2011 para a Record.

Os principais executivos da Globo ficaram sabendo pela imprensa que a concorrente comprara competição, informa Daniel Castro.

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u438328.shtml

Então, ficamos assim: quando a globo tem os direitos postula que somos favoritissimos numa série de esportes que temos tantas possibilidades quanto N outros pises do mundo. Quando deixa de ter os tais direitos, esses esportes deixam de existir.

E por essas e outras que eu questiono até que ponto a cobertura esportiva pela mídia, especialmente televisiva, pode ser considerada “jornalismo”.

Chazinho de Coca – Cadê a cativa do Gaúcho?

Cadê a cativa do Gaúcho?

O ano de 2008 não tem sido o ano da seleção brasileira. Curiosamente também não tem sido o ano daquele que deveria ser o maestro de nossa equipe, Ronaldinho Gaúcho. Quando se fala na seleção canarinho, nos vem à mente um time recheado de bons jogadores e dentre eles, alguns diferenciados, alguns foras de série.
Relembrando a seleção campeã de 2002, talvez a nossa última grande equipe, nela não existiam grandes contestações, talvez a não convocação do meia Alex, mas nada que tenha tirado o sono do técnico Felipão ou que tenha deixado a torcida muito reticente quanto ao sucesso da equipe na competição. Do goleiro ao centroavante, a seleção era quase que a consumação do desejo popular, com ótimos jogadores em todas as posições e dentre eles, quatro ou cinco craques, foras de série que decidiram quando foi preciso.

Hoje passamos, talvez, por nossa maior escassez de craques das ultimas décadas, para não dizer da história. O selecionado de Dunga é um frangalho só, apontado por muitos estudiosos da bola como algo abaixo até mesmo da seleção de 66.

Quer dizer então que não temos craques ou pelos menos, bons jogadores? De forma alguma. Podemos sem muito esforço fazer uma seleção apenas com jogadores que atuam hoje no futebol brasileiro que já conseguimos algo melhor do que Dunga. Junte a eles os craques que atuam na Europa e pode-se montar uma equipe que se não for a melhor de todas, ainda pode encarar em pé de igualdade qualquer outra seleção de ponta.

O time de Dunga é carente de craques, ao menos daquele craque, o que faz a diferença, o que num momento está invisível e num piscar de olhos tem um lampejo de gênio e decide. Hoje, talvez, o nosso único jogador com essa capacidade seja Ronaldinho Gaúcho.

Kaká e Alex são cracaços, mas são aquilo que podemos chamar de “cerebrais”, são eles que cadenciam o time, que mantém a regularidade, que organizam, são o termômetro, enfim, mas não são eles quem vão driblar meio time adversário e entrar com bola e tudo, Ronaldinho Gaúcho sim tem esse perfil, ele tem o perfil e a bola de um fora de série. Ronaldinho tem explosão, arranque, força, uma habilidade poucas vezes vista no mundo da bola, finaliza bem e supri outra enorme necessidade da seleção de Dunga, é exímio batedor de faltas – parece piada, mas a seleção brasileira não tem unzinho sequer.

Apesar de tudo isso, não se pode esquecer que o Gaúcho passa por maus bocados em seu clube e não vem jogando, mas quem disse que Mineiro, Josué, Gilberto Silva e outros “Dunguísticos” estão? Mas ainda assim estão lá, com suas inexplicáveis cadeiras cativas, então porque não ceder uma dessas cadeiras ao Gaúcho fora de série?

Lobby do Gaúcho.

Impressionante a cara de pau do nosso todo poderoso presidente da CBF, Darth Vader, ops, Ricardo Teixeira, ao pedir em rede nacional para que o povo brasileiro ajude Ronaldinho Gaúcho a ser convocado para a seleção olímpica. Logo ele tão avesso a entrevistas, a dar satisfação das patacoadas de sua confederação ou de suas próprias ferocidades. Está mais do que na cara que ele já convocou Ronaldinho para as Olimpíadas e que Dunga vai ter que engolir a seco ou então tomar um scothzinho para digerir melhor essa canetada do nosso ditador de plantão.

O povo quer Ronaldinho Gaúcho, não precisa ele vir pedir isso. Mas agora o cenário está todo favorável. Teixeira já convocou, o povo em boa parte, alheio a esse esquema, vai pressionar Dunga, o técnico por sua vez vai ter que convocá-lo para não perder seu emprego e ao final de tudo, caso o Brasil saia vencedor, Ricardo Teixeira vira herói e tudo ficará lindo e maravilhoso no reino da CBF, caso contrário a culpa é de Dunga, que não o convocou antes e não o preparou adequadamente para a competição.

Vai Teixeira, não pára de lutar!

Lobby do Gaúcho – parte II

Incrível a sincronia entre as declarações de Ricardo Teixeira sobre Ronaldinho Gaúcho e a repentina enxurrada de matérias e entrevistas realizadas pela Globo com o jogador.

Vai Globo, não pára de lutar também!

Feroz é mato e eu sou o Bozo.

Ao som de The Dandy Warhols – Nietzsche

abraços aos queridos,