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O HISTÓRICO DE CORINTHIANS VS. BOCA JUNIORS NA LIBERTADORES

A poucas horas do início do confronto mais importante na história do Corinthians contra o Boca Juniors pela Copa Libertadores, nada como rever o histórico deste confronto na grande competição sul-americana de clubes.

 

José Ferreira Neto, grande astro do time do Corinthians em 1991, esforçou-se para reverter placar adverso no Morumbi

Os confrontos diretos entre ambos não é extenso. Além da partida de ida desta final, terminada em 1×1 em Buenos Aires, a história registra apenas duas outras partidas válidas pelo torneio, realizadas em 1991, mais exatamente pela fase oitavas-de-final.

Além da Libertadores, houve dois confrontos oficiais pela extinta Copa Mercosul quando o Boca derrotou o Corinthians por 3×0 em Buenos Aires seguido de empate por 2×2 no Brasil.

Voltando ao que interessa, na Copa Libertadores de 1991, os representantes brasileiros eram Corinthians (campeão brasileiro em 1990) e Flamengo (campeão da Copa do Brasil também em 1990).

Na fase de grupos, Flamengo e Corinthians disputaram duas vagas no grupo 3 que também contava com Nacional e Bella Vista do Uruguai. No final, o Flamengo levaria o 1º lugar com 9 pontos e o Corinthians conseguia a 2ª vaga com 6.

Posição que fez o Corinthians ter que encarar o temível Boca Juniors nas oitavas-de-final.

Naquela época, o Timão contava com a base campeã brasileira de 1990 com destaques para José Ferreira Neto, principal jogador daquela equipe, e para Nelsinho Baptista, técnico que conduzira o clube a seu primeiro título brasileiro (desde 1971).

 

BOCA JUNIORS 3×1 CORINTHIANS

17/4/1991

Buenos Aires, Argentina

No dia 17 de abril, Boca Juniors e Corinthians entravam em campo no mítico estádio La Bombonera de Buenos Aires para disputar a 1ª perna da chave eliminatória.

Aquelas oitavas-de-final tinham nomes que ressoam até hoje no mundo da bola, seja positiva ou negativamente.

Cortes de cabelo mullets imperavam entre os boleiros e o Boca Juniors contava com um certo Gabriel Batistuta que daria o que falar. Graciani seria jogador fundamental para o time argentino contra os brasileiros. Além deles, o treinador xeneize era Oscar Tabárez, atual treinador da Seleção Uruguaia.

Já no Corinthians, o destaque para a primeira partida era a ausência do meia Neto e o jogador Guinei que falharia em lances capitais da partida. Outros destaques eram o goleiro Ronaldo Giovanelli e Paulo Sérgio (futuro campeão do mundo pela Seleção Brasileira em 1994).

O Boca jogaria com Navarro Montoya, Sonora, Simon, Marchesini (Rabina) e Moyá, Pico, Giunta, Apud (Stafuza) e Latorre, Graciani, Batistuta. O técnico era Oscar Tabárez.

O Corinthians foi a campo com Ronaldo, Giba, Marcelo, Guinei (Édson) e Jacenir, Márcio, Jairo e Tupãzinho, Fabinho, Dinei e Paulo Sérgio (Viola). Técnico: Nelsinho Baptista.

No estádio, como de praxe, estava Diego Maradona, na época ainda jogador do Napoli e suspenso pela FIFA por 15 meses devido a doping.

Nelsinho Baptista havia feito os jogadores entrarem em campo para aquecimento cerca de meia hora antes do início do jogo com o intuito de fazê-los se acostumar com a pressão da torcida contrária.

A tentativa do treinador corintiano, apesar de louvável, foi ineficaz. O time demonstrou muita garra, mas Guinei teve noite infeliz. O Boca venceria por 3×1 com gols de Graciani aos 11 minutos após Guinei tropeçar sozinho ao tentar fazer a cobertura, Giba empatando de pênalti aos 40 minutos, Gabriel Batistuta fazendo o segundo também de pênalti aos 5 minutos do 2º tempo e voltando a marcar o gol final após nova falha de Guinei aos 29 minutos.

Confira alguns lances da partida.

 

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CORINTHIANS 1X1 BOCA JUNIORS

24/4/1991

São Paulo, Brasil

Após os 3×1 de Buenos Aires, a situação corintiana na Libertadores tornava-se difícil. Tirar a diferença no placar agregado contra uma equipe talentosa e tarimbada era missão inglória.

O goleiro Ronaldo Giovanelli no Morumbi sob chuva na partida de volta contra o Boca Juniors

Mas, nem por isso o torcedor corintiano desanimou e sob um Morumbi chuvoso, no dia 24 de abril, lá estavam mais de 65 mil fiéis para empurrar o Timão.

Neto voltava à equipe e a única saída corintiana era marcar o mais rapidamente possível. Algo que não aconteceu.

O Corinthians começaria com Ronaldo, Giba, Marcelo, Guinei (Édson) e Jacenir, Márcio, Wilson Mano e Neto, Fabinho, Tupãzinho (Dinei) e Paulo Sérgio. Técnico: Nelsinho Baptista.

O Boca tinha a seguinte escalação: Navarro Montoya, Sonora, Simon, Marchesini e Moyá, Pico, Giunta, Apud e Latorre (Abranovic), Graciani (Tapla) e Batistuta. Técnico: Oscar Tabárez.

O astro do time, Neto, teve as melhores oportunidades na 1ª etapa, inclusive com suas jogadas de bola parada. Mas, para desespero da fiel torcida, o jogo continuaria no 0x0.

Veio o 2º tempo, e com ele nova infelicidade de Guinei. O defensor corintiano escorregaria e Graciani ficaria livre para avançar e marcar aos 18 minutos.

O empate corintiano viria 10 minutos mais tarde com chute de Paulo Sérgio e falha do goleiro Navarro Montoya.

Insuficiente para o Corinthians, placar final 1×1 e Boca Juniors classificado.

Veja como foi.

 

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Não era a primeira Libertadores do Corinthians, mas foi a primeira grande lição que o time de Parque São Jorge aprenderia a respeito do torneio. Seguramente, parte da bagagem que faz o clube chegar aonde chegou neste ano de 2012.

O resto da história contou com o Boca Juniors eliminado mais adiante nas semifinais contra o Colo-Colo. A equipe chilena sagrar-se-ia campeã naquele ano em final contra o Olímpia paraguaio.

História dos confrontos diretos entre Corinthians e Boca Juniors que hoje poderá escrever a revanche corintiana contra os algozes de 1991.

URUGUAI SUPREMO

Uruguai, de branco, derrotando a Itália em Roma

Foi uma clara demonstração de força e confirmação da grande fase após o 4º lugar na Copa do Mundo de 2010 e do título da Copa América de 2011. É o que a seleção do Uruguai fez perante o mundo do futebol nas duas últimas datas FIFA sequenciais encerradas na última semana.

 No último dia 11, jogando no Estádio Centenário de Montevidéu, a Celeste atropelou o Chile por 4×0 em dia de gala de Luiz Suárez. O atacante do Liverpool marcou todos os quatro gols da partida válida pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de2014 aser realizada no Brasil.

 Com a vitória, o Uruguai alcançou a liderança da competição com 7 pontos em 3 jogos, conquistados, além da vitória sobre o Chile, em vitória sobre a Bolívia por 4×2 também em casa e empate contra o Paraguai por 1×1 como visitante.

 Não satisfeitos com o ótimo desempenho doméstico, a seleção de Oscar Tabárez aproveitou a folga na 4ª rodada das eliminatórias para viajar até Roma e enfrentar e vencer a boa seleção italiana comandada por Cesare Prandelli.

 O 1×0 do Estádio Olímpico romano foi conquistado com gol precoce de Sebastián Fernández aos 3 minutos de jogo, fato que proporcionou à equipe de Tabárez jogar defensivamente e forçar a Itália a partir para o jogo.

 No final, vitória de uma equipe bem postada, que sabe o que quer dentro de campo.

 E, por falar em eliminatórias, a Argentina de Lionel Messi passou por algumas emoções nas rodadas.

 Fiasco inicial com o medíocre empate contra a Bolívia em casa por 1×1 e recuperação na partida seguinte com vitória como visitante sobre a Colômbia por 2×1 e Messi marcando. A Argentina tem 7 pontos em 4 jogos.

 Surpresa positiva na América do Sul fica por conta da Venezuela. É bem verdade que há muito a seleção vinho tinto deixou de ser o saco de pancadas continental, mas ter vencido a poderosa Argentina na 2ª rodada do torneio alavancou a moral dos jogadores e, com nova vitória, agora sobre a Bolívia, por 1×0 em casa, a equipe ocupa o provisório 3º lugar na cola dos argentinos com os mesmos 7 pontos em 4 jogos.

 A zona de classificação é completada com o Equador que tem 6 pontos.

 Se o Uruguai impressionou entre os sul-americanos, a Alemanha não ficou para trás entre os europeus.

 

Thomas Müller marca contra a Holanda em Hamburgo

Na primeira rodada de amistosos, a equipe do técnico Joachim Löw conseguiu arrancar empate por 3×3 contra a Ucrânia em Kiev, após derrota parcial por 3×1.

 Em seguida, o grande show germânico veio em Hamburgo contra a Holanda, considerada uma das mais fortes seleções da atualidade, juntamente com a própria Alemanha. Vitória contundente por 3×0 com grande atuação de Thomas Müller.

 Além de Müller, marcaram para a Alemanha Miroslav Klose e Mesut Özil.

 Vitória justa de quem foi melhor durante os 90 minutos de jogo.

 

Inglaterra x Espanha

Em Wembley, a Inglaterra recebeu a Espanha campeã do mundo.

 Fábio Capello apelou à sua italianidade e armou aquele “catenaccio” típico da bota para enfrentar a seleção que tem o Barcelona como base.

 E o que se viu foi exatamente uma Espanha com a bola nos pés na maior parte do tempo, contudo enfrentando uma defesa fortíssima.

 O gol de Frank Lampard no 2º tempo garantiu a vitória inglesa por 1×0.

 Vitória que deu moral suficiente aos comandados de Capello para vencer o amistoso seguinte contra a Suécia também por 1×0 levando a seleção local à nona partida invicta.

 Se alguns se davam ao luxo de jogar amistosos, outros tiveram que suar um pouco mais para garantir lugar na fase final do Euro 2012.

 Foi o que ocorreu com Portugal que precisou da repescagem para se classificar.

 Repescagem disputada em dois jogos contra a Bósnia. Empate por 0x0 fora de casa e goleada por 6×2 em Lisboa.

 Falando em fase final da Eurocopa, confira os 16 classificados para o evento a ser disputado entre Polônia e Ucrânia em 2012:

 Polônia (co-anfitrião)

Ucrânia (co-anfitrião)

Espanha

Croácia

República Tcheca

Dinamarca

Inglaterra

França

Alemanha

Grécia

Itália

Holanda

Portugal

Irlanda

Rússia

Suécia

 O sorteio para definição dos quatro grupos será no dia 2 de dezembro em Kiev, Ucrânia.

URUGUAI HEGEMÔNICO VENCE COPA AMÉRICA E RATIFICA CONDIÇÃO DE MELHOR DO CONTINENTE

Levantando a taçaNão poderia haver maior justiça. E foi o que aconteceu neste domingo em Buenos Aires. Com total autoridade, o Uruguai derrotou o limitado Paraguai por 3 a 0 e conquistou a Copa América de 2011.

 Para a partida final, o estádio Monumental de Nuñez do River Plate foi o palco escolhido. Aliás, a única partida a ser realizada na capital argentina. Comenta-se que mais por questões políticas que por razões nobres. Seja na Argentina, seja no Brasil, a política baseada em interesses são determinantes na definição de anfitriões de eventos futebolísticos de grande porte. Além de tudo, os distúrbios causados pela torcida do River Plate no Monumental pela ocasião do rebaixamento da equipe colocaram a utilização do estádio na final em xeque.

 Política à parte, uruguaios e paraguaios foram a campo com históricos diversos no torneio. Enquanto o Uruguai chegava com vitórias contundentes nos momentos agudos do torneio, o Paraguai estava lá graças exclusivamente a empates.

 Torcedores uruguaios atravessaram o Rio da Prata a rodo e lotavam o Monumental, transformando o estádio do River em extensão de Montevidéu.

Forlán na comemoração de seus gols

E o Uruguai tratou de tomar a iniciativa desde o início. Ficava claro desde cedo que o objetivo de Oscar Tabárez era partir logo para cima e tentar a definição o mais breve possível. Isso talvez pela ciência das limitações paraguaias que apenas tiveram um parêntese nas partidas contra Brasil e Venezuela na fase inicial do torneio.

 Já antes do gol inaugural, Néstor Ortigoza fez pênalti que o árbitro brasileiro Sálvio Spínola não viu.

 Não fez falta alguma. Luís Suarez marcaria o primeiro gol já aos 11 minutos de jogo. Porteira aberta para o Uruguai deitar e rolar. E mais: o Paraguai teria que sair para o jogo desta vez.

 Só que o Uruguai continuou a ditar as regras e, antes do final do 1º tempo, Diego Forlán fez seu primeiro gol na Copa América, ampliando para a Celeste.

Oscar Tabárez: colhendo frutos

Na 2ª etapa, houve um esboço de reação paraguaia, nada que Fernando Muslera não pudesse evitar. No melhor lance, Nelson Valdéz recebeu belo lançamento e Muslera tocou o suficiente para que a bola fosse desviada para o travessão. O Paraguai ficou nisso.

 O terceiro gol uruguaio foi apoteótico. Já aos 89 minutos de jogo, a Celeste puxa contra-ataque veloz que é finalizado com Diego Forlán na saída de Justo Villar. Uruguai implacável. 3 a 0 e campeão da Copa América.

 Título mais que merecido para o Uruguai. Conquista que significa a hegemonia continental para este pequeno e pacato país sul-americano, já que foi a 15ª Copa América do país, contra 14 dos argentinos e somente 8 dos brasileiros.

Centenário em festa

Uruguai que teve o auge no futebol lá pela primeira metade do século XX com as Copas do Mundo de 1930 em casa e 1950 no Brasil. Figurou entre os melhores até os anos 70 quando foi semifinalista da Copa do México, caindo somente perante o Brasil de Pelé, e quando ainda via os poderosos Peñarol e Nacional ganharem suas Libertadores.

 Vieram os anos 80 e com eles a degradação econômica da América Latina. Jogadores formados no Uruguai que passavam e se consagravam nas grandes equipes do país começaram a tomar rumos sem escala para a Europa. Murchava o amor à camisa celeste da seleção. A produção de talentos escasseou. Talvez seja algo semelhante ao que ocorre com o Brasil atual onde o sonho de qualquer jovem que milita no futebol seja ganhar a Champions League por algum grande clube europeu em vez de vestir a camisa de grandes clubes brasileiros ou ganhar a Copa do Mundo pela Seleção. Claro, aqui há o componente político para bagunçar ainda mais o coreto.

Montevideo party

 Já nos anos 2000, com a chegada de Oscar Washington Tabárez – uruguaio de Montevidéu, com passagens em equipes importantes do futebol mundial como Peñarol, Boca Juniors e Milan – no comando técnico da Celeste, algo de diferente começou a ocorrer no país. Peneiras foram promovidas por todo o território uruguaio a fim de descobrir novos talentos. Nova geração despontou. Geração que, apesar de expatriada como as anteriores, mostrava novamente amor pela Celeste.

 Diego Lugano, contestado até mesmo quando chegou ao futebol brasileiro via São Paulo FC, é um dos símbolos do grupo. Campeão de tudo pelo clube brasileiro, transferiu-se para a Europa, fez a vida lá, mas não esquece a raça (às vezes até com um pouco de exagero) ao jogar pela sua seleção.

 O outro Diego, o Forlán, ainda declararia no pós-jogo que a honra e a emoção eram enormes, já que avô e pai levaram o mesmo caneco para o país. Aquela velha história de legado da família. Conscientização emocional que falta ou não é permitida que se tenha devido a circunstâncias adversas em terras tupiniquins.

 E outros exemplos são dignos de nota. Luís Suarez, astro do Liverpool e talvez o melhor da Copa América. Sebástian “Loco” Abreu, o ídolo botafoguense, ainda que no banco, mantém-se fiel à união do grupo.

 Eis a geração lapidada com tempo e paciência no Uruguai de cerca de 3 milhões de habitantes, dando lições nos gigantes Argentina e Brasil. E não é de hoje. Com a Copa América ganha em terras porteñas, o Uruguai apenas ratifica algo que começou ter resultado há um ano na África do Sul, quando chegou ao 4º lugar, à frente de todos os outros sul-americanos: a hegemonia continental no momento. Cabe aos outros correrem atrás do prejuízo.

Mario Ballotelli

 Que algumas equipes europeias estejam em pré-temporada pela América do Norte, muita gente já sabe. Que o Manchester City está por lá também, outros tantos estão a par. Que o City tenha empatado por 1 a 1 com Los Angeles Galaxy, tudo bem, sem novidades, pré-temporada para os europeus e meio de temporada para os americanos sedentos em aprender com eles.

 O diferente nisso tudo foi a jogada de Mario Ballotelli do City. O italiano tinha tudo para marcar. Mas quis fazer firula. Resultado: perdeu o gol. Companheiro indignado ao lado e substituído pelo irado técnico Roberto Mancini, também italiano. Na saída discussão entre ambos e Ballotelli inconformado no banco. Seria caso para tanto stress do treinador? Ou Ballotelli brincou com o que não deve? Só conferir a seguir.

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URUGUAI CONFIRMA GRANDE FASE E PARAGUAI AVANÇA SEM VENCER

Dupla dinâmica uruguaia: Luís Suárez e Diego Forlán

Uruguai e Paraguai farão a final da Copa América na Argentina. Em duas partidas semifinais marcadas pela presença de apenas um dos três favoritos iniciais ao título, além da seleção surpresa do evento, uruguaios e paraguaios garantiram vaga em jogos com características distintas.

Jogando em La Plata, o Uruguai se impôs à seleção peruana e fez 2 a 0. O time do técnico Oscar Tabárez iniciou melhor a partida e fato é que deixou de dominá-la em apenas um breve momento do 1º tempo quando começou a se perder na marcação peruana montada pelo técnico Sérgio Markarián. No hiato uruguaio, aos 23 minutos de jogo, o Peru teve sua grande oportunidade em cruzamento de Juan Vargas que Luís Advíncula não alcançou. Foi tudo que o Peru pôde fazer.

Comemoração junto ao técnico Oscar Tabárez

A definição da vaga veio no 2º tempo. No início os uruguaios sofriam com os mesmos problemas: marcação peruana compacta, não concedendo a definição de jogadas. Aí surgiram os nomes consagrados que justificaram a reputação.

Aos 7 minutos, Diego Forlán soltou um míssil que o goleiro Raúl Fernandez não suportou. No rebote, Luís Suárez completou para o gol.

O segundo não tardou. Em contra-ataque, Álvaro Pereira lançou Luís Suárez em profundidade. Fernandez sai desesperadamente, não acha nada e o craque do Liverpool completa.

Além do ataque definidor da dupla Forlán-Suárez, a defesa, com Diego Lugano, mostrava autoridade, ainda que com certo exagero na dose.

Exagero que provocou a expulsão de Vargas. Sebastián Coates marca forte e leva o peruano a acertar o uruguaio com uma cotovelada. Catimba uruguaia que funcionou.

Daí em diante foi apenas aguardar o final do jogo. Tudo muito bem controlado pela seleção do Uruguai.

Foi a vitória com mais autoridade do Uruguai no biênio 2010-2011, período da arrancada celeste a partir da Copa Mundo da África do Sul. Aproveitando-se também da relativa fragilidade do adversário, o Uruguai, diferentemente de outras partidas, inclusive daquelas vencidas, obteve vitória de time grande. Triunfo ao estilo “sou favorito, assumo e tomo a iniciativa para vencer”. Desta vez, nada de jogar como pequeno e buscar a vitória na raça. Não que ela não tenha existido, mas foi vitória de seleção favorita e tradicional que se impôs naturalmente.

Pé alto: brigando pela posse de bola

Na outra frente de batalha, Paraguai e Venezuela duelaram em Mendoza em reedição de grande partida da fase de grupos quando ambos empataram em 3 a 3.

E mais uma vez a seleção “Vinho Tinto” surpreendeu o continente ao apresentar bom e competitivo futebol. Se nos 3 a 3 da primeira fase o Paraguai teve tudo para vencer e permitiu a reação venezuelana, desta vez foi a Venezuela quem dominou quase toda a partida, deixando os paraguaios acuados em seu campo defensivo na maior parte do tempo.

Impressionante a confirmação da evolução do futebol venezuelano. Os vinho tintos jogaram como equipe de tradição, enquanto os paraguaios clamavam pelo final do tempo regulamentar e da prorrogação.

Venezuela: melhor em campo

Falando em clamor paraguaio, estranho como o futebol da equipe do técnico argentino Gerardo Martino se perdeu ao longo da competição. Após estreia aquém das expectativas contra o Equador (0 a 0), os paraguaios fizeram duas boas apresentações contra Brasil (2 a 2) e Venezuela (3 a 3) quando deixaram a vitória escorrer pelos dedos. Já nas quartas-de-final, novamente contra o time da CBF, o time guarani contou com excelente atuação do goleiro Justo Villar que salvou sua seleção da derrota e levou a decisão para as penalidades. De resto, nada mais contra os brasileiros. Queda de produção total.

Qualidade de jogo que não foi recuperada ontem em Mendoza. Foi quase um massacre ofensivo da Venezuela contra o Paraguai. Quanto mais próximo do final a partida estava, maior o domínio territorial venezuelano. Domínio acentuado na prorrogação.

Final de 120 minutos em 0 a 0, treinador Martino expulso mais uma vez e aconteceu o que os paraguaios nitidamente desejavam: pênaltis.

Aí os méritos técnicos se invertem. Com o nível de precisão estratosférico, os paraguaios converteram suas 5 cobranças. Todas elas muito bem efetuadas. Os venezuelanos também não estavam mal, até que Franklin Lucena desperdiça sua chance. Brilhou novamente a estrela de Justo Villar que fez a defesa. Paraguai na final sem brilhantismo e sem vencer nenhuma partida sequer. Final também da epopeia venezuelana por terras argentinas.

Agora é Uruguai contra Paraguai na final. É a grande chance da Celeste reinar absoluta no continente. Se vencer, será o 15º título uruguaio de Copa América que superaria as 14 conquistas argentinas. Já os paraguaios terão o desafio de levar o caneco para Assunción pela terceira vez na história, mas terão que jogar mais bola para superar o entrosado time do Uruguai. Se história ganhasse jogo, a Celeste já poderia comemorar. São 24 jogos entre ambos em Copa América com 13 vitórias uruguaias, 5 empates e 6 triunfos paraguaios.

Falando em levar o caneco, quem não levou a Copa do Mundo para casa foi o time americano feminino. Só que a repercussão do desempenho da equipe na América foi enorme. Prova disso foi a presença de Hope Solo e Abby Wambach no programa “Late show” de David Letterman. Confira um pequeno trecho.

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