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DE OLHO EM 2013

O embate entre o alvinegro paulista e o alvinegro praiano tinha todos os ingredientes para ser sem graça. Duas equipes sem maiores pretensões no certame, uma de olho no Mundial e a outra em 2013. De fato, as expectativas se confirmaram e o empate por 1×1 coroa mais um dos melancólicos jogos finais do ”chato” campeonato de pontos corridos.

Com a recente demissão do técnico Mano Menezes do escrete canarinho as maiores atenções da partida ficaram concentradas justamente no banco de reservas. Tite e Muricy, candidatos fortes ao posto de técnico da seleção mais gloriosa do planeta bola quebravam a cabeça para armar suas equipes com tantos desfalques, seja por lesões, suspensões ou até mesmo o simples ato de ”poupar” jogadores.

No mais, apesar da partida não possuir valor algum para o prosseguimento do Brasileirão, do lado do Santos muitos jogadores queriam mostrar serviço para permanecer no elenco em 2013, já os do Corinthians estavam loucos para cavar a sua vaguinha nos 23 que vão ao Japão e por esses e outros motivos o jogo ainda teve os seus bons momentos, mas bem poucos.

Deixando o clássico um pouco de lado, o Santos viveu uma semana de especulações, alguns nomes pintaram como possíveis reforços e como já é de praxe nessa época do ano foram todos apenas ilusões para o torcedor. Falaram em Diego Souza, que já foi pro Cruzeiro, falam de Montillo, Robinho, Diego e até o pirata Barcos, porém todos financeiramente inviáveis, ao que parece, para os cofres santistas. Confirmado mesmo até agora só zagueiro Neto, ex-Guarani e pelo andar da carruagem para as saídas de Ganso, Borges e Elano o torcedor santista terá que se contentar com Gerson´s Magrão, Bill´s e alguns Patitos.

Sem contratações impactantes o campeonato segue e a derradeira apresentação do ano será diante do já rebaixado Palmeiras, última oportunidade para garantir o lugar no time alvinegro versão 2013.

AS CARTAS ESTÃO NA MESA

Antes de qualquer comentário, uma confissão: este que vos escreve acreditava que Mano Menezes teria sucesso como treinador da Seleção Brasileira. Embora atendesse ao perfil ‘treinador-gaúcho-disciplinador´, Mano a meu ver tinha um estilo mais assemelhado ao do carioca Carlos Alberto Parreira, de quem fui pupilo inclusive, na ocasião da passagem do tetracampeão mundial pelo Internacional. Ledo engano: ao longo destes dois anos no comando da equipe, Mano colecionou muito mais fiascos do que sucessos.

Mesmo com todos os problemas e desagradando a boa parte da torcida, não dá pra se dizer que a demissão de Mano Menezes foi a ‘crônica de uma morte anunciada’. Pelo contrário. Dizia-se até, após a conquista do, hmm… ‘título’ do Superclássico das Américas, que finalmente a Seleção encontrava um certo equilíbrio. Bobagem: o fato é que o presidente da CBF, José Maria Marin nunca foi fã do gaúcho. Herdou de seu antecessor, Ricardo Teixeira o treinador e também o diretor de seleções, o folclórico ex-presidente corintiano Andres Sanchez. Sobrou para este último, inclusive, a ingrata tarefa de explicar a demissão. Justo ele, que era contra a demissão do treinador, tendo o convencido a não pedir o boné logo após  a perda da Olimpíada. Desta vez, Andres foi voto vencido.

O ex-jogador e agora deputado Romário sempre quis dar um cartão vermelho a Mano Menezes. Foto: Márcio Viana

Bom, enfim: talvez tenha havido mesmo esta falta de timing no desenrolar dos fatos. O certo é que – a um ano e meio da Copa do Mundo no Brasil – estamos sem treinador. E já começa-se a especular a respeito do substituto. O nome mais comentado, até antes da queda de Mano, Luiz Felipe Scolari, sem clube desde sua demissão do Palmeiras, foi avistado por este colunista caminhando tranquilo com a esposa pelas ruas do bairro de Perdizes esta semana. Ao que parece, é o candidato com menos empecilhos para assumir a Seleção. É o nome preferido de Marco Polo Del Nero, vice-presidente, segundo dizem.

O momento da filosofia “aqui é trabalho” na Seleção?

Igualmente falado, Muricy Ramalho segue no Santos. Talvez o timing também não seja o mesmo, dada a impossibilidade de assumir a seleção anteriormente, quando comandava o Fluminense.

A hora e a vez do bigode voltar?

Nome forte é o do nosso bravo Adenor Leonardo Bacchi, o popular Tite, prestes a disputar o Mundial pelo Corinthians. Como a CBF só deve oficializar a escolha do seu novo treinador em janeiro, pode ser uma opção considerável. De antemão, já digo que não gostaria de perder nosso vencedor comandante, seja qual for o resultado do Mundial. Tampouco acho que seria vantajosa uma volta de Mano Menezes ao Timão. O que passou, passou. Talvez seja a hora de Mano experimentar novos ares, numa seleção ou clube de outro país.

Adenor e sua treinabilidade na mira da CBF?

Falando em outro país, o jornal Lance noticiou – por meio de seu fundador, Walter de Mattos Junior – que, consultado a respeito, Pep Guardiola aceitaria treinar a Seleção.

Mais um confissão: sempre achei uma bobagem enorme e que seria uma medida populista pensar em trazer Guardiola pra treinar o Brasil. Sobretudo num momento em que o país será sede da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014. No entanto, posso dizer que mudei de opinião. Não me parece ideia tão absurda assim. Talvez  – paradoxo dos paradoxos – com um estrangeiro, a seleção do país finalmente recupere sua identificação. Ademais, serve como inovação e quebra um pouco do marasmo das figuras carimbadas e a ausência de novidades em escalações e esquemas. Pep sempre declarou se espelhar no Brasil do passado para fazer o time do Barcelona jogar com aquela classe que todos presenciaram no último Mundial de Clubes. Ainda é prematuro apostar todas as fichas nele, mas quem sabe? Pode ser a chance de Marin acrescentar mais algumas medalhas à sua coleção particular.

Seria o momento oportuno para ter Guardiola na Seleção? Ao que parece, ele aceitaria…

MARASMO

Depois de emplacar uma boa série de resultados, mesmo com a ausência de Neymar, o Santos demonstrava seus últimos vestígios de força por algo melhor nesse Brasileirão, porém o ”marasmo” que tomou conta da equipe nas últimas duas partidas enterrou qualquer chance de chegar à Libertadores da próxima temporada e é justamente no ano de 2013 que as atenções do clube já estão voltadas.

Com o miolo da tabela praticamente assegurado, o Santos se prepara nos bastidores para montar um time competitivo e que não necessite tanto do talento de Neymar. O jogador inclusive ”soltou os cachorros” pra cima dos companheiros, pós medíocre apresentação do time contra o Naútico. Segundo ele, os seus companheiros de clube não podem simplesmente esperar que ele decida todos os jogos.

Eu particularmente assino embaixo, até porque a camisa que esses jogadores vestem é tão gloriosa e importante que não precisaria de mais nenhum tipo de motivação para cada um deles comer grama durante os 90 minutos, além disso os salários astronômicos que muitos deles recebem não estão de acordo com essa falta de vontade e com essa acomodação de achar que ”tocar a bola” no Neymar resolverá todos os problemas. O Santos precisa de mais do que isso, um clube tão grande não pode ficar a mercê de um jogador, por melhor que ele seja.

O mínimo que se espera em uma situação como essas é  que os jogadores se doem dentro de campo e já que não conseguem um padrão sem o seu maior craque pelo menos auxiliem o mesmo a poder demonstrar todo o seu talento. O garoto não pode simplesmente pegar a bola driblar os 11 adversários e fazer o gol, se bem que não é bom que se duvide disso tamanha a sua capacidade.

Em suma, o Santos precisa se planejar melhor para 2013, reformular o seu elenco e encontrar jogadores que supram as ausências de Neymar e que na presença dele o ajudem a ser decisivo. Um craque decide partidas, mas só um time ganha campeonatos.

RENOVAÇÃO

Após mais um empate frustrante e a aniquilação do sonho de voltar a Libertadores, o Santos volta suas atenções para 2013 sem se esquecer é claro do risco ínfimo de rebaixamento que matematicamente ainda compõe sua realidade no Brasileirão. Porém o que vem incomodando o torcedor santista é a dependência da equipe por um jogador, o que reflete na falta de um padrão tático, que há muito não se vê na equipe, e na não reposição de peças a altura para suprir contusões, ausências e a até a saída de alguns jogadores outrora importantes para o time.

De fato, desde a chegada do técnico Muricy, com exceção a Libertadores de 2011, o Santos não consegue encaixar um esquema de jogo eficaz, ora a defesa fica vulnerável, ora o meio campo não produz, e assim o time se limita ao famoso ”joga bola no Neymar que ele resolve” e felizmente ou infelizmente tem dado certo e a ”era Muricy” já acumula 4 títulos em 2 anos.

O grande problema de tudo isso é que o clube se torna refém do talento de um único jogador e vive duas realidades completamente distintas ”com” e ”sem” Neymar em campo. Contudo seria justamente nesses momentos de ausência de peças, ou melhor, da peça mais importante do time que a figura do treinador deveria prevalecer, ainda mais quando se trata de um técnico tetra campeão nacional, mas a história recente mostra que não é isso que acontece.

O treinador simplesmente não consegue armar a equipe e o que se vê em campo é um time instável, que oscila muitas vezes durante uma mesma partida. Exemplo disso foi o empate contra o Internacional, no qual o Santos dominou o primeiro tempo com muito volume de jogo e inexplicavelmente se perdeu na segunda etapa dando a impressão de que os 11 jogadores haviam sido trocados no intervalo.

É evidente também que não se pode apenas colocar na conta do treinador toda a queda de rendimento do Santos já que sem um elenco de qualidade não se pode exigir muita coisa. O que preocupa é que para as saídas de jogadores como Elano, Borges e Ganso a diretoria trouxe Gérson Magrão, Bill e Everton Páscoa.

Por isso fica cada vez mais claro que o clube precisa mudar, ou melhor, se renovar por completo. O vexame no Mundial de clubes, o mar-asmo dos dois jogos na eliminação para o Corinthians na Libertadores desse ano e a irregularidade no Brasileirão explicitam que já passou da hora dessa renovação acontecer. E não digo uma renovação só de jogadores, esta também é necessária, mas sim do comando, o que envolve diretoria e comissão técnica.

Resumindo, não quero aqui crucificar nem apagar tudo o que foi construído pelos profissionais que estiveram comandando o clube nesses dois anos, até porque foi um período de trabalho muito bom, com 4 títulos, a reconquista da América e uma evolução imensa no marketing e na parte financeira do Santos.

Entretanto o futebol tem por característica o seu dinamismo e para que nomes que se colocaram na história do clube nesse período não se ofusquem, respirar novos ares é preciso. Justamente para que o Santos continue firme na sua trilha recente de conquistas e glórias.

POR POUCO

Se os ‘Meninos da Vila’ achavam que teriam vida fácil no ‘clássico’ disputado na tarde do último domingo (1), no Canindé, tiveram uma grande e, quase, indigesta surpresa.

Demonstrando mais uma vez muita raça e determinação, os comandados de Geninho se impuseram diante do time de Neymar e cia. e dominaram grande parte do jogo, desperdiçando inúmeras chances, que foram determinantes para o frustrante resultado final da peleja: 0 a 0.

Com o resultado, a Portuguesa continua na 12ª posição, com oito pontos. Na próxima rodada, a Lusa tem uma parada dura pela frente. Encara, fora de casa, o líder Atlético-MG, embalado pela ótima vitória contra o Grêmio, no Olímpico. Atenção, rapaziada! Foco.

Ok, o empate foi amargo para a Lusa. Deixando no ar a sensação de que a vitória poderia ter vindo. Porém, há o que se comemorar: a Lusa continua invicta nos duelos contra times paulistas – empatou com o Palmeiras (1 a 1) e venceu o São Paulo (1 a 0) na competição.

E outra: após o segundo jogo como capitão, o pentacampeão Dida mostrou que a diretoria acertou em cheio na sua contratação. Durante toda a partida, o camisa 1 liderou mais uma vez sua equipe, além de praticar boas e importantes defesas, como em uma cabeçada à queima-roupa de Durval. Boa, ‘garoto’!

A cada jogo que passa, o time rubro-verde tem demonstrando uma grande e significativa melhora. Não na parte técnica, que sabemos que é limitada, mas na parte emocional e, principalmente, tática.
Créditos para Geninho, que enfim, acertou a equipe. Conta com um ótimo e experiente goleiro, uma defesa que parece estar se entendendo, um meio-campo pegador e um ataque veloz. Creio que é necessário apenas melhorar nos quesitos finalização e criação.

Conversando com alguns amigos lusitanos, os mesmos me disseram que com tal melhora apresentada pelo time do Canindé, a maioria da torcida começa a sonhar com uma possível vaga para a próxima edição da Copa Sul-Americana. Será?

Ainda é cedo, mas é preciso ter foco. Se o objetivo traçado é alcançar a vaga, que a Lusa lute até o fim. O importante é começar a fazer pontos e se distanciar ao máximo da zona da degola.

Do lado santista, vimos um time apático em campo, vivendo apenas de lampejos de seus principais jogadores: Ganso e Neymar. Este último, que até tentou, com alguns dribles e boas jogadas. Inclusive, em uma delas, talvez a melhor do jogo, o camisa 11 arrancou, sofreu a falta dos adversários, resistiu em pé, não caiu e rolou na boa para Borges, que dominou livre, na frente de Dida e…isolou, para desespero de Muricy e toda torcida do Santos presente, em bom número, ao Canindé.

Com o resultado, o Peixe continua sem vencer na competição e amarga a 18°colocação, com 4 pontos em 21 disputados. Que fase!!!

Guilherme carimba o travessão de Rafael. (Foto: Ivan Storti)