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Agradável surpresa de domingo!

Não é uma questão de querer ser saudosista e levantar a bandeira de que tudo o que era feito antes, em termos musicais, área em que eu atuo, era bem melhor e mais divertido das que nos são apresentadas hoje em dia.

Todo tipo de arte é viva e não sepulta suas obras assim que são lançadas, ela segue seu curso em transformação e se renova sempre que necessário.

Se fosse ao contrario, a arte cênica teria sido enterrada na Grécia antiga, na literatura só teríamos a Bíblia para ler e o cinema nunca mais existiria depois que acenderam as luzes do local publico onde os Irmãos Lumière fizeram a primeira apresentação do filme “O Cinematógrafo”.

De tempos em tempos alguém decreta a morte do rock, mas nunca sou convidado para o velório, porque sempre no meio de tudo isso sou convidado para algum evento que me mostra que ele está mais vivo do que nunca.

O desta vez aconteceu na tarde de domingo, final da Eurocopa, e foi realizado no veterano bar Cerveja Azul, cravado no tradicional bairro paulistano da Mooca e que teve a apresentação de várias bandas.

Confesso que fui com um pé atrás, pois só conhecia uma delas, a Mosh, que faz um som mais pesado e gritado, estilo que particularmente não gosto.

Mas como o que é combinado não sai caro e eu sou amigo do jovem vocalista Nikolai, fui prestigiar, com o espirito pronto para uma tarde de gritarias sonoras e rebeldias adolescentes.

Mas a tarde se mostrou muito diferente do que eu havia imaginado e me pregou um agradável surpresa, além de me fazer voltar no tempo, a do começo das minhas discotecagens, onde tudo era uma grande novidade, me deu grandes esperanças do que está por vir.

Enquanto esperávamos o inicio dos shows, ainda no bar, ouvimos uma pequena introdução ao vivo, que de tão bem tocada, parecia ser uma gravação e ao nos aproximarmos do palco uma banda já estava a postos.

Uma garota descalça assumia os vocais num inglês perfeito, rodeada por dois guitarristas, um baixista e um baterista, que apesar da pouca idade, parecem estar na estrada há muito tempo, de tão perfeito que eles jogavam suas musicas pelos amplificadores e caixas de som da casa.

Lost is Translation se mostrou talentosa demais, com um repertório calmo, canções sensíveis, que não fica devendo nada para muitas bandas que cultuamos e eu não me importaria, de modo algum, de fica-los ouvindo a tarde inteira.

Na sequencai foi a vez dos cariocas do Out Profile seguirem pelo caminho das surpresas e com suas letras em português, uma sonoridade a la Seaweed, um vocal marcante e emocionados por estarem tocando pela primeira vez fora dos seus domínios, mostraram o quanto são competentes.

Inclusive nas versões que ele escolheram para tocar, que com certeza não foi um resgate, já que pela idade eles não viveram in loco a grande fase das bandas que eles resolveram homenagear: Blur com Song 2 e Radiohead com a bela Creep.

Pela cara dos meninos depois do show, valeu, e muito, o bate volta que eles fizeram entre Rio e São Paulo nesse final de semana. Para quem viu a apresentação a esperança é que eles voltem em breve.

O dia já estava ganho quando a banda do meu querido amigo Niko subiu ao palco, mas de nenhuma forma eles colocaram tudo a perder, além de uma energia contagiante vários aspectos positivos pode se notar na apresentação da Mosh.

Que em destaque tem um baterista gordinho de treze anos, que é simplesmente uma figura e detona demais e uma baixista que ser for mais velha que ele é coisa de poucos meses e bem magrinha que se transforma no palco.

As letras, apesar de gritadas, tem conteúdo e protesto, algo que tem faltado em muitas bandas de marmanjões por ai.

Voltei para casa depois de uma tarde de domingo, que normalmente é morta, me sentindo mais vivo do que nunca, tão vivo quanto o rock’n’roll, que nunca ira morrer.

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