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“CALA A BOCA MARADONA”

Na reestreia do Programa Ferozes FC, na Rádio Antena Zero, o nosso convidado especial foi o jornalista Celso Cardoso. Dentro da agradável conversa, Celso, que também é músico e vocalista da banda “Os Impossíveis”, falou sobre o lançamento de seu trabalho solo e um single de tema curioso, dentro do universo da bola, mas não podia ainda nos adiantar qual seria.

O suspense criado fora desvendado agora, com a divulgação de “Maradona Cala a Boca”.

O resultado ficou bem bacana. Veja a letra:

Baltazar, Nilton Santos, Zizinho; Oscar, Canhoteiro, Neymar e Danilo;

Gilmar, Tostão, Jair da Rosa Pinto, Djalma Santos, Gerson, Rivelino;

Ademir da Guia, Cláudio, Ronaldinho; São Marcos, Muller, Wladimir e Serginho;

Palhinha, Leão, Roberto Carlos, Rivaldo; Luís Pereira, Odirlei e Ronaldo… Cala a Boca, Maradona!

Zito, Garrincha, Dicá, Dirceu Lopes; Zico, Romário, Raí, Dr. Sócrates;

Juninho, Pelé, Aldair, Falcão; Luisinho, Mazzola, Didi e Pagão.

Cala a Boca, Maradona! Cala a Boca, Maradona!”

Ouça também no link:

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GOL ANTOLÓGICO DE MARADONA CONTRA A INGLATERRA VISTO POR UM OUTRO ANGULO

O vídeo foi postado em 2013, mas começou a pingar hoje pelos cantos virtuais. Ou eu que cheguei atrasado e, encantado com a pepita, estou fazendo estardalhaço além da conta.

Trata-se do gol de Maradona contra a Inglaterra na Copa de 1986. Aquele que para muitos, trata-se do mais espetacular gol da história das Copas.

Concordemos ou não, deixar passar isso em branco aqui pelo Golden Goal do FFC seria um sacrilégio. Acompanhe então o golaço de El Pibe de Oro contra os ingleses:

 

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QUANDO UM REI PERDE O SEU POSTO?

Messi tornou-se ontem o maior artilheiro do Barcelona em todos os tempos.

A cada nova partida do argentino algum tipo de recorde é batido. Algum número outrora inalcançável vira fumaça.

E quando não há nada de significativo para apontar em Messi o novo Messias da bola, os teóricos da pelota mexem em suas planilhas e acham algum feito magnífico: “Messi acertou ontem o 12.734º passe correto para o lado direito sem bagunçar a franja”; “Incrível! Messi deu um pique de 200 metros sem respirar”. Coisas do tipo.

O argentino é um verdadeiro fenômeno. O verdadeiro fenômeno. Já está entre os maiores de todos os tempos e é o maior de sua geração.

E em sua geração ele compete com Cristiano Ronaldo e Neymar. Pelo menos até que surja um novo talento fora do comum.

Mas e em relação aos maiores de todos os tempos. Qual é a colocação de Messi em meio a Pelé, Cruyff, Beckenbauer, Di Stefano, Zidane e tantos e tantos outros, além de Maradona?

E Maradona por último por que me parece via de regra que hoje uma grande parte dos fãs de futebol aponte o fato de Messi já ter superado Maradona. Proporcionalmente falando, os feitos de ambos aos 24 anos (idade de Messi) dão ao gênio do Barcelona uma ampla vantagem.

Mas então se Maradona fora até poucos dias a grande sombra ao reinado do rei do futebol e hoje Messi já o superou, quer dizer então que aos 24 anos o argentino só esta atrás do Rei Pelé?

Bom, ao menos por enquanto percebo certo temor, mesmo nos mais audaciosos, em cravar a predileção a Messi em detrimento a Pelé. Mesmo que seja para iniciar um comparativo.

Mas o ponto em que pretendo aqui chegar é outro. É mais no que os antigos detentores de todos os recordes da bola podem fazer para impedir que Messi se torne o Rei do Futebol.

Cristiano Ronaldo e Neymar podem tentar.

O português é espetacular, mas não me parece ter muito mais o que desenvolver. Atingiu um patamar que também o coloca entre os maiores, mas nunca será o maior, já que sequer é o maior de sua geração. Mas ele pode tentar, pode espernear, pode fazer biquinho e não prestigiar a ascensão de Messi, como por exemplo não indo as entregas dos prêmios de melhor do ano, como fez da última vez.

Neymar tem apenas 20 anos e parece ainda ter muito a crescer. Está ainda distante de Messi e mesmo de Cristiano Ronaldo. Mas será para mim o grande desafiador de Messi ao trono de melhor de sua geração. Entretanto, me amparando em análises frias, em achismos e no que acredito entender de futebol, não chegará a tanto.

Mas aí é que está. Eles dois podem tentar.

Maradona não mais. E o quão desesperador pode ser para alguém que sempre foi alçado ao posto de 2º maior de todos os tempos, hoje já sequer ser considerado o melhor da história de seu país?

Alguém que sempre se mostrou orgulhoso de seu status. Mostrou-se sempre presunçoso na mesma medida de sua genialidade com a bola nos pés. De repente não ter mais a adesão da massa a sua causa em desbancar Pelé.

E o pior de tudo. Contra isso ele nada pode fazer.

E digamos que Messi continue transformando todos os recordes em fumaça, todos os adversários em barreiras transponíveis, todos os títulos em coleção particular e mediante isso, um dia alguém surja com a dúvida que irá então se tornar de todos: “Terá Messi superado Pelé?”.  “Será Messi o novo padrão para se apontar o melhor em algo em qualquer esfera?”.

O que poderá o Rei do Futebol fazer para mudar isso?

Neste caso ele irá finalmente se igualar a Maradona, pois também nada poderá fazer.

Em tempo: Sou dos que não gosta de misturar gerações, apontar o melhor dentre os melhores. O esporte muda muito de tempos em tempos e as comparações tornam-se injustas. Mas o mundo é injusto. Pensem nisso.

Chazinho de Coca – A Argentina jogou, venceu e convenceu.


Texto: João Paulo Tozo
Foto: Reuters

Contra a outra das Coréias da Copa – a boa (na bola) Coréia – os hermanos partiram logo para o abafa. Com 20 minutos já venciam por 1X0 e criavam chances em sequencia. Os sul-coreanos perdidos, ante a volúpia ofensiva do time de Maradona, não conseguiam organizar-se em campo.

Aos 33 Higuain marcou o seu 1º, em desvio de cabeça de Burdisso, que encontrou o inspirado atacante livre.

Com dois na lomba, os coreanos acordaram, mas só chegaram ao gol em uma falha bisonha do zagueiro Demichellis – zaga, aliás, que é o único ponto de interrogação dessa Argentina até o momento.

No 2º tempo o jogo deu uma esfriada e a Coréia chegou a ameaçar. Até que Yeum Ki-Hum perdeu um gol na cara de Romero. Acabou ali o ímpeto coreano.

Messi ligou a tomada novamente e em grande jogada chutou na trave, no rebote Higuaín recebeu livre – e em impedimento – e guardou o seu 2º tento.

Fatura liquidada, volúpia não saciada.

Os hermanos mantiveram-se no ataque e em mais um grande lance de Messi, o craque deu um passe por cima da zaga e encontrou Aguero, que por sua vez deixou para Higuaín marcar o seu 3º gol, o quarto da Argentina.

Gol que o deixa na artilharia da Copa. Que deixa a classificação argentina muito bem encaminhada. Que deixa o mundo de olho na seleção dos caras.

O próximo jogo é contra a fraca Grécia. Curiosamente a seleção que levou o último gol do gênio Maradona em uma Copa do mundo, em 1994. Um golaço, diga-se de passagem e para variar. Reveja:

A impressão deixada nesse jogo é que a Argentina deixou de ser um selecionado de ótimos jogadores e passou a ser uma equipe forte e formada por esses excelentes jogadores.

De repente Maradona tornou-se, enfim, um técnico de futebol. Será canonizado vivo se for campeão também como técnico.

Falando nos hermanitos e em seu belo jogo, deu vontade de escutar um clássico dos nossos vizinhos. Fiquem com Carlos Gardel – Por Una Cabeza:

Cheers,

La Mano de Dios – Dunga e Maradona não são iguais

Dunga e Maradona não são iguais

Eu não jogo como Dunga, absolutamente. Dunga batia, eu não, eu esquivava deles”. Foi isso que Maradona disse quando um repórter o comparou a Dunga, logo que assumiu o cargo de técnico da seleção argentina.

Pois é, mas as diferenças não param por aí. Algum de vocês lembra de Dunga alguma vez assumir responsabilidade por más atuações da seleção Brasileira (e olha que não foram poucas)? Ou de alguma vez Dunga ter vindo a público e dizer que errou na armação da equipe, ou na escalação de determinado jogador? Eu não me lembro. Pelo contrário, só consigo rememorar declarações ríspidas, confusas ou sem o menor conteúdo, além de serem sempre permeadas por uma virilidade tão louvada no Dunga jogador, mas tão baixa na figura do técnico…

Maradona, assim como Dunga, é um técnico que assumiu uma seleção extremamente importante sem ter qualquer experiência prévia relevante na função de técnico de futebol. Além disso, as duas seleções vem oscilando, mesclando alguns poucos jogos dignos de nota com apresentações sofríveis. Mas nem por isso eles são iguais.

Ontem, um dia após a vexatória sapecada de 6×1 que a Argentina tomou da Bolívia, todos os jornais do país vizinho culpavam Maradona pelo péssimo desempenho da alvi-celeste. Não sem razão. E Maradona, o que fez quando questionado sobre a atuação?

“Eu me equivoquei e paguei por isso. Nunca pensei que essa goleada pudesse acontecer”. Foi o que disse o Pibe.

Definitivamente, Dunga e Maradona não são iguais.