A grande vitória do Chelsea sobre o Manchester City fora de casa por 0x1 marcou o ápice da 24ª rodada da English Premier League.
Não para menos, tratava-se do confronto de dois postulantes ao título da mais badalada liga nacional de futebol do mundo e as equipes não decepcionaram, especialmente os Blues de Londres que, sob o comando do português José Mourinho, obtiveram espetacular vitória no Etihad Stadium.
Mourinho surpreendeu de certa forma ao deixar Oscar no banco em nome de uma formação mais fechada. Não era para menos, o adversário obtivera diversas goleadas em rodadas anteriores e vinha de 19 vitórias em 20 jogos somados todos os campeonatos em disputa.
O resultado da aposta do treinador português foi positivo, e além do esperado.
Ao jogar com praticamente cinco defensores e fortalecendo demais a marcação no meio de campo (Branislav Ivanovic, David Luiz, Gary Cahill, John Terry e César Azpilicuelta), o Chelsea, além de ter sido exitoso no aspecto defensivo, deixou os Citizens sem ação em diversos pontos do campo de jogo, sendo perigoso até mesmo no ataque com três bolas na trave adversária.
O gol da vitória chegaria aos 32 minutos de jogo com chute certeiro do sérvio Branislav Ivanovic em sobra após jogada da equipe.
Destaque para a grande atuação do belga Eden Hazard, o melhor em campo.
Após a partida, Mourinho ressaltou a superioridade do Chelsea naquele dia, porém deixou claro que os Blues não são melhores que os Citizens.
Já Manuel Pellegrini lamentou os desfalques do Manchester City, sobretudo do brasileiro Fernandinho.
Arsenal, Manchester City e Chelsea disputam acirradamente o título da temporada.
Manchester City e Chelsea provaram que uma partida de futebol não precisa ter placar elástico para ser considerada excelente.
A expectativa era de maior equilíbrio, algo que surgiu somente no quarto final da partida entre Manchester City e Bayern em Manchester, mas fato é que os atuais campeões da UEFA Champions League aplicaram toda sua técnica coletiva superior e venceram os anfitriões com autoridade por 1×3 com gols de Franck Ribery, Thomas Müller e Arjen Robben, além do gol de honra de Álvaro Negredo.
GRUPO D:
Manchester City FC 1×3 FC Bayern München
Manchester, Inglaterra
Josep Guardiola decidiu retornar à velha e consagrada formação dos bávaros com Bastian Schweinsteiger na meia e Philipp Lahm à direita, além de optar por Thomas Muller no ataque em detrimento de Mario Mandzukic, destaque do time do início de temporada.
E, logo aos 7 minutos de jogo, o francês Franck Ribery, caindo pela esquerda, arriscou próximo à entrada da área e anotou, deixando a dúvida no ar sobre possível falha do goleiro da Seleção Inglesa Joe Hart.
O gol inicial desestabilizou o planejamento tático de Manuel Pellegrini. Os Citizens não encontravam espaço de penetração na defesa adversária e a marcação de saída de bola por parte dos alemães mostrava-se eficiente.
Foi um 1º tempo de amplo predomínio representado pelos 67% de posse de bola do Bayern.
Na 2ª etapa, o City procurou demonstrar maior motivação na tentativa de empurrar os visitantes para seu campo de defesa, mas tiveram nova decepção aos 11 minutos com novo gol, agora com Thomas Muller.
Logo na sequência, Arjen Robben ampliaria para 3×0 no Etihad Stadium.
Somente na parte final, já aos 79 minutos, Álvaro Negredo conseguiu o gol do City e, a partir daí, os anfitriões conseguiram impor seu jogo com bola na trave de David Silva inclusive.
Muito pouco e muito tarde para o Manchester City.
Foi a sétima vitória sequencial do Bayern na UCL, além da primeira derrota do técnico chileno Manuel Pellegrini em casa. De quebra, muitos colocaram grande parte da responsabilidade do revés Citizen sobre as costas de Joe Hart.
PFC CSKA Moscou 3×2 FC Viktoria Plzen
São Petersburgo, Rússia
Na partida de abertura da rodada na Rússia, o CSKA derrotou os tchecos do Viktoria Plzen por 3×2 graças, sobretudo, a enorme falha do goleiro eslovaco Matus Kosacik que não dominou bola proveniente de simples recuo por parte de Radim Reznik (assinalado como autor de gol contra).
O time russo teve como um dos grandes destaques o japonês Kaisuke Honda, além do atacante sérvio Zoran Tosic.
O Plzen lutou bravamente a todo instante e, após sair na frente no placar com Frantisek Rajtoral, ainda conseguiu trazer emoção final ao diminuir para 3×2 com Marek Bakos.
Com o resultado, o CSKA mantém-se vivo na disputa pela segunda vaga do Grupo D.
Confira a falha do goleiro Matus Kosacik a seguir.
Em partida marcada pelo recorde de atuações do galês Ryan Giggs na UCL, que entrou em campo no 2º tempo no lugar de Marouane Fellaini para completar 145 jogos disputados, o Manchester United cedeu empate aos anfitriões do Shakhtar Donetsk a menos de 15 minutos do final.
Os Red Devils saíram na frente com gol de Danny Welbeck após boa jogada de Fellaini.
Pressionado, David Moyes efetuou diversas mudanças na equipe em relação à partida anterior (derrota para o West Bromwich por 1×2 em Manchester pela English Premier League). Wayne Rooney, lesionado, era ausência. Em compensação, Robin Van Persie estava de volta.
Além do gol, o United apresentava superioridade na 1ª etapa, já que os anfitriões mal conseguiam ultrapassar o meio de campo.
Tudo estava no mesmo padrão na etapa final, até que, repentinamente, o Shakhtar obteve o empate através de jogada pela esquerda de Yaroslav Rakytskyy com cruzamento interceptado por Nemanja Vidic que teve sobra com chute perfeito do brasileiro Taison Freda.
Foi um verdadeiro castigo para o Manchester United. Típico de equipes que atravessam momentos ruins. Derrota que significa mais pressão para David Moyes.
Bayer Leverkusen 2×1 Real Sociedad
Leverkusen, Alemanha
Os donos da casa do Bayer Leverkusen obtiveram vitória ao apagar das luzes e impondo verdadeiro sofrimento aos espanhóis do Real Sociedad.
Simon Rolfes marcou o primeiro gol dos alemães nos acréscimos do 1º tempo, mas Carlos Vela reigualou o marcador logo no princípio da etapa final.
Já aos 92 minutos de partida, Jens Hegeler fez o gol decisivo de falta para o Leverkusen que se recupera da derrota inicial para o Manchester United e volta a sonhar com a próxima fase.
Em partida que marcou a estreia de Roberto Mancini como treinador do Galatasaray turco, a Juventus voltou a decepcionar na competição europeia e apenas empatou em casa contra os visitantes.
De fato, faltou intensidade ao time Bianconeri. As dificuldades já ficaram expostas ainda na 1ª etapa e, aos 36 minutos, o experiente Didier Drogba, após erro de Leonardo Bonucci, abriu o placar no Juventus Stadium.
Sabedor do fiasco inaugural da equipe perante o Real Madrid (derrota em casa por 1×6), Mancini povoou o meio de campo com cinco jogadores.
As dificuldades de criação da Juve eram totais e Antonio Conte lançou o espanhol Fernando Llorente na partida.
O gol de empate dos anfitriões viria somente aos 78 minutos e através de penalidade sofrida por Fabio Quagliarella em ação de Nordin Ambarat e cobrança de Arturo Vidal.
A fatura parecia ter sido resolvida de forma apoteótica aos 87 minutos com gol de cabeça de Quagliarella após cruzamento de Andrea Pirlo, mas Emut Bulut empataria no minuto seguinte.
Final emocionante em Turim com segundo empate para a Juventus e bom início de trabalho para Roberto Mancini no Galatasaray.
Real Madrid CF 4×0 FC Copenhague
Madri, Espanha
Vitória tranquila para os Merengues em casa com dois gols de Cristiano Ronaldo e outros dois de Angel Di Maria sobre o limitado Copenhague no Estádio Santiago Bernabéu.
Iker Casillas foi o titular no gol e Gareth Bale ficou de fora por lesão.
Excelente resultado para Carlo Ancelotti que recebera as primeiras contestações após a derrota sofrida para o Atlético Madrid também em casa no último final de semana.
A questão no Madrid é justificar o investimento altíssimo feito em Bale em detrimento da saída de Mesut Özil. Algo a ser demonstrado dentro de campo no decorrer da temporada.
Com grande atuação de Zlatan Ibrahimovic, que marcou duas vezes e assistiu no gol de Marquinhos, o PSG venceu tranquilamente seu principal oponente no Grupo C, o Benfica.
O gol inicial logo aos 5 minutos e dos dois seguintes resolveram a partida em meia hora de peleja no Parc des Princes e transformaram a partida em verdadeiro passeio para os locais de Laurent Blanc.
Lucas Moura foi reserva e entrou na etapa final. À frente, Blanc optou por Ezequiel Lavezzi e Edinson Cavani, além do próprio Ibra.
RSC Anderlecht 0x3 Olympiacos FC
Bruxelas, Bélgica
O Anderlecht decepcionou em Bruxelas em jogo chave para as pretensões de ambas as equipes visando a sobrevivência no Grupo C.
A fatura foi resolvida com hat trick de Konstantinos Mitroglou e colocou os gregos do Olympiacos na disputa pela segunda vaga contra os portugueses do Benfica.
Em seu exórdio nos badalados clássicos de Manchester, o técnico do United, David Moyes, descobriu a face dura do cargo que ocupa ao ver sua equipe ser categoricamente derrotada pelos anfitriões arquirrivais do City por 4×1. Tudo que bastava para vir à tona a sombra do longevo antecessor, Alex Ferguson.
Os problemas para os Red Devils começariam antes do início da partida com a confirmação do afastamento de Robin Van Persie após diagnóstico de distensão na virilha. Ausência que sequer o retorno de Danny Welbeck pôde amenizar. Trabalho facilitado para Vincent Kompany, Pablo Zabaleta e companhia na zaga Citizen.
Sergio Aguero abriria os trabalhos aos 16 minutos de jogo ao marcar em chute de esquerda na entrada da área.
Quando a partida parecia para caminhar para o 1×0 no final da 1ª etapa, Yaya Touré marcou o segundo gol para os anfitriões, fazendo justiça ao predomínio de posse de bola da equipe.
Quando a expectativa era de maior equilíbrio para a 2ª etapa, Aguero voltou a marcar logo aos 2 minutos, derrubando o moral de David Moyes e jogadores.
Mais três minutos e a fatura seria liquidada com Samir Nasri. Placar que somente seria alterado poucos minutos antes do final com belíssimo gol de falta de Wayne Rooney.
Grande vitória do Manchester City e mais um ótimo cartão de visitas do treinador chileno Manuel Pellegrini.
Derrota no derby que serviu para trazer novos questionamentos a respeito das possibilidades de condução da equipe por parte de David Moyes. Nessa linha de raciocínio, ídolos do United se expressam a respeito do momento da equipe. É o caso de Gordon McQueen ao afirmar que Moyes precisa pedir auxílio a Ferguson em relação a seu trabalho.
Fato é que o United ocupa apenas a 8ª posição na Premier League após cinco rodadas.
Os líderes são os londrinos rivais Arsenal e Tottenham Hotspur com os Gunners à frente pelos critérios de desempate.
O Arsenal recebeu o Stoke City no seu Emirates Stadium. Jogando para 50 mil fãs, abriu o placar logo aos 5 minutos com Aaron Ramsey, tomou susto ao ver o empate dos visitantes através de Geoff Cameron, mas contou o alemão Per Mertesacker e o francês Bacary Sagna para garantir os 3×1 finais. Destaque para Mesut Özil, cada vez mais assumindo a condição de maestro da equipe de Arsène Wenger em campo.
O Tottenham foi ao País de Gales para derrotar o Cardfiff City de forma dramática com gol de letra de Paulinho após cruzamento de Erik Lamela aos 93 minutos de jogo. Nova exibição convincente do ex-corinthiano em terras britânicas e verdadeiro castigo para os galeses.
O Liverpool vinha bem na temporada e tudo depunha para novo êxito em casa frente ao Southampton, mas Anfield assistiu o croata Dejan Lovren marcar o gol único da partida aos 53 minutos em lance originado em escanteio e pôr um fim à série invicta dos Reds.
E o Chelsea de José Mourinho começava a ser questionado devido aos recentes reveses computados e teve que suar para derrotar o Fulham por 2×0 em Stamford Bridge com gol chorado de Oscar e fechamento dos trabalhos por parte de John Obi Mikel já próximo ao final da partida.
Quem perdeu jogadores importantes de seus quadros, mas luta para manter-se competitivo é o Everton do técnico espanhol Roberto Martinez. Os Blues de Liverpool foram a Londres enfrentar o West Ham United, tiveram que buscar o placar duas vezes e foram premiados com vitória por 2×3 com dois gols de Leighton Baines.
Confira os resultados e a classificação após cinco rodadas:
Com gol tardio do central reserva Ben Watson, O Wigan Athletic derrotou o Manchester City FC por 1×0 no Estádio de Wembley de Londres e conquistou a FA Cup, a Copa da Inglaterra.
De fato, o Wigan foi responsável por uma das maiores surpresas na história da FA Cup. Algo que não acontecia desde os idos da temporada 1987-1988 quando o modesto Wimbledon bateu o tradicionalíssimo Liverpool FC também por 1×0.
Surpresa, uma vez que os campeões contam com orçamento nanico em comparação aos milhões dos Emirados Árabes Unidos que abastecem o City.
A equipe de Manchester jamais conseguiu mostrar superioridade evidente em campo. Na verdade, o jogo foi quase que integralmente travado, ainda que os azuis tenham rondado mais a área do Wigan.
O sonho dos Latics começou a se tornar menos irreal aos 84 minutos de jogo quando Pablo Zabaleta recebeu o segundo cartão amarelo após falta em Callum Mcmanaman.
O momento da consagração, já nos acréscimos, veio após cobrança de escanteio e cabeceio fulminante de Ben Watson para delírio dos cerca de 23 mil torcedores do Wigan em universo de mais de 86 mil expectadores em Wembley.
Grande prestação do jovem treinador espanhol Roberto Martinez que obtém a maior conquista na história do clube.
A situação torna-se ainda mais vexatória para o Manchester City quando olha-se para a classificação da English Premier League com um Wigan ocupando a preocupante 18ª colocação na zona do rebaixamento.
Momento que deve significar o final da linha para Roberto Mancini no mundo Citizen. A imprensa inglesa dá como certa a saída já definida do treinador italiano por parte da direção do clube.
A situação de Mancini teria se tornado tão insustentável após o fiasco de sábado último que sua permanência seria finalizada antes mesmo do final da temporada que se aproxima. Mancini pode não estar mais no banco para os dois jogos oficiais finais na temporada contra o Reading na terça-feira e contra o Norwich no domingo, além dos amistosos de pós temporada que o clube fará nos Estados Unidos antes das férias.
Até mesmo o sucessor no cargo já estaria definido: o técnico chileno do Málaga, Manuel Pellegrini.
Na alta cúpula Citizen, Pellegrini teria trabalho apreciado por ter levado longe a modesta equipe espanhola na Liga e na UEFA Champions League com orçamento curtíssimo e enfrentando crise financeira.
A derrota na FA Cup pode ter sido apenas a gota d’água para a sobrevida de Roberto Mancini. A perda do título da EPL atual para o rival Manchester United e, principalmente, a eliminação precoce na fase de grupos, e por duas vezes consecutivas, na UCL teriam pesado para o processo de final de paciência dos patrões e gestores.
A saída de Roberto Mancini com a chegada de Manuel Pallegrini apimenta ainda mais o mercado de treinadores de futebol em equipes de ponta no futebol europeu se concretizada. No aguardo dos próximos capítulos das tramas paralelas que rondam o mundo da bola no Velho Continente.
Favoritos vencem nas quartas de final da UEFA Champions League com destaque para o Bayern que derrotou a Juventus com autoridade. Os resultados reduzem a competição europeia a confronto entre Espanha e Alemanha e expõem as fragilidades e limitações das equipes italianas, conforme apontou o técnico Antonio Conte.
Juventus FC 0x2 FC Bayern
Turim, Itália
Era consenso por parte de todos do lado da Vecchia Signora que a melhor chance de buscar o placar agregado desfavorável em dois gols após a partida de Munique seria anotando um gol rapidamente.
Mas o gol precoce não veio e a Juventus não conseguiu ter desenvoltura ou domínio territorial, características que predominaram por parte do Bayern na 1ª perna da série eliminatória.
Sim, houve aquele momento impetuoso inicial promovido pelos anfitriões, mas nada que pudesse bater os comandados de Jupp Heynckes, recém campeões nacionais.
Para piorar, a Juventus ia a campo sem os suspensos Arturo Vidal e Stephan Lichtsteiner, dando oportunidade para o montenegrino Mirko Vucinic jogar desde o início.
De concreto para a Juve somente uma cobrança de falta batida por Andrea Pirlo com grande defesa de Manuel Neuer.
Na 2ª etapa, o Bayern continuou seu processo de superioridade e finalizou a série com gols de Mario Mandzukic aos 64 minutos e Claudio Pizarro no apagar das luzes.
Classificação inquestionável do Bayern, a equipe que obteve o resultado mais contundente nas quartas de final da UCL. Agora, os bávaros buscam redenção após deixar escapar pelos dedos o título continental no ano passado jogando em casa.
Já pelos lados piemonteses, a derrota da Juventus por 4×0 no placar agregado escancara de vez o momento delicado pelo qual passa o futebol italiano.
Tal é a gravidade da crise italiana que basta relembrar ser a Juventus, recentemente reestruturada após envolvimento em escândalos seguido de rebaixamento, o melhor que a Bota produz em termos futebolísticos na atualidade.
De fato, a Itália não vê nenhum de seus clubes chegarem ao topo desde os idos de 2010 quando a Internazionale de José Mourinho derrotou os poderosos Barcelona e o próprio Bayern na reta final daquela edição do torneio.
Situação calamitosa que motivou o treinador da Juve, Antonio Conte, a fazer declarações fortes no pós-jogo desta quarta-feira. Eis algumas delas:
“Infelizmente, a situação é esta: não vejo a possibilidade de sucesso na Champions por parte de nenhuma equipe italiana por muitos anos. Criou-se um gap enorme.”
“Faz-me rir quando ouço que, com duas ou três contratações, seja possível vencer a Champions. O futebol italiano está parado e isso deve ficar claro para todos. No exterior, eles fazem investimentos e projetos, entre nós fala-se de árbitros e da atriz com a qual algum jogador sai. Quando venci a Champions com Lippi, a equipe de referência era o Ajax que trabalhava com os jovens. Agora, o Ajax não existe: há as superpotências como o Real, Bayern, Barcelona, PSG, equipes que têm um faturamento de 400 milhões. Creio que todos juntos devemos mudar o futebol italiano: e quando digo “todos”, penso em nós, nos clubes, nos torcedores, na mídia, nas instituições. Caso contrário, não se chegará a lugar algum. A última copa foi ganha pela Inter há 3 anos. A última semifinal a quando se remete? Esperamos que a Lazio elimine o Fenerbahce, mas a situação é essa. E é melhor olhar a realidade em vez de pensar em bobagens”.
Antonio Conte colocou o dedo na ferida. Agora, faz-se mister que todos os envolvidos no espetáculo ajam para que o calcio retome os caminhos de seus tempos de glória de outrora. Caso contrário, os italianos continuarão a ver as fases agudas dos torneios europeus de clubes pela televisão.
FC Barcelona 1×1 Paris Saint Germain FC
Barcelona, Espanha
Após empate em 2×2 no Parc des Princes de Paris, o poderoso Barcelona deparar-se-ia com situação inusitada: a ausência do maestro Lionel Messi, além dos desfalques no sistema defensivo como o capitão Carles Puyol.
Tito Vilanova viu-se obrigado a lançar Cesc Fábregas a campo como fizera no 2º tempo do jogo de Paris. O Barça mostrou-se, até certo ponto, acéfalo, sem referência e, apesar da tradicional posse de bola superior, teve que conviver com oponente atrevido, que buscou atacar os temidos anfitriões. Algo de novo e inusitado se forem resgatados pela memória os desempenhos de outros adversários em condições semelhantes.
Boas atuações de Ezequiel Lavezzi, Lucas Moura e Javier Pastore, além de Zlatan Ibrahimovic efetuar a função de pivô em diversas ocasiões.
E foi com Javier Pastore que surgiu o gol do PSG em rápido contra-ataque após assistência de Ibrahimovic aos 50 minutos de jogo. Início auspicioso de 2º tempo para os visitantes.
Gol que obrigou Tito Vilanova a lançar Messi no jogo, ainda que em condições físicas precárias devido à contusão surgida em Paris.
Leo Messi não estava no melhor da forma, mas fez o suficiente para participar de forma importante no gol da classificação do Barcelona. Em troca de passes na região da área parisiense, Messi achou Pedro Rodríguez que fuzilou chute no canto do goleiro Salvatorte Sirigu.
No final, classificação do Barcelona, justa sim, mas com maiores dificuldades que em ocasiões anteriores.
Viu-se na equipe eliminada do PSG nítida evolução em comparação ao início da temporada atual. Méritos para o experiente treinador Carlo Ancelotti que está transformando um amontoado de grandes nomes em time de verdade. O PSG é time para vencer futuramente. Agora, cabe aos parisienses confirmarem o favoritismo no âmbito doméstico ganhando a Ligue 1.
Galatasaray AS 3×2 Real Madrid CF
Istambul, Turquia
Com folgado placar agregado de 3×0 a seu favor, o Real Madrid aparentemente finalizou a série contra o Galatasaray quando o artilheiro da UCL, Cristiano Ronaldo, marcou logo aos 7 minutos de jogo.
Entretanto, como diria mais tarde o técnico José Mourinho, o Real Madrid enfrentou não somente 11 jogadores do Galatasaray, mas 50 mil, referindo-se aos torcedores mais que fanáticos do clube turco.
O Madrid ainda levaria o 1º tempo a banho-maria, mas sentiria a força dos fãs na etapa final, sem mencionar toda a habilidade de alguns dos mais experientes jogadores do time anfitrião colocada em ação.
Três belos gols fizeram o quase impossível que foi recolocar o Galatasaray na disputa pela vaga semifinal.
Aos 58 minutos, o marfinês e ex-Arsenal Emmanuel Eboue finalizou verdadeiro míssil no gol de Diego López.
O momento de pico de pressão dos anfitriões viria entre os minutos 25 e 30 da etapa final com dois belíssimos gols de Didier Drogba e Wesley Snijder.
A dois gols de conseguir uma classificação histórica e presenciar verdadeiro fiasco das mesmas proporções, José Mourinho necessitou mexer para fortalecer a defesa. Para tal utilizou-se dos serviços de Raúl Albiol.
Daí em diante, o Madrid voltou a controlar o adversário e concluiu a disputa com novo gol de Cristiano Ronaldo nos acréscimos.
O craque português torna-se artilheiro isolado da edição atual da Champions com 11 gols.
O Real Madrid segue adiante com méritos, mas o Galatasaray do técnico Fatih Terim mostrou que não se deve desistir nunca.
Borussia Dortmund 3×2 Málaga CF
Dortmund, Alemanha
Após o 0x0 de Málaga com muitas chances desperdiçadas e evitadas pelo goleiro Willy Caballero, as expectativas eram de que o Dortmund concluiria seu trabalho com mais facilidade na Alemanha.
Errado, tudo mostrou-se diferente do esperado quando Júlio Baptista encontrou Joaquín Sánchez que abriu o placar.
A partir daí, qualquer empate significaria eliminação para os alemães.
A apreensão tomou conta do Signal Iduna Park e os fãs gritaram gol somente aos 40 minutos com Robert Lewandowski após assistência soberba de letra de Marco Reus.
No 2º tempo, a equipe espanhola manteve sua magnífica disciplina tática ao forçar os anfitriões a efetuar lançamentos de longa distância ineficazes. Quando o sistema defensivo não dava conta do recado, Caballero, em nova atuação de gala, resolvia a questão com grandes defesas.
As esperanças iam-se em Dortmund quando Eliseu, em posição fora de jogo, concluiu a gol. Desatenção do Málaga no posicionamento de seu atacante que poderia ter sido evitada. Para sorte do time espanhol, a arbitragem confirmou o gol.
A virada fantástica do time do técnico Jürgen Klopp chegaria nos acréscimos.
Martín Demichelis fazia partida perfeita até os 90 minutos de jogo quando errou o tempo de bola e não interceptou lançamento de longa distância pelo alto. Marco Reus empatou. Resultado que ainda classificava o Málaga.
Gol mal confirmado para um lado, gol mal confirmado para o outro lado.
Cruzamento da esquerda para a área com toda a linha de ataque Schwarzgelben em posição fora de jogo. A jogada prossegue com Felipe Santana empurrando a bola a gol. Delírio final em Dortmund com a classificação impossível alcançada.
Manuel Pellegrini diria que a arbitragem do escocês Craig Thompson ignorou qualquer lance faltoso após o segundo gol dos anfitriões. A imprensa espanhola tomou as dores do clube malaguenho, tendo como maior reclamação os impedimentos do terceiro gol do Borussia Dortmund, mas, fato é que dois gols foram irregulares, um para cada lado.
Mais um passo dado pelo treinador Jürgen Klopp e sua equipe rumo ao engrandecimento continental do clube.
As semifinais serão definidas por sorteio na próxima sexta-feira (12/4).
Será o confronto entre duas filosofias: a Liga Española, capaz de produzir verdadeiro futebol vencedor com uma infinidade de talentos atuando na própria Espanha ou na Inglaterra, mas que precisa resolver a questão do abismo financeiro e técnico atual existente entre a dupla Real Madrid-Barcelona e o restante dos clubes. Ainda que os clubes espanhóis estejam fazendo bela figura nas competições europeias, o campeonato nacional beira a monotonia em termos de disputa de título, quase sempre relegado à poderosa dupla. E a Bundesliga, que rivaliza com a Premier League inglesa o posto de melhor do mundo, tendo verdadeira estrutura à moda alemã de disciplina e eficiência na sua organização que se baseia em rigor administrativo, onde qualquer loucura financeira não é permitida e vivendo muito bem sem nenhuma espécie de mecenato estrangeiro.