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SELEÇÕES EM AÇÃO

Espanha em ação em Boston contra os Estados Unidos

Com o fim da temporada europeia, as atenções voltam-se para as seleções nacionais que entraram em campo nos últimos dias. Desde amistosos, passando pelas eliminatórias para a Euro 2012 até os preparativos finais das equipes para as competições continentais, foi hora de esquecer os clubes (pelo menos no mundo civilizado, onde há respeito às datas FIFA) e ver as bandeiras e ouvir os hinos nacionais planeta afora.

Zabaleta cabisbaixo com gol nigeriano

Entre os amistosos preparatórios para torneios vindouros, a Argentina foi a campo duas vezes. Na verdade, uma Argentina cover esteve presente para enfrentar Nigéria e Polônia. E os anfitriões da próxima edição da Copa América tiveram sérios problemas sem Lionel Messi e companhia. Jogando contra os nigerianos em Abuja, capital do país, os argentinos foram goleados por 4 a 1 em partida que ficaria sob suspeita de manipulação de resultados em virtude de interesses em bolsas de apostas. Na rodada seguinte, a mesma Argentina cover encerrou a semana negativa ao perder em Varsóvia por 2 a 1 para os poloneses.

 A Espanha, campeã da Europa e mundial, conquistou duas vitórias fáceis no seu tour americano. Jogando em Boston, fez a melhor das apresentações nos amistosos e derrotou os Estados Unidos por 4 a 0. Em seguida, fez uma visita à terra de Hugo Chávez e ganhou tranquilamente dos venezuelanos por 3 a 0. A seleção espanhola mostrou na América o porquê de ser a melhor do mundo.

Uruguai e Holanda em Montevidéu

Se os campeões vieram à América, os vice-campeões seguiram o mesmo rumo. Com vários desfalques, a Holanda empatou com Brasil (0 a 0), em Goiânia, e Uruguai (1 a 1) em Montevidéu. É bom ver seleções de ponta virem até a América do Sul para amistosos, ainda que haja ingredientes políticos na organização dos jogos, como no caso do jogo de Goiânia.

 Falando de coisa mais séria, foi dado prosseguimento às eliminatórias para a Eurocopa de 2012, a ser disputada conjuntamente na Polônia e na Ucrânia. E não há o que discutir, é a Alemanha que tem mostrado o cartão de visitas no momento.  Nas duas rodadas realizadas neste mês de

Alemanha marcando no Azerbaijão

junho, os alemães dispararam na liderança do grupo A, após duas boas vitórias contra Áustria e Azerbaijão, sempre como visitante. Jogando em Viena no último dia 3, a estrela de Mario Gomez brilhou ao marcar ambos os gols que garantiram a vitória por 2 a 1. Na rodada seguinte, foi a vez de Mesut Özil dar as caras ao fazer grande partida e marcar um dos gols na vitória por 3 a 1 em Baku, capital do Azerbaijão. Por ironia, a derrota colocou em xeque o trabalho de Berti Vogts, técnico alemão da seleção local, que segura a lanterna do grupo com 3 pontos. Já a Alemanha, com 21, abre 10 pontos de vantagem para o vice-líder do grupo, a Bélgica, que empatou com seu maior perseguidor, a Turquia, em terceiro com 10 pontos.

Joachim Low fazendo na Copa o que não se ensina às crianças

Sucesso para o técnico Joachim Low, notabilizado na Copa da África do Sul pelo trabalho e pela inovação em dietas alternativas através de “alimentos” renováveis.

No grupo B, sem nenhuma seleção de ponta, Rússia, Irlanda e Eslováquia mantêm briga acirrada pela liderança, todos com 13 pontos. Nas rodadas disputadas, os russos derrotaram a Armênia em São Petersburgo por 3 a 1. A Eslováquia teve incrível dificuldade para derrotar Andorra apenas por 1 a 0 em Bratislava e a Irlanda foi até a Macedônia para vencer por 2 a 0 graças aos gols do atacante do Tottenham, Robbie Keane.

Itália comemorando gol contra a Estônia

Bons e maus momentos para a Itália. Pelo menos, no compromisso mais importante, a Azzurra venceu a Estônia em Modena por 3 a 0 com grande atuação de Giuseppe Rossi e foi a 16 pontos no grupo C, mantendo a liderança absoluta. Os vice-líderes estonianos foram às Ilhas Faroe para vencer por 2 a 0 e atingir 11 pontos. Faroe que protagonizou a grande surpresa ao vencer a Estônia por 2 a 0 na rodada seguinte. Voltando para a Itália, que folgou na rodada seguinte da Eurocopa, a equipe do técnico Cesare Prendelli foi derrotada pela Irlanda, do consagrado técnico, também italiano, Giovanni Trapattoni por 2 a 0. Apesar da maior posse de bola, os italianos não conseguiram jogadas ofensivas de qualidade e, no contra-ataque, foram derrotados. Provaram do próprio veneno.

A França do técnico Laurent Blanc decepcionou e perdeu a chance de disparar no grupo D ao empatar com a Bielorrússia em Minsk. Críticas a nomes como Benzema e Ribery não faltaram na imprensa francesa e os “Bleus” chegam a 13 pontos. Já a Bielorrússia surpreende ao manter-se colada na França na classificação com 12. De resto, a Romênia derrotou a Bósnia por 2 a 0 em casa em jogo válido por disputa pelo terceiro posto do grupo. A Albânia continua com chances também.

Ibrahimovic arrasando a Finlândia

Com a ausência dos líderes holandeses na rodada do Grupo E (18 pontos), Suécia e Hungria trataram de pôr pressão para as próximas rodadas. Os suecos mandaram bem ao derrotar por 4 a 1 a Moldávia e golear os rivais nórdicos da Finlândia por 5 a 0. O astro do Milan, Zlatan Ibrahimovic, mostrou serviço para delírio da torcida local e anotou um “hat trick” na goleada aplicada na cidade de Solna e levou a equipe ao segundo lugar do grupo com 15 pontos. A Hungria foi ao principado de San Marino, encravado no território italiano, e fez 3 a 0 sem esforço. Os húngaros também sonham com classificação ao atingir 12 pontos no terceiro lugar.

No grupo F, também sem bichos-papões, equilíbrio entre Grécia (14 pontos), Croácia e Israel (13 pontos cada). A Croácia venceu a Geórgia por 2 a 1. Mesmo placar de Israel sobre a Letônia fora de casa. Os líderes gregos derrotaram Malta por 3 a 1.

Andres Guardado comemorando gol do México contra a Costa Rica

Além da CONMEBOL, com a Copa América no próximo mês, também a CONCACAF realiza competição continental de seleções no período: a “Gold Cup”. São 12 equipes divididas em três grupos que estão disputando nos Estados Unidos o título de melhor seleção das Américas do Norte, Central e Caribe. E até o momento, no grupo A, passeio total do México e de Javier “Chicharito” Hernández. O astro do Manchester United lidera seu país com duas goleadas de 5 a 0 sobre El Salvador e Cuba, além de um 4 a 1 na Costa Rica. No grupo B, surpresa ao som de reggae com a liderança parcial da Jamaica sobre Honduras. E mais surpresa no grupo C com derrota americana para o Panamá (2 a 1) em Tampa. Os panamenhos lideram parcialmente o grupo com 6 pontos.

Festa do Velez Sarsfield no Clausura

E a Argentina encerra seu Torneio Clausura. Alegria para o Velez Sarsfield que alivia dor da eliminação difícil de ser digerida na Libertadores. O Argentinos Juniors derrotou o maior perseguidor do Velez, o Lanús, por 2 a 0. Com a vitória prévia da equipe também por 2 a 0 na rodada sobre o Huracán, a diferença se tornou inalcançável. Festa para a forte equipe de Buenos Aires que tentará novamente reconquistar o título continental no próximo ano.

E já que a Copa Ouro da CONCACAF foi assunto, nada melhor do que conferir um belo gol vindo da América do Norte. Valendo pela Major League Soccer (MLS), o Seattle Sounders FC recebeu o Vancouver Whitecaps. Partida chegando ao fim, Seattle vencendo, uma bola despretensiosa sob controle do adversário. Isso tudo até Eric Hassli recuperar a posse, aplicar um chapéu e bater com pouco ângulo à disposição. Um grande gol para o Vancouver.

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FC BARCELONA E LIONEL MESSI: ESCREVENDO A HISTÓRIA

Foto de campeão com a taça

Parecia videogame. Passes rápidos e precisos, variações de jogadas, inversões de posicionamento, dribles desconcertantes do principal jogador, além de uma pitada de sorte, já que ninguém é de ferro. Assim foi o Barcelona na partida final da UEFA Champions League, sábado em Londres, jogando contra o Manchester United no estádio de Wembley. Um time de craques com um supercraque no elenco: Lionel Messi.

Taça chegando

O clima de gala prometia um grande jogo. O Barcelona com três Champions League na bagagem, além do título nacional da temporada. Exatamente igual ao adversário Manchester United: três Liga dos Campeões e a conquista da Premier League.

Josep Gaurdiola iniciou a decisão levando a campo a formação clássica do Barça. A destacar somente a ausência de Carles Puyol, sem condições físicas para suportar a partida por inteiro. Javier Mascherano formou dupla de zaga com Gerard Piqué. No Manchester United, havia a dúvida se Alex Ferguson colocaria Darren Fletcher para fechar a defesa e sacar um atacante. Nada disso. Corajosamente, Javier “Chicharito” Hernandez estava confirmado no ataque ao lado de Wayne Rooney.

Pressão inicial do Man U. Valdez afastando perigo na frente de Rooney.

E se alguém, completamente desatualizado de futebol, caísse de pára-quedas em Wembley para o início do jogo, concluiria sem esforço que o Manchester era o lado mais forte. Foram 10 minutos surpreendentes de pressão sobre o Barça. Um futebol sufocante dos ingleses, com Park Ji-Sung não permitindo que Daniel Alves controlasse seu lado do campo. Mas, alegria do mais fraco dura pouco e os catalães, logo em seguida, colocaram a bola no chão e conseguiram impor seu ritmo avassalador. E foi isso. Daí em diante, o de sempre, isto é, mais do mesmo. Mas que “mesmo”! Afinal, seria demais esperar que a pressão “Red Devil” durasse 90 minutos.

Pedro abrindo o placar

No meio de campo, Xavi e Andrés Iniesta passeavam na frente de Ryan Giggs. Messi começava a mostrar sua mágica. Nemanja Vidic fazia grande atuação na defesa do Man U, mas o louvável esforço era em vão. Chicharito Hernandez jogava à la Filippo Inzaghi, sempre no limite da linha de impedimento. Foram quatro dele assinalados em menos de 30 minutos de jogo. O gol era questão de tempo. E veio aos 27 minutos. Pedro, até então sumido no ataque pelo lado esquerdo, faz a inversão e, caindo pela direita, recebe passe perfeito de Xavi para marcar.

Rooney e Evra. Man U de volta ao jogo.

A porta estava aberta para mais show. O Man U agora limitava-se a ver o Barça tocar a bola com maestria. Quando detinham a posse de bola, os jogadores do Manchester faziam lançamentos buscando um pivô na intermediária adversária para escorar e buscar alguém livre para concluir. Sem sucesso. Ainda assim, aos 34 minutos, em grande jogada de Wayne Rooney, Ryan Giggs recebe em posição fora de jogo e devolve para o próprio Rooney completar com categoria. Seria o único chute certo a gol do Man U em toda a partida.

Rooney sente repetição de 2009 e comemoração do Barça ao fundo no 2º gol.

No segundo tempo, Guardiola tratou de alertar sua equipe para manter a posse de bola desde o início e evitar pressão do United como no começo do jogo. E a posse de bola do Barça alcançou picos de inacreditáveis 70%. As chances de gol se repetiam.  Quis o destino que o segundo gol do Barça fosse marcado por Lionel Messi através de falha do goleiro Edwin Van der Sar que se despedia do futebol. Aos 9 minutos, Messi recebe na intermediária direita, avança e próximo à meia lua arremata no meio do gol. Van der Sar aceita. Vibrante comemoração do comedido Messi e de todos os seus companheiros.

David Villa e seu gol de placa

Ferguson tentaria algo ao colocar o português Nani no lugar do brasileiro Fábio, mas foi exatamente Nani que sofreu no terceiro e consagrador gol do Barcelona. Aos 24 minutos, jogada magistral de Messi na ponta direita, driblando Nani, penetrando como um trator pela área, driblando Patrice Evra e tocando. Michael Carrick corta para Nani, que não domina passe à queima roupa. Sérgio Busquets retoma a bola para o Barça e toca para David Villa bater colocado no canto esquerdo alto de Van der Sar. Um golaço apoteótico para o melhor time do mundo selar a vitória e o título. Vitória incontestável do Barcelona. Festa dos jogadores e o capitão Puyol, em gesto nobre, cede a honra de receber a taça ao recém recuperado de cirurgia Eric Abidal.

Logo após a partida, a primeira impressão era de que a equipe do Manchester United tinha deixado a desejar, que havia jogado aquém de suas possibilidades. Contudo, ao verificar as estatísticas da partida, fica flagrante a superioridade do Barcelona. Foram 68% do tempo de posse de bola. Não há melhor esquema defensivo no mundo. Não ceder a posse de bola ao adversário na maior parte do tempo significa não permitir que ele crie, atue, agrida sua meta. Quanto aos chutes a gol foram 22 do Barcelona contra apenas 4 do Manchester United. Além de toda a matemática favorável, vale dizer que o Manchester não teve sequer um escanteio em 90 minutos.

O que o Barcelona atual faz é reduzir grandes adversários a times pequenos em campo. As estatísticas são de jogo entre um grande e um pequeno do campeonato espanhol. Esta seria a segunda conclusão do paraquedista desavisado que desceu em Wembley, após 90 minutos de espetáculo. Trata-se de uma equipe de craques com toque de bola refinado, com níveis físico e de concentração altíssimos para manter o ritmo durante todo o jogo. Alex Ferguson declararia após a partida que nunca havia visto equipe tão forte em sua carreira como técnico. Jogadores do Manchester todos resignados.

Maicon marcando pela Inter contra o Barcelona em Milão. UCL 2009-2010

Mas, perguntar não ofende. Time imbatível? José Mourinho e seus “Blue Caps” da Inter de Milão mostraram que não em 2010. Derrotaram o mesmo Barcelona por 3 a 1 em Milão. Em Barcelona, jogando a maior parte do tempo com 10 jogadores, o treinador português armou um “catenaccio” para causar inveja a qualquer técnico italiano que se preze. Mourinho chegou perto do feito novamente com o Real Madrid. O jogo era difícil, mas sob relativo controle dentro de um 0 a 0 em Madrid. Mas Pepe, com seu gesto de carinho para com Daniel Alves, provocou sua expulsão. A vaca e os bezerros foram para o brejo juntos. Messi deitou e rolou e o Barça fez 2 a 0. Na volta, heroicamente, o Madrid ainda arrancou empate de 1 a 1. O próprio Manchester poderia ter feito mais em Wembley. Ryan Giggs esteve mal em campo. Viu os centrais do Barça passearem à sua frente. Antonio Valencia abusou das faltas, completamente fora de tempo nas jogadas, parecia desatento. Sem mencionar a falha de Van der Sar no segundo gol do Barcelona. Alex Ferguson, ainda que corajoso por não colocar um volante em detrimento de um atacante, armou mal e substituiu igualmente  mal ao optar por Paul Scholes, inoperante, no lugar de Carrick, quando tinha Anderson em ótima fase para agredir a defesa adversária.

Perguntar duas ou três vezes também não ofende. O melhor time de todos os tempos? Messi, o melhor de todos os tempos?  Perdão pelo clichê, mas só o tempo vai dizer. Há uma série de fatores para que isso aconteça. Quanto ao Barça, terá que ganhar títulos europeus em sequência por alguns anos. Terá que superar em números equipes legendárias como o Real Madrid de Di Stefano e Puskas ou o Ajax de Crujff. Terá que manter o elenco e, se necessário, reforçá-lo, torcendo para que nenhum bilionário maluco venha com um Airbus irrecusável de dinheiro querendo levar duas ou três peças chave para seu time. Quanto ao craque argentino, é bom lembrar que em 2006, quando Ronaldinho Gaúcho voava baixo, muitos já discutiam se ele já havia superado Diego Maradona (Pelé no Brasil é “hors concours” até hoje). Em seguida, a luz de Dinho diminuiu e ficou claro o quão precipitada era a comparação. Há uma série de fatores. Messi está com apenas 23 anos. Terá que ter a sorte de não sofrer lesões graves como Ronaldo ou Kaká. Há que se ver se o jovem talentoso-milionário-famoso não vai cair de quatro por uma sex symbol qualquer e se isso vai desviar ou não seu foco. E mais, Messi terá que se tornar herói em seu país de origem. Ou seja, o cara precisa levar a Copa do Mundo de volta para Buenos Aires, como fez “El Pibe” Maradona. De preferência, roubando todas as atenções do mundo para seu futebol durante o evento. Tudo bem dramático ao melhor estilo do tango portenho.  O melhor, por enquanto, é curtir. Curtir esse time maravilhoso do Barcelona e seu gênio maior em campo. Afinal, quem sabe o Brasil não seja o palco onde Lionel Messi reinará definitivamente em 2014? Confira o possível aperitivo de Messi para a Copa de 2014 contra os futuros anfitriões em amistoso no Catar.

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“LONDON CALLING”

Londres

Dizem que melhor do que ir a uma grande festa é a expectativa que a antecede. Bom, se esta é a sensação geral, nada melhor que iniciar a semana da grande final da UEFA Champions League parafraseando Joe Strummer e Mick Jones, utilizando-se da faixa-título do antológico álbum do The Clash, como referência à grande decisão de Wembley do principal torneio de clubes do mundo no próximo sábado.

Velho Wembley

Não poderia haver palco mais grandioso para uma partida final entre os poderosos FC Barcelona e Manchested United que o novo e moderno estádio de Wembley, em Londres. Será a sexta vez que lá acontecerá a partida final da Champions. Nas outras cinco ocasiões (1963, 1968, 1971, 1978 e 1992), o templo sagrado do futebol inglês ainda carregava a antiga roupagem arquitetônica. Até que veio a controvertida demolição em 2003 para a construção do “Novo Wembley”, obra terminada em 2007.

Novo Wembley

Falando da badalada competição, a Champions League é um torneio de clubes criado pela UEFA em 1955 ao qual todos os países membros da entidade têm acesso, exceção feita ao minúsculo Liechtenstein, que não possui liga nacional. Seu nome oficial até a temporada 1992-1993 era apenas Copa Europeia. Até 1997, somente os campeões nacionais a disputavam, mas o desmembramento de nações e o interesse mercadológico em ampliar o quadro de participantes com maior quantidade de equipes mais fortes e tradicionais promoveu reformas na competição. Países melhores classificados no ranking da entidade máxima do velho continente ganharam mais vagas. Melhor para os clubes italianos, ingleses, espanhóis e alemães.

Barcelona e Manchester United em Roma, 2009.

Entre os maiores vencedores, destaque para Real Madrid (9 títulos), Milan (7 títulos) e Liverpool (5 títulos). Barcelona e Manchester United estão empatados com 3 conquistas (o Barcelona venceu em 1992, 2006 e 2009 e o Manchester United levou a taça em 1968, 1999 e em 2008). E o equilíbrio estatístico entre ambos não fica por aí. Nos 10 confrontos diretos gerais, cada clube possui 3 vitórias, além de 4 empates. Os catalães marcaram 17 gols contra 14 dos ingleses. Ambos fizeram uma final de Champions, mais precisamente na temporada 2008-2009 em Roma, quando o Barça, ao vencer por 2 a 0, conseguiu devolver a eliminação imposta pelo Manchester no ano anterior.

Lionel Messi

De resto, o Barça possui o melhor time do mundo, é quase unânime. Como assim “quase”? Pois é, só não dá para cravar na unanimidade, pois sempre haverá um fã do Manchester ou mesmo do arquirrival Real Madrid mais ressentido ou melindrado, ou ainda a turma do contra que não fará coro à esmagadora maioria. Trata-se de uma equipe que tem na posse de bola, com porcentagens estratosféricas por jogo, sua maior virtude, resultante na eficiência do passe. E, claro, além de toda a virtuose como equipe, tem a genialidade do argentino Lionel Messi, que encanta cada vez mais os fãs do velho esporte bretão. Já o Manchester United conta com uma estrutura tática invejável, montada à base do trabalho de longo prazo do técnico escocês Alex Ferguson (no comando desde 1986). Sir Ferguson é um dos principais responsáveis pela decolagem do Man U a partir dos anos 90, juntamente com os investimentos do empresário americano Malcolm Glazer (ainda que muitos fãs abominem o controle yankee no clube). Não há dúvida que os “Red Devils” são os mais capacitados para derrotar o Barça na Europa atualmente.

Eis os ingredientes do jogo do ano que estremecerá Londres. O jogo que fará da capital britânica o centro das atenções do mundo. Uma Londres que há muito já é cosmopolita e atrai olhares distantes para si. Assim, Londres chama, como já chamava, via Rádio BBC, os países ocupados na 2ª Guerra Mundial, utilizando a expressão “This is London calling” que inspirou Joe Strummer a compor London calling em 1979. Através do mesmo chamado, Strummer e Mick Jones expressaram suas preocupações frente aos acontecimentos mundiais da época: desde os incidentes nucleares na usina de Three Miles Island nos Estados Unidos, passando por temores de

Elvis debutando

alagamento do Rio Tâmisa, violência social, até a situação da própria banda no pós-explosão do punk de 1977 com um apoteótico SOS em código Morse para encerrar. O álbum é resultado da mescla do estilo punk com rockabilly, reggae e R&B. Paul Simonon adicionou um baixo pulsante, Jones entrou com guitarras cortantes, vocais únicos de Strummer, além da produção heterodoxa de Guy Stevens (reza a lenda que o cidadão chegava a atirar cadeiras em torno da banda para criar uma atmosfera emocional) e da foto de capa de Pennie Smith, que captou com exatidão o espírito do rock ao mostrar Paul Simonon prestes a destruir seu baixo, além das referências estéticas à capa do LP inaugural de Elvis Presley. Lançado em dezembro de 1979 no Reino Unido e em janeiro de 1980 nos Estados Unidos, para muitas publicações, como a revista americana Rolling Stone, foi o maior álbum dos anos 80. Estava construído o legado do Clash para o mundo, diretamente de Londres. Mais uma vez, Londres chamando…

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GOLAÇO DE CABEÇA

Sábado o Barcelona jogou contra o Mallorca e só fez o seu papel, atropelou e venceu sem problemas – 3X0.

Estranhamente nenhum GOLAÇO, por assim dizer. Mas um gol de cabeça digno de análise. Repare na busca pelo posicionamento ideal enquanto a bola viaja por cima dos zagueiros e no ligeiro toque, tmbém de cabeça, que o meliente dá na pelota, buscando tira-la do alcance do marcador e já deixando no jeito para, novamente de cabeça, mandar de cobertura no goleiro para o fundo do gol. Um golaço d ecabeça, sim senhores. Adivinha de quem?

O repertório do nanico parece não ter fim.

Chazinho de Coca – A Argentina jogou, venceu e convenceu.


Texto: João Paulo Tozo
Foto: Reuters

Contra a outra das Coréias da Copa – a boa (na bola) Coréia – os hermanos partiram logo para o abafa. Com 20 minutos já venciam por 1X0 e criavam chances em sequencia. Os sul-coreanos perdidos, ante a volúpia ofensiva do time de Maradona, não conseguiam organizar-se em campo.

Aos 33 Higuain marcou o seu 1º, em desvio de cabeça de Burdisso, que encontrou o inspirado atacante livre.

Com dois na lomba, os coreanos acordaram, mas só chegaram ao gol em uma falha bisonha do zagueiro Demichellis – zaga, aliás, que é o único ponto de interrogação dessa Argentina até o momento.

No 2º tempo o jogo deu uma esfriada e a Coréia chegou a ameaçar. Até que Yeum Ki-Hum perdeu um gol na cara de Romero. Acabou ali o ímpeto coreano.

Messi ligou a tomada novamente e em grande jogada chutou na trave, no rebote Higuaín recebeu livre – e em impedimento – e guardou o seu 2º tento.

Fatura liquidada, volúpia não saciada.

Os hermanos mantiveram-se no ataque e em mais um grande lance de Messi, o craque deu um passe por cima da zaga e encontrou Aguero, que por sua vez deixou para Higuaín marcar o seu 3º gol, o quarto da Argentina.

Gol que o deixa na artilharia da Copa. Que deixa a classificação argentina muito bem encaminhada. Que deixa o mundo de olho na seleção dos caras.

O próximo jogo é contra a fraca Grécia. Curiosamente a seleção que levou o último gol do gênio Maradona em uma Copa do mundo, em 1994. Um golaço, diga-se de passagem e para variar. Reveja:

A impressão deixada nesse jogo é que a Argentina deixou de ser um selecionado de ótimos jogadores e passou a ser uma equipe forte e formada por esses excelentes jogadores.

De repente Maradona tornou-se, enfim, um técnico de futebol. Será canonizado vivo se for campeão também como técnico.

Falando nos hermanitos e em seu belo jogo, deu vontade de escutar um clássico dos nossos vizinhos. Fiquem com Carlos Gardel – Por Una Cabeza:

Cheers,