Arquivo da tag: Libertadores 2011

O RETORNO DE DOIS VELHOS GIGANTES

– 5 Títulos Mundiais e 7 Libertadores em campo.
– Os dois primeiros desbravadores da América.
– A tradicional rivalidade entre Brasil e Uruguai.
– O vencedor terá o privilégio de enfrentar o poderoso Barcelona
– O  marco do renascimento de dois dos maiores clubes do futebol mundial.

De um lado o poderoso Peñarol, representante de um futebol uruguaio que renasceu nos últimos anos e retornou ao hall das grandes escolas futebolísticas do mundo, do outro, o Santos, representante do melhor futebol do mundo e melhor equipe brasileira da atualidade.

Eaí ? Será que falta alguma coisa para uma partida de futebol poder parar a América ?

De fato, todos os ingredientes necessários para uma grande final de Libertadores estiveram presentes no primeiro jogo entre Peñarol e Santos. Apesar de distantes tecnicamente dos dois esquadrões da década de 60, a tradição desse confronto continua a mesma.

A pressão exercida pela torcida uruguaia no estádio Centenário indicou a dificuldade que a equipe de Neymar e Cia teria pela frente, como se isso não bastasse, o Santos ainda teve de enfrentar um gramado ruim, pra não dizer outra coisa, além dos desfalques no setor defensivo. Porém o Peñarol também não ficou livre das dificuldades, do outro lado tinha Neymar pra enfernizar os zagueiros e Durval, um verdadeiro leão na primeira partida da final.

Apesar do equilíbrio durante todo o jogo, não só nas chances criadas dos dois lados, mas também na marcação, a partida em si não apresentou grandes momentos que pudessem levantar o torcedor, nada que atrapalhasse o espetáculo, já que em Libertadores a raça e a disposição superam muitas vezes a técnica.

É óbvio que a decisão ainda está em aberto, mas também é evidente que se antes tínhamos 50% de chances para cada lado, hoje com o fator casa, diria que está 55 % x 45 % a favor do Santos. Mas isso é apenas teoria, dentro de campo a história é outra e todos sabemos o quão perigoso é o adversário santista, já que times com essa característica de marcação forte e saída em velocidade nos contra-ataques costumam jogar melhor fora de seus domínios quando não possuem a obrigação de sair pro jogo.

Enfim, não há muito mais o que falar desse confronto, o melhor é aguardar o dia 22 de maio que certamente entrará pra história de Santos ou Peñarol e representará mais um belo capítulo do futebol mundial.

DOIS PASSOS PARA A CONQUISTA DA AMÉRICA !

A correria rotineira que um paulistano enfrenta todo santo dia me impediu por alguns momentos de manter o blog atualizado, mas depois de tantas emoções futebolísticas que alteraram os batimentos cardíacos de todos os santistas do planeta, aqui estou eu para compartilhar a minha visão sobre a classificação alvinegra para a 4° final de Libertadores de sua história.

Com todo respeito ao nosso rival, também alvinegro, o Cerro Porteño, adversário do Santos na seminfial, é quase que o ”Corinthians do Paraguai”, já que mesmo com a maior torcida do país e ”algumas” participações na Libertadores (34) ainda não teve ”tempo” de chegar a uma final. Provocações a parte, se engana quem pensa que o time paraguaio não ofereceu resistência à equipe santista, pelo contrário, apesar das limitações técnicas de seus jogadores o 4×3 no placar agregado em favor do Santos foi conquistado com muitas dificuldades.

A forte marcação imposta na primeira partida só conseguiu ser abalada graças ao talento de Neymar, que aliás dispensa qualquer comentário. A jogada genial que originou o gol da vitória santista no Pacaembu anotado pelo capitão Edu Dracena ilustra a excelente fase do jogador.

A vitória magra conquistada em São Paulo foi suficiente para facilitar o trabalho da equipe no jogo de volta, mas também manter o time alerta, já que uma derrota por 2×0, ou até mesmo o 1×0 e consequentemente a decisão por penaltis poderiam tirar a vaga do Santos, algo nem tão improvável assim.

Já em relação ao jogo do volta, todos os ingrediente de uma Libertadores estiveram presentes, saudáveis ou não. Pressão em frente ao hotel com fogos e cantoria para atrapalhar o sono dos visitantes, brigas entre torcidas no estádio, objetos voadores e lamentavelmente até vandalismo por parte de alguns torcedores santistas, que saquearam lojas de Assunção e foram detidos.

Porém o jogo não teve apenas os aspectos negativos que estamos acostumado a ver em jogos de competições sul-americanas. A festa da torcida mandante, a raça, os gols e todas as emoções que envolveram a partida até o último minuto engradecerem mais um belo espetáculo da Libertdaores, que aliás, na minha humilde opinião tem muito mais graça que uma Champions League, à exceção de um time como o Barcelona, mas no geral a emoção de um jogo de Libertadores nem se compara a de um jogo entre equipes europeias. Nesse caso, certamente a maioria discordará, mas prefiro valorizar o nosso futebol latino que na verdade sustenta os times europeus com ”caminhões” de jogadores talentosos exportados em todas as janelas de transferências.

Voltando ao jogo de volta em si, a equipe de Muricy Ramalho aliou a sabedoria para se jogar um confronto decisivo de Libertadores com o talento de seus jogadores e virou o 1° tempo com um 3×1 que praticamente liquidava a fatura, um verdadeira balde, ou melhor, uma caixa d’água inteira de água fria. Coube ao Cerro se lançar desesperadamente ao ataque e executar uma façanha de anotar 4 gols em 45 minutos, cumpriu metade de missão e por isso confirmou sua 6° eliminação em uma semifinal de Libertadores.

O final da partida ainda preparou emoções para os torcedores, bola na trave dos dois lados e um gol incrível perdido por Neymar, que convenhamos, vem perdendo alguns gols decisivos, mas como esse gênio da bola tem tanta estrela nenhum deles fez falta até agora e se continuar jogando o que vem jogando pode perder o mundo de gols que quizer, desde que faça um como o lindo tento que anotou nessa partida.

O post de hoje termina com a foto da taça da Libertadores. A terceira que o Santos pode colocar em sua gloriosa prateleira de títulos.

PRA CIMA DELES SANTOS !
E QUE VENHA O PEÑAROL E SE TUDO CORRER BEM, O BARCELONA !

Noite trágica

Quarta-Feira negra.  Apenas um brasileiro continua na Libertadores, este é o Santos do ex tricolor Muricy Ramalho, de resto todos fizeram um papel nada bom para suas torcidas, o Fluminense foi um deles. O tricolor esteve muito próximo de uma classificação, cheguei aqui apostando inclusive nesse feito, mas os jogadores gostam de contrariar não só matemáticos, pessimistas ,mas também os otimistas, era um Fluminense diferente daquele que encheu de orgulho todos os torcedores, estranhamente numa acomodação que beirou à irritação, um time nada guerreiro.

O jogo no Paraguai estava se configurando numa classificação do Flu, num primeiro tempo em que o time segurou o resultado, a postura aguardada era de mais agressividade no segundo tempo, para matar o jogo e assim voltarem com a classificação e festa no Rio, não aconteceu, o que pareceu foi um time se apequenando, cada vez mais acomodado e recuando muito, não deu outra, num chute de longa distância de Samúdio e culminando numa  falha do arqueiro Ricardo Berna, um chute defensável e reconhecido até pelo próprio jogador.

As coisas começaram a se configurar para um final não tão bom, o Fluminense continuou no recuo, achando ótimo e nada perigoso aquele placar de 1 a 0 que foi feito no início da segunda etapa, não havia agressividade, um ataque nulo, com o enfaixado Fred que tomou uma cotovelada no primeiro tempo, era um meio de campo sem criatividade alguma e no final do jogo na casa dos 40 minutos o pior aconteceu, segundo gol dos paraguaios. Numa tentativa nada organizada e desesperada de acordar para a vida, os jogadores em duas tentativas resolveram fazer chuveirinho para área, aquilo não bastava até tomar o terceiro gol, no apagar das luzes, deixando aqueles guerreiros totalmente entregues.

O que aconteceu na quarta não foi só a derrota em campo, mas o reflexo dos fatos ocorridos fora dele, é o melhor treinador do Brasil indo embora, é crise política tomando rumos inaceitáveis de incompetência, é briga entre o presidente e patrocinador, é jogador aprontando em concentração e depois espinafrando o clube e elenco, numa tentativa de tirar o corpo fora, é indefinição de cargos, que vai da vice-presidência de futebol até treinador, é agora a mostra de um grupo rachado por conta disso tudo. Sim, entendo aquele recuo todo, no final das contas era um grupo desgastado por aquilo isso tudo que o clube vem passando, deixando claramente que está afetando e demais o desempenho daqueles que orgulhosamente são chamados de “guerreiros” pela torcida.

A chegada de Abel Braga se dá com tamanha urgência e a solução política também, senão podemos ter ainda um ano pior, o campeonato brasileiro está por começar. Por mais que o Flu tenha conseguido feitos de orgulho para sua torcida, ainda paira aquela nuvem negra nas Laranjeiras.

 

—————-

 

O Vasco parece ter não se abalado tanto após perder o estadual e beliscou um grande resultado contra o Atlético Paranaense pela Copa do Brasil. Com o resultado de 2 a 2 em Curitiba só um grande tropeço para a classificação não vir, se bem que a bruxa da quarta pode continuar por aí, muita cautela e principalmente humildade, Vasco da Gama!

 

—————-

 

A ressaca pela conquista do carioca deu suas caras no Engenhão. O Flamengo perde para o Ceará por 2 a 1 e poderia ter sido um placar maior se não fosse o gol inacreditável que o Geraldo perdeu, seria ali a classificação sacramentada dos cearenses logo no primeiro jogo. A atuação de Fernando Henrique foi espetacular, lembrando os espasmos de boas atuações no Fluminense. Sei não, mas o bonde do sem freio foi muito bem parado por uma humilde e bem armada equipe, a classificação está encaminhada. O Flamengo se quiser algo ainda tem que mostrar primeiramente futebol, coisa que não vem apresentando, mesmo com tantos jogos invictos.

 

 

 

 

 

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=xdKUs0mimJI[/youtube]

Flamengo e mais uma vez nos pênaltis.

 

Parabéns, Flamengo! Um time que não fez uma campanha brilhante, nem jogou um futebol que muitos esperavam, mas conseguiu ser competente, fazendo uma campanha de forma invicta, sem adversários para ao menos disputar de igual. É um Flamengo que nos últimos anos tem conquistado o Rio de Janeiro com grande folga. Um Flamengo sempre forte nas decisões. Um Flamengo que arrematou todas as disputas de pênaltis com as quais se deparou nos últimos estaduais. Não pode ser apenas loteria,  é competêntica, isso é levar a sério uma decisão, esse que é o diferencial do Flamengo nos últimos tempos, quando a disputa é o Campeonato Carioca. Este ano não foi nada diferente.

 

———————————–

 

Também parabéns ao Vasco por ser um valente – um clube tentando se reerguer após anos de ditadura do ex mandatário. Não foi dessa vez que vascaínos comemoraram um título, coisa que já incomoda a muitos nos cantos de São Januário. Para o próximo semestre, o ídolo Junhinho Pernambucano volta, numa atitude de amor ao clube, ganhando apenas salário mínimo (a pedido próprio). Belo exemplo não só de profissional, mas principalmente de identificação verdadeira com um clube, num futebol que hoje jogador beija mil camisas e está tudo bem.

 

———————————–

 

O Fluminense terá mais um capítulo da histórica batalha que tem sido a Libertadores. Amanhã pega no Paraguai o Libertad, podendo perder por até um gol de diferença. Mas para os guerreiros não tem essa, prometem disposição para não apenas segurar o resultado, não jogar com o regulamento e sim para vencer! Assim que tem de ser o espírito, desse jeito que se disputa uma Libertadores e amanhã sou muito mais Fluminense. Mesmo com a pressão que será, ao meu ver, vence no Defensores Del Chaco e volta com a vaga para as quartas, disputando contra os argentinos do Velez a vaga nas semifinais. A vantagem que os argentinos conseguiram contra a LDU é enorme e não acredito que a altitude será amiga dos equatorianos desta vez.

Que os guerreiros manteham o espírito de sempre!

 

———————

 

 

 

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=ivm0inFdJL8&feature=related[/youtube]

 

 

 

 

 

 

 

Ser tricolor é….

Ser tricolor é respirar no abismo e descansar no céu. E mais uma vez aconteceu novamente, daquelas histórias que serão lembradas por gerações de tricolores, que contraria a matemática, a lógica e toda uma opinião acerca da situação, esta que era tida como praticamente impossível, me desculpem os matemáticos, os céticos e críticos, mas com o Fluminense não se pode criar nenhuma certeza absoluta. Se existe um time que contraria a tal ‘verdade absoluta’, este é o Fluminense, um time de brio, que se entrega de corpo e alma para a glória, este time não é só marcado como guerreiro, mas como personagem que faz história.

Se nos anos 1970 era tido como a “Máquina Tricolor”, com Rivellino, Paulo Cesar Caju, Gérson, entre outros grandes craques, se nos anos 1980 era o ‘Timinho’, com Branco, Paulo Victor, Paulinho, Romerito e claro, o inesquecível casal 20 formado por Washington e Assis, assim deixando seu maior rival desolado e com as estrelas completamente apagadas, agora no novo séc. temos o ‘Time de Guerreiros’, com Diguinho, Gum, Fred, Conca, mais recentemente Rafael Moura, estes jogadores serão lembrados docemente entre gerações futuras, quando aquele menino, começando a conhecer o futebol e a história, irá falar “eis aqui o time de guerreiros, o Fluminense!”, pronto, será paixão a primeira ouvida ao receber histórias mágicas e completamente reais.

E vamos falar um pouco (só um pouco, porque a história toda tem de ser vista em um bom DVD, para ser revisto e pensarmos “esse time é de lascar!”).  Era uma noite que tinha tudo para dar errado, o responsável direto pelo título brasileiro de 2010, o autor do gol, o camisa 10 Emerson fora dispensado horas antes do jogo mais importante do primeiro semestre, era Libertadores, era a última cartada dos Guerreiros, um ato polêmico do jogador que foi mandado de volta para o Rio de Janeiro pelo presidente do clube Peter Siemsen, os jogadores ameaçaram um boicote ao clube, mas o próprio Sheik, como é mais conhecido o herói do título brasileiro, fez questão de assumir a culpa e assim dizer ao grupo para ir ao campo, se pensarmos bem, ele também contribuiu muito para essa virada.

A contribuição será explicada por um nome: Rafael Moura. Mas isso será mais para frente, por enquanto temos que nos lembrar de um jogador que era perseguido pela torcida, e Júlio Cesar foi o autor do primeiro gol, aquele feito que toda torcida esperava dele, já que ao chegar as Laranjeiras era tido como um grande nome para o time.  A festa durou apenas oito minutos, numa jogada infantil, já que a bola já estava nas mãos de Berna, o zagueiro Gum comete um pênalti e como nada é fácil para o Flu, empate. Era final da primeira etapa quando numa falta de longe, onde todos esperavam um chutaço de Marquinho, estava aquele que acusado de farrista, boêmio, fanfarrão, mas ídolo de uma torcida e capitão dos Guerreiros, surpreendeu a todos, era ele; Fred, numa bomba e o goleiro argentino aceitou, deixando o tricolor na vantagem para o segundo tempo.

Virando a etapa, logo aos nove minutos novamente o empate, novamente numa falha da defesa, a bola sendo desviada, cortando os corações tricolores aos poucos, entra dramaticamente na meta de Berna. Era um segundo tempo criando contornos desesperadores nos rostos de torcedores, quando aquele camisa 19, que a princípio estava relacionado para o banco de reservas e durante a semana vinha reclamando de não ter uma oportunidade, aquele que tem apelido de He-Man, entrou substituindo Emerson, aquele da polêmica, era ele o responsável por todos mudarem o semblante e acreditarem até o fim, Rafael Moura no rebote do goleiro, aos 23 minutos mostrou para todos, numa comemoração efusiva e querendo dizer aos matemáticos, céticos e críticos “estamos vivos, calma!”. E estavam. A partir dali era um jogo de nervosismo, cada minuto parecia correr entre os dedos, era um Fluminense que continuava no ritmo certo, sem dar brechas ao adversário, que não oferecia grande perigo, ao contrário, quem estava mais próximo do feito era o Flu, num lindo voleio de Fred. O jogo estava ganhando em sofrimento, daqueles de apertar o peito, pois o jogo entre Nacional x América do México terminara empatado em zero.

Só faltava um gol, aquele para explosão da torcida, para aqueles que acreditaram sempre e veio. Numa jogada de contra ataque, com o passe derradeiro de Araújo, que entrou no final, naquela última cartada do interino Enderson Moreira, tocou a bola para Edinho, que invadiu a área e o goleiro Navarro comete pênalti, eram quarenta e dois minutos, um minuto depois, aquele que é amado e contestado, mas jamais fugiu do combate, sempre se botou na linha de frente, ele que veste a número 9 consagrada por grandes nomes, Fred bateu o pênalti, num misto de força e confiança, para voltar ao Rio de Janeiro abençoado, nos braços da torcida que lotou o aeroporto que leva o nome do memorável tricolor Tom Jobim, depois de uma noite em que tinha tudo para dar errado, portanto, não duvidem desses guerreiros, que em campo ou até no braço após o ato covarde dos jogadores dos Argentinos Juniors, jamais fugiram da batalha, sempre com postura de grandes guerreiros.

Isto é Fluminense Football Club!

E domingo ganha uma moral imensa contra o arquirrival Flamengo, de peito estufado e prontos para mais uma batalha.

 

Um viva ao time de guerreiros!

 

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=t3RtZnuf1-0&feature=player_embedded[/youtube]