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A 4 PASSOS DO TETRA

A segunda batalha Brasil x Argentina nas quartas de finais da Libertadores foi tão dramática e emocionante quanto a primeira (Flu 1 x 1 Boca), porém o final feliz dessa vez foi desfrutado pelos brasileiros. O Santos com o apoio de ”míseros” 16 mil pessoas – eu digo ”míseros”, pois a Vila não comporta mais o n° de sócios do clube e nem a dimensão de grandes partidas, mas isso é discussão para um outro momento – venceu o Vélez e agora encara o Corinthians na semifinais da competição continental. Para muitos Neymar e Cia não jogaram como se esperava e as dificuldades impostas pelo esquema tático de Velez coloca uma pulga atrás da orelha do torcedor santista, já que na próxima fase da competição o Santos encara um time que atua semelhantemente ao Velez, a grande diferença está na qualidade dos jogadores e nesse quesito o próximo rival é mais qualificado que os argentinos, por isso o que esperar de uma equipe que sofreu para anotar um golzinho contra o Velez frente um Corinthians marcador e raçudo ?

Pois bem, analisando friamente apenas o comportamento do Santos na partida de ida os alvinegros praianos teriam motivos de sobra pra jogar a toalha, não que a atuação na Vila mostrasse uma grande evolução, mas o peixe que jogou na Argentina deveria agradecer aos céus por ter saído apenas com 1×0 contra. De qualquer maneira, não dá pra apagar tudo que essa equipe mostrou nos últimos anos e agora com um time mais experiente e encorpado, ou melhor, ”cascudo” usando o termo da moda, o Santos também entra forte nas semifinais e é claro não podemos esquecer um certo camisa 11 que pode acabar em minutos com todas as teorias, projeções e adversidades.

Em relação a partida em si, deve-se destacar a paciência que a equipe teve até furar a retranca do time argentino que muito bem postado quase matou o jogo com um homem a menos. A entrada do guerreiro Léo foi crucial para o destino final da vaga nas semifinais, confesso que quando o técnico Muricy optou pela troca de um lateral pelo outro e não entendi muito bem, afinal de contas o Santos precisava de homens de frente, mas a disposição e a experiência do atleta mais vitorioso pós era Pelé mudou a história do confronto. Foi do ”vovô” Léo o passe decisivo para o gol do ”iluminado” Alan Kardec que está longe de ser um jogador brilhante, mas vem anotando gols importantes e com isso, o artilheiro Borges vai deixando o banco cada vez mais quentinho.

Muitos que acompanham a coluna devem estar estranhando eu não soltar o verbo pra enaltecer o menino Neymar, porém dessa vez prefiro focar no conjunto, até porque o garoto foi apenas ”mais um” nessa batalha contra os argentinos e se não foi brilhante, ao menos garantiu a expulsão do goleirão do Velez.

Em suma, o Santos não foi espetacular, Neymar não esteve nos seus melhores dias, mas prevelaceu a raça, a paciência e a frieza na hora da decisão e é exatamente assim que se ganha uma Libertadores, não precisa ser espetacular sempre, o que realmente faz a diferença é o famoso ”sangue nos olhos” e isso poucos possuem. Faltava isso ao Santos, agora parece que não falta mais, uma vitória assim dá moral e esperança para o torcedor que terá pouco mais de 15 dias para preparar o coração e sofrer por mais 180 minutos e quem sabe alcançar o tão sonhado tetra campeonato.