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La Mano de Dios – Sorte

Sorte

Já dizia o sábio que ninguém vence no futebol sem um pouco de sorte. Ontem vimos essa verdade ser posta à prova e justificar-se mais uma vez nos três grandes jogos que aconteceram.

Na Argentina, deu Boca o jogo todo. Embora o time do Fluminense tentasse, foi pressionado em seu campo de defesa durante grande parte da partida e logo aos onze minutos do primeiro tempo Riquelme marcou o primeiro, dando a impressão de que o time de Renato Gaúcho seria goleado nas semi-finais.

Mas eis que a sorte fez seu papel e aos dezesseis Thiago Neves sofre uma falta boba perto da área boquense. Batendo com categoria, cruzou na área e o excelente Thiago Silva cabeceou. A bola dormiu traquila no fundo do gol de Migliore. Parecia que as coisas iam mudar, o Flu até melhorou em campo, mas só dava Boca. No fim do primeiro tempo, o time brasileiro podia agradecer pelo 1×1 do placar.

O segundo tempo foi um massacre, e só a sorte para explicar o fato de o jogo continuar empatado. Ela estava nas mãos de Fernando Henrique, que fez pelo menos três defesas difíceis em menos de vinte minutos. Mas eis que Riquelme tem uma falta para bater, muito parecida com a de Thiago Neves no primeiro tempo. Nada de cruzamento, um lance direto, com muita categoria, e a sorte novamente estava do lado do Boca: batendo na barreira, a bola pegou Fernando Henrique desprevinido, 2×1 no placar.

O jogo parecia caminhar para uma vitória do Boca, sempre atacando, e o Fluminense, acuado, torcia para que a partida acabasse logo. Aos trinta e um minutos, numa das poucas falhas do Boca, Thiago Neves pega o rebote da zaga e arrisca de longe. Migliore estava sem sorte. Aceitou um gol de uma bola que estava em suas mãos.

Fim de jogo, 2×2, altamente festejado pelo pessoal do Flu, que jogou com muita garra e categoria, em dia inspirado de Thiago Neves e Fernando Henrique. Parece que o meia-atacante reencontrou seu futebol e o goleiro vai calando seus críticos a cada jogo.

O resultado pode dar a impressão de que tudo leva o Flu para a classificação no próximo jogo. Mas a camisa, e principalmente Riquelme, não foram vencidos ontem na Argentina. Se algo não for feito a esse respeito, podemos ter um Boca x Atlas parte II semana que vem no Maracanã.

Na Copa do Brasil, como não falar da sorte? Os dois finalistas foram definidos nos pênaltis. Quer coisa mais inexplicável que pênalti? A sorte estava do lado do Sport e Edmundo perdeu sua cobrança, mais uma de muitas. Edmundo é o Palermo brasileiro? No Morumbi a mesma coisa. Felipe pegou a última cobrança e o Corinthians bateu o Botafogo. A sorte estava do lado corinthiano.

Pois é, meus amigos, ontem as torcidas de Fluminense, Sport e Corinthians acenderam todas as velas, fizeram todas as oferendas e a sorte ficou do lado deles. Só que apenas ela não ganha o jogo, e ficou tudo aberto para a semana que vem.

Ao som do grande Tim Maia – Réu Confesso

Rapidinhas: antes que digam que o Fluminense venceu a camisa do Boca, já respondo. Nada foi vencido. Nem Riquelme – que marcou os dois -, nem Palacio foram anulados e o resultado de ontem foi uma combinação de fatores extra-campo e muita garra. Thiago Neves estava inspirado, Fernando Henrique abençoado e a zaga do Flu muito organizada. Mas não acredito que isso será o bastante para vencer o Boca semana que vem.

E quem diria, Corinthians e Sport irão disputar a vaga para a Libertadores 2009. O jogo por si só, mesmo antes de começar, já é épico. Parabéns ao Mano Menezes e a todos os bravos jogadores do Leão!

Como joga esse Riquelme!

La Mano de Dios – A zica do pântano

A zica do pântano

Pois é, meus queridos, estive no Morumbi no último domingo. Coisa triste, estádio vazio, time apático e perdido, técnico desanimado frente a um adversário organizado, coeso e bem estruturado dentro de campo.

O Tricolor paulista está visivelmente abatido após a eliminação na Libertadores. O clima não era bom nem na torcida, bastante desacreditada e crítica com relação ao próprio time. Muitos jogadores ainda estão sentindo o impacto daqueles 3×1 nas costas, mais lentos, com a cabeça pesada. Muricy, ah, o Muricy… não foi nem sombra daquele técnico elétrico que todo mundo está acostumado a ver… não me lembro de nenhum momento dele gritando com o time. E ocasiões para isso não faltaram…

Tudo me leva a crer que o São Paulo sofre da zica do pântano. O time não soube reconhecer na derrota para o Fluminense, visivelmente superior técnica e taticamente, suas falhas e as inúmeras virtudes do adversário. Para muita gente, o Fluminense não ganhou do São Paulo, o São Paulo que perdeu para o Fluminense, e isso faz toda a diferença.

A impressão que dá é que o jogo de quarta-feira passada ainda não acabou para o escrete tricolor, a grande maioria do time e da comissão técnica ainda está lá no Maracanã tentando entender o que aconteceu. Enquanto isso, o Brasileirão vai rolando e o São Paulo cada vez mais afunda no pântano em que se meteu. É a zica do pântano atacando novamente, fazendo com que tudo dê errado…

Ano passado foi a mesma coisa, mas o time teve frieza para uma auto-análise e soube superar as dificuldades e o pântano, conquistando o título brasileiro com relativa facilidade. Mas o time era outro, os adversários eram outros e a paciência do torcedor era maior.

Frente a tudo isso, tenho lá minhas dúvidas se o Tricolor paulista vai conseguir levantar a cabeça e deixar de afundar. A história do clube mostra que isso é possível, muitos jogadores do elenco, experientes, têm toda a capacidade de mudar essa situação. Mas enquanto o São Paulo continuar olhando para os lados, e não para dentro, será difícil sair dessa lama.

Rapidinhas: Leão deixou o Santos. Luxemburgo ameaçando sair do Palmeiras. Muricy e Cuca desacreditados no São Paulo e no Botafogo. Será 2008 o ano da dança dos técnicos?

O jogo de domingo foi uma draga, mas Joilson meteu uma bola na trave e faltou categoria para Hugo marcar um gol feito. É a zica do pântano, meus amigos, tudo está dando errado…