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POR QUE TEMOS PENA DOS CHAMADOS “TIMES PEQUENOS”?

Primeiramente, após várias reviravoltas, vários oportunistas e muitos lengas-lengas, blá-blá-blás, finalmente me senti incomodado e resolvi então escrever sobre a Portuguesa, clube que nutro, sem demagogia, uma grande simpatia e há tempos não era pauta neste espaço que tem por finalidade abordar tudo que de mais importante a envolve. Para concluir, a Lusa não se classificou às quartas de final do Paulistão-14, mas se livrou do descenso ao bater o Bragantino por 3 a 1 no Canindé.

Pois bem, vamos ao tema de hoje.

Engana-se quem pensa que vou novamente abordar o infindável, e chato pra cacete, caso do STJD envolvendo o polêmico rebaixamento rubro-verde no final do certame nacional passado. Pelo contrário. Desta vez, aqui estou eu para chamar a sua atenção, caro leitor feroz, para algo que virou moda nosso cotidiano futebolístico – principalmente naquela conversa descontraída na mesa do bar ou no balcão das padarias desta Paulicéia desvairada.

Afinal, ora pois: por que temos dó, ou pena, dos times considerados pequenos?  No caso da Portuguesa, por que ela, ao passar dos  anos, engolida por um processo de apequenamento, foi apelidada de Lusinha? Aqueles providos de experiência, os populares “tiozinhos”, certamente dirão que a Portuguesa não é raios nenhum um time pequeno. Afinal sempre foi uma pedra no sapato dos chamados grandes Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos. Para muitos, qualquer embate que envolva a Lusa contra esses colossos do futebol paulista é considerado clássico. Opinião da qual eu compactuo. História é história. E momento é momento. Por mais curto, longo ou com ares de eterno que seja.

Pelo que sei, a Lusa já foi maior do que é, por conta deste fator é considerada grande. Mas não serei aqui o dono da verdade ao ponto de não concordar que cada um enxergue o assunto de acordo com seu repertório interno. Ao certo, a Rubro Verde sempre foi conhecida como a Fábrica de Craques, revelando para o nosso futebol inúmeros talentos, como Enéas, Dener entre muitos outros. Mas, como todo clube de colônia, a efervescente coletividade política consumiu os neurônios dos donos do poder, que deixaram a entidade sucumbir as mazelas do ostracismo e amadorismo, e hoje patinando na inércia da busca de um futuro melhor.

Assim como está escrito no meu perfil no FFC, a Lusa é simpática. Outros clubes como o Juventus da Mooca, ou mesmo o “Méquinha”, o América-RJ, se tornaram, por eleição popularesca e seguidos fracassos, o segundo time de todo morador do Estado na qual  aquele clube está localizado. Explicações científicas, concretas, capazes de extirparem as duvidas, não existem. Mas suposições nestes casos são mais legais e mantém ávida a chama da magia do futebol e tudo que o cerca.

Em meus 22 anos de pura malemolência, acredito que nós, seres humanos, temos um compartimento interno da hospitalidade e, sobretudo, solidariedade. Quando nos deparamos com alguém combalido, enfermo e necessitado de ajuda, logo nos apresentamos prontamente com quaisquer que sejam os objetos e motivos, abstratos ou não, para simplesmente ajudar. No futebol é assim. Os pequenos de hoje, já foram os grandes de ontem. O problema se dá quando esses não aceitam tal alcunha e partem do princípio de que não precisam do apreço de ninguém que não seja torcedor de alma. Algo totalmente compreensível.

Fato é que não importa como você classifique determinado clube. O que deve existir antes de tudo é o respeito e, principalmente, amor por aquelas cores. Respeito pela história. Afinal, aquilo que você ama, por mais insignificante que possa parecer aos olhos dos outros, pra você, sempre será um amor do tamanho da terra.  Sempre será grande. Grande como é este esporte: o futebol. O nosso clube de coração!

Os populares América-RJ e Juventus da Mooca, assim como a Lusa são o segundo time de todo bom amante do futebol (Foto: Felipe Oliveira)
Os populares América-RJ e Juventus da Mooca, assim como a Lusa são o segundo time de todo bom amante do futebol (Foto: Felipe Oliveira)