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NÃO VEJO NADA, O QUE EU VEJO NÃO ME AGRADA

José Maria Marin, um dirigente que enxerga longe.
José Maria Marin, um dirigente que enxerga longe.

Os presidentes (sim, o atual e o sucessor, já escolhido) da Confederação Brasileira de Futebol parecem ser alheios aos conceitos de ‘inovação’ e ‘gestão de mudanças’. Em contrapartida, se mostram claramente fiéis aos seus próprios valores. É, de certo modo, o caminho inverso do que é recomendado a um treinador dentro de campo: mesmo perdendo, preferem recuar.

Fiéis a suas premissas, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero montaram uma verdadeira ‘tropa de choque’ para cuidar do futebol das seleções. Em coletiva na quinta-feira, dia 17 de julho, mostraram que vieram mais para confundir do que para explicar.

Primeiramente, Alexandre Gallo, mantido no cargo, até porque tem o perfil que agrada aos dirigentes, fez longa explanação sobre os erros cometidos na falta de conexão entre a Seleção principal e as categorias de base. Porque claro, se é para exorcizar a comissão técnica que está de saída, é melhor queimar logo de vez. Mesmo que se faça parte disso. Gallo tem o perfil disciplinador. Chegou a implicar com cortes de cabelo de jovens jogadores. A direção dá respaldo.

Na sequência da coletiva, foi indicado Gilmar Rinaldi, agente de jogadores até a véspera de sua indicação e também com o mesmo perfil disciplinador. Pergunte a Romário sobre os tempos de Flamengo, época em que Rinaldi tinha cargo de dirigente.

Por fim, a já dada como certa indicação de Dunga como treinador, um imenso passo para trás da CBF. A fórmula é simples: se havia a impressão de que o trabalho de Felipão e Parreira era de formar ‘família’, trazer todo o grupo para junto, estreitar as relações, é hora de chamar um ‘gritalhão’, um ‘disciplinador’, mais preocupado com critérios comportamentais do que técnicos e táticos.

Muito estilo no vestir.
Muito estilo no vestir.

Que o caro leitor não se engane com o retrospecto ‘menos pior’ de Dunga em relação à atuação da Seleção Brasileira na Copa de 2014. É um treinador fraco. Fez parte de um grupo vencedor em 1994, como jogador e capitão. Mas o time tetracampeão, de 20 anos atrás, já não trazia em si nada inovador, afinal de contas foi campeão graças a grandes atuações individuais, que puderam se desprender de um esquema travado e sem criatividade.

Pode dar certo? Pode, como tudo na vida. Mas não é inovação, e pelo retrospecto desta curta passagem de Marin pela presidência, e a se contar pela atitude conjunta com seu sucessor, podemos dizer que o céu é só uma promessa.

ALTERAÇÃO NA CBF: SAI 6 E ENTRA MEIA DÚZIA.

A boca minúscula e cheia de felicidade tem dado conta de que o presidente da CBF, Ricardinho Teixeira, irá pedir demissão do cargo.

“ALELUIA, MOTHEFUCKERS”, podem pensar os mais entusiasmados.

Repense essa questão, meus caros.

Primeiro que a idéia de trazer ao mundo essa boa nova justamente em épocas carnavalescas trata-se de uma grande movimentação do ainda estrategista Teixeira. Afinal, as zabumbas, cuícas e ziriguiduns irão certamente fazer mais barulho do que qualquer trama Ricardista. E em meio a essa sinfonia podem surgir das trevas os seus intrépidos “sucessores”. Pela ordem:

-José Maria Marin: O Zé das Medalhas. Responsável pela cena mais patética do ano futebolístico que está apenas começando, quando furtivamente “deixou cair” em seu bolso a medalha de campeão da Copa SP de Jrs de um dos jogadores do Corinthians.

– Fernando Sarney: Filho do José. Irmão da Roseana. Investigado na chamada “Operação Faktor”, acusado de desvios de verba pública ao longo de 10 anos. Fernando é adepto da censura aos meios de comunicação. Em 2009 solicitou ao TJD que impedisse o jornal O Estado de SP de publicar informações acerca da Operação Faktor.

O futebol brasileiro está lascado (para não dizer outra coisa), mas muitíssimo bem pago. Só não se sabe a quem.

Como visto, a saída de Ricardo Teixeira pode não ser um golaço assim tão grande do futebol brasileiro.