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Chazinho de Coca – Corinthians 8 X1

Corinthians 8 X1

Uma noite de quarta-feira para torcedor corintiano nenhum esquecer. Enquanto no Morumbi, sua torcida assistia ao seu time massacrar o adversário, seu time voltando a ser Corinthians, o sistema de som do estádio informava os gols, um após o outro, quatro no total, que seu maior adversário e favorito a tudo na temporada (até então), levava na lomba, bem longe dali.

O Timão enfiou quatro gols em um clube que vinha atravessado em sua garganta e classificou-se com sobras para a próxima fase da Copa do Brasil. Depois desse resultado, quem ousa duvidar da força corintiana na competição?

O Verdão, que ontem jogou como verdinho, levou quatro gols de um time que estava atravessado na garganta palmeirense, e que vai continuar por um bom tempo.

O novo Rincón da torcida alvinegra fez pelo Corinthians, o que os alviverdes esperavam que Valdívia, Diego Souza e cia fizessem por eles. Mano armou um Corinthians grande, voluptuoso, com cara e pegada de Corinthians. Luxemburgo também armou um Palmeiras grande, com o que havia de melhor disponível, mas não conseguiu ser Palmeiras em momento algum da partida. Dois resultados justíssimos!

Mano teve tempo para preparar seu time para essa decisão, Luxemburgo não. O Palmeiras teve a decisão Paulista no meio das partidas contra o Sport. No próximo domingo pode e deve ser campeão paulista depois de 12 anos. O Corinthians está na segunda divisão e não irá mais disputar nenhum grande clássico no ano, mas pode terminar o primeiro semestre classificado para a Libertadores de 2009. O Palmeiras deve sair da fila, sua torcida deve soltar o grito de campeão travado na garganta há anos, mas vai ter que brigar por seu espaço na América até dezembro próximo, quando se encerra o mais complicado campeonato nacional do planeta.

Coisas do mundo da bola.

Ao som de um vício que vem tomado conta da minha alma – Miles Davis & John Coltrane – Dear Old Stockholm

Abraços,

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Chazinho de Coca – Pimenta nos olhos dos outros é refresco!

Pimenta nos olhos dos outros é refresco!

Não, não irei falar a respeito do caso do tal gás de pimenta, nem da queda de energia, nem mesmo da “agressão” de Rogério Ceni em Valdívia. Esses assuntos são sim importantes e fizeram parte da história de um dos mais eletrizantes clássicos dos últimos anos. Mas a história foi protagonizada por Palmeiras e São Paulo, dois gigantes, duas bandeiras, duas camisas das mais importantes do mundo. A visão são-paulina foi escrita com maestria na coluna “La Mano de Dios” do Fábio. Confesso que dificilmente vou conseguir ser tão racional quanto ele, mas vou tentar.

Não por acaso, desde o final da partida, muitos palmeirenses amigos vieram conversar comigo a respeito do jogo. O sentimento que pude notar em todos, foi o de que toda a coletividade palestrina está sim, de alma lavada! Fosse o jogo de ontem contra o Corinthians, apesar da enorme rivalidade, o gosto não teria sido o mesmo. O Timão encontra-se hoje alguns degraus abaixo de SP e Palmeiras. O Timão não tem uma história recente de grandes duelos contra o Verdão. O time do Parque São Jorge esteve em alta exatamente quando o do Palestra Itália esteve em baixa. O Palmeiras ressurgiu como uma fênix no cenário da bola, mas em contrapartida o Corinthians despencou.
O time da moda (no bom sentido), aquele que vinha sendo o bicho papão, o time a ser batido era exatamente o São Paulo. Mas não apenas isso, o tricolor do Morumbi vem há tempos sendo a pedra no sapato palmeirense. Eliminações consecutivas na Libertadores. Derrotas tanto fora quanto dentro de casa. Gozações, ironias, galhofas vindas tanto da torcida, quanto do elenco e principalmente, da diretoria são-paulina.

O Alviverde imponente sendo colocado como clube ultrapassado em todas as ocasiões. A defesa que ninguém passa sendo facilmente vencida pelos até então imbatíveis atacantes tricolores. A linha e os atacantes de raça, demonstrando muita raça sim, mas pouca inspiração e quase sempre não fazendo frente às muralhas são-paulinas.

Mas mesmo nessas situações, a Torcida que canta e vibra esteve ao lado do time, sempre empurrando, acreditando, demonstrando amor. Já era mais do que hora de receberem algo em troca.

Pois desde os 4X1 da 1º fase do campeonato paulista, a torcida sentiu que esse Palmeiras era sim diferente dos de temporadas passadas. Era esse sim, o time ideal para retomar a dianteira, de fazer frente a qualquer um, mesmo ao até então, quase imbatível São Paulo. Era hora da retomada da dignidade, era chegada a hora de voltar ser Palmeiras.
Não bastava apenas vencer o São Paulo, tinha sim que vencer e mostrar-se superior. Ser favorito e fazer valer essa condição. Ver o goleiro adversário falhar e o seu, fechar o gol. Sentir que sua estrela é sim mais decisiva que a deles. E notar que a reação negativa do adversário ao final da partida nada mais era do que a constatação de que no campo, na bola, no futebol, hoje, inegavelmente, o Palmeiras é superior.

O alviverde Imponente trouxe de volta a alegria para aquela que nunca o abandonou, aquela que é e sempre será a Torcida que canta e vibra.

Falta agora poder, enfim dizer, que de fato é campeão!

Ao som dos gênios Miles Davis & John Coltrane – Round Midnight

Grande abraço,