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Corinthians x Independiente de Medellín

Abaixo um relato sobre o jogo que aconteceu ontem, Timão x Independiente de Medellín, na ‘VOZ’ de um TORCEDOR CORINTIANO, que gentilmente escreveu este texto para o Ferozes F.C. Vai que é sua, Rodrigo !

Com “Dentão” encavalado, Dentinho salva outra vez

Coração de corintiano sofre, e isso todo mundo já está cansado de saber, não é?

O Sport Club Corinthians Paulista, fundado pela classe oprimida há quase cem anos, tem como marca registrada a tradicional garra e também a capacidade de deixar ainda mais tênue a linha entre a dor e o prazer, entre a raiva e o amor.

E não foi diferente nesta quarta-feira à noite, no segundo desafio da almejada taça Libertadores no ano do centenário, contra o Independiente de Medellín, na altitude de 2640 metros da cidade de Bogotá, na Colômbia.

No início da transmissão meu sangue alvinegro já borbulhou ao ver o time escalado com Marcelo Mattos na lateral direita e Jucilei como segundo volante, devido o titular Alessandro ter sentido dores antes da partida e Tcheco encostado por opção. Após minhas mãos transpirarem, ao som do hino nacional brasileiro, de ansiedade e raiva desses “jogadores de vidro”, que se machucam sozinhos, o Independiente dá o pontapé inicial, e começa atacando para o lado direito da minha nova TV de LCD.

No início, os dois times demonstraram o interesse em estudar o comportamento do time rival, assim como um respeitável lutador de boxe avalia o estilo do adversário. Tanto Corinthians como Independiente mantiveram parcimônia no ataque, com alguns lançamentos em profundidade, na verdade, “tijoladas”, de acordo com o “futebolês” mais fluente.

No decorrer do jogo, notei um Corinthians bem posicionado em campo, com boa marcação e muitas roubadas de bola na saída do adversário, porém ainda com notória falta de criatividade na armação e força no ataque.

Ronaldo (esse renderá um subtítulo neste texto) ficava isolado no frente. Danilo, Elias e Jorge Henrique tentavam dar criatividade à equipe, mas sem muita objetividade. As “tijoladas” persistiram, por parte do time local, já o do Parque São Jorge demonstrava uma moderada superioridade com boa movimentação.

Já eram quase 11 horas da noite, horário em que não se pode mais fazer barulho aqui onde moro, quando de repente, meu grito de palavrão corta o silêncio e se sobrepõe aos bramidos dos vizinhos, também, na maioria, corintianos.

Faltando 5 minutos para o final da primeira etapa, os zagueiros Chicão e Willian conseguem ser driblados de uma só vez por um atacante do time colombiano, que obriga Felipe a fazer um milagre embaixo do travessão. Ninguém disse que ser corintiano era fácil.

A última chance da etapa inicial foi do Corinthians. O árbitro assinalou uma falta quase do meio-campo para o timão. Mano Menezes gritou da lateral do campo para que Roberto Carlos cobrasse. Em uma de suas melhores apresentações no time alvinegro, o lateral esquerdo desferiu uma “patada atômica”, semelhante aos tempos de Europa, exigindo que o goleiro do time colombiano fizesse uma bonita defesa.

Terminada a primeira etapa, mesmo sem fome, faço pausa para água, uvas e bolachas para que eu não coma os meus dedos, devido a enorme aflição.

Converso também com meu vizinho palmeirense que fuma um cigarro na janela e penso: “meu vizinho não é Zé do Caixão, no entanto só tem a possibilidade de rogar pragas aos rivais nesta altura”. Ninguém mandou o “Verdão” amarelar no ano passado.

Bem, começa o segundo tempo e a cara do jogo não se altera. Ronaldo, que, lembrando, ainda será “cornetado” neste texto, se arrasta em campo, ainda com o Corinthians melhor.

Os dois técnicos, então, resolvem entrar em ação. Mano Menezes, que gosta de testar a saúde dos corações corintianos, resolve tirar Danilo para colocar Dentinho, assim perdendo solidez no meio campo e força na criação, já deficiente.

Olha o Corinthians, em especial, Mano Menezes, abalando as dualidades da vida! Sinto euforia e decepção em segundos. Vibrei ao ver Dentinho no aquecimento, mas xinguei quando vi que Danilo é quem iria sair.

Qual será o mico de Ronaldo? (“cornetada” prometida)

Totalmente apagado, o fenômeno, convidado especial do Big Brother Brasil, dispensado pela DIRETORIA do compromisso contra o São Caetano, no último domingo, para brilhar muito na Rede Globo, está cada vez mais se parecendo com um ex-jogador em atividade.

Em frente ao computador, no site youtube, vejo Ronaldo apreciando as lindas curvas de Anamara e um trecho do desempenho do maior artilheiro de todas as copas como, juiz de um jogo idiota do BBB. Me bateu uma dúvida cruel: afinal, quem é o ATLETA PROFISSIONAL que aparece na tela?

Ora, Ronaldo, como disse antes, o Corinthians detém o segredo da alquimia secreta de transformar sentimentos. Ontem você foi idolatrado, amanhã pode ser supliciado em pleno saguão do Parque São Jorge. Pior ainda é a diretoria que formalmente permite esse meretrício. Aqui é Corinthians, poxa!

Fim da Cornetada

Ainda ligeiramente melhor em campo, o castigo enviado pelos deuses do futebol chegou como um soco no estômago do time de Mano Menezes e do bando de loucos que o apóia, inclusive a este maluco que vos escreve.

Nelson Barahona, em posição ilegal, recebe cruzamento, chuta e…”Balança o capim no fundo do gol do Felipe” (salve Silvio Luiz). O silêncio imperou por aqui. Meu sangue alvinegro esquentou. Se alguém, neste momento, me atirasse uma pedra, eu certamente devolveria uma granada, como diria o rapper Thayde.

Após o banho de água fria, o Corinthians tentava pressionar o time local, contudo sem muita consistência. No entanto, aos 40 minutos, Dentinho arriscou um chute de fora da área e acertou o ângulo. GOLAÇO! FESTA DA NAÇÃO CORINTIANA !

Até os bombeiros do agrupamento aqui ao lado do meu prédio comemoraram com sirenes, enquanto fogos de artifício incendiavam os céus, como nuance do reveillon ainda no SEGUNDO jogo rumo ao topo da América.

À propósito, antes e após o jogo, o termo “VAAAAAMU CURIIIIIIIIIINTCHA” despontou como o mais “twitado” no Brasil e, também, por mais incrível que pareça, nos EUA. Isto é Corinthians!

Enfim, quando volto à frente da TV e vejo Jorge Henrique tentando segurar a bola numa cobrança de escanteio, me dou conta que só restava esperar o jogo terminar. E assim foi.

Nada é fácil para o Corinthians, mesmo para um Corinthians ainda sem muita cara de Corinthians.

Apesar de tudo, esse resultado manteve o timão na liderança do grupo 1 do torneio continental, agora com 4 pontos ganhos. O Racing, do Uruguai, com 3 segue na segunda colocação. O Independiente Medellín tem 2, e o Cerro Porteño apenas com 1 até este momento.

Por Rodrigo Foganholi