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MISSÃO NEYMAR

Já eram passados 40 minutos do 2° tempo em Estocolmo quando sobe a placa de substituição que anuncia: sai o garoto Neymar para a entrada de Lucas. O jogador, que foi o melhor em campo, vai prontamente para os vestiários e é exatamente nessa hora que começa a ”Missão Neymar”.

Um jatinho bancado pelo próprio jogador o aguarda para leva-lo a Florianópolis, palco da partida de seu clube contra o Figueirense. 16 horas mais tarde, o craque santista desembarca e começa a preparação para o jogo. Exatamente as 21h, pouco mais de 1 dia após estar em campo pela seleção, ele entra em campo pra defender o Santos e depois dessa maratona toda só um torcedor muito otimista poderia esperar uma boa atuação do jogador, uns duvidariam até se o craque aguentaria os 90 minutos, mas com a imprevisibilidade de sempre, Neymar chamou a responsabilidade e foi decisivo na primeira e tardia vitória do Santos como visitante.

Toda logística envolvida deu certo e com um golaço, uma assistência e uma expulsão cavada o menino explicitou ainda mais a chamada ”Neymar dependência”, afinal de contas sem o jogador a equipe sofreu muito no campeonato e até então não havia marcado um gol sequer fora de seus domínios.

Deixando um pouco de lado o fator Neymar, a equipe do Santos se portou bem, sobretudo na 2° etapa quando a igualdade numérica já estava estabelecida. Gerson Magrão entrou muito bem na lateral esquerda, Adriano como sempre um exímio ladrão de bolas e Miralles, que disputa vaga no povoado ataque santista, também contribuiu e muito pra vitória com um passe magistral para Neymar, que deu de presente o gol para o apagado Ganso.

A vitória serviu para reascender as esperanças da equipe no campeonato que tem dois clássicos pela frente, domingo o Corinthians e no outro fim de semana o Palmeiras, fora isso a Recopa intercalada entre os jogos coloca um ponto de interrogação na cabeça de Muricy: poupar jogadores ou não ?

Sinceramente, com os reforços se encaixando aos poucos no time, mais a volta dos jogadores que estavam servindo a seleção e a disputa por vagas no ataque, tudo isso tende a fortalecer ainda mais a equipe e para consolidar o crescimento nada melhor do que jogar constantemente juntos,  já que o Santos ainda carece de um padrão tático e de entrosamento.

Bem, uma coisa é certa, o Neymar está de volta e não é que ele voltou voando !

QUER PAGAR QUANTO?

Segundo Paulo Vinicius Coelho, o São Paulo sacramentou a venda de Lucas ao PSG, por 43 milhões de unidades de euros. Um achado, um arroubo, um rompante. Um negócio das Arábias, literalmente.

Bom de bola, hábil, jogador de explosão e boa condução da pelota. Lucas é um ótimo jogador, mas não é craque como Neymar. Bem longe disso. Alterna muitos altos e baixos. Nunca altíssimos, mas também nunca baixíssimos. Sequer é titular da seleção olímpica.

Então o fechamento dessa venda é um golaço histórico e sem precedentes do São Paulo.

PVC apurou que desse montante, 30% cabem ao jogador. Muita grana, meus caros. Com 19 anos de idade ele está feito pelo resto da vida.  E sua vida de atleta ainda é bem longa.

Lucas tinha propostas da Inter de Milão e do United. Clubes mais importantes e que dão a quem veste suas camisolas maior status do que a quem veste, por exemplo, a do PSG. Logo concluímos que o que pesou foi grana. Longe, bem longe do discursinho pasteurizado do sonho de se atuar nos grandes mercados. E grandes mercados eu entendo como Inglaterra, Itália e Espanha.

Dito isto, me aproveito do tema supracitado e levanto um questionamento aos caros: Onde está o erro de gestão de carreira de Paulo Henrique Ganso?

Há menos de 1 ano era impensável que qualquer outro jogador do país pudesse valer mais do que o camisa 10 do Santos, exceto Neymar, claro. Só que mesmo quando ainda atuava sistematicamente e emblematicamente pelo Peixe, Ganso nunca teve o mercado tão aberto assim como esteve agora para Lucas.

E analisem comigo. Há 1 ano Ganso era unanimidade como o 10 da seleção. Hoje já perdeu essa condição, inclusive na Olímpica para Oscar.

Oscar que já acertou, também por valores milionários, sua vida com o Chelsea.

Em menos de 1 ano Ganso perdeu espaço na seleção para Oscar, mercado para Lucas e Oscar e perde cada dia mais moral no Santos e junto ao torcedor santista. Seu mercado hoje é restrito ao futebol brasileiro.

Que suas contusões pesem contra, ele já esteve em pé de igualdade com Neymar, que é melhor do que os 3 juntos.

É um dos maiores cases de insucesso e de má gestão de carreira dos últimos tempos. Na mesma medida em que Lucas e Oscar são cases de sucesso retumbante, sobretudo comercial.

O que pensam sobre isso os nobres?

POR POUCO

Se os ‘Meninos da Vila’ achavam que teriam vida fácil no ‘clássico’ disputado na tarde do último domingo (1), no Canindé, tiveram uma grande e, quase, indigesta surpresa.

Demonstrando mais uma vez muita raça e determinação, os comandados de Geninho se impuseram diante do time de Neymar e cia. e dominaram grande parte do jogo, desperdiçando inúmeras chances, que foram determinantes para o frustrante resultado final da peleja: 0 a 0.

Com o resultado, a Portuguesa continua na 12ª posição, com oito pontos. Na próxima rodada, a Lusa tem uma parada dura pela frente. Encara, fora de casa, o líder Atlético-MG, embalado pela ótima vitória contra o Grêmio, no Olímpico. Atenção, rapaziada! Foco.

Ok, o empate foi amargo para a Lusa. Deixando no ar a sensação de que a vitória poderia ter vindo. Porém, há o que se comemorar: a Lusa continua invicta nos duelos contra times paulistas – empatou com o Palmeiras (1 a 1) e venceu o São Paulo (1 a 0) na competição.

E outra: após o segundo jogo como capitão, o pentacampeão Dida mostrou que a diretoria acertou em cheio na sua contratação. Durante toda a partida, o camisa 1 liderou mais uma vez sua equipe, além de praticar boas e importantes defesas, como em uma cabeçada à queima-roupa de Durval. Boa, ‘garoto’!

A cada jogo que passa, o time rubro-verde tem demonstrando uma grande e significativa melhora. Não na parte técnica, que sabemos que é limitada, mas na parte emocional e, principalmente, tática.
Créditos para Geninho, que enfim, acertou a equipe. Conta com um ótimo e experiente goleiro, uma defesa que parece estar se entendendo, um meio-campo pegador e um ataque veloz. Creio que é necessário apenas melhorar nos quesitos finalização e criação.

Conversando com alguns amigos lusitanos, os mesmos me disseram que com tal melhora apresentada pelo time do Canindé, a maioria da torcida começa a sonhar com uma possível vaga para a próxima edição da Copa Sul-Americana. Será?

Ainda é cedo, mas é preciso ter foco. Se o objetivo traçado é alcançar a vaga, que a Lusa lute até o fim. O importante é começar a fazer pontos e se distanciar ao máximo da zona da degola.

Do lado santista, vimos um time apático em campo, vivendo apenas de lampejos de seus principais jogadores: Ganso e Neymar. Este último, que até tentou, com alguns dribles e boas jogadas. Inclusive, em uma delas, talvez a melhor do jogo, o camisa 11 arrancou, sofreu a falta dos adversários, resistiu em pé, não caiu e rolou na boa para Borges, que dominou livre, na frente de Dida e…isolou, para desespero de Muricy e toda torcida do Santos presente, em bom número, ao Canindé.

Com o resultado, o Peixe continua sem vencer na competição e amarga a 18°colocação, com 4 pontos em 21 disputados. Que fase!!!

Guilherme carimba o travessão de Rafael. (Foto: Ivan Storti)

“EU SEI MUITO”

A nova safra de torcedores brasileiros é muito chata. Sequer entendem a essência das rivalidades e acham que podem delimitar até onde um rival deve torcer contra a agremiação que historicamente foi a antítese da sua.

É muito “mimimi” e nenhum conhecimento de nada. “Nóis contra o mundo”, “chupa anti” e bla bla blas que tornam as noites nobres do esporte bretão um martírio para qualquer um que queira ter suas preferências, mas com um fundo de discernimento pelo menos.

Em muitos casos noto uma síndrome de “apequenamento”. Como se o fato do time X estar em uma boa fase obrigasse todos os outros torcedores a aceitarem a situação e louvarem a tal agremiação, numa onda de “veja só, crescemos e queremos ser respeitados”. Em outros verifico um misto de soberba com pedantismo digno dos discursos mais rasos.

Em 1999 o Palmeiras, então campeão da Libertadores, disputou o mundial contra o Manchester United. Vejam só a montagem que data da época.No ano seguinte fez nova final de Libertadores contra o Boca Jrs. É até hoje alguns vendem o discurso de que Corinthians e Boca são irmãos e não é raro achar corintianos com camiseta do clube argentino.

Quer verificar a grandeza de seu clube? Basta notar o quanto de ruído ele causa nas torcidas adversárias. O dia que esse ruído não ocorrer, fique atento. Ai sim o “apequenamento” pode estar em trâmite.

 

Dito isto, vamos ao que de fato importa.

No Corinthians X Santos mais importante da história só deu alvinegro, mas o paulistano.

Da 1ª fase irretocável e que lhe deu vantagem para todo o resto da competição, ao pragmatismo inteligente de Tite. A campanha corintiana tem sobrado.

Em comparação a santista, perde nos ápices de brilho, mas ganha disparado na competitividade que o torneio exige.

O Corinthians foi mais time – entenda esse mais time no campo da tática, do ser aguerrido – desde o começo. Os duelos só deixaram isso evidente.

Com algumas peças em baixa, casos de Elano, Leo e Borges – e coloco aqui também o técnico Muricy – O Santos dependeu exclusivamente do brilho do genial Neymar. Que é genial sim, ainda que estejam tentando colocar sua capacidade em julgamento pela má jornada nos últimos jogos. O moleque vem de temporadas inteiras em alto nível. Três ou quatro jogos não jogam tudo isso no lixo. Mas PH Ganso sim vem de um ano inteiro vivendo da expectativa criada e nada tem criado.

No jogo de ontem, após um 1º tempo onde o Santos conseguiu equilibrar e desequilibrar num lampejo de Neymar, Tite virou o jogo na virada de etapa. Mandou Liedson na vaga de William e com um homem de área efetivo limitou as linhas de trás do Santos a redobrarem a atenção e apoiarem menos. Diminuiu o ímpeto santista que terminou em alta e em vantagem a 1ª etapa. Enquanto isso os três homens de frente do Peixe quase nada produziam e muito em conta da má jornada de Borges, mas sobretudo pela ineficiência de Ganso. Demorou Muricy a notar que ao invés de 3 homens no ataque, ele precisava reforçar a armação do time e também povoar o meio campo, onde o Corinthians quase sempre trucida o esquema adversário. Quando mandou Leo para fazer dupla com Ganso já era tarde.

Como tarde me parece ser qualquer elogio a ser feito para esse time do Corinthians, sobretudo para Tite, que com suas “treinabilidades”, seus “fala muito” e seus discursos estrategicamente sonolentos, chama para si uma responsabilidade de 50 anos que o clube carrega. Tira do elenco, que nada tem a ver com esse histórico de derrotas na Libertadores, toda a carga negativa acumulada por todos esses anos tragicômicos de participações em Libertadores.

Ainda não foi campeão, mas nunca esteve tão próximo de ser. Mais do que qualquer outro já esteve. Afinal, para o Corinthians, essa final é inédita. Bem como sua condição de time a ser batido na competição continental.

Outro discurso que Tite adora adotar é o “eu sei muito”. Tá mostrando que sabe mesmo.

Aplausos para o Adenor.

APAGADO, SANTOS PERDE PARA O ”CHELSEA” BRASILEIRO

O duelo mais importante do clássico alvinegro até então tinha um roteiro a seguir, todos já imaginavam um Corinthians compacto e explorando os contra-ataques na medida do possível e um Santos mais aguerrido e ofensivo tentando fazer o resultado em casa, porém só um dos times protagonistas realizou o seu papel e com méritos leva uma vantagem importante para os seus domínios e está a um empate da final.

Parte do título do post pode até ser considerada uma alusão ao ocorrido na Vila Belmiro, quando aos 37 minutos metade dos refletores do estádio se apagaram, mas também servem pontualmente para definir em uma palavra a atuação do Santos, pelo menos na primeira etapa da partida. Apesar do quase inexistente volume de jogo corintiano, a equipe da capital ditou o ritmo do jogo e com inteligência e frieza típicas de um time argentino encontrou o seu gol fora de casa que há muito tempo não saia, alias a única chance do Corinthians na partida foi uma pintura do ”esquentadinho” Émerson que se aproveitou da avenida Henrique para dar números finais ao jogo.

Somente no 2° tempo quando Muricy teve um relampejo de ousadia colocando Borges no lugar de Elano que o Santos passou a assustar o goleiro Cássio. Com a cara do ”Chelsea” o Corinthians se defendia de forma magistral e mesmo com a bola nos pés quase o tempo todo o peixe não conseguiu ser incisivo na criação das jogadas. Adriano, o melhor em campo, foi o único que entendeu que o jogo se tratava de uma semifinal de Libertadores e não se contentou em defender e desarmar, mas também foi o melhor passador da partida com 96% de aproveitamento, porém como o único lúcido por parte do Santos pouco pode produzir ofensivamente.

O que mais deve ter irritado o torcedor santista foi a insistência de alguns jogadores alvinegros em treinar o goleiro Cássio. Juan e Elano cansaram de cruzar bolas nas mãos do bem apessoado goleiro corintiano que do alto dos seus 1,97m cansou de neutralizar a jogada aérea ineficiente do Santos. Mesmo com um a menos e um apagão para pensar na estratégia de como furar o bloqueio corintiano, o peixe não conseguiu o seu gol e agora terá que jogar como ainda não jogou em 2012 para buscar a vaga em sua 5° final de Libertadores.

Ao ”Chelsea alvinegro” não há muito o que alterar, o técnico Tite conferiu um padrão de jogo a equipe que está longe de ser brilhante, mas a cada partida se mostra mais com a ”cara” da competição sul americana. Enfim, o duelo está em aberto e mesmo com uma vantagem importante é bom ressaltar que um 2×1 a favor do Santos no Pacaembu não seria nenhum absurdo e portanto o torcedor dos alvinegros paulistas tem uma semana para deixar o coração em dia e se preparar para os últimos noventa minutos da maior batalha envolvendo o clássico mais antigo do futebol paulista.