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EXISTE TRABALHO SENDO FEITO

Da conquista da Copa das Confederações por parte da seleção da CBF, muitas ponderações podem e devem ser feitas, muita coisa ganha espaço, exceto o pachequismo e o desdém ao adversário. Sobretudo em uma época em que o levante popular por buscas de melhorias em searas tão mais importantes que as do futebol nos dá a sensação de vivermos o despertar de uma geração mais crítica e analítica, que deixou de aceitar o pão e circo, bem como o de viver o factível, ante as suposições e os achismos oportunistas. Devemos sim usar dessa nova maneira de enxergar a vida para aplicar ao nosso esporte tão amado.

O tom da crítica ao trabalho realizado até a final do último domingo se deu dentro daquilo que víamos em campo e também fora dele. Ao analisar o jogo jogado dentro de campo, não estamos excluindo a necessidade de continuar de olho nos trâmites do jogo de interesse jogado fora dele. A realização das Copas com suas obras faraônicas sustentadas com dinheiro público continuam, não mudaram em nada. Mas o jogo do time de amarelo praticado no campo de jogo, sim. E é esse o tocante de hoje.

Desdenhar da Espanha é uma tremenda burrice. Seja você um pacheco assumido ou alguém mais contido. Ao diminuir os feitos espanhois nos últimos anos, joga-se por terra qualquer mérito enxergado no time de Felipão. Afinal, a seleção cebeéfiana triturou os atuais campeões mundiais, os bicampeões europeus, que vinham de uma longa e merecedora invencibilidade.

Ponderações acerca da condição física com que os espanhóis chegaram para enfrentar os brasileiros são justas, mas não eliminam o ótimo jogo de Neymar e cia. O time do Felipão variou taticamente. Da marcação pressão implacável nos primeiros minutos, passando pela atuação da dupla de volantes que anulou Xavi e Iniesta, chegando ao perfeito jogo tático de Hulk e Oscar. Recuou quando necessário, fazendo uso enfático de um contra ataque mortal, sobretudo pela esquerda com Marcelo e o genial Neymar. Impossibilitou a fluência do jogo espanhol, que mesmo quando teve posse de bola, pouco ou quase nada produziu. E quando o fez, como no quase gol de Pedro – na única grande jogada do ainda melhor time do mundo – encontrou uma barreira intransponível formada por um revigorado Julio Cesar e uma dupla de zagueiros fenomenal com Thiago Silva e um exuberante David Luiz, que foi ao lado de Neymar e Fred o grande nome da final. Perfeito na marcação, implacável na cobertura e preciso nas antecipações.

Não cabe mais desconfianças a respeito da condição técnica de extraterrestre de Neymar. Se nos times de Mano Menezes e mesmo no início de trabalho de Felipão, sem padrão tático, o cara já era o artilheiro isolado, bastou o acerto do time para que ele enfim brilhasse como dele sempre se espera. Melhor jogador do torneio, autor dos mais belos e decisivos tentos. Incontestável!

O time da CBF termina a Copa das Confederações bem mais bonito. Mas pés no chão são mais que necessários. O resultado não serve para transformar esse no melhor time do mundo. Ele não é, ainda. Espanha e Alemanha continuam alguns passos adiante, com trabalhos muito mais consistentes que este iniciado por Felipão. O título em uma Copa como esta também não é parâmetro para projeções. Nenhuma seleção campeã do torneio repetiu o feito na Copa do Mundo a seguir. O próprio time da CBF de Parreira e depois de Dunga nos serve de espelho. E mesmo esse time de Felipão oscila muito. De bons jogos contra Japão e Itália, a um péssimo diante dos uruguaios e depois um jogo brilhante diante dos espanhóis.

Por ora o que fica é isso. Existe trabalho sendo feito. Ele é bom e tende a ficar ainda melhor.

 

neymarfred

 

TIME DE GUERREIROS E CAMPEÕES

Não sou tricolor de coração, mas torço por um clube também muitas vezes campeão. Gigante igual ao Fluminense 2012 – Tetracampeão brasileiro.
Melhor ataque. Melhor defesa. Time que mais venceu. Artilheiro do campeonato. Contra fatos não há argumentos, já dizia o poeta. Isso explica muita coisa. Ou quase tudo.

Um time que se inicia por um arqueiro espetacular – formado pela renomada escola alviverde de goleiros – que na bola do jogo, em que Mauricio Ramos armou a bomba para selar a virada do bravo Palmeiras, defendeu de forma monumental, salvando mais uma vez sua equipe da derrota.
De um atacante mortal, decisivo. Que, de duas bolas que recebe, marca dois gols. De um técnico boa gente, boa praça, competente e, acima de tudo, campeonissimo, porém pouco valorizado, diga-se.
Muitos são os adjetivos para qualificar esta memorável conquista tricolor. Entretanto, um fato em especial marcou o caminho do Fluzão até alcançar a quarta estrela.

Coube ao destino colocar as mesmas duas equipes em um jogo pra lá de decisivo.

Há exatos três anos, Palmeiras e Fluminense se enfrentavam no Maracanã. O Verdão, ao contrário da situação atual, brigava pelo título. Já o Flu, contra o descenso.
Fred, um dos pilares daquela limitada equipe e simbolo máximo do tetra, marcou de cabeça, aos 14 do segundo tempo o gol que seria responsável pela arrancada heroica da fuga contra a Série B.

No final, o Palmeiras perdeu o título e a Libertadores. Já a equipe das Laranjeiras, obteve êxito ao conseguir o que muitos apontavam como impossível: se salvou na última rodada, contra o Coxa, no Couto Pereira.

A torcida, um dos fatores fundamentais para a permanência na elite, gritava a plenos pulmões o canto que mais tarde se tornaria marca registrada em Xerém:  “Guerreiro ôÔôÔ!!! Guerreiro ôÔôÔ!!! Guerreiro …Time de Guerreiros”!

Após vitória sobre o Palmeiras, Fluminense arrancou e fugiu do rebaixamento em 2009

De fato é que, a partir daquele ano o Fluminense, além de guerreiro, conseguiu retomar, depois de muito tempo, o patamar de clube vencedor no cenário futebolístico nacional.

Em 2010, de praticamente rebaixado um ano antes, o Flu se remontou e conquistou num Engenhão lotado, o Tricampeonato.
Em 2011, após os ratos e polêmicas envolvendo Muricy abalarem a equipe na Libertadores, o clube contratou Abelão e quase foi campeão, terminando o Brasileirão em terceiro lugar.
E, por fim, neste ano, com três rodadas de antecedência, conseguiu o título de forma única. Épica. Gigante, como é sua história.

A grande verdade, é que algumas equipes estão aprendendo como se disputa a forma dos pontos corridos. Nela, necessariamente não é campeão o time que apresenta o melhor futebol. Quanto mais regular, melhor. A frieza é algo primordial, aliada ao poder mortal de uma jogada ou jogador. Isso o Fluminense fez com extrema perfeição, aniquilando todos os possíveis riscos de perder o caneco.

Desmerecer este incontestável título é de uma burrice nunca antes vista. Usar subterfúgios de ajuda da arbitragem, teorias da conspiração, pagamento da Série B entre outras besteiras são desprezíveis e passíveis de pena.

Parabéns ao Fluminense! O agora, literalmente, TIME DE GUERREIROS E CAMPEÕES!

Jogadores comemoram tetracampeonato em Prudente

NÃO COMPLIQUEM O INCOMPLICÁVEL. NÃO COMPLIQUEM O FUTEBOL

Independentemente da camisa em campo, erros grotescos cometidos pela arbitragem tem comprometido o espetáculo e revoltado os torcedores neste BR12. Digo num âmbito geral. É uma vergonha! Que vem sucessivamente ocorrendo há anos e nenhuma providência séria tem sido tomada.

Permitir que alguns campeonatos sejam decididos por erros de árbitros é inaceitável, concordo.
Mas criar neles uma teoria da conspiração buscando  justificar o péssimo futebol apresentado em campo é papo de arquibancada.

Infelizmente tal sina tem acontecido com o Fluminense, atual líder do Brasileirão, que está há duas vitórias de se tornar Tetracampeão Nacional.

No jogo do último domingo, contra a Ponte Preta, em São Januário, a equipe de Abel Braga penou para sair com os três pontos na conta.

Logo no inicio, o garoto Luan – não aquele – acertou um chutaço no ângulo do ótimo goleiro Diego Cavalieri, abrindo o placar para a Macaca. 1-0.

Rival direto pelo caneco, porém ainda longe do líder, o Atlético-MG, que também venceu na rodada com polêmica envolvendo a arbitragem, agradecia ao céus a derrota do primeiro colocado. No caso do Galo,  se confirmado fosse o revés do tricolor das laranjeiras, a distância seria diminuída para 6 pontos, tendo confronto direto daqui dois jogos. O Grêmio, por sua vez, jogava no mesmo horário. Vencia seu jogo em casa por 1 a 0, contra o Botafogo. A festa azul já era tida como certa, afinal quarta-feira teremos simplesmente Grêmio x Fluminense.

Rodada perfeita para os amantes do futebol e adversários do Fluminense! Alguns já diziam que enfim o campeonato pegaria fogo. Mas não foi dessa vez.

Dois lances capitais, no Rio de Janeiro, mudariam tudo.

O primeiro, um lance passivo de interpretação. Bola na mão ou mão na bola? Eis a questão. Coube então ao árbitro tomar a decisão baseada em seus critérios: pênalti. Fred bateu e conferiu, empatando a partida.

Toque na bola com o braço de Luan: lance interpretativo. Créditos: Blog do Mauro Cezar Pereira

10 minutos depois, erro grave do juiz. Desta vez não houve falta. O jogador da Ponte Preta é nitidamente agarrado pela camisa por seu oponente, Marcos Júnior. Falta. Porém, na visão do árbitro – que devido o montante de criticas que recebera, logo após o jogo fora afastado – a falta foi marcada, só que erroneamente para o Fluminense. Wagner bateu e encontrou a cabeça de Gum, que com um leve desvio virou a partida. 2-1 Flu. Liderança assegurada. Polêmica no ar!

Marcos Júnior agarra Renê Junior, falta não marcada em favor do time de Campinas. Créditos: Blog do Mauro Cezar Pereira

Tirando os dois equívocos, vale ressaltar que o Fluminense jogou muito bem e mereceu a vitória. Aliás, vem merecendo, no campo, ser Campeão. Mas infelizmente os corriqueiros erros de arbitragem insistem em manchar a brilhante campanha tricolor. Uma pena.

Pois bem, assim que Nielson Nogueira Dias colocou ponto final no jogo de São Januário, não faltaram provocações em redes sociais acusando o clube carioca de receber favorecimento da CBF nas últimas quatro partidas.

Na minha opinião, a verdade é uma só: todos os clubes estão sendo prejudicados pela incapacidade técnica dos chamados “árbitros”. Porém, nos últimos jogos é fato que a favor do líder da Série A erros gritantes e passiveis de contestações tem acontecido. Mas não vejo como culpa do Fluminense, mas sim de quem apita. De quem comandada os tais apitadores. É estranho.

A filosofia deste site é não puxar sardinha para A, B, C ou D. Não ficar em cima do muro também faz parte de nossa cultura. Prezamos pelo jogo limpo. Afinal, o futebol é um esporte dos jogadores, não dos árbitros. Árbitro nenhum deve ser protagonista de uma partida de futebol. Quando sua presença não é notada, é sinal que foi bem. Fez seu papel.

Ou é tomada uma posição severa quanto aos inúmeros erros desta máfia do apito, ou seremos obrigados a debater futuramente a veracidade e o merecimento de alguns títulos. Como é obrigado a debater, por exemplo, o corintiano, sobre o título de 2005. O botafoguense, sobre o de 1995 e por aí vai…

Queremos apenas a aplicação da regra. Queremos, sobretudo, transparência. Exigimos justiça no futebol. Principalmente fora dele.
É falta? Marquem. Não é? Deixem seguir. É simples.

Não compliquem o incomplicavél. Não compliquem o futebol!

Edilson Pereira de Carvalho foi punido pelas falcatruas em 2005 Crédito: Gazeta Press

CHOQUE DE REALIDADES

Da série “jogamos como nunca e perdemos como sempre” a Portuguesa é especialista!

Quem não viu o jogo do último sábado (16) entre Fluminense e Portuguesa, realizado no Engenhão, que terminou com o placar elástico de 4 a 1 para os cariocas, pode achar que a Lusa não viu a cor da redonda, correto? Errado.

Por incrível que pareça, assim como pedido no post anterior, onde salientei a importância do tal cortejo e que os três pontos dariam tranquilidade e confiança para o restante da temporada, os comandados de Geninho encararam de igual para igual o badalado tricolor das laranjeiras de Abel Braga, Fred, Deco e Cia. Porém, não o suficiente para vencer.

O fator fundamental para a derrota diante de um dos times que certamente brigará pelo título, ocorreu devido a péssima atuação do sistema defensivo. Destaque especial para o recém-chegado zagueiro Lima, refugo vindo do Atlético-MG. Lima errou em três dos quatro gols da equipe da casa. Partida desastrosa.

Fora a parte defensiva, a equipe correu muito, mas oscilou demais durante boa parte do jogo. O meio-campo, ainda ineficiente na criação, dá sinais de que necessita o mais rápido possível de um pensador, um 10. Boquita não agrada.

Sendo assim, o setor ofensivo fica como destaque positivo. Vandinho se movimentou bem, perdeu duas chances na primeira etapa e ainda acertou uma bola no travessão quando o jogo estava 2 a 1 para o Fluminense. Ricardo Jesus também agradou. Marcou o único gol da equipe paulista. Mostrou ser oportunista. É matador.

Entretanto, o que ficou evidente e saltou aos olhos de todos foi o choque de realidades que há entre as duas equipes.

Mesmo sem jogar um futebol brilhante, o Fluminense soube vencer seu adversário. Principalmente quando dois de seus principais jogadores resolveram jogar. Deco simplesmente acabou com a partida, assim como Fred.
O camisa 20 tricolor deu três assistências magníficas para os companheiros marcarem os gols. Bela partida!

Por outro lado, sem tanto glamour, Fred fez um gol e participou de outro, fora o trabalho que deu a limitada defesa rubro-verde durante os 90 minutos.

Enfim, às vezes não basta só correr, lutar, chutar a gol, ter raça. É preciso contar com peças chaves no elenco. É necessário contar com protagonistas. Com jogadores diferenciados, que resolvam.
Isto o Fluminense tem, a Portuguesa não. O Fluminense brigará pelo título, a Portuguesa contra o Rebaixamento. Triste realidade.

No próximo sábado, no Canindé, às 18h30, a Lusa tem o clássico contra o São Paulo para se recuperar na tabela, onde atualmente ocupa a décima sexta colocação, com 4 pontos. A partida marcará a estréia do goleiro Dida no gol da Portuguesa.

PORTUGAL SALVOU O FIM DE SEMANA!

A única felicidade do torcedor da Lusa neste final de semana ficou por conta da classificação da Seleção Portuguesa para às quartas de final da Eurocopa.

Liderados por Cristiano Ronaldo, grande destaque da partida, os portugueses venceram DE VIRADA a badalada seleção holandesa por 2 a 1.
O próximo adversário de Portugal será a República Tcheca, primeira colocada do Grupo A.

Os Patrícios terminaram em segundo lugar no Grupo B, atrás da Alemanha, sensação do torneio até o momento.

Viva Portugal! Força Lusa!

QUANDO A METAFÍSICA ENTRA EM CAMPO

Retrato de Argentina x Uruguai

A filosofia aristotélica já tratava do assunto há séculos. Etimologicamente, metafísico é algo que vai além da física. Em sentido mais coloquial, popular, trata-se de algo abstrato, sutil e dotado de razão oculta. Traduzindo: quando o improvável acontece por alguma razão qualquer.

 Agora, imagine tudo isso aplicado à inexatíssima ciência do futebol. É prato cheio para o imponderável. E foi exatamente o que aconteceu no final de semana. Seja na Copa América, seja na Copa do Mundo feminina, os deuses do futebol deram as caras para determinar finais que desafiariam a vã e falível lógica humana.

 Copa América: favoritos fora

 Nas quartas-de-final da Copa América, alegria para Peru, Uruguai, Paraguai e Venezuela.

 Colômbia 0x2 Peru

 Que tal uma seleção chegando às quartas-de-final invicta e sem gols sofridos? Ainda mais quando essa seleção sai do grupo dos favoritíssimos anfitriões do evento, após tê-los enfrentado de igual para igual e, em muitos momentos, jogando melhor. Barbada! É a favorita. Bom, não é bem assim, não é Colômbia?

Colômbia e Peru em Córdoba

 

 Jogando em Córdoba, os colombianos entraram em campo com o mesmo planejamento de jogo de partidas anteriores, especialmente contra a Argentina. Só que esqueceram de avisá-los que o adversário do dia, o Peru, não era a Argentina e sequer jogava em casa. Portanto, o jogo colombiano de esperar o adversário no seu campo não funcionaria contra um time que também não queria saber de sair para jogar.

 A Colômbia se ligou da nova realidade somente no 2º tempo quando resolveu ir à luta e se lançar.

 Aos 20 minutos, Falcão García desperdiça pênalti. Dayro Moreno e Fredy Guarín bombardearam o gol peruano. Nada de gol. Prorrogação neles.

 No tempo extra, o Peru começou a gostar do jogo. Principalmente, quando Carlos Lobatón abre o placar aos 10 minutos, ainda na 1ª parte. Juan Vargas fechou o caixão colombiano aos 6 minutos do 2º tempo.

 Encerrada a aventura colombiana por terras porteñas. Outra vez, nadou e morreu na praia. A velha história de sempre: quando se imagina ser possível confiar na Colômbia, vem o tombo fatal. Peru classificado.

 Argentina 1 x 1 Uruguai

 O clássico mais antigo do mundo. Eis a reputação do duelo na cidade de Santa Fé que revivia a Copa América de 1987 disputada na própria Argentina. Clássico antigo, porém precoce nesta edição do evento, já que ambos passaram apenas em segundo lugar em seus grupos.

Argentina x Uruguai - momentos ásperos

 

 E foi jogão. Digno de todas as tradições de Argentina e Uruguai.

 Os visitantes abrem o placar com Diego Pérez logo aos 5 minutos de jogo. A partida prometia.

 Os argentinos não tardariam na reação. O gol de empate chegaria com Gonzalo Higuaín aos 17 minutos, de cabeça, após tentativa de Lionel Messi. O jogo pega fogo definitivamente.

 O Uruguai faz jus às suas tradições de garra e não se intimida com a atmosfera de pressão de Santa Fé.

 Aos 35 minutos, os uruguaios têm gol anulado. Aos 38, o autor do gol inicial, Diego Pérez, é expulso com segundo cartão amarelo. Aos 44 minutos, Diego Lugano encerra 1º tempo de gala com cabeceio no travessão.

 No 2º tempo, a Argentina volta com mais atitude. Lionel Messi, em boa apresentação, testa o goleiro Fernando Muslera. Angel di María faz o mesmo logo a seguir. O Uruguai era perigoso no jogo aéreo. Lugano quase chega lá com outro cabeceio aos 40 minutos. A seguir, Javier Mascherano é expulso. Fim dos 90 minutos de tirar o fôlego.

 Na prorrogação, os uruguaios voltaram a colocar as mangas de fora em duas oportunidades com Álvaro Pereira e Luis Suarez.

 Nos pênaltis, Carlos Tevez, que entrara no 2º tempo regulamentar, perde sua cobrança. Uruguai classificado, Argentina fora. Assim como em 1987, quando o Uruguai encarou e derrotou por 1 a 0 a Argentina de Diego Maradona através de gol de Antonio Alzamendi que pode ser revisto abaixo.

 Para a Argentina fica a indagação: Demitir Sergio Batista? Recolocar Diego Maradona no cargo? Nada contra Maradona, mas o “Pibe” mostrou-se perdido nas convocações e escalações em diversas ocasiões nas últimas eliminatórias. A Argentina de Batista venceu importantes amistosos contra Espanha e Brasil. Precipitação no calor da eliminação.

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 Time da CBF 0x0 Paraguai

 La Plata mais uma vez recebia o time da CBF. Mais uma vez os brasileiros enfrentariam os paraguaios. Empate por 2 a 2 na fase de grupos em jogo equilibrado.

Os milagres de Villar

 

 Mas, se naquela oportunidade o Paraguai fizera frente aos brasileiros, o que se viu no último domingo foi um bombardeio amarelo no gol de Justo Villar. E foi Villar, e somente ele, que fez frente aos brasileiros dessa vez.

 Chances de gol criadas com Alexandre Pato, Neymar, assistências de Paulo Henrique Ganso, egoísmo de André Santos. Todas as investidas brasileiras paradas nos pés e nas mãos de Villar ou na trave paraguaia.

 Justiça seja feita, o time da CBF fez boa partida. Só que futebol não é apenas isso. A bola tem que entrar. E os brasileiros pecaram na conclusão a gol. Final 0 a 0.

 As penalidades foram episódio à parte na odisseia brasileira em terras argentinas. Sim, gramado ruim, região da área onde está a marca penal ainda pior. Areia demais em campo para esconder defeitos no gramado. Fato surpreendente em se tratando de Argentina. Afinal, não é o que se vê em partidas do campeonato local ou da Libertadores. Clima de inverno adverso? Pode ser, mas sempre foi assim lá nesta época do ano. Portanto, sem desculpas para o gramado. Falha de organização.

 Elano jogou a bola em Plutão. Coisa para os astronautas da Atlantis chamarem a base na Terra ao melhor estilo “Houston, we have a problem!”. Falharam também Thiago Silva, André Santos e Fred. Foi o grotesco em exposição. Se houve algo digno de vergonha para os brazucas, que fique claro, foram as penalidades toscas.

 Os paraguaios se adaptaram mais rapidamente ao gramado. Na dúvida, bateram forte. Nada de chutes colocados com pose de firula à brasileira. Foram duas cobranças na raça de Cristian Riveros e Marcelo Estigarribia. Paraguai classificado para delírio de Larissa Riquelme. A metafísica entrou em ação, quiseram os deuses do futebol que passasse o Paraguai sem ter sido o melhor.

 Time da CBF fora e vem o de sempre no pós-eliminação: avalanche de críticas. Assim como no caso argentino, pontos a ponderar: demitir Mano Menezes? Exagero. Menezes mostrou serviço no Corinthians e no Grêmio. Passa pelas agruras de técnico-funcionário da CBF como todos os seus antecessores. Todos questionados em algum momento. É o preço do cargo. Talvez seja o caso de admitir que o futebol brasileiro não seja mais o melhor tecnicamente. Não pela partida contra o Paraguai do último domingo. Tivesse passado o time da CBF, a conversa geral seria outra agora. A questão é o processo de assassinato da galinha dos ovos de ouro a conta-gotas. O modelo brasileiro de fabricação de talentos para exportação começa a se esgotar. Algo deve ser feito para reverter o fluxo. A economia do País já permite passos iniciais. Falta livrar-se de mazelas políticas do futebol local.

 Chile 1×2 Venezuela

 O jogo entre a seleção visitante com torcida mais apaixonada contra a  seleção sensação do torneio. Era o que prometia o jogo de San Juan.

Vizcarrendo para marcar

 

 A Venezuela foi melhor no 1º tempo, justificando a boa fase. O gol do time ex-cachorro morto da América do Sul veio aos 34 minutos com Oswaldo Vizcarrendo em cabeceio preciso.

 O Chile não tinha ligação para o ataque. Problema corrigido pelo técnico Cláudio Borghi na 2ª etapa com o palmeirense Jorge Valdívia em campo.

Os chilenos passaram a dominar o jogo. Valdívia quase fez ao acertar o travessão. Em seguida, Humberto Suazo recebe na área e acerta o alvo. Tudo igual em San Juan.

 Mas era dia venezuelano novamente. Gabriel Cíchero, aos 35 minutos, aproveita sobra de bola após falta de Arango, ninguém tocar na bola e o goleiro Claudio Bravo rebater. Gol fortuito, mas que garantiu a manutenção da surpresa. Venezuela nas semifinais.

 Copa do Mundo feminina: Japão campeão na superação

 Estados Unidos e Japão fizeram a final da disputada Copa do Mundo feminina na cidade de Frankfurt, Alemanha.

Japão levanta a taça: never say die!

 

 Liderada pela bela e competente goleira Hope Solo, a seleção estadunidense entrou em campo com o favoritismo de bicampeãs do mundo e notória aplicação tática em campo.

 As japonesas eliminaram a favorita e anfitriã Alemanha e a boa seleção da Suécia.

 E foi domínio total dos Estados Unidos no 1º tempo. Diversas oportunidades perdidas. Seleção americana jogando de forma diferente dos jogos contra Brasil e França. Se antes as americanas esperaram as adversárias no seu campo e marcaram muito, contra o Japão a iniciativa de jogo foi a tendência.

 Terminar o 1º tempo no 0 a 0 foi o primeiro grande pecado americano na final. O jogo poderia ter sido definido em 45 minutos. Não foi o que aconteceu.

Saki Kumagai converte sua cobrança. Hope Solo tentou sua mágica. Sem sucesso para a americana

As estadunidenses continuaram melhores na 2ª etapa, mas as japonesas começaram a gostar do jogo também e já davam sinais de vida. Hope Solo, que não viu a bola no 1º tempo, começou a se movimentar.

 Os Estados Unidos abriram o placar aos 24 minutos em bela conclusão de Alex Morgan aproveitando lançamento de longa distância. Parecia o fim do Japão.

 Mas, a defesa americana, sólida até então, bateu cabeça e Aya Miyama pôs para o gol aos 35 minutos. O Japão conseguira sobrevida e novo ânimo.

 Na prorrogação, os Estados Unidos ainda atacavam, mas não mais tão incisivamente como antes. Abby Wambach, mestre no jogo aéreo, fez mais um de cabeça. Parecia novamente o fim das japonesas.

Solo aplaudida, acena desolada para a galera

Aí surgiu o talento de Homare Sawa. Gol marcado após corner. Quase sem ângulo. Tudo isso a 3 minutos do final. As japonesas conseguiram levar o jogo para as penalidades.

 Neste momento, o lado metafísico deu as caras em Frankfurt. É como se o poder superior dissesse: “ei Estados Unidos, todos viram que vocês têm o melhor time, mas hoje vai dar Japão, afinal o país já sofreu demais neste ano! Elas merecem!”

 E foi o que aconteceu. Shannon Boxx, Carli Lloyd e Tobin Heath erraram as cobranças. Hope Solo ainda fez sua mágica ao defender penalidade de Yuki Nagasato. Em vão. Japão campeão.

 Méritos para a seleção que enfrentou e derrotou ao menos três seleções favoritas no mundial. Que o título traga alento para o país do sol nascente, vitimado por tragédias naturais (terremotos e tsunami) e nucleares (vazamento da usina de Fukushima).