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URUGUAI CONFIRMA GRANDE FASE E PARAGUAI AVANÇA SEM VENCER

Dupla dinâmica uruguaia: Luís Suárez e Diego Forlán

Uruguai e Paraguai farão a final da Copa América na Argentina. Em duas partidas semifinais marcadas pela presença de apenas um dos três favoritos iniciais ao título, além da seleção surpresa do evento, uruguaios e paraguaios garantiram vaga em jogos com características distintas.

Jogando em La Plata, o Uruguai se impôs à seleção peruana e fez 2 a 0. O time do técnico Oscar Tabárez iniciou melhor a partida e fato é que deixou de dominá-la em apenas um breve momento do 1º tempo quando começou a se perder na marcação peruana montada pelo técnico Sérgio Markarián. No hiato uruguaio, aos 23 minutos de jogo, o Peru teve sua grande oportunidade em cruzamento de Juan Vargas que Luís Advíncula não alcançou. Foi tudo que o Peru pôde fazer.

Comemoração junto ao técnico Oscar Tabárez

A definição da vaga veio no 2º tempo. No início os uruguaios sofriam com os mesmos problemas: marcação peruana compacta, não concedendo a definição de jogadas. Aí surgiram os nomes consagrados que justificaram a reputação.

Aos 7 minutos, Diego Forlán soltou um míssil que o goleiro Raúl Fernandez não suportou. No rebote, Luís Suárez completou para o gol.

O segundo não tardou. Em contra-ataque, Álvaro Pereira lançou Luís Suárez em profundidade. Fernandez sai desesperadamente, não acha nada e o craque do Liverpool completa.

Além do ataque definidor da dupla Forlán-Suárez, a defesa, com Diego Lugano, mostrava autoridade, ainda que com certo exagero na dose.

Exagero que provocou a expulsão de Vargas. Sebastián Coates marca forte e leva o peruano a acertar o uruguaio com uma cotovelada. Catimba uruguaia que funcionou.

Daí em diante foi apenas aguardar o final do jogo. Tudo muito bem controlado pela seleção do Uruguai.

Foi a vitória com mais autoridade do Uruguai no biênio 2010-2011, período da arrancada celeste a partir da Copa Mundo da África do Sul. Aproveitando-se também da relativa fragilidade do adversário, o Uruguai, diferentemente de outras partidas, inclusive daquelas vencidas, obteve vitória de time grande. Triunfo ao estilo “sou favorito, assumo e tomo a iniciativa para vencer”. Desta vez, nada de jogar como pequeno e buscar a vitória na raça. Não que ela não tenha existido, mas foi vitória de seleção favorita e tradicional que se impôs naturalmente.

Pé alto: brigando pela posse de bola

Na outra frente de batalha, Paraguai e Venezuela duelaram em Mendoza em reedição de grande partida da fase de grupos quando ambos empataram em 3 a 3.

E mais uma vez a seleção “Vinho Tinto” surpreendeu o continente ao apresentar bom e competitivo futebol. Se nos 3 a 3 da primeira fase o Paraguai teve tudo para vencer e permitiu a reação venezuelana, desta vez foi a Venezuela quem dominou quase toda a partida, deixando os paraguaios acuados em seu campo defensivo na maior parte do tempo.

Impressionante a confirmação da evolução do futebol venezuelano. Os vinho tintos jogaram como equipe de tradição, enquanto os paraguaios clamavam pelo final do tempo regulamentar e da prorrogação.

Venezuela: melhor em campo

Falando em clamor paraguaio, estranho como o futebol da equipe do técnico argentino Gerardo Martino se perdeu ao longo da competição. Após estreia aquém das expectativas contra o Equador (0 a 0), os paraguaios fizeram duas boas apresentações contra Brasil (2 a 2) e Venezuela (3 a 3) quando deixaram a vitória escorrer pelos dedos. Já nas quartas-de-final, novamente contra o time da CBF, o time guarani contou com excelente atuação do goleiro Justo Villar que salvou sua seleção da derrota e levou a decisão para as penalidades. De resto, nada mais contra os brasileiros. Queda de produção total.

Qualidade de jogo que não foi recuperada ontem em Mendoza. Foi quase um massacre ofensivo da Venezuela contra o Paraguai. Quanto mais próximo do final a partida estava, maior o domínio territorial venezuelano. Domínio acentuado na prorrogação.

Final de 120 minutos em 0 a 0, treinador Martino expulso mais uma vez e aconteceu o que os paraguaios nitidamente desejavam: pênaltis.

Aí os méritos técnicos se invertem. Com o nível de precisão estratosférico, os paraguaios converteram suas 5 cobranças. Todas elas muito bem efetuadas. Os venezuelanos também não estavam mal, até que Franklin Lucena desperdiça sua chance. Brilhou novamente a estrela de Justo Villar que fez a defesa. Paraguai na final sem brilhantismo e sem vencer nenhuma partida sequer. Final também da epopeia venezuelana por terras argentinas.

Agora é Uruguai contra Paraguai na final. É a grande chance da Celeste reinar absoluta no continente. Se vencer, será o 15º título uruguaio de Copa América que superaria as 14 conquistas argentinas. Já os paraguaios terão o desafio de levar o caneco para Assunción pela terceira vez na história, mas terão que jogar mais bola para superar o entrosado time do Uruguai. Se história ganhasse jogo, a Celeste já poderia comemorar. São 24 jogos entre ambos em Copa América com 13 vitórias uruguaias, 5 empates e 6 triunfos paraguaios.

Falando em levar o caneco, quem não levou a Copa do Mundo para casa foi o time americano feminino. Só que a repercussão do desempenho da equipe na América foi enorme. Prova disso foi a presença de Hope Solo e Abby Wambach no programa “Late show” de David Letterman. Confira um pequeno trecho.

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