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Intervalo Musical – THE HORRORS

Domingo passado (27/05/2012), fui até o Parque da Independência só para assistir o show do The Horrors no Festival Cultura Inglesa

Infelizmente tive que enfrentar 2 horas de fila. Felizmente consegui entrar no parque pouco antes do The Horrors subir ao palco.

A banda surgiu em 2005, gravou 3 álbuns, e já é considerada uma das melhoras bandas britânicas da atualidade. Seu primeiro disco, “Strange House” (2007) mais ‘garage rock’, é um tanto quanto diferente dos 2 últimos, “Primary Colours” (2009) e “Skying” (2011), com boas baladas e muito sintetizador, mas sem perder a guitarra distorcida.


Na sua primeira apresentação no Brasil a banda parecia deslocada. Além de ser pouco conhecida por aqui, seu rock soturno parecia não agradar a maioria do público que ali estava para assistir o show do Franz Ferdinand, para o meu infortúnio !

Mas na 3º música, este clima já havia mudado. O show que durou pouco menos de uma hora, foi muito bom. Baixo e bateria em perfeita harmonia, o que deixava a guitarra à vontade para fazer o que quisesse, por isso muita distorção e solos deliciosos, o sintetizador foi um show à parte, e referente o vocal, eu simplesmente não acreditava que aquela voz saia daquele corpo.

A minha redenção foi na música “Sea Within A Sea”. Público e banda se entregaram. No palco e na platéia, sorrisos e excitação
A banda se despediu junto com o sol, tocando uma bela versão estendida de “Moving Futher Away”.

Quem conhecia a banda saiu de lá no mínimo satisfeito, e quem não conhecia, com certeza se surpreendeu.

Não, eu não fiquei para assistir o show do Franz Ferdinand

Setlist
1.Mirror’s Image
2.Who Can Say
3.I Can See Through You
4.Scarlet Fields
5.Changing The Rain
6.Endless Blue
7.Sea Within A Sea
8.Still Life
9.Moving Further Away

Observação: Achei lamentável o tumultuo causado pela invasão que virou noticia.

Agora deixo vocês, ao som do hit.

BLUE ROOM – Celebração da Boa Música !

PREPARE-SE !!!!!

20 de ABRIL estréia a BLUE ROOM.

Objetivo: Celebrar a boa música !

Uma festa com carimbo de “100% APROVADO” e total apoio do FEROZES F.C.


Noite dos bons sons de guitarras e afins, com discotecagem de Renato Malizia, Robson Gomes e Dimitry Uziel, todas as primeiras e as terceiras sextas de cada mês.

Um ponto de encontro, cosmopolita, despojado e instigante, a ser desvendado na Praça da República 119 – cruzamento da São Luís com a Ipiranga, em São Paulo.

Se você gosta da noite Dopamine, certamente vai se deliciar com a Blue Room!

Se você gosta de rock, shoegaze, psicodelia, post punk, garage, mod, glam, darkwave… esta festa é para você !

Entrada:
R$ 10 homem
R$ 5 mulher

Quando: 20 de Abril de 2012
A partir das 18:00. Até o ultimo cliente

HOSTESS: Ka

Local: Praça da República, 119
Contato:(11)7991-4543
Conheça: https://www.facebook.com/pages/Blue-Room/221000924668058
Evento: https://www.facebook.com/events/280985615317428/?ref=ts

APOIO:

– FLOGA-SE
http://www.botequimdeideias.com.br/flogase
– THE BLOG THAT CELEBRATES ITSELF
http://www.theblogthatcelebratesitself.blogspot.com.br/

“Blue Room Classic”

Intervalo Musical – COLUNA SHOW !!! – Damned – Nada Surf – Agent Orange

DAMNED – NADA SURF – AGENT ORANGE

A onda de shows em São Paulo não para. Onda que podemos chamar de tsunami, diante da quantidade de shows que estão rolando.

Como sempre, faço questão de prestigiar minhas bandas queridas comparecendo à suas apresentações ao vivo. Dentre tantas indico três, que desde já confirmo minha presença

– DAMNED – A banda que foi do punk ao gótico sem perder os fãs.

Uma das primeiras bandas punk do Reino Unido, estreiou nos palcos em 1976 abrindo um show para os Sex Piltols, logo depois realizaram a proeza de invadir os E.U.A.

Com o passar dos anos a banda foi agregando outros estilos musicais, chegando ao que podemos chamar de rock gótico. Acho que isso se deve às inúmeras formações da banda, sendo o vocal Dave Vanian, dono de uma voz incrível, e o guitarra Captain Sensible os únicos remanescentes, que nunca abriram mão do visual extravagante.

O show – 12 de Abril no Clash Club.
Mais Informações: http://www.clashclub.com.br/

Dá uma olhada sobre o que eu estou falando:

– NADA SURF – Uma grande representante dos anos 90

Nova Iorque, 1992, nasce Nada Surf formada por: Matthew Caws (Guitarra e vocal) Ira Elliot (Bateria e vocais de apoio) e Daniel Lorca (Baixo e vocais de apoio). Ganham grande projeção e uma legião de fãs já na estréia do primeiro disco com a música “Popular”. Tocam o genuíno e simples “Rock Alternativo”, padrão que se mantém após 20 anos e 7 discos gravados, conseqüentemente, mantendo os fãs sempre ligados à banda.

Em Novembro de 2004 assisti o show desta banda, que é uma das minhas paixões da adolescência, e não vi algo que os desabone. No palco uma apresentação impecável e muita simpatia. Assistir novamente este show me traz boas lembranças.

O show – 25 de Abril no Cine Jóia.
Mais informações: http://cinejoia.tv/

Presta atenção neste video amador do show que assisti em 2004, “Stelamate” com uma pitada de “Love Will Tear Us Apart”:

– AGENT ORANGE – Surf, skate, punk !

Só de ler “surf, skate” já dá para imaginar que a banda é da Califórnia, mas não dá para saber que nasceu em 1976.

Como boa banda californiana que é, tem forte influência de surf music, que unido ao punk rock deu origem um estilo único, o estilo Agent Orange.

Eu particularmente adoro as muitas versões que a banda fez de canções dos anos 60 como, “Secret Agent Man” do Johnny Rivers e “Somebody to Love” da Jefferson Airplane, mas a banda explodiu mesmo com o prórpio hit “Bloodstains”

No Brasil se popularizou entre os skatetistas nos anos 80, assim como TSOL, J.F.A. e Drunk Injuns.

O Show – 01 de Maio no Inferno Club.
Mais Informações: http://www.infernoclub.com.br/

Deixo aqui um vídeo do hit:

Em breve, mais shows aparecendo por aqui !

MINO CARTA CONTA A COPA DE 50: “A FIFA NÃO ERA ESTA COISA VERGONHOSA”

Mais uma matéria trazida ao Ferozes FC mediante parceria com a Agência Pública.

Por Andrea Dip

O jornalista e diretor de redação da Carta Capital cobriu o evento quando tinha 15 anos para veículos italianos: “O Brasil era o país ideal”

Em entrevista à Pública, o jornalista e diretor de redação da Carta Capital lembra a cobertura que fez aos 15 anos para veículos italianos sobre a primeira Copa depois da Segunda Guerra: “O Brasil era o país ideal”. Ali começaria sua longa carreira como jornalista.

Mino fala das muitas mudanças que ocorreram nesses 62 anos no mundo do futebol. A Fifa, por exemplo, não tinha nada a ver com esta de hoje, “que se tornou o que é graças a João Havelange, que, digamos, na Sicília estaria perfeito, dirigindo a máfia”.

E explica que apesar do “Maracanaço”, como ficou conhecida a dolorosa vitória do Uruguai sobre o Brasil no estádio com quase 200 mil pessoas, aqueles eram tempos tranquilos e felizes para o país.

Sobre a Copa de 2014, o jornalista não se mostra otimista. E dispara: “Mazelas mil. Porcarias variadas e mentiras… É uma floresta de enganos”. Senhoras e senhores, com a palavra, Mino Carta:

Você cobriu a Copa de 50 aos 16 anos. Foi seu primeiro trabalho? Como foi parar lá?

Na verdade, foi assim: meu pai detestava futebol e recebeu um pedido de jornais italianos para escrever uma série de artigos sobre a preparação para o Campeonato Mundial de 1950. Eu ainda tinha 15 anos, meu pai detestava o balípodo [futebol]. Me convocou e disse: “Olha, você que gosta dessa porcaria, você gostaria de escrever algo a respeito?”. Eu disse: “Quanto vale?”. Ele disse x e como esse x daria para encomendar um terno azul marinho num alfaiate de muita boa qualidade, eu disse “perfeito!”. Nesse tempo íamos aos bailes de sábado de terno e gravata. 

O terno azul era o objeto de desejo?

No meu caso, era o terno azul marinho. Então eu escrevi seis artigos sobre a preparação da Copa. Fui pago, fiz o terno azul marinho e depois quando vieram as equipes dos jornais para os quais eu tinha escrito– que, na verdade, eram dois jornais irmãos, um de Roma e outro de Gênova – o pessoal me usou como intérprete, como ajudante, como contínuo, mil coisas. 

A Fifa era menos exigente?

A Fifa não era essa Fifa, que se tornou o que é graças a um brasileiro ilustre que se chama João Havelange, que, digamos, é um concorrente do Totò Riina, do Provenzano. Ele na Sicília estaria perfeito, dirigindo a Máfia. A diferença é que ele está solto e Totò Riina e Bernardo Provenzano estão na cadeia. Esse Blatter é outro. Esse Ricardo Teixeira é outro. Aliás, aprenderam tudo com o João Havelange, que foi o autor desta Fifa vergonhosa. Agora, o campeonato de 1950 funcionou muito bem. Não houve problema algum. 

Foram construídos estádios na época?

O Maracanã. Basicamente, o Maracanã, que eu saiba. Eu me lembro porque São Paulo tinha o Pacaembu, que havia sido construído em 1942 e que era um estádio novo e bonito. O Pacaembu aguenta 50 mil espectadores com tranquilidade. São Paulo, nesse momento, beirava os 2 milhões de habitantes. Era um outro mundo. São Paulo tinha 50 mil carros. A gente se locomovia pela cidade com perfeição. Ainda funcionavam os bondes.

O Brasil não parou por causa da Copa, então?

De jeito nenhum. E veio muita gente de fora. O jogo da final, no Maracanã, que foi uma tristeza, um momento de enorme tristeza… Mas também, sabe?, o jogo começou com a distribuição de postais que mostravam o time brasileiro como se já fosse campeão.

Foi mais vergonhoso…

Não, não foi vergonhoso, porque o Uruguai, além de tudo, tinha um time excelente. O Uruguai tinha um time melhor que o do Brasil. Você não perde por acaso. Você perde porque tem pela frente um time que pelo menos, naquele jogo, jogou melhor. Tinha craques incríveis o time do Uruguai, jogadores excelentes. E o Brasil, como frequentemente acontece, era um time desequilibrado. Na defesa, havia muitas falhas. Tinha atacantes excepcionais e uma defesa… Um meio campo muito bom e uma defesa que deixava a desejar. Bom, não foi culpa do goleiro. O marcador do ponta direita do Uruguai não segurava o homem, chamava-se Bigode, o nosso. O outro chamava Ghiggia e corria bem mais. Então, é por aí. Mas enfim, foi um campeonato tranquilo, sem desordem. 

O senhor estava lá?

Estava. Triste, foi muito triste. O que tinha de gente chorando na rua era impressionante… 

Como foi o clima do estádio nessa hora?

Silêncio. Silêncio aterrador. A alegria de uma pequena torcida uruguaia e silêncio. Porque também os estrangeiros torciam pelo Brasil, os que tinham vindo e tinham ficado muito impressionados. Sobretudo com as duas vitórias por goleada e a exibição de gala, então imagine… Foi triste.

Os torcedores eram pessoas comuns? Os ingressos eram baratos?

Totalmente. Mas olha, o que é impressionante é que (risos) Eu lembro quando eu ia ao Pacaembu, antes quando eu era menino, tinha uns 13, 14 anos, uma ofensa dirigida ao árbitro que eventualmente, na opinião do torcedor, roubava contra o time dele era “tuberculoso!”. Era muito raro ouvir um palavrão no estádio. As pessoas portavam-se de outra maneira. O Brasil virou um país muito vulgar. 

E como foi sua cobertura? Como foi essa experiência?

Foi ótima. O que eu realmente escrevi foram os artigos de preparação. Depois, quando o campeonato se deu eu estava ali como ajudante dessa equipe de jornalistas italianos e fiquei como tal. Quer dizer, era sobretudo, um ajudante, um menino. Ali eu já tinha 16 anos e era um menino esforçado, ajudava no que podia.

Os artigos ainda estão por aí?

Eu não guardo nada. Não tenho uma única coleção de alguma coisa que eu tenha feito. Do mundo nada se leva, é minha convicção granítica.

O senhor torcia para o Brasil?

Nesse tempo, sim. Hoje eu mudei muito minha postura. Me irrita pensar que em 70 os presos da ditadura gritavam gol juntamente com os carcereiros. Essa debilidade moral me irrita sobremaneira, hoje em dia. Naquele tempo, não. Ao contrário: eu torcia, sim, pelo Brasil. É claro, lógico. Mas eu tentava ser frio na análise. Porque, realmente, por exemplo, o Uruguai tinha um grande time. Tinha alguns jogadores ali soberbos. No fundo, melhores que os nossos. Schiaffino era um jogador excepcional, por exemplo. Muita cabeça, muita inteligência, via o jogo. Não era só habilidade individual, era capacidade de mentalizar, de no campo mudar a estratégia. Então tinha alguns jogadores excepcionais.

O que o senhor espera pra essa Copa de 2014?

Parece-me que as coisas não estão bem postas. Primeiro, o roubo é absolutamente inegável. Um roubo deslavado, escancarado, transparente. Está ali, para todo mundo ver, mas ninguém dá a mínima. Também é difícil imaginar que em menos de dois anos e meio as cidades brasileiras, sobretudo São Paulo, Rio, Belo Horizonte, consigam montar um esquema que facilite o deslocamento das pessoas para jogos. Não vejo como… As cidades são completamente desequipadas, são miseráveis em certos pontos. Temo um desastre, do ponto de vista da organização. E como teremos eleições em 2014 me parece que esse desastre não vai facilitar em nada para quem do governo quiser continuar aí. Isso vai acabar repercutindo no resultado eleitoral. Acho que, do ponto de vista técnico, o Brasil não tem time para jogar esse mundial, em relação a alguns times europeus que praticam um futebol, hoje, muito mais eficaz para que os bolsos daquele ou desse se encham. Eu não tenho boas perspectivas. Eu acho que foi uma decisão populista do Lula. Uma decisão errada. E nem se fale das Olimpíadas. Tivemos um exemplo que devia ter sido aproveitado, que devia influenciar nas decisões de hoje, que foi o Panamericano do Rio, que foi um roubo, uma coisa monstruosa. 

E aquelas obras nem vão servir para as Olimpíadas…

Claro. E veja: estava prevista uma despesa de 400 milhões e a despesa chegou a 4 bilhões. É uma coisa…Dolorosa. Se a Copa for um desastre, o mundo vai ser perguntar “por que as Olimpíadas?”. “Temos de repetir aquela tragédia?”. É isso. O de 50 foi apenas triste porque o Brasil esperava a vitória, mas era um Brasil ingênuo e simples. De uma forma, tenro e um pouco patético, né? Mas nada a ver com o Brasil de hoje.

Então a gente pode dizer que a Copa de 50 foi benéfica pro Brasil?

Foi ótima. Pena que muita gente chorou. Isso que foi pena.

E a segurança? Como era feita?

O Brasil era um país ideal. As pessoas viviam numa boa. Não existiam os medos e receios de hoje. 

Então não foi feita uma segurança de guerra como eles estão querendo fazer agora?

Eu tive a sorte e o prazer de assistir a parte final do campeonato europeu realizado em Portugal em julho de 2004. À parte o fato que gosto de Portugal, gosto da comida portuguesa e gosto dos vinhos portugueses, à parte esse detalhe, que não deixa de ter sua importância – foi uma coisa impecável. Uma polícia fantástica, portando-se com fidalguia, com cortesia. Olha, uma coisa impecável! E tinha ali torcidas além de eventualmente muito ruidosas e muito fortes, como a torcida holandesa, por exemplo, que é um pessoal imponente, mas de comportamento impecável. Fiquei muito bem impressionado. Uma organização perfeita. Realmente, parece que para essa ocasião construíram alguns estádios, sobretudo em Lisboa e no Porto, dois estádios muito bonitos e muito modernos. Mas vejam, um detalhe: esse estádio que a Fiat construiu para o time dela, o Juventus de Turin. Eles construíram um estádio moderníssimo, foi inaugurado há menos de um ano. Esse estádio, moderníssimo, a última palavra em termos de estádio, custou um quinto do que vai custar esse estádio de São Paulo (Itaquerão). Um quinto. Imagina? Imagina o que que ali tem de superfaturamento. Mazelas mil. Porcarias variadas e mentiras… É uma floresta de enganos. É isso.

Colaborou: Jéssica Mota

MADAME – Tudo Sobre o Seu Retorno

Inaugurado em 1983, o Madame Satã foi uma das mais importantes casas underground de São Paulo, passou por várias fases e conseguiu a proeza de permanecer aberto por 24 anos.
Confesso que não fui uma freqüentadora assídua, mas tenho uma história incrível para cada noite que fui, pois sempre acontecia algo inusitado. Minha intenção era somente ouvir música, dançar e encontrar amigos, mas sempre era surpreendida por algo, algo que variava entre esquisito, interessante, engraçado e inteligente. Acho que “o inusitado” era a marca do Madame.

Assim como eu, muitas pessoas tem histórias para contar. Sendo assim, convidei alguns amigos para contar uma lembrança e/ou declarar o seu amor, afim de demonstrar a importância desta casa.

“Madame, Quando eu penso ao certo qual banda ou qual disco me levou a esse caminho sem volta dos bons sons, sempre fico num impasse. Como não tenho irmãos mais velhos e meus pais, não por culpa deles, nunca foram muito ligados em comprar discos em ouvir música, tive que descobrir esse universo sozinho.
Pode ter sido o VU do Velvet Underground, o Rocket to Russia do Ramones ou até mesmo o Meat is Murder dos Smiths, que amigos de bom gosto me jogaram na mão para uma ouvida. Esse mesmo impasse já não me ocorre quando eu tenho que apontar qual foi o primeiro lugar que eu freqüentei e me mostrou, de certa forma, que esse caminho sem volta, era um caminho fascinante. Falo do Madame Satã, que também tive que descobrir sozinho e me mostrou que haviam mundos diferentes do mundo que eu vivia.” (Plínio César Batista, DJ e Ferozes FC)

“Minha vida pode ser definida com AM/DM (antes do Madame e depois do Madame). Quase tudo que tem de bom na minha vida começou lá. Foi no Madame que tomei conhecimento de um monte bandas bacanas, dancei horrores, conheci meus melhores amigos e também meu marido. Aquele porão tem uma magia singular e para cada um que freqüenta, um significado especial.” (Rosana Berni, a noiva da foto)

“A passagem de uma adolescência recatada para a explosão repentina de uma fase pré adulta de sonhos megalômanos, de 8 e 80, de ver e ser visto, de sonhos inalcançáveis. De readequação de perfil, de descobertas musicais, sensoriais. Tudo isso precisava de um lugar que funcionasse como um palco onde a atuação de uma vida real – muitas vezes irreal – pudesse se sustentar e ter razão de ser.
Não fora o único, mas com certeza especial. Naquele tempo o seu passado já lhe gabaritava ser o porto seguro de qualquer jovem disposto a abraçar um mundo que muitas vezes nem era o seu, mas que com certeza era o que se queria ter.
Seus personagens históricos, sua existência rica de vivências. Tudo aquilo era exatamente do que eu precisava quando a volúpia por surgir verdadeiramente para o mundo recaiu sobre mim.
Tudo aquilo era exatamente a escura esquina da Rua Conselheiro Ramalho. Desde 1983 para o mundo. Desde final dos anos 90 para mim. Tudo Madame. Tudo Satã. No meu caso, Madaminho Satã.” (João Paulo Tozo, Ferozes F.C.)

“Lembro que no Madame era comum ver pessoas que gostavam tanto de música que quando tocavam algumas específicas, havia uma debandada do lounge pra pista, congestionando as escadas. E também que a pista tinha múltiplas utilidades. Umas delas era dançar.” (Pierre Maquea)

“O Madame representa muita coisa pra mim e pra grande parte das pessoas que viveram o underground de muitos anos atrás. Reunia todo o tipo de público alternativo de São Paulo de forma realmente acolhedora. Lembro que pisei lá e nunca mais quis sair. A pista completamente apagada é a melhor lembrança que tenho de lá. Pra mim o Madame é A CASA de todas as casas de São Paulo e fico feliz de saber que estarão de volta.” (Eduardo Contro)

“Eu conheci a casa nos anos 80, aproximadamente 83, quando a administração era dos irmãos Wilsom e Williams, foi nesse período que o Dj Gé Rodrigues trabalhou lá também – ele começou como office boy da fanzine da casa e depois se tornou DJ. Nessa época o Madame Satã foi concebido principalmente pelo Wilson, como o templo do underground paulistano – um espaço multi-cultural onde acontecia de tudo (shows, performances, peças, desfiles, exposições e etc) e onde várias tribos conviviam (punks, rockabillys, góticos, artistas, intelectuais, pessoas sem tribo alguma, etc). O novo Madame segue esse molde dos anos 80, mas obviamente o passado não volta – a base será o antigo, mas será o Madame de 2012 (juntando o antigo ao novo).” (Paula Micchi)

AGORA VAMOS FALAR DO FUTURO.

E ninguém melhor que Paula Micchi, para contar TUDO SOBRE O “NOVO MADAME”, com INAUGURAÇÃO marcada para o dia 29 de FEVEREIRO de 2012.

Dj Gé Rodrigues – Paula Micchi – Igor Calmona “MADAME 2012”

– NOVA CARA !

“Quando entramos no casarão, ele estava totalmente destruído. Cupins devorando as janelas, toda a fiação elétrica antiga roubada. Buracos nas telhas, por onde toda noite a casa era invadida por drogados que permaneciam lá dentro. Enfim, uma situação bem triste para esse lugar histórico. Depois de meses de reforma, já saíram de lá 26 caçambas de entulho. A casa já possui hoje tratamento acústico no andar principal e no porão, o que nunca teve. Tudo está sendo feito dentro dos padrões de segurança, seguindo todos os requisitos da Prefeitura e do Corpo de Bombeiros.
A decoração da casa está nas mãos do Rossi, cenógrafo renomado no meio teatral.
Na pista do porão, o equipamento de som será de primeira tanto para os shows quanto para os DJS, a pista permanece preta e enfumaçada como sempre foi. A tradição de discotecar com vinil será totalmente resgatada. Voltam os vinis e as pick-ups para o porão definitivamente! No primeiro andar, teremos som independente, estilo lounge – esse andar será o multi-espaço para apresentações diversas e contará com estruturas de iluminação, som e palcos (removíveis) – a disposição do espaço varia de acordo com os eventos que acontecem. A casa inteira será equipada com eficaz sistema de ar condicionado, que também nunca possuiu. A estrutura toda da casa estará novinha em folha. Pronta para receber de modo confortável e seguro uma média de 800 pessoas por noite.”

– PROGRAMAÇÃO !

* QUINTAS
SKULL
ROCK ALTERNATIVO + SHOWS AO VIVO
indie + guitar + punk + britpop + mod + garage
DJS RESIDENTES PISTA: RAFAEL PERROTTA + KID VINIL
DJ RESIDENTE LOUNGE: CESINHA LOPES
Nos primeiros meses bandas históricas que começaram no porão se apresentarão novamente na casa, mescladas com bandas novas. Todas dentro dos parâmetros de rock underground. (bandas já confirmadas: Mercenárias, 365, Violeta de Outono, Kães Vadius, Inocentes, Grinders, Crazy Legs, Plastique Noir, Lazy Sundays, Laura Finocchiaro, Mystery Trio, Devotos de Nossa Senhora Aparecida)

* SEXTAS
BATS & ROBOTS
gothic + industrial + ebm
DJS RESIDENTES: RODRIGO CYBER + RODRIGO NACHT
DJ RESIDENTE LOUNGE: ZAUBER
A noite gótica do Madame será a sexta. O projeto BATS & ROBOTS, idealizado pelo Rodrigo Cyber junta o melhor do gótico com o melhor do ebm.

* SÁBADOS
80’s
britpop + new wave + flash house + ebm + industrial + post punk
DJS RESIDENTES: GÉ RODRIGUES + MAGAL PRADO
Os Djs originais do Madame Satã nos anos 80, comandarão as pick-ups da pista do Madame aos sábados trazendo de volta os hits que dominaram esse porão no seu auge.

* DOMINGOS
VINTAGE PARTY
Matine Rockabilly
Começará às 17 horas nos domingos. Além dos djs consagrados no estilo, a festa terá djs convidados, bandas ao vivo, pin-ups e dançarinos que darão aulas de dança para os iniciantes.

Mais do que nunca, ansiosa para conferir o “MADAME 2012”, repleto de novidades nos moldes dos anos 80.

Deixo vocês com um clássico da época.
Banda que amei na primeira vez que ouvi, no Madame Satã.