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O VACILO DE FELIPÃO

“Au, au, au, Felipão é genial”, mas ontem ele mandou muito mal.

Desfalcado de Luan, Kleber, Valdívia e Marcos, ou quase meio time, o Palmeiras foi ao RJ enfrentar o time dono da maior ascensão no BR11, o Botafogo.

E por mais que as vitórias contra Vasco e Corinthians tenham acontecido em cima de boas jornadas do time, não era aquele time de ontem que as conseguiu.

Felipão recheou o time com volantes, cinco no total. Mas desses apenas Chico é um 1º volante, de marcação e pegada forte. Araujo muitas vezes é quase um meia direita quando faz suas tramas com Cicinho, mas quase não marca. Assunção, apesar de sua singular importância ao time, não marca nem a sombra dele. Tinga é a mesma coisa.

O 5º membro dessa legião foi Rivaldo. Uma paixão de Felipão ainda muito mal explicada.

Atrás desse pseudo paredão estavam somente dois zagueiros e a frente, como se fosse um Evair salvador da pátria, o bom Fernandão, que tentou do jeito que deu criar alguma coisa dentro de seu porto solidão.

Foi um erro, em meu ponto de vista, povoar o meio campo com jogadores que não marcam, contra um time de velocidade como esse Botafogo e que a todo instante passou como quis pela inexistente marcação, saindo sempre mano a mano com os bons Henrique e Tiago Heleno. Ainda assim os dois primeiros gols botafoguenses saíram com falhas de posicionamento em jogadas de bola parada. Aquela velha máxima: “Quem com ferro fere, como ferro será ferido” ou mesmo “Em casa de ferreiro o espeto é de pau” e tantas e tantas outras.

Tinha Patrick e Ricardo Bueno no banco. Se não tem a velocidade de Luan e Maikon Leite para jogar no contra-ataque, evite então de doá-lo ao adversário. Prenda a bola o quanto puder no ataque. Mas com o gigante Fernandão isolado, a bola batia e voltava.

Mas mesmo assim o 3º gol carioca saiu depois de falha bisonha de Cicinho, que perdeu a bola no campo de ataque e pegou a inexistente marcação alviverde mais uma vez convidativa.

O Verdão foi presa fácil, com seus setores descompactados e um time forrado de gente que se desfaz da bola.

Rivaldo não dá, caro Bigode. Não existe sustentação tática e muito menos técnica para que ele ainda faça parte de jornadas tão importantes do time. Sua paixão por volantes, ainda que falsos, também não. Divida esse amor com alguns atacantes.

Um time com vocação para o empate está sempre muito mais próximo da derrota do que da vitória. A ridícula campanha do alviverde fora de casa poderia ser mais honrosa, tivesse transformado pelo menos dois ou três desses empates em vitória, ainda que perdesse o restante.

Despeço-me da camaradagem feroz ao som do Mestre Ray Charles – My Bonnie

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=VR3LhX6oE3s[/youtube]

Cheers,

PALMEIRAS: PARA CADA GOL MARCADO UMA DOR DE CABEÇA

O Palmeiras jogou contra o Avaí tudo o que não jogou em nenhuma outra partida em 2011. Nos 25 minutos finais da 1ª etapa beirou a perfeição. E isso não é um exagero. Foi eficiente em todos os setores, seus principais destaques apresentaram seus arsenais e mesmo os contestados de sempre tiveram atuação acima do esperado.

Ao final o placar de 5X0 retratou a enorme disparidade entre as equipes, mas não chegou a refletir com total justiça a soberania do alviverde ao longo da partida. Fosse mais elástico o placar e não seria exagero algum.

Ainda assim, depois de um grande jogo, estádio cheio, torcida empolgada, a crítica elogiando, um ambiente completamente favorável, mesmo assim a paz não se instala no ambiente palestrino.

As declarações de Kleber ao final da partida demonstram uma total falta de sincronia entre direção e atletas. O Gladiador estaria cheio de razões em dizer aquilo, não tivesse ele interpretado errada as declarações de Tirone no dia anterior.

O Flamengo formalizou uma proposta de 3 milhões de euros para comprar os 50% do passe do Gladiador pertencentes ao Palmeiras. Tudo normal, dentro dos padrões, dentro dos conformes. A proposta em si é risível. Esse foi o valor que o Palmeiras gastou para adquirir sua parte no passe de Kleber. Seria uma burrada impar na história do clube vende-lo pelo mesmo valor. No sábado Tirone disse em entrevista que não seria uma boa para o jogador sair de um lugar onde é ídolo, onde tem seu espaço conquistado e chegar em outro onde ainda teria que buscar esse espaço. Normal, eu mesmo penso isso e nem acho que Tirone tenha usado de algum termo depreciativo.

Kleber nem deve ter escutado a entrevista, mas deve ter dado ouvido alguém que lhe trouxe a informação completamente distorcida e em cima disso formou sua opinião. Errada, diga-se de passagem.

Mas o fato desse tipo de situação acontecer sistematicamente no Palmeiras é sim culpa de uma diretoria fraca, que não tem pulso. Que acerta sim quando pensa em sanar as dívidas do clube, mas que não tem um mínimo de trato nos assuntos internos.

A briga entre Felipão e DIS só ocorre porque a direção não faz o que deveria fazer. Eram eles que deveriam proteger o clube e não o treinador. Dizer depois que estão ao lado de Felipão é fácil, até porque o cara já está envolvido até o pescoço na situação. Atitude de gente sem pulso firme. Coisa que Felipão tem de sobra.

E é por ter essa fraqueza que certamente Kleber acreditou no que lhe foi dito.

O Palmeiras é vice líder do BR11 com 3 vitórias e 2 empates. Invicto, 10 gols marcados, 3 tomados, tem o artilheiro da competição e é um dos poucos que demonstram uma formação tática bem definida, um esquema sólido de jogo. E tudo isso com um time desfalcado e com reforços para chegar.

Kleber não irá sair. Luan que até outro dia era o patinho feio do time, hoje é o artilheiro do BR11. Se ele era importante “apenas” taticamente, hoje ele tem importância na conclusão das jogadas. Com contrato encerrando, mesmo eu que já fui corneta do cara torço para que a diretoria o mantenha por mais algum tempo. Lincoln foi outro que teve atuação de destaque no jogo de ontem. Foi o cérebro que o time não vinha tendo desde a lesão de Valdívia.

Na sexta chega Maikon Leite, tremendo reforço. Ontem Roberto Avallone disse em seu programa na CNT que suas fontes asseguram que Martinuccio está acertado com o clube. Confirmando mesmo essa informação, trata-se de um excelente reforço.

Ainda após a Copa América o time terá o retorno de Valdívia e desde que o chileno queira jogar o que dele se espera e que se sabe que ele pode jogar, o Verdão terá um time de respeito.

Além de tudo isso o time voltou a contar com a santificada presença de São Marcos, que está em ótima forma e que ontem escreveu mais uma espetacular página em sua história cheia de vitórias. Com 4X0, vitória assegurada e um pênalti a bater, Marcos foi convocado pela torcida no estádio, pelo torcedor da imprensa, pelo torcedor do rádio, por mim que voltava de compromisso familiar vibrando dentro do carro, pelos deuses do futebol, pelo mundo. Certamente foi convocado mentalmente por Felipão e por ele próprio, mas o bom senso dos últimos dois citados fez com que São Marcos dissesse não ao chamado e selasse mais um momento único em sua história com a seguinte frase:

“Não é porque estamos ganhando por 4×0 que eu vou lá humilhar o moleque. Não sou de pisar nos outros”

Marcão é único!

Mas nada disso, nem os milagres de Marcos terão o efeito esperado se a paz não se instalar nas alamedas líricas do Palestra Italia. E isso foge ao controle técnico e tático do elenco. Isso Felipão já conseguiu ter. A raiz do problema não joga. Mas também não faz o que deveria fazer com um mínimo de competência, que é administrar o clube.

A dica musical de hoje dispensa apresentações. Ouçam The Beatles e sejam felizes:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=TBiLhQpaUaM[/youtube]

Cheers,

Obrigado!

Saudações alvinegras,

Não tenho palavra melhor para intitular meu texto sobre um dos clássicos mais importantes do mundo, o dérbi paulista. Todos os clássicos entre Corinthians e Palmeiras são jogos atípicos, recheados de detalhes que dão ao jogo um sabor que cativa até mesmo os torcedores de outras equipes. E ontem não poderia ser diferente, tivemos tudo o que uma grande decisão pede, inclusive pênaltis!

Voltando ao título desta coluna, é impossível até mesmo para o mais fanático dos Corinthianos dizer que nossa equipe foi superior em campo.

– O Kléber entrou em campo querendo confusão, obrigado!
– O Danilo achou que poderia novamente ser violento e sair impune, obrigado! (Quem não se lembra da falta dele em cima do Jorge Henrique pouco tempo atrás)
– O Valdívia resolveu chutar o ar enquanto corria, numa cena bizarra que acabou em contusão, obrigado!
– O Felipão perdeu a cabeça, obrigado!
– O Deola falhou feio no lance do nosso gol (e a zaga também), obrigado e obrigado!
– Pra finalizar, o João Vítor bateu o pênalti muito mal e nosso pequeno gafanhoto, Ave César!, conseguiu pular pro outro canto e pegar a cobrança, obrigado!

O time do Corinthians, mesmo com um a mais, foi apático. Não demonstrou nem de longe a raça que teve contra a fraca equipe do Oeste. Tite diz na coletiva que a expulsão foi ruim para o esquema dele (Como assim?!?). Liedshow não pegou na bola. Dentinho ficou plantando samambaia. Enfim, fomos inferiores com um jogador a mais e só digo que merecemos vencer por falta de méritos do nosso adversário, sério!

Julio César comemora sua defesa.
Dois jogadores merecem um ponto positivo depois do fraco jogo de ontem: Julio Cesar, que parece ter recuperado a boa fase depois de fechar o gol contra nossos arquirrivais; e Willian, que quer tomar o posto outrora de Tupãzinho, o talismã da fiel.

Pois bem, espero que para a final o time se arrume e, principalmente, jogue com raça e com o coração. Que seja Corinthians. Que conquiste o título. Amém.

PS.: Para evitar o óbvio, não é necessário fazer mimimi dizendo que eu deveria agradecer ao árbitro da partida, pois ele não determinou de forma alguma o resultado. Vide a lista de agradecimentos.

 

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Hoje terei o prazer de participar do Podcast do Ferozes FC. Espero boas discussões sobre o clássico e os outros jogos da rodada.

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Deixo vocês ao som de Bad Religion enquanto vejo as últimas notícias sobre a morte do Obama, digo, Osama.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=12kcpP-8jfM[/youtube]

MUITO MAIS QUE UM CLÁSSICO. IMPRESSÕES SOBRE PALMEIRAS X CORINTHIANS

A alcunha “clássico” aplica-se a muitos e enormes duelos entre diversos de nossos grandes clubes. Mas o jogo Palmeiras X Corinthians está em outro patamar. Queiram ou não os profetas do apocalipse e alguns “reacionários” da imprensa que vivem tentando cunhar um novo e emblemático duelo como o maior de todos.

Não adianta esperar grandes jogos em técnica entre os dois quando é decisão. Mesmo quando ambos possuíam elencos formidáveis os jogos aconteciam mais na base do nervosismo exacerbado, pela superação de algum que estivesse inferiorizado, por detalhes que muitas vezes fogem dos aspectos técnicos e táticos. É tensão, é explosão, é TNT puro. É assim que gosto de jogos decisivos. Palmeiras X Corinthians começa a ser jogado e decidido ao longo da semana que o antecede, com declarações, posicionamentos e respostas de ambos os lados.

Mais que o aspecto técnico, na maior parte das vezes o aspecto preponderante no duelo e o emocional.

O jogo de ontem serviu também para afundar de vez o discurso de alguns que aponta para um suposto favorecimento da Federação Paulista de Futebol ao Palmeiras, pelo fato de seu presidente ser dirigente do clube. Oras, não só a escalação de PC de Oliveira não era vista com bons olhos pelo alviverde, como se sabe muito bem que muitos dos piores inimigos alviverdes estão incrustados dentro do próprio clube, sob o título de diretores. Vide Mustafa e sua corja.

Ao invés de apontamentos sobre esquemas, vale mais levantar situações conflitantes do jogo e tecer comentários.

Amarelar Kleber com 3 minutos de jogo foi o primeiro exagero de PC. Ao longo do jogo houve entradas muito mais ríspidas de ambos os lados e em algumas sequer foram marcadas falta. O que não exclui o fato de que o Gladiador exagerou na pilha, exagerou também ao tentar muitas vezes cavar faltas ao invés de prosseguir jogadas nas quais ele claramente levaria vantagem sobre o marcador.

Danilo foi de uma imprudência inaceitável no lance de sua expulsão. Jogada no campo de defesa do adversário não pede um carrinho daqueles. Isso não elimina também a recepção proporcionalmente violenta por parte de Liedson. Afinal, as marcas deixadas na perna de Danilo não foram causadas pelo gramado, obviamente.  O pé alto do atacante era motivo suficiente para PC puni-lo na mesma proporção da punição que recebeu o zagueiro. Em minha opinião, o amarelo cairia muito bem para ambos. Mas se o vermelho era a cor que o juiz queria aplicar, que fosse então mostrada aos dois.

Houve prejuízo ao Palmeiras. Mas dizer que houve roubo é forte. Por mais que o histórico de PC seja de prejuízos ao alviverde, fomentar a discussão em torno de algo premeditado não ajuda, pelo contrário, prejudica o clube que certamente irá sofrer punições do “excelentíssimo” TJD.

O que o Verdão precisa é trabalhar quieto, voltar a ser forte nos bastidores como os seus “co-irmãos” tem sido, para que em uma próxima escala de árbitros para seus jogos decisivos os “PC´s” da vida não estejam no sorteio. E que os sorteios não dêem margem para suposições, afinal, um jornal de grande circulação cravar e acertar quem seria o árbitro antes mesmo do sorteio levanta uma série de suspeitas.

A expulsão de Felipão, tenha sido justa ou não, não influiu tanto na forma de atuar do time. Mesmo com jogador a menos o Palmeiras foi mais time ao longo de todo o jogo. A dor de cotovelo que supostamente Felipão estava sentindo e que foi apontada pelo Adenor não tem sustentação técnica e tática. Com jogador a mais o técnico alvinegro pouco ou nada tirou de proveito.

O grande acerto de Tite foi mais uma vez promover a entrada de William. O cara tem estrela e empatou o jogo em falha de Deola, numa das únicas chances de gol do Corinthians. A insistência de Tite em Gil – ops – em Dentinho é de uma cegueira incrível.

E o goleiro Julio Cesar, que vinha sendo cornetado por parte da torcida e imprensa, mais uma vez mostrou que, guardadas as devidas e enormes proporções, está para o Palmeiras assim como São Marcos está para o Corinthians. O cara simplesmente fecha gol contra o alviverde, fica largo, vira um protótipo de Marcos. No ano são dois clássicos entre alviverdes e alvinegros, dois jogos com grande domínio do Palmeiras, dois jogos em que Julio Cesar é o salvador da lavoura corintiana.

Penalidades, ao contrário do que muitos pregam, não é loteria. Na disputa o Corinthians teve o seu único momento de domínio no derby, exatamente no momento mais decisivo.

Alerta ligado no Verdão, que agora foca na Copa do Brasil, onde encara o Coritiba, melhor time do país (em números e estatísticas) e provavelmente não terá Valdivia e Cicinho, contundidos no jogaço de ontem.

Falamos em clássico, então me despeço da ferocidade com um clássico do INXS, do grande Michael Hutchence – Need You Tonight

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=gkLL7JdnIk0[/youtube]

Cheers,