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FECHANDO A JANELA

Finalizado o período legal de transferências europeu e muitas foram as novidades de última hora na movimentação dos clubes para formação dos respectivos elencos visando as disputas já iniciadas da temporada 2013-2014, além das contratações já efetuadas previamente ao longo do período estival de férias no Velho Continente.

Gareth Bale, Mesut özil, Ricardo Kaká e Marouane Fellaini, entre outros, movimentaram o mercado da bola no encerramento do período de transferências na Europa
Gareth Bale, Mesut özil, Ricardo Kaká e Marouane Fellaini, entre outros, movimentaram o mercado da bola no encerramento do período de transferências na Europa.

O mercado fechava as portas no último dia 3, segunda-feira (tardiamente, diga-se de passagem). Especulações voavam por todas as partes e, desde as compras milionárias, passando pelo grupo de jogadores insatisfeitos nos seus empregos, até os sem nenhum lugar ao sol onde estavam, enfim, todos se movimentavam às pressas para resolver a vida.

Iniciando com o esbanjador Real Madrid, que havia elegido o mais novo sonho de consumo: o galês Gareth Bale do Tottenham Hotspur. Digno de telenovela estilo dramalhão, a aquisição recorde do mercado da bola foi resolvida somente no apagar das luzes da janela de transferências e Bale transforma-se na grande esperança madridista de se tornar companheiro histórico de ataque do português Cristiano Ronaldo.

Já a vida de Ricardo Kaká, antigo objeto de desejo de Florentino Pérez que o tirou do Milan, nunca foi fácil como merengue.Para piorar as coisas, além de amargar a reserva durante quase todo o tempo em que esteve por Madri, não viu luz no fim do túnel sequer ao lado de Carlo Ancelotti (treinador do brasileiro no Milan campeão europeu de 2007). Para levar a vaca para o brejo em definitivo, Kaká viu nomes como o também ex-são-paulino e desacreditado Casemiro ganharem prestígio com o técnico italiano. Resumo da ópera: chega de esperar 2015, ano do término do vínculo contratual, a solução para Kaká foi forçar a situação e fazer o caminho de volta para o Milan. Resta agora saber como jogará no esquema tático de Massimiliano Allegri com Stephan El-Shaarawy e Mario Balotelli à frente.

Kaká era reserva de jogadores como o alemão Mesut Özil no Real Madrid, portanto a saída do brasileiro era lógica. Até certo ponto surpreendente foi a partida do próprio Özil, no último momento, e criticada por muitos em Madri e na Alemanha como o técnico da Seleção Joachim Löw o fez. Melhor para o Arsenal de Arsène Wenger, que possui justíssima fama de econômico no mercado da bola, e, finalmente, concretizou negociação de peso. Özil poderá ter papel preponderante em equipe que começou a temporada desacreditada, mas que recuperou-se a tempo e traz grandes esperanças aos torcedores Gunners.

Falando de times ingleses, esperava-se que o “lanterna” no quesito contratações seria o próprio Arsenal, mas parece que o troféu da categoria ficou por conta do poderoso Manchester United que, ao apagar das luzes, conseguiu apenas trazer o único bom reforço do belga Marouane Fellaini junto ao Everton.

O Everton ficou sem Fellaini e teve que se contentar com outro belga nos seus quadros para a temporada atual. Trata-se de Romelu Lukaku, ex-jogador do Chelsea, que pode ter decretado sua saída por empréstimo após perda de penalidade contra o Bayern na Supercopa da Europa.

Sim, o Chelsea, que trouxe de volta seu técnico ídolo, José Mourinho, e foi buscar o brasileiro Willian Borges da Silva, ex-Corinthians, que se destacara no Shakhtar Donetsk ucraniano com passagem pelo Anzhi russo.

Outro que saiu por falta de espaço como titular foi o alemão Mario Gómez que mudou-se em busca de ares renascentistas na Toscana ao assinar com a Fiorentina, um dos italianos que buscam exatamente um renascimento do futebol no país ao lado do Napoli, que supriu a saída do técnico Walter Mazzarri para a Internazionale com o espanhol Rafa Benítez e no ataque o franco-argentino Gonzalo Higuaín, outro debandado do Real Madrid.

Uns chegam e outros partem da Itália. Foi o caso de Kevin Prince Boateng que deixou o Milan e fechou com o Schalke 04 de Gelsenkirchen. Grande perda para os milanistas, ainda que Boateng tenha tido uma última temporada apagada.

E o Atlético Madrid, bem treinado pelo argentino Diego Simeone, foi buscar revelação holandesa do Ajax. Toby Alderweireld de 24 anos esteve a um passo do Liverpool, mas o clube inglês chegou atrasado na negociação bem sucedida dos espanhóis.

Agora é esperar e conferir quem acertou e quem errou nos reforços de elencos.

LARGADA PARA A BUNDESLIGA 2013-2014

Começou neste final de semana mais uma temporada da Bundesliga, a Liga Federal Alemã, com os favoritos FC Bayern e Borussia Dortmund vencendo seus jogos. Mas não se engane, o paradigma germânico dos últimos tempos, baseado na hegemonia do Bayern com a vice-liderança do Dortmund, pode ser quebrado agora, uma vez que Jürgen Klopp parece ter reinventado uma equipe anda mais forte sem Mario Götze e, acredite se quiser, com as primeiras cornetas bávaras soando contra Josep Guardiola por conta da chegada de Thiago Alcântara a Munique, além dos ensaios de mudança tática na equipe.

Borussia Dortmund surpreende novamente e promete força na temporada
Robert Lewandowski Borussia Dortmund surpreende novamente e promete força na temporada

Após a decisão da Supercopa Alemã, vencida pelo Borussia Dortmund por 4×2 contra o Bayern, uma certeza, pelo menos, o público de Dortmund teve: o Borussia do ótimo técnico Jürgen Klopp não havia perdido a motivação, a energia demonstradas nas duas últimas temporadas, apesar da derrota na final da UEFA Champions League para o próprio Bayern, sem mencionar a saída do astro Mario Götze do clube.

Chega a ser até certo ponto surpreendente, pois com a saída de Götze, além do assédio sobre outros astros do clube como Robert Lewandowski, a expectativa maior é a de relativa queda técnica dos vice-campeões europeus e alemães.

Inesperadamente, a sensação, neste início de temporada, é a de que Klopp está em vias de conseguir reinventar o time e, após a vitória na Supercopa local contra o rival, isso ficou evidente na estreia contra o FC Augsburg.

O gabanense recém contratado Pierre Emerick Aubemayang foi destaque com hat trick
O gabanense recém contratado Pierre Emerick Aubemayang foi destaque com hat trick

Jogando como visitante, o Dortmund fez tranqüilos 4×0 com hat trick do gabonense Pierre Emerick Aubameyang, novo companheiro de ataque de Robert Lewandowski contratado junto ao AS Saint Etienne francês por €13 milhões. Lewandowski marcaria o gol final.

Além do estreante de 24 anos no ataque, Klopp contou com o goleiro australiano Mitchell Langerak no lugar do suspenso Roman Weidenfeller. Outras ausências foram do defensor Lukasz Piszczek e do recém contratado Henrikh Mkhitaryan lesionados.

Que o bom trabalho de Jürgen Klopp e seu Borussia Dortmund tenham prosseguimento na atual temporada.

Já os campeões europeus do Bayern, já sob a batuta de Josep Guardiola, foram a campo contra o Borussia Mönchengladbach e impuseram tranqüilos 3×1 com gols de Arjen Robben, Mario Mandzukic e David Alaba, além de Dante Bonfim que, em aparente estado de dó do ex-clube, fez contra.

FC Bayern vence sem stress em Munique
FC Bayern vence sem stress em Munique

Até aí tudo bem pelos lados de Munique. Estreia com vitória tranqüila em casa.

Mas, insatisfações já são ouvidas Baviera afora.

Uma delas refere-se a possíveis descontentamentos dos jogadores do Bayern em relação a algumas mudanças no estilo de jogo que Guardiola tem tentado implantar na equipe.

Se for o que todos sempre imaginaram, Guardiola estaria tentando “barcelonizar” o Bayern. O Barcelona de Guardiola sempre caracterizou-se por toques incansáveis e perfeitos de bola, movimentação em procura de espaço para penetrar nas defesas adversárias e finalizar, tudo isso sem um atacante de ofício na área adversária. Algo recente que todos se recordam muitíssimo bem.

Já o Bayern de Jupp Heynckes possuía algumas características diversas. Tratava-se de equipe que jogava de forma bem mais intensa pelos lados, também com excelente toque de bola, porém igualmente adepta do jogo aéreo, com um lado direito muito forte e com atacantes claramente definidos.

Josep Guardiola
Josep Guardiola

Com a saída de Heynckes, mega campeão no Bayern, vem Guardiola com nível de comparação e exigência altíssimo ao passado recente. Aí vem a questão: como mudar time que está ganhando?

Guardiola bem que tentou na pré-temporada. Aí vieram as primeiras notícias de insatisfação no elenco.

Com as circunstâncias postas, Pep foi prudente, sábio e escalou um Bayern à moda Heynckes em Munique contra o Mönchengladbach. Lá estava na escalação inicial Mario Mandzukic, seguidos de perto por Toni Kroos e Thomas Muller.

Além da escalação já conhecida, havia outro fator importante que atende pelo nome de Thiago Alcântara.

O hispano-brasileiro chegou ao Bayern atendendo pedido especial de Guardiola.

Alcântara foi peça importante e promissora do Barcelona vencedor de períodos recentes e com o cartão de visitas da conquista do Euro Sub-21 pela Seleção Espanhola, além de recente convocação para a Seleção principal. Não à toa os bávaros pagaram €21 milhões pelo jogador.

Mas, no meio do caminho havia uma pedra e a imprensa alemã levantou a bola que colocou novo questionamento na contratação a pedido do treinador. Tudo por conta de Alcântara ter como representante Pere Guardiola, irmão de Josep.

Situação que gerou dúvidas, desconfianças e protestos na mídia alemã.

Somados o fator Thiago Alcântara e a possível mudança tática na equipe do Bayern encarada com certo ceticismo por parte dos jogadores, a temporada do Bayern tem um fator de imprevisibilidade não desprezível.

Hertha surpreende e goleia em Berlim
Hertha surpreende e goleia em Berlim

Encerrando os destaques da rodada inicial, o Hertha Berlim SC goleou o Eintracht Frankfurt por 6×1 no legendário Estádio Olímpico da capital alemã e é o líder.

Resultados e classificação:

FC Bayern 3×1 Borussia Mönchengladbach

Bayer Leverkusen 3×1 Freiburg

Hannover 96 2×0 Wolfsburg

Hoffenheim 2×2 Nuremberg

Augsburg 0x4 Borussia Dortmund

Hertha 6×1 Eintracht Frankfurt

Eintracht Braunschweig 0x1 Werder Bremen

Mainz 05 3×2 Stuttgart

Schalke 04 3×3 Hamburg

 

TIME

PG

J

V

E

D

GP

GC

SG

(%)

1Hertha

3

1

1

0

0

6

1

5

100

2Borussia Dortmund

3

1

1

0

0

4

0

4

100

3Bayer Leverkusen

3

1

1

0

0

3

1

2

100

4Bayern de Munique

3

1

1

0

0

3

1

2

100

5Hannover 96

3

1

1

0

0

2

0

2

100

6 Mainz 05

3

1

1

0

0

3

2

1

100

7Werder Bremen

3

1

1

0

0

1

0

1

100

8Hamburgo

1

1

0

1

0

3

3

0

33

9Schalke 04

1

1

0

1

0

3

3

0

33

10Hoffenheim

1

1

0

1

0

2

2

0

33

11Nuremberg

1

1

0

1

0

2

2

0

33

12Stuttgart

0

1

0

0

1

2

3

-1

0

13Braunschweig

0

1

0

0

1

0

1

-1

0

14Borussia Mgladbach

0

1

0

0

1

1

3

-2

0

15Freiburg

0

1

0

0

1

1

3

-2

0

16Wolfsburg

0

1

0

0

1

0

2

-2

0

17Augsburg

0

1

0

0

1

0

4

-4

0

18Eintracht Frankfurt

0

1

0

0

1

1

6

-5

0

VIVENDO E DESAPRENDENDO

A esmagadora vitória do Barcelona sobre o Santos, bem como a excursão são-paulina por terras europeias, ainda que não totalmente negativa, tiveram o mérito de retrazer à tona a importante discussão a respeito da abissal diferença técnica que se instalou no futebol praticado no Velho Continente e no Brasil, algo que, se ainda não era, deve ter se tornado unânime. E as perguntas que ficam são: Por que ficou e até quando permanecerá assim?

FC Barcelona 8x0 Santos FC
FC Barcelona 8×0 Santos FC

O bombardeio do Bayern no gol do São Paulo, que apenas ficou no 2×0 graças ao ferrolho monstruoso armado por Paulo Autuori e às defesas de Rogério Ceni, bem como o passeio do Barcelona sobre o Santos que resultaram no cataclísmico 8×0 foram estopim na semana última para colocar o ex-país do futebol no seu atual devido lugar: a completa submissão à Europa no clássico estilo relação centro-periferia entre colonizadores e colonizados.

Se as coisas sempre foram assim na vida, ao menos no futebol os sul-americanos tinham a seu favor os aspectos talento e técnica como forma de pequena vingança para o terrível complexo de inferioridade, não à toa existente nos corações e mentes dos americanos meridionais.

Não mais, e várias são as teorias. Alguns motivos são de dedução óbvia.

A última vez que viu-se, em Copas do Mundo, a Seleção Brasileira formada por jogadores majoritariamente atuando em clubes brasileiros foi na já longínqua Copa da Espanha de 1982. Lá, somente Paulo Roberto Falcão atuava em terras europeias (AS Roma) entre os titulares de Telê Santana.

Em seguida, vieram a abertura gradativa do mercado europeu para jogadores extra comunitários, o recrudescimento do panorama econômico brasileiro, sem mencionar a desorganização interna do futebol profissional tupiniquim.

FC Bayern 2x0 São Paulo FC
FC Bayern 2×0 São Paulo FC

O resultado não poderia ter sido outro além do êxodo em massa dos maiores talentos brasileiros rumo ao Velho Continente. Com isso, a Seleção Brasileira começaria a ser esmagadoramente desfalcada de jogadores atuando em terras locais. O Brasil tornara-se apenas exportador de força de trabalho com um modelo bem claro baseado em Seleção Nacional forte à base de grandes nomes de brasileiros brilhando em grandes agremiações europeias e clubes fracos.

Tal quebra de espinha dorsal foi perversa para o futebol interno praticado no Brasil. Evidentemente, as explicações dos problemas de defasagem não ficam por aí. Ora, todos sabem das questões referentes a desorganização, calendário e assim por diante.

Eis que, esporadicamente, surgem oportunidades do País assistir representações nacionais enfrentando os badalados e midiáticos europeus como aquelas da semana que passou. E, para decepção geral, os resultados não são bons ou, quando são, os goleiros das equipes brasileiras são, via de regra, escolhidos como os melhores em campo. Nada de tão auspicioso, apesar da capacidade demonstrada pelos guarda-redes em questão.

O que se vê atualmente são clubes europeus que formam verdadeiras seleções mundiais de futebol sim, mas também equipes com incrível disciplina tática e busca incessante pela perfeição, precisão de passes e velocidade no jogo. Algo anos-luz à frente do cadenciado, lento jogo brasileiro.

Para muitos profissionais da bola, pesa a questão do poder de fogo dos europeus em termos de contratações. Resumidamente: o treinador na Europa pode montar a equipe taticamente a seu critério. A partir do momento que o técnico desenha o plano tático que deseja implantar na equipe, os dirigentes vão atrás de jogadores para suprir àquelas mesmas necessidades táticas. Já no Brasil, o treinador monta a equipe como pode de acordo com os jogadores que possui em mãos para trabalhar.

Já outros bem ressaltam a questão da educação do jogador brasileiro, muitas vezes indisciplinado.

Argumentos que pesam, sem dúvida. Aspectos levantados que muito poucas equipes executam no Brasil. O Corinthians é um dos poucos. O plano tático do técnico Adenor Bacchi Tite é seguido à risca dentro de campo. Já fora dele, quem não se adequa à disciplina criada no futebol do clube é, geralmente, expurgado. Ainda assim, o Timão, apesar do alto nível de competitividade apresentado contra o Chelsea inglês na final do Mundial de Clubes da FIFA de 2012, necessitou do excelente trabalho do goleiro Cássio para garantir a vitória por 1×0 e o título.

Um São Paulo, em crise é verdade, acuado em campo contra o Bayern em Munique, é o que se viu. Houve maior equilíbrio contra o Milan sim, mas o Milan não é mais o mesmo de outrora. Já contra o Benfica, pelo menos o time brasileiro venceu por 2×0, sendo sufocado no 1º tempo e partindo para o ataque na etapa final.

Já o Santos sofreu triste humilhação em Barcelona.

Olhando o futebol europeu atual e comparando-o com o brasileiro, paixões clubísticas nacionais à parte, vê-se enorme involução pelos lados de cá do Atlântico. Os brasileiros desaprenderam? Só crescem quando partem para a Europa?

Eis o desafio maior a partir de agora. Como correr atrás de tal déficit?

Obviamente, o processo de crescimento passa pela melhora e maior profissionalização do gerenciamento dos clubes brasileiros, bem como dos campeonatos disputados por essas terras. A equação campeonatos estaduais versus campeonatos brasileiros deve ser resolvida urgentemente. É mais ou menos assim: o futebol brasileiro é um grande negócio em potencial, porém muito mal explorado.

Categorias de base? Como funciona de fato o setor de descobrimento de talentos no País?

Educação de cunho profissional dos atletas com o intuito de torná-los mais conscientes a respeito do aspecto da obediência tática. Futebol profissional tem se tornado sempre menos coisa de boleiro e mais coisa de atleta. O brasileiro deve se tornar um alemão com isso? Logicamente que não. Contudo, reside aí grande desafio comportamental para a própria sociedade brasileira. Como adquirir maior seriedade no trato das questões profissionais sem deixar de lado a afabilidade brazuca?

Com vontade é possível. Exemplos? Telê Santana era em certo ponto. Apesar dos aspectos extra campo jogarem contra, o saudoso Mestre Telê primava pela obsessão da busca do jogo rápido de passes. Algo que seria obtido com muito treinamento visando o aprimoramento de fundamentos. Assim foi montada a Seleção de 82 ou o São Paulo de 92, para ficar em dois exemplos.

As necessidades do futebol brasileiro são urgentes. Enquanto nada é feito, resta a indagação: até quando deveremos amargar tamanho abismo técnico entre europeus e brasileiros?

JUPP HEYNCKES SE RETIRA DO FUTEBOL

Aos 68 anos, o técnico megacampeão da temporada europeia que se encerra, Jupp Heynckes, vem a público para enterrar todos os rumores a respeito de seu futuro e anuncia aposentadoria, ao menos por ora, e frustra os planos do Real Madrid de tê-lo na direção técnica merengue.

Jupp Heynckes
Jupp Heynckes

Heynckes deixou claro que a decisão já havia sido tomada há algum tempo ao lado de sua esposa.

Assim, Josep Heynckes, alemão de Mönchengladbach, deixa o Bayern e a carreira do modo mais louvável que qualquer profissional pode desejar, no topo, logo após ter vencido tudo que estava ao alcance. Parar por cima ao melhor estilo Rei Pelé.

Agradecimentos de um lado, frustração de outro, já que Heynckes havia se tornado o preferido da torcida madridista para substituir José Mourinho no comando técnico da equipe de Madri. O adeus do alemão recolocou Florentino Pérez na trilha em busca de Carlo Ancelotti, técnico do Paris Saint Germain.

A vinda de Ancelotti era dada como certa no Real Madrid. Continua bastante possível. O problema está na determinação de Nasser Al-Khelaifi, presidente do PSG em manter o italiano em Paris. Para isso, Al-Khelaifi conta com o apoio de importantes membros do elenco parisiense como o brasileiro Thiago Silva. Situação incerta para Florentino Perez.

Já no Milan, Silvio Berlusconi ouviu os argumentos de Adriano Galliani e bateu o martelo a favor da manutenção de Massimiliano Allegri no clube rubro-negro de Milão. Berlusconi queria a demissão de Allegri, Galliani não e convenceu o chefe a esquecer a ideia de trazer Clarence Seedorf para o comando da equipe. Justiça seja feita a Allegri que pegou equipe em frangalhos após a partida dos maiores astros do time no início da temporada e teve que começar novo trabalho do zero.

Não foi a decisão ideal para Silvio Berlusconi. Pior ainda ficou para a Roma que tinha Massimiliano Allegri como sonho de consumo e ficou a ver navios. Agora, surge o nome de Laurent Blanc pelos lados de Roma. Resta saber se o ex-selecionador francês aceitará a proposta gialorossa.

E, finalmente, na dança dos técnicos, Mano Menezes pode assumir o comando do Porto. Pelo menos, é o favorito a assumir o cargo. Se o Santos desejar seus serviços, terá que correr.

TRÍPLICE COROA SUPREMA

O esperado se concretiza no Estádio Olímpico de Berlim e o FC Bayern conquista o título da DFB-Pokal, a Copa da Alemanha, ao derrotar o VfB Stuttgart por 3×2 e completar a trinca de conquistas na temporada 2012-2013.

O Bayern exibe suas três taças em Munique
O Bayern exibe suas três taças em Munique

Após os triunfos na Bundesliga e na UEFA Champions League restava aos bávaros a copa nacional. Se é o título de menor importância entre os três, a possibilidade de fechar o ano com chave de ouro tornou-se fator preponderante para Jupp Heynckes e seus comandados no último sábado na capital alemã.

Cansados pela temporada intensa, além de desfalcados, ainda assim os campeões europeus trataram de buscar a definição imediata da disputa contra o Stuttgart do treinador Bruno Labbadia.

Mas, a motivação do Stuttgart era absoluta e o Bayern somente obteve seu gol inaugural aos 37 minutos com Thomas Muller de pênalti.

No início da 2ª etapa, Mario Gomez marcou duas vezes, praticamente definindo a disputa, embora o Stuttgart tenha ganhado motivação extra com dois gols tardios do austríaco Martin Harnik.

Despedida de gala de Jupp Heynckes em temporada de ouro do Bayern.

Mario Gomez marca duas vezes
Mario Gomez marca duas vezes

Agora a expectativa fica por conta do futuro do treinador alemão. A informação inicial dava conta de aposentadoria vindoura, contudo crescem os rumores pelos lados espanhóis a respeito da possível contratação de Heynckes pelo Real Madrid, apesar do favoritismo de Carlo Ancelotti para assumir o cargo em vacância desde já com o fim da temporada espanhola e a despedida de José Mourinho do clube merengue.

Os boatos dão conta que terça-feira será o dia D para a definição de Heynckes. Tudo isso com clamor dos fãs madridistas pelo retorno do alemão ao banco do clube.

O histórico ajuda, já que Heynckes sagrou-se campeão da UEFA Champions League da temporada 1997-1998 ao bater a Juventus italiana por 1×0 em Amsterdã. A propósito, relembre a final daquele ano quando o montenegrino Pedrag Mijatovic marcou o gol do título para o Madrid.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=SXdNP65ppag[/youtube]