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Chazinho de Coca – A seleção que dá razão para todos.

Não tenho grandes simpatias pelo trabalho de Dunga no papel de técnico. Mas também não sou cego o suficiente para não enxergar que essa seleção dele tem, pelo menos, fibra. Além de valores individuais que conseguem suplantar qualquer falta de variação tática.

A 1ª etapa teve aquele Brasil que costuma dar razão as minhas cornetagens. Contra um verdadeiro ferrolho, pouca inspiração, pouca aproximação de meio campo e ataque e ligações diretas, cruzamentos exaustivos e pouco aproveitáveis. Sobrava um buraco na retaguarda brazuca que qualquer um conseguia enxergar. Aos 10 minutos, em rápida saída dos EUA pela direita, o cruzamento veio para Dempsey, que se adiantou a marcação e com um leve toque matou Julio Cesar. A coisa tava preta e o atabalhoado ataque brazuca, deixava cada vez mais exposta a zaga.

Aos 25, Davies recebeu de frente para a zaga, sem marcação e partiu pela esquerda, rolou para Donovan na meia lua, que limpou Ramirez com facilidade e marcou um belo gol. Tava fácil.

Com um eficaz posicionamento defensivo, os EUA frustraram todas as tentativas brasileiras até o fim da 1ª etapa.

Na volta do intervalo eu esperava por alguma alteração de Dunga, qualquer coisa, uma tentativa sequer. Robinho vinha mal, mas talvez abrindo ele pela esquerda e colocando Nilmar para, quem sabe, chamar a marcação e abrir espaços para a bola chegar até Luis Fabiano, que passou toda a 1ª etapa isolado. Mas nada disso. O time voltou o mesmo.

Mas a conversa deve ter sido boa, pois apesar das mesmas peças, a movimentação delas estava diferente. Bastou 15 minutos e o talento brasileiro se sobressaiu a aplicação tática dos EUA. Em um lance que não foi de cruzamento, não foi de ligação direta, mas de troca de passes. Com menos de 1 minuto, Maicon encontrou Luis Fabiano na área. O camisa 9 dominou e girou batendo, como um legítimo matador, não dando tempo nem do marcador entender o que se passava. Golaço!

As jogadas passaram a acontecer e oras bolas, vejam só – bastou acontecer troca de passes.

Tão simples quando se tem jogadores de alto nível. E dentro desse cenário, abrindo espaços na zaga adversária e com passagens dos laterais, os cruzamentos surgiam como boa opção e passaram a ser feitos com lucidez. E então o goleiraço Howard começou a trabalhar. 1º em cabeçada de Lúcio, depois ele tirou de dentro o cabeceio de Kaká. Outras chances por terra e ar aconteceram, até que aos 30, Luis Fabuloso marcou mais um. Depois de Robinho mandar no travessão, o iluminado camisa 9 estava no lugar certo para cabecear para dentro.

A essa altura o Brasil era dono do jogo. E já com Elano e Daniel Alves no time, tinha meio campo alugado. A alteração de Ramirez para entrada de Elano não me agradou. Assim como dava a impressão de que Daniel Alves entrará muito mais para tentar um novo gol espírita do que por convicção tática de Dunga. Mas deram resultado. Aos 39 minutos, escanteio que Elano colocou na cabeça de Lúcio, que testou firme para virar o jogo, para virar herói e para virar símbolo dessa equipe que pode ser muito mais do que costuma ser e do que muitos julgam já ser o suficiente.

A vitória não se trata de um cala boca nos que contestam. Ela própria dá argumentos para os críticos e para os entusiastas. Uma seleção apática no 1º tempo, merecedora de todas as críticas que recebe. Outra seleção no 2º tempo, digna dos elogios recebidos. Simples assim.

Cabe a ela agora mudar a escrita e ser a 1ª da história a ser campeã da Copa das Confederações e no ano seguinte, campeã do mundo.

Veja como foi o jogão:

Chulipa Campeão – Voa Canarinho, voa!

Seleção Brasileira de Futebol
Campeão da Copa das Confederações de 2009


Não, não foi fácil, alias, o que até poderia ser fácil, ganhou ares dramaticos depois que os americanos marcaram o segundo gol e foram pro intervalo ganhando de 2 a 0, com tentos de Dempsey e Donovan.
Mas esse Brasil não se deu por vencido e botou a zebra pra correr no segundo tempo, aos 40 segundos Luis “Gol” Fabiano, num giro pra cima do zagueiro botou no canto do bom goleiro Howard. Kaká numa de suas arrancadas fatais, cria a segunda jogada que termina em mais um gol do artilheiro da competição, Luis Fabiano e no final, pra coroar uma excelente apresentação, ele, que pra mim é um dos melhores zagueiros do mundo, Lúcio de cabeça fecha a conta. Brasil 3 , Estados Unidos 2.
Alguns esperavam um jogo fácil, outros um jogo díficil, e assim o foi, um jogo em cada tempo. Os EUA nos alertaram no perigo que corremos ao sair pro ataque, numa arrancada digna de equipes de tradição os americanos finalizaram num belissimo gol e assim, fazendo muitas pessoas crerem num possivel e surpreendente titulo yanque. Mas com essa seleção não se brinca, o que alguns duvidavam estamos vendo na prática, aquele espirito que o técnico Dunga aplicava em sua época de jogador esta hoje em cada atleta desse time. E sem jogar a toalha foram pro pau no segundo tempo, destaque para Kaká, Luis Fabiano e claro, Lúcio, que hoje num desses devaneios futebolisticos de gente que acha que sabe alguma coisa, foi praticamente demitido de seu ex-clube Bayern de Munique. Bom para os outros times (vai la Palmeiras) que tem um senhor zagueiro a disposição no mercado.
Quero deixar registrado tambem o destaque para Dempsey, o jogador que até nos leva a acreditar que um dia os americanos podem despontar num esporte que tenta aos trancos e barrancos fazer parte do cotidiano dos EUA. Esse sim tem um respiro de futebol (porém, não conte com ele se precisar de marcação).

Mais uma vez parabéns Seleção Brasileira, que continue calando a todos como vem fazendo. Que tenha sido um util e proveitoso ensaio para 2010 nessa mesma África do Sul ao som dessas “simpaticas” vuvuzelas !!!

Chulipa Castiga – A derrota da soberba!

O mundo da bola se surpreendeu mais uma vez ontem, de novo o esporte futebol da uma olé em todos os seus profundos conhecedores, quando todos ja se preparavam para ver uma batalha de tamanho épico dentro das 4 linhas entre a seleção campeã da Europa, Espanha, e a seleção maior do Mundo, Brasil, apareceu os Estados Unidos pra melar a festa.
Diante de uma seleção paparicada, que não perdia a 35 jogos, vencendo seus ultimos 15 duelos, os americanos se agarraram num item que todos que admiram o futebol ignoraram, a dedicação tática, garra e superação. Não deve ser fácil estar sempre fora de um esporte que é jogado, falado e cantado em verso e prosa por todo o globo terrestre, culpa deles mesmo, que ignoram a bola, mas não é isso que quero discutir aqui.
Óbvio que todos esperavam pelo grande final, e ao invés de retalhar e Espanha, que tem sim, um grande time, mas que ontem, ja entrava em campo pensando no Brasil, foi punida pela bola, e por eles mesmos.
Eles, os espanhóis, que no primeiro gol, ajudaram no belo passe de Dempsey para Altidore, este que sapecou um canudo pra cima de Casillas, que até tentou, mas a queima roupa é dificil, e no segundo, bem, o segundo foi uma falha bisonha pra uma seleção que ja respirava o ar da final, sem ao menos te-la conquistado, um cruzamento de Donovan, a bola rebate na zaga, e sobra pra Sérgio Ramos (o bode expiatório da triste derrota), que ao invés de dar um chutão raçudo pra frente, confiando no seu belo futebol, dominando de forma bisonha a bola na área, mas não contava que Dempsey, mais uma vez com muito oportunismo, estava ali pra se aproveitar de tamanha bobeira, EUA 2 a 0 no dream team Espanhol.
E assim, numa dessas molecagens da vida, a Espanha que um dia surpreendeu os americanos no basquete, levou o troco no futebol.
E hoje, nossa seleção com certeza estará muito mais ligada depois que presenciou a verdade da bola, que ela pune quem já se considera o vencedor sem ao menos ter batalhado por isso!
Parabéns EUA sim, pelo empenho e dedicação, e com certeza, o respeito que tiveram pelos espanhois. E esses, levaram uma lição talvez mais valiosa que o título da Copa das Confederações, a lição da humildade!
Os gols da partida!