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Guest post: “Respeitem o Derby”, por Raphael Prado

Às vésperas de mais um dérbi, o Ferozes FC abre espaço para que o convidado Raphael Prado expresse sua opinião sobre este que é para muitos o maior clássico do futebol brasileiro, quiçá mundial. 🙂

“Respeitem o Derby”, por Raphael Prado

Logo após a derrota nos penais pela semi final do Paulistão dei uma passada rápida por uma rede social e o que mais me deixou puto não foram as brincadeiras dos rivais, até porque eles ganharam e tão na deles e com todo direito devem comemorar e brincar sim, afinal é essa a parte gostosa do futebol, aquele que venceu tirar o sarro maior rival.

O que me deixou puto foi a atitude de menosprezar o a importância do jogo, dizer que não vale nada, que é “só” um “paulistinha”. Claro que se analisar a importância por exemplo de exposição na mídia, divulgação das marcas e até mesmo prêmio em dinheiro, o campeonato paulista tem um peso menor em relação a Libertadores, até porque acho os campeonatos estaduais nos formatos atuais bem chatos, jogos inúteis, 4 meses praticamente jogados fora e que no final acaba sendo um termômetro mentiroso, pois nem sempre os finalistas fazem bonito no campeonato nacional.

O que eu tô defendendo é o Derby, o clássico mais importante do ano independente do campeonato, da circunstância ou de qualquer outra coisa. Não importa quem está melhor colocado na tabela de classificação, não importa se o trio de ataque é “Huguinho, Zézinho e Luizinho” ou “Messi, Ronaldo e Tevez”, não tem importância favoritismo ou  o estádio (ou arena) em que será o clássico.

No Derby não se poupa jogadores, não se escolhe o torneio, não se vê momento esportivo, político, financeiro e social. Há de se respeitar o Derby, sua historia, seus torcedores e seu rival.

Mesmo que os outros times grande do estado estejam num melhor momento que que nossos rivais e por conta disso brigam para serem considerados nossos rivais sou obrigado a falar que só existe um clássico possível, só há uma rivalidade possível, o resto jogo contra outros times grandes.

A imagem abaixo retrata toda tensão que o clássico provoca em mim.

A VITÓRIA ESCAPOU PELAS MÃOS

Paradoxo: no empate por 1 x 1 do Corinthians com o Palmeiras neste domingo, Mano Menezes foi o ganhador e o perdedor, tudo por conta da forma como mexeu no time. Acertada a decisão de iniciar o jogo com três volantes e um único armador, no caso o estreante Jadson, aquele que foi envolvido em uma troca com o São Paulo por Alexandre Pato, sendo que este último sequer jogará o Paulistão, por já ter atuado pelo Corinthians na competição além do limite permitido.

Jadson foi apresentado e já estreou.
Jadson foi apresentado e já estreou.

Jadson, talvez pelo calor da estreia, ou pela empolgação dos novos ares, jogou bem. Correu, armou, deu passes, chutou. Não sentiu o tal ‘peso da camisa’, tampouco a falta de ritmo, ao menos pelo tempo em que ficou em campo, até ser substituído por Renato Augusto, que há muito não jogava e entrou pra fazer sua nova estreia.

A responsabilidade pelo empate vai cair na conta de Mano.
A responsabilidade pelo empate vai cair na conta de Mano.

Se por um lado Jadson e o também estreante Bruno Henrique, terceiro volante na equipe titular armada por Mano (numa estratégia muito bem montada: os laterais Uendel e Fagner apoiam bastante, e é interessante ter alguém fazendo a cobertura; além disso, Guilherme teve mais liberdade para ir à frente, quase um meia, como eram seus antecessores Paulinho e Elias) tiveram sucesso, o mesmo não podemos dizer de outras peças da equipe: o zagueiro Felipe, escolhido do treinador para substituir o ex-capitão Paulo André, que partiu para o futebol chinês, foi muito mal, deu espaços, perdeu a bola, não pareceu seguro. Me parece que a escolha dele como titular se deu muito mais pela estatura do que pela técnica. Cléber, reserva-imediato desde que chegou, parece mais preparado e experiente pra assumir a função, vejamos como isso será administrado ao longo do campeonato. Também não correspondeu em campo o ataque: Paolo Guerrero, fazendo jus à máxima da sorte no amor e azar no jogo, não conseguiu acertar nada do que tentou, e Romarinho teve mais brilho: fez o gol e manteve o estigma de carrasco do Palmeiras. Fez pouco, errou muito, mas diga-se: quando saiu, o placar ainda era a favor do Timão.

Mas Mano, num rompante da velha mentalidade de segurar resultados, com aquela atitude que costumávamos criticar em seu antecessor, resolveu trocar Bruno Henrique por Ramirez e Romarinho por Jocinei, e a mudança se fez perceptível logo em seguida: gol de Allan Kardec para o Palmeiras, selando o empate.

De positiva, tiramos então a postura da equipe, muito mais organizada e voluntariosa, sobretudo a atuação de Jadson, melhor em campo pela equipe, e o fato de não ter perdido. Ainda assim, seria melhor ter ganhado. Vamos em frente.

Sobre a saída de Paulo André, inegável que não havia mais clima para ele, já que o Bom Senso FC não deve ser algo que agrade dirigentes de qualquer clube que seja. Afinal, o clube aceitou liberá-lo de graça antes do fim de seu contrato. Zagueiro titular e capitão do time. Pensemos. Não obstante, o contrato oferecido ao atleta pelo time chinês deve ser mesmo irrecusável. Para um jogador que pode estar perto do final de sua carreira, é de se pensar.

Sobre Alexandre Pato, só saberemos quando houver sua estreia no São Paulo. Financeiramente, me pareceu uma péssima ideia: o Corinthians vai pagar metade de seu salário para que jogue no rival, e terá de torcer para que ele atue bem a ponto de render uma boa venda no futuro. Equação um tanto complicada para adversários diretos.

Obrigado!

Saudações alvinegras,

Não tenho palavra melhor para intitular meu texto sobre um dos clássicos mais importantes do mundo, o dérbi paulista. Todos os clássicos entre Corinthians e Palmeiras são jogos atípicos, recheados de detalhes que dão ao jogo um sabor que cativa até mesmo os torcedores de outras equipes. E ontem não poderia ser diferente, tivemos tudo o que uma grande decisão pede, inclusive pênaltis!

Voltando ao título desta coluna, é impossível até mesmo para o mais fanático dos Corinthianos dizer que nossa equipe foi superior em campo.

– O Kléber entrou em campo querendo confusão, obrigado!
– O Danilo achou que poderia novamente ser violento e sair impune, obrigado! (Quem não se lembra da falta dele em cima do Jorge Henrique pouco tempo atrás)
– O Valdívia resolveu chutar o ar enquanto corria, numa cena bizarra que acabou em contusão, obrigado!
– O Felipão perdeu a cabeça, obrigado!
– O Deola falhou feio no lance do nosso gol (e a zaga também), obrigado e obrigado!
– Pra finalizar, o João Vítor bateu o pênalti muito mal e nosso pequeno gafanhoto, Ave César!, conseguiu pular pro outro canto e pegar a cobrança, obrigado!

O time do Corinthians, mesmo com um a mais, foi apático. Não demonstrou nem de longe a raça que teve contra a fraca equipe do Oeste. Tite diz na coletiva que a expulsão foi ruim para o esquema dele (Como assim?!?). Liedshow não pegou na bola. Dentinho ficou plantando samambaia. Enfim, fomos inferiores com um jogador a mais e só digo que merecemos vencer por falta de méritos do nosso adversário, sério!

Julio César comemora sua defesa.
Dois jogadores merecem um ponto positivo depois do fraco jogo de ontem: Julio Cesar, que parece ter recuperado a boa fase depois de fechar o gol contra nossos arquirrivais; e Willian, que quer tomar o posto outrora de Tupãzinho, o talismã da fiel.

Pois bem, espero que para a final o time se arrume e, principalmente, jogue com raça e com o coração. Que seja Corinthians. Que conquiste o título. Amém.

PS.: Para evitar o óbvio, não é necessário fazer mimimi dizendo que eu deveria agradecer ao árbitro da partida, pois ele não determinou de forma alguma o resultado. Vide a lista de agradecimentos.

 

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Hoje terei o prazer de participar do Podcast do Ferozes FC. Espero boas discussões sobre o clássico e os outros jogos da rodada.

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Deixo vocês ao som de Bad Religion enquanto vejo as últimas notícias sobre a morte do Obama, digo, Osama.

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