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PRA GARANTIR O SEMESTRE!

Se o Santos teve um Neymar incendiário (embora com poder de fogo limitado), o Corinthians, para ser o campeão paulista de 2013, foi bombeiro, no sentido de que foi explorando estas investidas ofensivas do Santos, quase todas surgidas dos pés do jovem craque, que o Timão fez o resultado. Na cobrança de falta de Neymar, a ajeitada de Durval para Cícero mandar, com voleio, a bola para as redes. Mas a reação foi imediata: Danilo, que havia acabado de voltar para o campo, após receber uma faixa na cabeça por conta de um corte na testa, completou a jogada do gol após rebote de Rafael e definiu o jogo.

A partir daí, teve bola no travessão, com Paulinho e Danilo (os dois melhores jogadores do Corinthians), muitos erros de todos os lados (Romarinho e Edenílson, os dois mais recentes cobiçados pelo futebol internacional, segundo boatos, erraram lances que poderiam resultar em gol do título). Teve (e não teve) Alexandre Pato. Que durante a semana reclamou ‘de leve’, reivindicando um lugar no time titular. E não fez por merecer, perdendo mais um gol, como perdeu contra o Boca na quarta-feira. O Santos ainda lutava pelo gol que levaria a disputa para os pênaltis. Mas não lutava com tanta força. O time parecia entregue ao final, e ficou fácil para o Timão garantir o título.

Dito isso, o Corinthians leva um título que, se não ameniza a eliminação da Libertadores daquela forma tão estranha, ao menos faz justiça a um time que ainda tem aquele espírito de vencedor. Foi o destaque de um campeonato fraquíssimo, é verdade, mas lembremos de que o início foi com o Timão usando o time reserva, então o fato de ter conquistado o campeonato indica que Tite soube usar a medida certa na dosagem de seu elenco.

Outras considerações:

– Alexandre Pato ainda não está em condições de atuar em um jogo completo. Tem seus lampejos, mas lhe falta ainda o tempo de bola. Pela expectativa que se tinha dele, chegou longe. É peça importante no elenco, mas ainda não é o principal jogador. Falta muito para ser, aliás.

– Seria interessante que o Corinthians conseguisse segurar Edenílson na equipe, tanto pela iminente saída de Paulinho quanto na possibilidade de ser o substituto natural para Alessandro no time titular.

– Já Romarinho não faria falta se houver mesmo proposta por ele. Bom jogador, mas ainda não pode ser titular, como vem sendo. Rende mais quando entra no segundo tempo.

– Jorge Henrique não volta mesmo a atuar pelo Corinthians. Um abraço e muito obrigado pelos serviços prestados. Foi excelente enquanto durou.

– Julio César também não fica mais. Boa sorte a ele.

– Maldonado terá que justificar sua contratação jogando muito. Não boto fé.

– Ibson: não, obrigado.

– Com Paulinho a situação é outra: está se tornando inevitável sua saída. O melhor volante do Brasil provavelmente fez sua última partida pelo Timão. Fará muita falta, se concretizada sua venda.

– Gil foi o jogador com mais destaque no time do Corinthians. Chegou e garantiu seu lugar. Surpresa total.

– Desde que comecei a escrever para o Ferozes FC, o Corinthians ganhou Brasileirão, Libertadores, Mundial e Paulistão. Colunista pé-quente! Hahaha!

Um abraço.

Danilo e Paulinho, os motores da equipe corintiana.
Danilo e Paulinho, os motores da equipe corintiana.

QUANDO A ARBITRAGEM SOBREPÕE MAIS UMA VEZ O BOM FUTEBOL

Ontem 12 mil pessoas saíram de suas casas para acompanhar um jogo que envolvia não só os dois últimos campeões da Libertadores, mas também o atual tri campeão paulista contra o atual campeão nacional, fora isso toda a rivalidade que fora aguçada com os embates recentes entre as duas equipes e as decisões protagonizadas pelas mesmas na última década. Todos os ingredientes favoráveis para mais um grande clássico entre Santos e Corinthians e analisando apenas o que foi o jogo em si tudo isso se confirmou, foram 26 finalizações, grandes defesas dos dois goleiros, jogadas maravilhosas e um tempo de superioridade pra cada time. Porém, o ideal seria que só esses fatos ficassem marcados na memória do torcedor, mas o erro gravíssimo do assistente Émerson de Carvalho tratou de ofuscar o melhor clássico do campeonato.

Infelizmente está ficando cada vez mais comum que ao término de uma partida do Campeonato Brasileiro haja algum tipo de reclamação com os árbitros e o mais estarrecedor é que 99% das mesmas são com razão por parte do time prejudicado, o que explicita cada vez mais a falta de preparo dos nossos juízes e o descaso de todas as entidades envolvidas para com o espetáculo do futebol.  Não quero entrar no mérito do que deve ou não ser feito para acabar ou ao menos minimizar todos esses acontecimentos, muitos irão falar sobre profissionalização dos árbitros, ”chip” na bola, opção do árbitro rever o lance no momento do jogo, tudo isso é válido, mas falta ação efetiva e interesse de quem manda no esporte no país, até porque não sou eu e nem você que humildemente me acompanha no Ferozes que irá resolver tudo isso, mas com certeza somos nós que amamos esse esporte que continuaremos a sofrer com essa várzea total.

Contudo, ainda tivemos um baita clássico na Vila Belmiro e vou me ater a isso a partir de agora. Por realidades bem distintas, Santos e Corinthians estão muito aquém das reais posições que poderiam almejar no Brasileirão, mas no clássico de ontem mostraram o porque de serem os times protagonistas dos últimos anos no futebol brasileiro.

A primeira etapa foi bastante movimentada com chances dos dois lados, mas com superioridade corintiana, já que o melhor homem em campo foi o goleiro Rafael que saiu nocauteado pelo próprio companheiro e futuro herói do clássico, Bruno Rodrigo. Agora, se o primeiro tempo foi bom, o segundo pegou fogo e o Santos voltou bem melhor. Com mais presença no ataque encontrou o seu gol fruto de um erro crasso do juiz e manteve o ritmo até a metade da segunda etapa, quando recuou (típico dos times do Muricy) e ofereceu espaço ao Corinthians, tanto que aos 35 min o bom jogador Martínez fez bela jogada individual e empatou o clássico, resultado teoricamente mais justo pelo que foi toda a partida, mas como o futebol é imprevisível e por isso tão amado, o Santos ainda teve tempo de sair com a vitória através dos pés de Neymar e da cabeça de Bruno Rodrigo, muito menos badalado, mas que foi igualmente decisivo.

Polêmicas e reclamações a parte, o Santos segue seu rumo buscando dias melhores no Brasileirão, antes disso uma pausa para a busca de mais um título internacional, a Recopa. Quarta-feira o time encara a LaU e tentará um resultado confortável para o jogo de volta dia 26/09. O Corinthians descansa no meio da semana para encarar mais um clássico, desta vez com o São Paulo, mas até lá terá muito o que reclamar e infelizmente não é a primeira e nem será a última que erros comprometem um jogo tão bem jogado e emocionante.

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Como já é costume gosto de dar notas aos personagens alvinegros praianos após cada clássico, então vamos a elas:

Rafael – Firme no primeiro tempo, evitou que o time virasse o jogo perdendo. Nota: 8,0

Bruno Peres – Apoia muito, marca pouco. Nota: 5,0

Durval – Como sempre decisivo, só que pro adversário. Falhou no 1° gol corintiano, assim como na Libertadores deixou o Danilo livre, leve e solto. Nota: 3,0

Bruno Rodrigo – Apesar do drible desconcertante no lance do 2° gol do Corinthians foi decisivo ao dar a vitória ao Santos. Nota: 7,0

Léo – Um jogo sim, um jogo não e assim segue a vida do ídolo santista. Não comprometeu. Nota: 5,0

Adriano – Raçudo como sempre, mas pouco apareceu. Nota: 5,0

Arouca – Perdeu duas chances claras de gol que poderiam ter decidido a partida previamente. No mais, com a qualidade de sempre sustentou o meio campo santista. Nota: 6,0

Patito Rodríguez – Partiu pra cima o jogo todo, levou vantagem na maioria delas, mas se mostrou um tanto ”fominha”. Ainda precisa melhorar. Nota: 6,5

Ganso – Passeou em campo mais uma vez. O que acontece com esse jogador ?. Nota: 4,0

Neymar – Dono do jogo, 2 assistências com direito a uma jogada brilhante no primeiro gol. Chamou a responsabilidade e mais uma vez explicitou o quanto o time depende dele. Nota: 8,0

André – Fez os dois gols e perdeu outros 2, nada mais que isso. Ainda carece de ritmo de jogo. Nota: 7,0

Miralles e Felipe Anderson – Não produziram nem comprometeram. Nota: 5,0

Éverton Páscoa – Pouco tempo pra avaliar. Sem Nota 

FUNDAMENTAL!

Com uma atuação muito perto do impecável, o Corinthians avançou um pouco mais no Campeonato Brasileiro, chegando à 10ª colocação. Na noite de quarta-feira no Pacaembu, exceto por alguns lances, o Cruzeiro não foi capaz sequer de levar perigo à defesa corintiana. Talvez só na cabeçada de Ceará na primeira metade do primeiro tempo, e numa cobrança de falta de Montillo, que passou muito perto do gol de Cássio.

Paulinho e Danilo comando o meio de campo alvinegro.

Mas foi só isso. Depois de um começo de jogo muito truncado, com muitas faltas, as oportunidades para o Timão foram surgindo. Primeiro num chute de fora da área de Danilo, exigindo uma boa defesa do goleiro cruzeirense Fábio. Minutos depois, veio o primeiro gol, em pênalti sofrido por Jorge Henrique, que Chicão não desperdiçou. Ceará ainda tentou um gol de falta no final do primeiro tempo, mas Cássio, bem posicionado, defendeu com tranquilidade.

No segundo tempo, o jogo voltou a ficar truncado, mas era o dia de Paulinho, o aniversariante da noite. O volante aproveitou o passe de Danilo e consolidou a vitória com um belo gol aos 48 minutos da etapa final.

Sem Douglas, suspenso, Tite optou por um esquema diferente, com Romarinho atuando junto com Sheik e Jorge Henrique. Nenhum destes jogadores é um atacante de referência, mas é inegável que todos têm boa habilidade para finalizar. Romarinho continua impressionando pelo rápido entrosamento, e sobretudo pela calma, embora não tenha conseguido finalizar bem como nas outras vezes. Ainda houve tempo para o peruano Paolo Guerreiro ter noção do que é a torcida do Corinthians no Pacaembu, mas o centroavante não teve tempo nem ritmo pra fazer uma boa estreia.

Mas embora não seja atacante, a referência desse time é mesmo Paulinho, 24 anos completados em 25 de julho. Junto com Danilo, comanda o meio de campo, e por seus pés passam todas as boas jogadas da equipe.

Pois bem: se hoje Tite tem em suas mãos um finalmente decisivo Douglas e reforços como Martínez e Guerrero pra “encaixar” no time, a dupla acima tem se mostrado fundamental para o sempre esperado equilíbrio do time de Adenor. Quando os dois estão em bom momento, o time joga como jogou pela Libertadores. Some-se a isso o fato de todos os jogadores estarem muito dedicados taticamente e temos atuações excelentes. Os laterais estão finalmente atuando como laterais, Fábio Santos já não cai tanto pelo meio de campo, Alessandro já não se desespera tanto.

Com essa calma de quem só está jogando o campeonato pela vontade de ganhar mais um título, mas que, se não chegar lá também não se decepciona muito, vai seguindo firme. Esperemos mais boas partidas e mais tropeços dos adversários.

 

RÁPIDAS E RASTEIRAS DO TRIO DE FERRO.

POR JOÃO PAULO TOZO

– A janela de transferências para o futebol árabe fechou, Valdívia ficou. Bom para o Palmeiras, para o torcedor que voltou a nutrir carinho e admiração pelo meia, mas será que foi bom para ele? Fontes confiáveis dão conta de que ele queria sim permanecer no clube, já que sua convivência com Felipão e a aceitação por parte do elenco nunca foram tão grandes. O empecilho é a distância de sua família, que se mostra irredutível em retornar ao Brasil após o caso do seqüestro.

Valdívia é ótimo jogador, disparado o melhor meia do time. Mas é inconstante, sobretudo quando não está focado. Se sua cabeça não estiver no clube, sua permanência pode não ser tão benéfica assim em um time fechado, que enfim atingiu a paz de espírito. Os próximos jogos deverão nos apontar as respostas para esse dilema.

Hoje contra o Bahia, Felipão deve armar o ataque com Mazinho e Barcos, apesar da ótima exibição de Obina no fim de semana. O velho Bigode quer valorizar o grupo que conquistou a Copa do Brasil, as peças que foram fundamentais. Mas ao meu modo de ver, cabe Obina e Barcos, sem que com isso Mazinho precise sair do time. Mais ainda hoje que Valdívia, lesionado, não joga. Um time com Bruno; Artur, Wellington (jovem zagueiro que vem mostrando muita qualidade), Mauricio Ramos e Juninho; Henrique, Araujo e João Vitor; Mazinho recuado e Barcos centralizado com Obina aberto pela direita, como aliás jogou boa parte da partida contra o Náutico, tem tudo para pelo menos não dar errado. Lembrando que na próxima semana o Palmeiras inicia disputa da Copa Sulamericana em mata-mata contra o Botafogo. Ter variações será fundamental na luta desse que certamente é o título a ser buscado nesse 2º semestre.

– O Corinthians venceu o Cruzeiro por 2X0 em grande exibição de Paulinho. Mais uma, como de praxe. É o termômetro do campeão da Libertadores. O Corinthians brilha e geralmente vence fácil quando seu volante/meia está inspirado. Penso com meus botões que, exceto Neymar, um extraterrestre, que se há uma vaga a qual deve haver um dono certo nessa seleção outrora brasileira, esta deve ser de Paulinho.  Não que hoje a seleção aponte verdadeiramente ou merecidamente quem é melhor, mas ainda nos serve como parâmetro.

Outro corintiano, geralmente desprezado, talvez por ser um jogador low profile da casta de Ademir da Guia – longe de compará-los em campo, pelo amor de san gennaro – mas que se fosse válida a velha máxima de que futebol é momento e hoje uma vaguinha nesse time do Mano, ao menos no banco, deveria ser dele, é o meia Danilo. Pense nos jogos decisivos do Corinthians nos últimos tempos. Em qual Danilo não foi fundamental, o diferencial? Mas para a Conmebol o melhor meia da última Libertadores foi o argentino Riquelme, que na final sumiu. Vai entender…

-No São Paulo a troca de Leão por Ney Franco mostrou resultados. Os mesmos. Aliás, os mesmos desde que Muricy Ramalho saiu. Um time insípido, com valores individuais interessantes, mas que parecem polarizar lideranças internas. Enquanto isso aguardam o retorno do Messias Rogério Ceni, de 39 anos e que não deve ter ainda muito tempo de futebol.

Que a presença de Ceni acabe com essas polarizações, já que com ele dentro é ele quem manda, o que é natural e merecido, não deve ser assim por muito mais tempo. Ceni é o filtro do elenco. Algo muito parecido com o trabalho que hoje vem exercendo muito bem Cesar Sampaio no Palmeiras.

Chamar Ney Franco de “Ney Fraco” não me parece justo, como não foi justa a maneira com que JJ espantou Leão do clube. Aliás, o único cargo que não foi mudado desde o tri do brasileirão foi justamente o de presidente. Perpetuado, auto condecorado dono do clube, Juvenal Juvêncio acelera na contra mão do que o futebol de hoje exige. Com ele o São Paulo fechou o único olho que tinha aberto nas épocas em que o futebol brasileiro era um reino de cegos.

Está perdendo jogos, está campeonatos. Está perdendo o terreno que a muito custo conquistou.

NA FINAL, AFINAL!

Ao longo desse pouco mais de um ano em que faço parte deste portal, critiquei muito o trabalho de Tite e de alguns jogadores do elenco corintiano. Mas tenho que admitir que o padrão da equipe comandada pelo Adenor é hoje único no Brasil. No jogo que garantiu a inédita classificação do Timão para a sua primeira final de Libertadores, o Corinthians começou muito recuado, como se considerasse mesmo que o melhor seria segurar o resultado garantido no jogo anterior. Ledo engano, que foi punido com o gol de Neymar. O resultado levaria a decisão para os pênaltis. Emoção demais para quem esperava por esta classificação. Mas ao contrário da eliminação para o Flamengo em 2010, o Timão não esmoreceu ao tomar o gol. Foi pra cima de um Santos (no momento atual) limitado e logo no início do segundo tempo, com Tite corrigindo o erro de jogar sem centroavante, promovendo a entrada de Liedson no lugar de um inoperante Willian, foi premiado pelo belo gol de Danilo, originado na cobrança de falta de Alex.

O gigante Cássio comemora a classificação.

Aliás, se Alex ainda não foi um jogador com a regularidade que se espera, ao menos ontem foi muito bem nas bolas paradas, embora não tenha acertado todas. Alessandro se destacou ao não deixar Neymar jogar por seu lado, e também por dar um baita susto na Fiel ao tirar uma bola dando um chutão em direção à meta de Cássio.

Muricy errou ao apostar novamente em um futebol pouco criativo, que mesmo com três atacantes foi pouco efetivo. E há que se avaliar até que ponto foi positivo adiantar o retorno de Ganso após a cirurgia no joelho. Mas aí teríamos que avaliar desde o início da história. Por mais que não tenha sido tão marcante em sua passagem pelo Santos, não seria melhor ter mantido Ibson na equipe ao menos até o final da participação do clube na Libertadores?

Do alvinegro praiano, o grande destaque mesmo foi o goleiro Rafael, que com excelentes defesas, evitou que o placar fosse mais elástico.

Do nosso lado, o gigante Cássio tomou seu primeiro gol na Libertadores, mas nos demais lances teve agilidade nas saídas do gol.

Estamos na final, meus caros! Nesse momento, ao contrário do que preguei recentemente (olha eu me contradizendo de novo) vai ser inevitável usar os reservas no clássico contra o Palmeiras. Eu manteria ao menos o goleiro titular, mas vou dar essa moral pro Tite. Ele sabe o que está fazendo.

Danilo fez o gol que colocou o Timão na final.

E vai, Corinthians!

Pra finalizar, um dos momentos mais fantásticos da partida: o bandeirinha com alma de pichador. Um abraço.

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