Em torneio realizado em momento equivocado da temporada entre os campeões da Copa Libertadores da América e da Copa Sul-Americana do ano de 2012, o ótimo Corinthians, sem se esforçar, venceu o medíocre São Paulo por 2×0 (após outra vitória por 2×1 na partida de ida) e conquistou com máxima justiça o torneio de unificação continental de clubes.
Sim, momento equivocado da temporada. Desnecessário relembrar, ou pelo menos seria não fossem as idiossincrasias da CONMEBOL, que torneios de unificação com a participação de campeões continentais do ano anterior servem como abertura, aperitivo da temporada vindoura e nada mais.
Quanto ao duelo entre rivais locais paulistanos, nenhuma novidade na justíssima conquista corintiana. Venceu o melhor time, com melhor estrutura, melhor gestão e melhor comissão técnica.
O Corinthians iria a campo ao lado de sua torcida com motivação extra após a confirmação de renovação de contrato de um dos seus novos ídolos, o atacante Emerson Sheik, que tinha propostas de Flamengo e Vasco para retornar ao Rio de Janeiro. Ademais, a perspectiva de conquista de novo título internacional movimentava ainda mais a fiel torcida.
A superioridade corintiana ficaria evidente desde o início, tanto sob o aspecto técnico quanto tático da equipes.
Maior precisão de passes, melhor posicionamento em campo, maior disciplina tática dos jogadores, além de maior controle emocional, eis a gama de superioridades do Timão sobre o rival enfraquecido.
No final, o grande nome, entre tantos destaques, seria Danilo, autor de um dos gols corintianos.
O título da Recopa é coroamento definitivo de verdadeiro ciclo de ouro do Corinthians Paulista que iniciaria verdadeiro processo de reconstrução a partir de 2008. Sucesso total de um clube que se tornou referência de organização administrativa no Brasil.
Caminho inverso percorrido pelo São Paulo FC. O ex-grande tornou-se pequeno, fraco, desorganizado e medíocre. Tomada de decisões que, ao longo do tempo, revelaram-se erradas e não surtiram efeito. Comissões técnicas mal contratadas e mal demitidas. Jogadores que deveriam ser os pilares de um time, converteram-se nos maiores problemas do elenco. Fundo do poço para o Tricolor? Incrivelmente não, haja vista a possibilidade de rebaixamento no Brasileirão atual.
Agora, para o Corinthians resta o desafio motivacional. Como se manter com fome de títulos após a conquista de todos eles? Uma boa sugestão é concentrar-se na reconquista do Campeonato Brasileiro, vencido em 2011 e perdido no ano seguinte.