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La Mano de Dios – Não há crise no futebol

Não há crise no futebol
Kaká, Cristiano Ronaldo, Albiol e agora Karim Benzema. Três negociações, no valor de R$ 575,5 milhões, feitas pelo Real Madrid de Florentino Perez nessa janela de transferências do mercado europeu.
E isso não é tudo. Os planos de Perez ainda incluem Arbeloa (R$ 11 milhões) e Xabi Alonso (R$ 110 milhões), do Liverpool; e Ribéry, do Bayern de Munique. Se concretizadas, as transferências provavéis, somadas aos R$ 575 milhões já gastos, totalizam quase R$ 700 milhões gastos com jogadores. Isso sem contar Ribéry, que ainda não teve um valor divulgado.
De onde o Real tirou tanto dinheiro ? – você deve estar se perguntando. A resposta é simples: a credibilidade de Florentino Perez garantiu ao clube dois empréstimos dos bancos Santander e Caja Madrid, no valor de R$ 411 milhões, que foram somados aos R$ 246 milhões que o clube tinham em caixa. A garantia dos empréstimos foi os contratos de direitos de TV do clube, mas segundo Florentino os lucros que o time gerará serão o bastante para quitar as dívidas.
Em tempos de crise, R$ 700 milhas pode parecer muito dinheiro. Mas no mundo do futebol, ao que tudo indica, a crise passou longe…

La Mano de Dios – Crise? No futebol brasileiro tem.

Crise? No futebol brasileiro tem.
Depois das exorbitantes cifras anunciadas nas contratações de Kaká e Cristiano Ronaldo, fiquei muito convencido de que não há crise no mercado do futebol, pelo menos na concepção do Real Madrid de Florentino Pérez. A iniciativa do Real pode colocar abaixo a ideia que muitos tinham de que o BR-09 será repleto de craques devido à pouca iniciativa dos clubes internacionais em investir nos jogadores brasileiros.
Não é novidade para ninguém que nossos clubes têm sua estrutura baseada num modelo exportador, que vê a venda de jogadores para o exterior como única forma de equilibrar seu caixa. Se a perspectiva de pouco investimento dos clubes internacionais vem proporcionando um primeiro semestre animador, com ótimos jogadores em campo, o segundo semestre promete ser um choque de realidade.
O São Paulo já deixou bem claro que Hernanes e Miranda têm poucas chances de ficar após a Libertadores.
Já o Palmeiras corre o risco de perder alguns dos jogadores trazidos pela Traffic. A empresa de J. Hawilla precisa cortar despesas e gerar lucros. Os cortes no Desportivo Brasil já economizaram um milhão de reais e tudo indica que Pierre, assim como jogadores mais antigos da Traffic, já estão de malas prontas. No caso do volante, para a Turquia.
Parece não haver crise no futebol internacional. Mas enquanto a mentalidade dos clubes brasileiros não mudar, a coisa continuará feia no Brasil.
Ao som de New York Time – Newest Blues. Uma das bandas de Jimmy Cobb, batera que tocou em Kind of Blue, de Miles Davis. Só fera nesse ensemble!

La Mano de Dios – A crise mundial e a perspectiva dos clubes brasileiros


A crise mundial e a perspectiva dos clubes brasileiros

Não é novidade para ninguém que essa crise econômica que assola o mundo chegou ao futebol. Grande parte dos grandes clubes europeus está nas mãos de investidores, sendo apenas mais uma ramificação dos negócios desses senhores. Alguns ainda demonstram amor pelo time que possuem, como é o caso de Berlusconi no Milan, mas na Inglaterra, atualmente o maior mercado do futebol, nem isso. Roman Abramovich, o sheik de Abu Dabi e muitos outros donos de grandes clubes não são torcedores apaixonados que resolveram investir nos times de seus corações. Essas figuras são homens de negócios e veem o futebol como mais um empreendimento para capitalizar suas já imensas fortunas.

Com a crise que se agrava a cada dia, nem esses megamilionários saíram ilesos. Especula-se que Abramovich perdeu 18 bilhões de euros em uma semana de jogadas erradas na bolsa, por exemplo. Sendo assim, algumas torneiras que antes jorravam dólares começaram a se fechar, e a perspectiva de contratações nessa janela de transferências não é das melhores para os times europeus.

É aí que entra o futebol brasileiro. Há algum tempo, a venda de jogadores para o exterior não é mais um meio, e sim o fim para que clubes do Brasil fechem as contas no azul. Grandes times como Cruzeiro e Internacional não escondem que precisam fazer pelo menos um grande negócio por ano para capitalizar recursos. Porém, com o cenário internacional, esses grandes negócios estão cada vez mais escassos.

O Inter vai começar o ano com Alex, Nilmar e D’Alessandro. O São Paulo vai ter Miranda e Hernanes. Keirrisson não foi para a Europa, e sim para o Palmeiras. Tudo leva a crer que os campeonatos estaduais estarão repletos de grandes jogadores, o que é ótimo para o futebol nacional. Mas aí fica a pergunta: sem a venda desses fora-de-série, de onde os times irão tirar dinheiro?

Da mesma forma que economistas já afirmaram que essa crise deve ser vista como o ponto zero para uma nova organização econômica global, os times brasileiros deveriam vê-la como o momento para se pensar em novas formas de acertar suas contas…

La Mano de Dios – Sombras da crise

Sombras da crise

A crise financeira que assola o mundo não poderia deixar o futebol sair incólume. Um mercado global que gera tanto dinheiro cedo ou tarde acabaria sofrendo também os efeitos dessa crise, que começou americana e espalhou-se pelos quatro cantos do planeta.

Na Europa, a situação é potencialmente preocupante, e a queda dos lucros e os consequentes prejuízos com certeza levarão os times que são geridos por proprietários privados a rever seus contratos com jogadores, bem como novas contratações ou a edificação de novos estádios. Na Inglaterra, por exemplo, tudo leva a crer que os anos de ouro da Premier League estão chegando ao fim, e que algo deverá ser feito se os clubes planejam manter estrelas de salários estratosféricos, como Cristiano Ronaldo, Drogba e outros.

Está faltando dinheiro, é fato. E se falta dinheiro, os países exportadores do futebol – caso do Brasil – irão exportar menos. Os falidos times brasileiros vivem da venda de jogadores ao futebol estrangeiro, logo, a equação é bem simples: menos negócios = menos dinheiro em caixa; menos dinheiro em caixa = maior inadimplência e menos investimentos. O começo de 2009 será marcante sobre os efeitos dessa crise global no futebol brasileiro.

Mas não só em 2009. Alguns times já estão sentindo nos bolsos o efeito dessa potencial recessão. A LG, patrocinadora do São Paulo, considera os valores pedidos para a renovação do patrocínio muito altos, e por isso não fechou acordo. Júlio Casares, vice-presidente de comunicações do time, disse que negociações com eventuais patrocinadores estão suspensas temporariamente devido à crise, e não descarta a possibilidade do Tricolor começar 2009 com o uniforme sem a marca de um patrocinador.

No Flamengo a situação é a mesma. As negociações com a Petrobrás chegaram a um impasse e não parece haver nenhum outro acordo em vistas.

A crise não iria passar batida pelo mundo do futebol. Resta saber o tamanho dos estragos que irá causar nesse mundo, cada dia mais corporativo.

Ao som de The Clash – I’m So Bored With the U.S.A. The only band that matters.

Rapidinhas: Se na política acaba em pizza, no futebol as polêmicas terminam em churrasco. Depois de Marcos pedir desculpas publicamente e Gilberto Cipullo bancar Luxemburgo, o técnico do Palmeiras afirmou que o goleirão vai se desculpar com o elenco bancando um churrasco para a galera. Tudo acaba bem quando termina bem. Ou não.