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FIM DA LINHA NA LIBERTADORES

Discute-se na manhã desta quinta-feira a eliminação do último brasileiro na Libertadores, justamente o campeão brasileiro e favorito ao título continental.

O vexame cruzeirense dá a medida de um vexame maior – o do futebol brasileiro. Donos de receitas inúmeras vezes maiores que as dos concorrentes sulamericanos, com elencos ricos em se tratando do cenário da pelota latina, não há desculpas para tão acachapante eliminação geral do futebol verde e amarelo.

O técnico Tite declarou na última edição do programa “Bola da Vez”, na ESPN Brasil, que o nível técnico da Libertadores é inferior ao do Brasileirão, entretanto, o fator emocional eleva a dificuldade a patamares exorbitantes.

A obrigação pela boa prestação de serviços na competição continental, portanto, diante da disparidade econômica, deve ser um argumento louvável para tentar explicar derrocadas como as de 2014, mas não vai muito além disso – meras desculpas.

O envolvimento de inúmeros fatores dá um tom próximo do verídico. Prepotência de elencos, diretorias, comissões técnicas e também de torcedores, que já contam com o feito antes da bola rolar. Mas falta algo além disso e talvez esteja na essência da boleirada brasileira, o “suar sangue”, o “disputar cada bola como um prato de comida”, esses jargões todos que denotam certa empáfia nacional ao acreditar que sua técnica, frequentemente acentuada, lhe dá a matéria prima necessária para bater Hermanos de todos os cantos. Dá nada!

Exceto o Corinthians de Tite, que conquistou a Libertadores como uma enorme barbada, principalmente pelo equilíbrio emocional que ele mesmo trabalhou muito bem junto ao time, os outros campeões brasileiros em Libertadores suaram sangue, tiveram que equilibrar na raça e na vontade e, ai sim, puderam fazer valer suas qualidades técnicas.

Mas a verdade é uma só. O vexame se deu e não há como fugir de encara-lo.

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Em duas frentes

A chamada “entressafra” é provavelmente a fase mais chata do futebol. É o momento em que já cessaram as comemorações pelo título conquistado, e no qual já começam a surgir os reforços para a próxima temporada, além de especulações improváveis.

No caso do Corinthians, isso é ainda mais emblemático, já que, por conta de um anunciado planejamento para a disputa da Libertadores, a ideia é formar dois times distintos, para que um se concentre no Campeonato Paulista, e outro esteja focado na competição que o clube tanto almeja.

Após relativo sucesso no Coritiba, Bill está de volta ao Timão.

E os reforços já começaram a aparecer. O primeiro deles é um velho conhecido: o centroavante Bill, que volta com a bagagem de 27 gols no ano em que vestiu a camisa do Coritiba, 11 deles neste campeonato brasileiro vencido pelo Corinthians. Em sua primeira passagem pelo Timão, como um dos reservas de Ronaldo (o outro era Souza, que ficará no Bahia), Bill não teve destaque. Vejamos como será nesta nova tentativa.

Ainda desconhecido no Brasil, Gilsinho estava no Japão.

Além dele, algumas caras pouco conhecidas chegam para tentar a sorte do Timão: Gilsinho, ex-Jubilo Iwata, do Japão, com passagens pelo futebol do interior paulista, em especial o Paulista de Jundiaí, onde teve relativo sucesso;  Cássio, ex-goleiro reserva do Grêmio, que estava no PSV Eindhoven, da Holanda; Felipe, zagueiro que jogou a última temporada pelo Bragantino; e Vitor Junior, do Atlético-GO, que teve passagens apagadas por clubes grandes do país, embora tenha tido certo destaque neste último.

Cássio chega para ser uma opção a Julio César. Com sua chegada, Renan perde espaço e deve ser emprestado.

Todos estes parecem ser incógnitas que talvez tenham sucesso, mas fico imaginando o que poderia acontecer no segundo semestre em caso de fracasso na competição internacional. O elenco ficará de certa forma inchado, com alguns jogadores que podem não ser facilmente negociáveis. É bom que este planejamento preveja estas possibilidades.

Além destes reforços que já chegaram, a diretoria trabalha para conseguir contratar o meia cruzeirense Montillo, sonho antigo do clube, e que parece propenso a vestir a camisa corintiana. Aliás, esta é uma prática frequente no futebol atual, que é negociar primeiro com o jogador para depois ir consultar o clube detentor dos seus direitos. Por sua vez, o Cruzeiro bate o pé pelo valor de R$ 36 milhões pelo passe do jogador, mas é provável que ceda a uma proposta menor. O jogador inclusive parece estar propenso a jogar pelo Timão. Se vier, será um baita reforço, já que resolve uma carência de muito tempo, que é a de um meia destro, pra armar as jogadas pela direita, já que Danilo e Alex são canhotos, e Morais é destro, mas veja bem, é o Morais.

Enfim, vamos ver no que vai dar este esquema de “Time A e B”. Pode dar certo, quem sabe?

Deixo-os com Flaming Lips e Cat Power fazendo cover de “War Pigs”, do Black Sabbath. Abraços.

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