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A DESPEDIDA DO REINO E DA PRINCESA

Quando confirmado o adversário santista na segunda fase da Copa do Brasil, certamente se imaginou vida fácil para o time de Oswaldo de Oliveira.

Porém, o simpático time do Princesa do Solimões fez questão de mostrar que “bobo”, no futebol, não existe mais.

O simples fato de ter levado o segundo jogo para Vila Belmiro já pode ser considerado uma grande vitória, marcar dois gols no estádio então, quase um título. (Três, se considerarmos o bizarro tento anotado pelo “figurão” Clayton He-Man)

O ousado clube amazonense não chegou a ameaçar a classificação do Santos, mas expôs a grande limitação técnica da defesa alvinegra.

Com o departamento médico abarrotado de zagueiros, Oswaldo de Oliveira tem tentado “se virar” com o que tem. David Braz, que sequer era relacionado para os jogos, virou titular.  Bruno Uvini, desconhecido pelo próprio treinador, mal chegou e já beliscou o seu lugar no time.

Sendo assim, a contratação de um bom zagueiro para o andamento da temporada deve ser colocada como prioridade e a pausa durante a Copa pode ser a grande aliada do time.

De fato, mesmo entre todos os altos e baixos, o Santos, se não encanta, tem se mostrado cascudo, pois com apenas duas derrotas no ano, segue firme na briga pelos dois títulos que ainda lhe restam na temporada. Além disso, se mantem invicto até o fim da Copa do Mundo jogando na Vila Belmiro, já que esse foi o último jogo da equipe, no estádio, antes do evento começar.*

Enfim, na despedida provisória da terra do Rei, a princesa não reinou e os príncipes brilharam. Ah, e o He-man? Esse vai ter que mostrar a sua força em outro lugar…

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* México e Costa Rica irão utilizar a estrutura do Santos durante a Copa do Mundo.

A CONVOCAÇÃO DE HENRIQUE E O ATO DE TORCER PELA SELEÇÃO

Com apenas quatro convocações o zagueiro Henrique, ex-Palmeiras, desbancou Miranda e Dedé (Foto: Ari Ferreira/LancePress)
Com apenas quatro convocações o zagueiro Henrique, ex-Palmeiras, desbancou Miranda e Dedé (Foto: Ari Ferreira/LancePress)

A convocação dos 23 nomes para integrar a Seleção Brasileira que disputará a polêmica Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 foi divulgada nesta manhã. E sem surpresas – se é que podemos considerar assim a presença do zagueiro Henrique na lista oficial.

Logo de cara, muitos contestaram a chamada do ex-palmeirense e, hoje, jogador do Napoli, campeão, no último domingo, da Copa Itália. A lógica para o nome do defensor figurar entre os selecionados é simples: ele é um jogador de confiança do treinador. O que se torna ainda mais evidente quando trata-se de Luiz Felipe Scolari.

É óbvio que desde os tempos de Palmeiras o ex-capitão alviverde ostenta de bom relacionamento com o gaúcho. Talvez estes sejam os argumentos mais plausíveis para explicar sua presença no Mundial.

Felipão é supersticioso, sistemático, típico treinador a moda antiga. Aquele cara que sabe mais pilhar um grupo do que ser um especialista em parte tática. Não é de hoje que sabemos que o Bigode convoca baseado mais na confiança no sujeito do que em sua técnica, propriamente.

Miranda, aclamado por muitos e atualmente em grande fase, ficou de fora. Talvez nunca mais dispute uma Copa do Mundo, o que é uma pena. Seu clube, o Atlético de Madrid, vive a chance de ser campeão espanhol e, de quebra, pode abocanhar a Champions League depois de 40 anos. Para completar os bons predicados do ex-são-paulino, a defesa Colchonera, da qual ele é titular, é uma das mais sólidas da Europa.

Todas essas informações posivitas seriam suficientes para o paranaense ser convocado, correto?

Não.

Na teoria, e na prática, Miranda é mais jogador que Henrique, está em melhor fase. Porém, na cabeça de Felipão, Copa do Mundo é um campeonato diferente, que vai além do estágio que cada jogador se encontra. Para ele, o cara pode chegar como reserva, em má fase no clube. Mas na seleção, mesmo que fique no banco, será importante.
Achei linear esta convocação. Mas levaria o Miranda.

O time brasileiro é entrosado, possui padrão de jogo definido, tem uma defesa consistente e um fator diferencial: Neymar. Tem grandes chances, sim, de ganhar a sexta estrela. Principalmente por jogar em casa.

O que mais me entristece é saber que esta Copa não está nenhum pouco com cara do que deveria ser uma Copa. Daquelas em que no mês de abril já seria possível sentir a atmosfera, seja nas ruas, colégio, comércios, etc. Nem parece ano de Copa. Talvez grande parte da população desanimou diante de todo o cenário precário que se instaurou na organização deste evento, que não é nosso.

Por outro lado, a paixão pelo futebol, pela grandeza do evento, acaba abafando isso na hora de torcer.

Se perder, o discurso imediatista certamente terá como pano de fundo a lamentável organização da Copa, as roubalheiras da CBF, a convocação do Henrique…

UM ANO DE NOVAS E VELHAS APOSTAS

Enfim, o futebol voltou!

Os estaduais já estão em suas primeiras rodadas, a charmosa Copa do Nordeste já está a todo vapor e os clubes pelo Brasil afora começam a matar a saudade de seus torcedores.

Trazendo para o universo do mais disputado e aguardado campeonato estadual, temos um cenário atípico em 2014. Afinal, depois de 15 longas temporadas futebolísticas, um clube paulista não disputará a Libertadores.

O que isso tem a ver com o Paulistão?

Simples, as atenções dos grandes estarão completamente voltadas para o estadual, que esse ano conta com uma fórmula de disputa diferente, no intuito de diminuir a quantidade de datas e adequar o calendário à Copa do Mundo.

Diante disso, o Santos iniciou a temporada com apenas um reforço e a manutenção da base de 2013, o que diante da realidade dos outros clubes, não é tão ruim assim.

A estreia no Paulistão já aconteceu e com alguns desfalques, o time que entrou em campo na vitória contra o XV contava com 6 jogadores formados nas categorias de base. O que no Santos não é lá uma grande novidade.

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Essa promoção dos garotos, certamente é fruto do desempenho dos mesmos no ano passado e no inicio de 2014,  já que o clube alcançou a glória na Copa SP e na Copa do Brasil Sub-20 (2013) e está novamente entre os 4 melhores da Copinha esse ano.

O novo treinador, assim como qualquer outro que assume o Santos, terá que se adaptar a essa realidade do clube: apostar na base, seja qual for o cenário.

Em 2014, o motivo para isso é justamente a falta de opções no mercado e não só isso, a condição financeira limitada dos clubes de futebol, já que muitos nem sequer possuem patrocínio master ainda, caso do próprio Santos.

E a solução mais uma vez foi recorrer aos meninos da Vila, “apelando” para boa e velha fórmula de sucesso do clube.

É claro que no Santos pelo histórico de revelar bons jogadores, a expectativa sobre qualquer garoto promissor é bastante grande, porém, aqui prevalece um velho clichê do futebol, de que é preciso ter calma para lançar um jovem. E tenho certeza que “calma” é o que não falta ao professor Oswaldo de Oliveira, talvez o técnico mais calmo do mundo!

Ironias a parte,  o Santos em 2014 viverá de apostas. Aposta no novo treinador, que apesar do bom trabalho no Botafogo, não deixou boas lembranças em sua última passagem pelo clube. Aposta em seu camisa 9, a contratação mais cara do futebol brasileiro e é claro, a boa e velha aposta nos meninos da vila, essa quase sempre certeira.

Pois bem, em meio a velhas e novas… (adivinhem?) apostas, o Santos busca em 2014 dias melhores e a solução de sempre pode ser o caminho para retomada das conquistas: a molecada!