Arquivo da tag: Copa do Mundo Brasil 2014

O FFC E A COPA

Canal de discussões futebolísticas que sempre foi, o FFC nunca se furtou de expor e opinar sobre todos os aspectos do esporte, seja dentro ou fora de campo. E com a Copa do Mundo nunca foi e não será diferente.

Os mandos e desmandos dos cartolas e dirigentes, os acertos, as ressalvas, tudo está aqui para quem quiser saber o que pensamos. E pensamos muito, distintamente, de acordo com os diversos perfis encontrados no time de colaboradores. Liberdade para escrever, opinar, discordar, seja entre nós mesmos ou na galera que nos acompanha.

O viés político da Copa fora absurdamente abordado por aqui, não por que está na moda (achincalhar ou aplaudir), mas por que somos um canal que se propõe a isso – debater futebol.

Então, quando a bola rolar nos gramados dos estádios, inacabados ou plenamente instalados, nossa missão continuará sendo a mesma. Falar sobre ele, o futebol. Sem abandonar os nossos ideais, mas entendendo que, apesar de tudo e de todos, a bola irá rolar.

Não faria sentido algum ter 80% do nosso tempo dedicado aos inexpugnáveis meandros de QUALQUER Copa do Mundo e quando ela se iniciar, nós a ignorarmos, fingirmos que não existe, que nada rola.

A bola irá rolar. E estaremos de olho nela. Sem perder de vista tudo aquilo que estivemos esse tempo todo tão de olho.

Uma coisa não elimina a outra.

223983_10151132074109730_1268733958_n

VIP PREDICTOR SE CONSOLIDA COMO A MAIOR REDE SOCIAL DE FUTEBOL DO MUNDO E DEVE ATINGIR SUCESSO ABSOLUTO DURANTE A COPA NO BRASIL

Você que é apaixonado pelo Esporte Rei, já deve ter se divertido ou ao menos escutado falar do BOLÃO VIP. Uma rede social que nasceu pequena, sem grandes pretensões, com o intuito único e exclusivo de gerar entretenimento.

Na Copa de 2006 seus idealizadores resolveram partilhar sua plataforma com mais pessoas na internet. Dali em diante qualquer pessoa poderia criar o seu bolão online e convidar os amigos. Ali, sem nenhuma divulgação extra, foram criados mais de 2.000 bolões. Já na Copa de 2010 o BOLÃO VIP atingiu o recorde de 1 milhão de visitantes únicos em 30 dias.

O sucesso gerado e as expectativas em relação à Copa do Mundo no Brasil fizeram com que a equipe do Bolão Vip partisse para algo ainda maior. Lançaram então sua plataforma em âmbito mundial, ganhando agora o apoio da VIP PREDICTOR, gerando uma plataforma muito mais robusta e moderna.

A equipe VIP PREDICTOR estima algo em torno de 10 milhões de page views por dia e um alcance de, pelo menos, 15 milhões de visitantes únicos. A previsão dos responsáveis pelo serviço é de que, ao final de 2014, o Vip Predictor se consolide como a maior rede social de futebol do mundo.

Conheça o Vip Predictor em http://www.vippredictor.com

E agora a boa nova para nossos amigos, leitores e parceiros: Aqui no FEROZES FC todos poderão usufruir dessa incrível plataforma através de nossa parceria com a VIP PREDICTOR. Um bolão completamente estilizado, com estatísticas para ajuda-los na elaboração de seus palpites, além da facilidade de gerenciamento de perfis.

Acesse o link  , faça o seu cadastro e mostre ao mundo que você entende da arte do riscado e dos segredos de nosso ludopédio.

http://ferozesfc.superbolao.com.br/pt-BR/Home

Sejam todos bem vindos.

ferozes

BRASIL: CENTRO MUNDIAL DE MEGA EVENTOS. E DE MEGA GASTANÇAS

Texto originalmente feito para o curso de Pós Graduação em Jornalismo Esportivo da Universidade Anhembi Morumbi, módulo “Mega Eventos Esportivos”, ministrado pelo jornalista Mauricio Noriega.

 

Por João Paulo Tozo

Na esteira dos mega eventos que o país se prepara para receber, uma enxurrada de críticas, ponderações e questionamentos surgem aos borbotões, enquanto políticos e politiqueiros se desdobram na busca incessante por argumentos que aliviem suas barras.

No quesito econômico o país navegou nos últimos anos por águas até que brandas, em certo ponto, se compararmos com as situações encontradas mundo afora. E então os olhos do mundo para cá se viraram, oportunidades de todos os tipos começaram a surgir, o governo mostrou-se suscetível até demais a aceitar o aporte dos maiores eventos esportivos do planeta. Agora temos ai, em vias de bater as nossas portas, uma edição de Copa do Mundo 64 anos depois, além de nossos primeiros Jogos Olímpicos.

A parafernália governamental pôs-se de prontidão para atender as demandas insufladas de FIFA e COI. Derrames de verba pública, além de uma enorme boa vontade para atender todos os encargos de seus cadernos cheios de mandos e desmandos.

A população mostra-se reticente quanto aos benefícios desses mega eventos, bem como a utilização de dinheiro público em estádios, pistas, piscinas e afins. Enquanto paira no ar a incerteza sobre investimentos em infraestrutura, dentro do que se convencionou chamar de “legado”.

Aparentemente é tudo uma enorme novidade. Mas não vem de agora o gosto do país por receber esses eventos de repercussão internacional.  A tal “síndrome de vira-lata” que assolou o país por anos sempre serviu de mote para uma busca por mostrar ao mundo que é sim este um país capaz de mobilizar-se em prol de algo grande.

Desde mundiais de basquete, vôlei, judô, Pan-Americanos, Copa América e tantos outros. Vem de situações quase centenárias a vocação do Brasil para ser, ao menos por aparência, um centro de excelência na confecção e realização de mega eventos esportivos.

O que parece ter mudado bruscamente é a motivação para realiza-los. Se em 1950 a Copa do Mundo que realizamos fora, sobretudo, um produto para mostrar ao mundo o novo Brasil de Getúlio e Juscelino, hoje a ideia que se tira de tudo o que ocorre em nossos quintais é que há muito a se provar, só não se sabe bem a quem.

Em 1950 a maior parte dos estádios usados já existiam, o investimento foi pontual e se não houve uma grande revolução estrutural no país, ao menos o legado dos estádios existiu. Não a toa o Maracanã tornou-se o maior palco do esporte Rei do planeta.

Mas e agora, o que será das “Arenas” construídas mediante investimentos escusos em localidade com pouca ou nenhuma tradição futebolística? Bilhões investidos em construções que irão receber no máximo 3 ou 4 jogos de Copa, pra depois servirem de ponto turístico?

Reformas bilionárias que de nada servirão para o mega evento seguinte, as Olimpiadas, que irão demandar novas inserções no Maracanã, por exemplo. Reformas e construções milionárias que já haviam sido empregadas no Pan de 2007, no Rio de Janeiro. Este sim, um evento que serviu de abre alas para a candidatura da cidade para receber os Jogos Olimpicos, que depois veio a se confirmar.

A gana chega a ser profana. O Engenhão é o maior exemplo da ineficiente gestão de recursos. Ao custo de quase meio bilhão à época, mostrou-se um desastre arquitetônico que quase eclodiu em desastre de fato, tendo suas estruturas da cobertura ruindo recentemente. Não fosse o Botafogo assumir a gestão do estádio e teríamos ali, em pleno Rio de Janeiro, um mausoléu dedicado à ode da gastança desenfreada.

Ainda assim, o Engenhão não servirá sequer de espaço para treinamentos ao longo da Copa. Em contrapartida, no quesito infraestrutura e o que de fato poderia ficar de legado para anos posteriores, nada ou quase nada se vê.

O Brasil está sim no centro do mundo dos mega eventos. As pessoas que coordenam estas ações é que parecem viver em seus mundos, paralelos, tudo girando em torno dos próprios umbigos.

imagem                                                                     Imagem extraída do site: http://internacionalizese.blogspot.com.br

Mas depois de olhar todo o contexto dos meandros desses Mega Eventos que irão aportar no país, cabe a pergunta:

O que são Mega Eventos?

Mega Eventos (esportivos) são eventos que transcendem a simples reunião de destaques individuais ou coletivos de determinado setor. São, antes de qualquer coisa, um ponto de partida para reformas, reviravoltas e revoluções estruturais, econômicas e sociais nos locais onde estão por ora hospedados.

Giram em torno deles situações que fogem aos costumes e retóricas válidas ao local até então. Com investimentos e viabilidade de lucros inimagináveis até aquele presente momento. O local a receber um mega evento passa a ser, ao menos por aqueles dias, o centro de todas as atenções do mundo.

A mídia do planeta se volta para aquele ponto do globo, sendo dali, por aqueles dias que se sucedem, mostrado ao resto do planeta em tempo real. Dai a necessidade quase paranoica em se transparecer algo que muitas vezes aquele local não é. De plenitude organizacional, de infraestrutura irretocável, de espelho para novos tempos.

Podem ser, de fato, situações factíveis. Desde que se pense no macro, não no micro. As beneficies aplicadas a uma cidade sede de mega evento se mostra ao término do evento. Nos meses e anos seguintes, tendo impacto positivo para a população local.

São os Mega Eventos, desde que feitos com planejamentos voltados para os interesses locais, dando então suporte para sua realização em escala mundial, um caminho certo para a obtenção de substanciais melhorias urbanas.

POWER TO THE PEOPLE

Em 2011 participei de uma manifestação organizada pela ANT (Associação Nacional dos Torcedores), que contou com a presença de jornalistas esportivos, algumas figuras da música, pessoal do Lance!, da Gazeta, da ESPN, de outros órgãos de imprensa e nenhum da Globo, que ignorou o fato.

Saimos do MASP e fomos até o Pacaembu. Tinhamos trio elétrico, bandeiras, panfletos, gritos coerentes que pediam a renuncia de Ricardo Teixeira da CBF, uma cobertura jornalistica mais verdadeira por parte da Globo e o fim do derrame de dinheiro público em estádios da Copa. Tudo isso acompanhado por não mais de 500 pessoas. Sequer conseguimos bloquear o transito da Avenida Paulista.

O Ferozes FC nunca foi contrário a realização da Copa do Mundo no Brasil. Fomos sim, sempre contrários a realização de todos esses eventos esportivos, tendo como organizadores estes que aí estão. Portanto o nosso enfoque sempre foi o da crítica, sempre foi o de sair do campo esportivo e abordar também o tocante político. De enxergar além do oba-oba e do pão e circo instaurados.

Naquele dia da manifestação minha ficha caiu. A população mostrava que o pão e circo bastava e que todo o jogo de manipulação de interesses que usam o futebol como cortina de fumaça era de fato ignorado pela esmagadora maioria das pessoas. Ricardo Teixeira era apenas o presidente da CBF. A Fifa tão somente a organizadora da maior competição esportiva do planeta e, por ora, heroína de ocasião por trazer para cá seu evento. O governo uma mãe, doando estádio a torto e direito.

Três anos depois, bilhões de escandalos e abusos a mais, um levante nacional, com apelo internacional, saiu das redes sociais, saiu das conversas de boteco e ganhou as ruas. O mote dos vinte centavos de aumento na tarifa do transporte público dava a impressão de certo exagero. Mas o exagero vinha dos anos de abuso, dos anos de descaso e também dos anos de dormencia social, de uma galera que aprendeu a reclamar muito em twitter e facebook, mas que não tinha sequer poder de organização fora de lá.

Os vinte centavos se tornaram a medida da indecência da politica, da impunidade, da máquina pública a favor de favorecidos de todo tipo, das Copas e Jogos de todos os tipos.

Neste levante, admito, me senti extremamente envergonhado em discutir futebol, algo tão menor diante do despertar da nação. Mas se é essa a nação que carrega a alcunha de nação do futebol – ainda que haja ponderações técnicas nesse sentido – por que não imaginar que essa poderosa manifestação do brasileiro possa também transformar o futebol de fato em instrumento de bem, para o bem de quem só quer o seu bem?

992618_protesto-contra-copa

Futebol pode sim ser instrumento a favor do povo, quando feito dele e para ele e quando discutido por gente que entende a visão dele.

Ao ver que das manifestações contra o aumento da tarifa tivemos manifestos poderosos nos elefantes brancos das Copas das Confederações e que isso incomodou os poderosos, que fez muita gente tentar esconder o que de fato acontecia, que fez a cartolagem correr atrás para abafar a insatisfação da esmagadora maioria das pessoas, que são sim contra a realização desses eventos cheios de podridão, me senti extremamente bem representado. Nas ruas, nas casas, nas redes sociais, nos botecos, em cada canto onde se discuta as irregularidades da nação, dentre as quais também as que envolvem nosso esporte favorito, lá está sendo validada a nossa pequena manifestação de 2011, lá está sendo validado nosso pequenino, mas prazeroso trabalho junto ao livre pensamento e discussão de ideias.

Não são apenas vinte centavos, não eram somente 500 pessoas em 2011, não é apenas uma movimentação oportunista. É muito mais que isso. Precisa continuar a ser muito mais que isso.

 

 ninja_congresso

 

Say you want a revolution

We better get on right away

Well you get on your feet

And out on the street

 

(John Lennon)