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NÃO CONTAVAM COM A MINHA ASTÚCIA

Guardado e Chicharito explodem em festa
Roberto Bolaños. Quem era melhor? Chaves, Chapolín ou NDA?

A seleção do México é campeã da Copa Ouro da CONCACAF após vencer de virada os Estados Unidos no Estádio Rose Bowl de Pasadena, Califórnia. E que virada! Os mexicanos tiveram que buscar um resultado adverso de 2 a 0 e liquidar a fatura em 4 a 2. Roberto Bolaños jamais criaria um bordão melhor do que o do título acima, imortalizado na cultura popular por um de seus personagens infanto-juvenis.

 Para a seleção dos Estados Unidos, jogar em casa contra o México significa o mesmo que jogar no próprio México. Torcida majoritariamente mexicana, sobretudo quando se fala de final entre ambos disputada na região de Los Angeles, sul da Califórnia, a poucas horas de carro da fronteira. Se os americanos conquistaram a Califórnia dos mexicanos e a anexaram em 1850, a sensação, em eventos como a final da Copa Ouro, é que o México a retoma aos poucos via imigração. Evidente que os organizadores americanos, interessados em público e audiência, não se importam. Se a intenção fosse (e pode ser em jogos de eliminatórias da Copa do Mundo, por exemplo) torcida a favor no estádio, a coisa certa a fazer é ir rumo ao norte. De qualquer maneira, para os americanos, jogar contando com o fator torcida contra o México, talvez só no Alasca ou no Havaí.

Michael Bradley

Pois bem, jogando para mais de 93 mil pessoas, torcida pró México na maioria, os americanos logo abriram o placar com Michael Bradley (filho do técnico Bob Bradley) após cobrança de escanteio.

 As esperanças americanas aumentariam quando Landon Donovan, aos 23 minutos, marcava o segundo gol ao bater na entrada da área.

 Parecia o jogo perfeito dos Estados Unidos. Vitória parcial por 2 a 0 na metade do 1º tempo.

 Mas o sonho americano começou a desmoronar a partir dos 29 minutos com Pablo Edson Barrera que diminuiu para os mexicanos. Logo em seguida, mais um golpe para os anfitriões, José Andrés Guardado alcançaria o empate aos 36 minutos. Delírio no Rose Bowl.

Desolação americana

Mal começava o 2º tempo e, logo aos 5 minutos, Barrera faria o gol da virada. Em seguida, Donovan teve boa chance de empatar, mas desperdiçou.

 O golpe de misericórdia mexicano viria com o quarto gol aos 31 minutos com Giovanni dos Santos. Festa em Los Angeles. Era o bicampeonato (2009-2011). Após começo avassalador, nenhum estadunidense contava com a astúcia mexicana.

 Para os Estados Unidos não há demérito em perder para o México, mas é inevitável pensar que a vitória escapou através de reação mexicana após vantagem parcial de dois gols.

Festa mexicana

Para a seleção mexicana, trata-se de título importante na disputa pela hegemonia regional contra os americanos. Vencer traz prestígio para jogadores militantes do futebol europeu. Se não é fundamental, não é nada mal para astros do futebol mundial como Javier “Chicharito” Hernandez do Manchester United. Traz simpatia popular para o atleta expatriado em sua terra natal. Só que há diferença abissal entre o compromisso finalizado com sucesso e o próximo obstáculo a transpor que atende pelo nome de Copa América.

 Ainda que fora de contexto e propósito, além de incoerente, o México parte, agora como convidado, para o torneio de seleções da CONMEBOL. E lá a encrenca é outra. Na chave C da Copa América, o México terá pela frente Uruguai, Chile e Peru. E claro, se avançar, poderá medir forças contra Argentina, Brasil ou Paraguai. Nada mal para quem estiver a fim de verdadeira competição. Resta saber o que  a trupe mexicana poderá fazer contra adversários de maior peso no cenário mundial e o quão a sério um não membro da confederação sul-americana levará o desafio, já que a ideia é levar para a Argentina um elenco sub-22 com cinco jogadores mais experientes. Veja os lances da final em Pasadena.

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