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COM SCOLARI EM PORTUGAL, PALMEIRAS PERDE NA CASA PORTUGUESA

Com Felipão em Portugal acompanhando o casamento do filho, o Palmeiras perdeu em casa para o Fluminense por 2X1. Esse “1” fruto de um dos pênaltis mais mandrakes dos últimos tempos. Ainda assim o Palmeiras segue sendo o time mais prejudicado pela arbitragem entre os 20 da série A, segundo alguns levantamentos do site Placar Real (http://placarreal.com.br/index.asp).

A cronologia dos fatos é ingrata demais com o clube. A viagem a Portugal está acertada entre técnico e direção desde fevereiro, mas o momento em que ela acontece é de uma infelicidade tremenda. A chiadeira interna e externa que já era monstruosa, parece agora beirar o insuportável.

Felipão tem larga culpa no cartório pela situação do time. Ao contrário do que muitos dizem, ele não tem tirado leite de pedra. Até tirou em determinado momento da temporada, hoje não mais. O time ocupa uma posição que condiz com o status técnico e moral da equipe, o que não aponta mérito algum do treinador. Entretanto é bom frisar que as pedras do elenco não foram exatamente aquelas pedidas por ele no início da temporada. Diz a boca pequena que Felipão entregou uma lista com 4 ou 5 nomes por posição carente, elencados do 1º ao 4º ou 5º de acordo com a preferência do treinador e em todos os casos lhe foi dado o 4º ou 5º da lista.

No discurso da direção e do próprio técnico o trabalho segue normalmente em 2012, inclusive já com uma lista de indicações de Felipão. A diretoria tem prometido abrir os cofres e trazer, no mínimo, 3 jogadores de peso. Mas em relação a Kleber o discurso não parece afiado. Enquanto Felipão e Frizzo dizem que o ciclo do jogador no Palmeiras terminou, Tirone afirma que ainda haverá uma reunião para buscar uma melhor solução, onde a possibilidade de reintegrá-lo existe.

Como eu já havia dito na semana passada, entendo nesse discurso de Tirone muito mais uma manobra para evitar dar a Pepe Dioguardi e Kleber argumentos que possam usar para uma quebra de contrato sem pagamento de multa, sem que o clube recupere o valor investido. Não acho que seja possível ver Kleber e Felipão se aturando no mesmo time. A não ser que na verdade o discurso de Tirone aponte para um rompimento amigável com Felipão ao término do BR11. O próprio treinador já deixou essa possibilidade aberta, sem pagamento de multa para ambos os lados. Ao que tudo indica, a grande maioria do elenco demonstra maior afinidade com o camisa 30 do que com Scolari. Embora São Marcos não pense da mesma forma.

Mas a realidade é que Felipão não quer sair. Tem um salário fantástico, mora muito próximo ao CT, já trouxe a família para viver em São Paulo e ele sabe que nenhum outro clube lhe dará um salário compatível e nem mesmo a manutenção de seu trabalho caso os resultados não apareçam, como não vem aparecendo no Palmeiras.

Fato é que a “família Scolari” dessa vez não emplacou. Se “papai” Scolari continuar em 2012, os filhos certamente serão outros. Embora seja complicado se desfazer de todas as “ovelhas negras”.

Tenho algumas teses em relação ao Palmeiras que podem soar polêmicas demais, mas prefiro deixá-las para outra coluna, em outro momento.

O que quero sim trazer aos leitores foi a experiência que tive no sábado. Dentro do curso de Radiojornalismo Esportivo que estou cursando e que é ministrado pelo excelente Alexandre Praetzel, da Rádio Bandeirantes, tive a chance de participar de uma coletiva com a lenda viva, Profº Valdir Joaquim de Moraes. Figura íntegra, um legítimo gentleman das eras de ouro do futebol, das épocas mágicas do Palmeiras. Ao final da coletiva, tive o prazer de trocar meia dúzia de palavras com ele e tive uma aula de humildade que por pouco não me levou as lágrimas. Na verdade levou, mas estas ficaram contidas na alma. O diálogo foi mais ou menos assim:

-Sr Valdir, podemos tirar uma foto?

-Claro, filho.

-É uma satisfação enorme estar ao lado de uma lenda viva como o Senhor.

-Que isso filho. Isso que vocês fazem aqui comigo faz eu me sentir importante.

Incrédulo e já segurando a emoção:

-Mas o Senhor é importante.

E ele pode tranquilamente dar lição de moral em todo o elenco do atual Palmeiras (exceto no Marcão, o qual o próprio disse ser uma raríssima personalidade e que poderia se juntar ao Profº na lição aos pequenos de história do atual elenco).

Despeço-me da camaradagem feroz que me acompanha com um petardo do Stone Roses – Sally Cinnamon:

Cheers,

A CRISE DA VEZ NO PALMEIRAS SERVIU PARA ALGUMA COISA

Que o Palmeiras é uma máquina de crises todos já sabemos. Semana após semana, jogo após jogo, algo ou alguém gera um fato que se transforma em factóide, que por sua vez é alimentado com um show de desinformação e má vontade por parte de alguns (não todos) que deveriam levar ao público a informação melhor apurada.

Se as crises ainda servissem para mudar algo dentro do clube, tudo bem. Mas as bombas explodem, o factóide é gerado, os departamentos entram em conflito, a hierarquia é quebrada, mas absolutamente nada acontecia. Enquanto isso time definha.

A agressão ao volante João Vitor é condenável, como toda agressão.  Mas pelo menos dessa vez a nova crise serviu para algo – separar o joio do trigo.

Quem é joio e quem é trigo nessa história?

Oras, basta elencar os personagens principais de mais essa novela.

João Vitor é coadjuvante, apesar de ter sido o estopim da vez. Os protagonistas são o ex camisa 30 do time e o técnico Felipão.

Cabe todo tipo de julgamento sobre o trabalho de Scolari nesse seu retorno ao clube. Mas duvidar das boas intenções do velho Bigode, isso jamais. Não se pode dizer o mesmo do outrora Gladiador.

A crise institucional no Palmeiras é histórica, mas fechando a janela de fatos para os acontecimentos mais recentes, fica bem claro onde foi que toda essa situação degradante teve início – na vitória do Palmeiras por 5X0 contra o Avaí – bem típico do alviverde criar crise até quando se obtém um grande resultado em campo. Naquela noite o jogador que vestia a camisa 30 trouxe ao conhecimento do universo a proposta do Flamengo por seu futebol. Daquela noite em diante o que se viu foi um show de desrespeito a história do clube, sobretudo ao torcedor que o aclamou como ídolo, que fez uma festa poucas vezes vista para recebê-lo de volta.

Partiram dele quase que 100% das declarações e/ou situações que gerariam as convulsionais e semanais crises internas e externas.

A gota d água foi o motim proposto pelo jogador em “solidariedade” a João Vitor. Muito a calhar na véspera de um jogo contra o Flamengo, diga-se de passagem. Sugestão prontamente rechaçada por Felipão, este sabedor das conseqüências que sofreria o time e o clube.

Parece que a boleirada quase que em sua totalidade ficou ao lado do jogador num primeiro momento, exceto Marcos Assunção. Mas, de todo apoio ou desagravo recebido, um fato, uma situação, um posicionamento dentro do elenco deixa bem claro, pelo menos para mim, qual é o lado correto dessa história – a desaprovação do goleiro Marcos ao tal motim.

Declarar apoio a João Vitor e repudiar a violência é até sensato e plausível, mas lesar o clube é de uma indecência descomunal. Se o tal motim tivesse sido levado a sério, o W.O renderia ao Palmeiras a perda de 6 pontos. Isso o deixaria com 34 e o lançaria diretamente a briga contra o rebaixamento. Que grande ato de solidariedade tentou prestar o tal camisa 30, não?

A rota de colisão entre o atacante e Felipão gerou o afastamento do camisa 30 e o fortalecimento de Scolari dentro do clube e, pelo menos para mim, deve sim servir para reaproximar técnico e torcedor. As cobranças em relação a Felipão podem e devem ficar restritas a parte tática e técnica do time, aos resultados em campo. Jamais sobre sua conduta referente a instituição, a qual ele sempre buscou privilegiar em todas as suas posturas.

Referente a agressão ao volante, volto a dizer que sou contra e repudio, mas prefiro esperar o desenrolar dos próximos acontecimentos para chegar a uma conclusão. As imagens gravadas mostram uma agressão mútua, mas não quem iniciou a confusão. Que foi motivada pela situação do time, não resta dúvidas. Mas qual foi o estopim do atrito não se pode afirmar. Como também não se pode ser leviano, como vi ontem muita gente dentro e fora da imprensa sendo, de apontar A, B ou C como culpado.

O que se tira de positivo do ocorrido foi a postura do time em campo, horas após esse inferno interno. De time derrotado previamente, o Verdão fez frente a um Flamengo que poderia entrar na briga pelo título em caso de vitória, e só não saiu vencedor do duelo por mais um erro de arbitragem, que validou gol irregular dos donos da casa. De time que só tinha jogadas em bola parada com Marcos Assunção, o Palmeiras chegou ao seu gol em boa trama pelo meio, apresentou um jogo com variação de jogadas pelas pontas e com boas trocas de passes.

Que mais esse triste capítulo na história recente do clube sirva para colocar o time nos eixos e para reconquistar a confiança de seu torcedor. Por que pelo menos já serviu para mostrar quem é quem dentro do Palmeiras.

Veja os melhores momentos do jogo:
http://www.youtube.com/watch?v=p83k0PA1qvg

 

Cheers,

SANTOS 1X0 PALMEIRAS. E QUE ACABE LOGO O BR11.

De erros e acertos vivemos nossos dias, nossas condutas, nossas escolhas. Ser humano é errar e com eles aprender a acertar. No futebol erra o atacante que não faz gol, o meia que não arma, o zagueiro que erra o bote, o marcador que não sai do chão na bola cruzada na área, o goleiro que leva gol em bola defensável, o técnico que erra na escalação, na armação, nas alterações do time.

As vezes o seu acerto passa despercebido pela imersão em um mundo de erros, em um universo de avessos.

Considerei um acerto de Felipão a escalação de três zagueiros diante do Santos, na Vila Belmiro. Oras, o seu Palmeiras não bate no América, não vence o Atlético GO com dois jogadores a mais, óbvio então que diante do campeão da América a dificuldade seria maior. Óbvio que após todos os mandos desmandados pelos comandados sem horizonte, Felipão deveria se precaver, pensar antes em não perder.

Óbvio que isso não é Palmeiras. Mas há anos que o Palmeiras não é Palmeiras.

Ao Santos o BR11 é um mero estorvo até os dias do tão sonhado Mundial. Enfrentar os times do BR11 não muda nada quando se tem em mente o Barcelona.

Sobre o Peixe eu digo há tempos, tire o Neymar e o Santos vira um time comum, dentro da média dos clubes brasileiros, que infelizmente é baixa.

Sobre o Palmeiras eu também digo há tempos. Os pseudos ídolos não acrescentam nada. A média brasileira vale então ao Palmeiras também. Só não vale a confiança de Felipão.

Na escolha dos três zagueiros acertou Felipão. Nas trocas de 6 por meia dúzia, nas trocas de volante por lateral direito, em tese errou, mas pergunto: Mesmo que quisesse, dava para acertar?

O que seria acertar neste caso? Colocar o time pra frente com o que? Com quem?

Felipão tentou então trocar o “seis” por uma “meia dúzia” que funcionasse melhor.

Muricy sem a metade do seu time que veste a camisa 11 ainda tinha um Borges no qual apostar. O Borges que subiu sozinho, em meio aos três zagueiros, mais os três volantes do Palmeiras e cabeceou sozinho, ainda quase permitindo ao único ótimo do alviverde, Deola, operar um milagre.

O Palmeiras precisa torcer para o ano acabar logo. Precisar torcer para que seja contratado o quanto antes um diretor remunerado que blinde o treinador, seja Felipão ou o Zé da Esquina. Precisa também, depois de tudo isso, pensar como Palmeiras e trazer jogadores dignos de ser Palmeiras.

Ao Santos resta torcer para o BR11 se arrastar. Para que Ganso se recupere e que Neymar seja mais Neymar do que tem sido, para então sim imaginar fazer alguma frente ao Barcelona.

A meu ver, o nível do futebol brasileiro é lastimável. O melhor time do país não faz cócegas ao melhor do mundo. Mas ainda assim, com desfalques e tudo, pouco precisou suar para vencer o alviverde imponente de história, impotente de jogo.

O Santos não irá cair, assim como Palmeiras irá se arrastar até o final desse BR11.

Despeço-me da camaradagem feroz ao som do Stone Roses – Love Spreads

Cheers,

PALPITE COMIGO NOS JOGOS DA 28ª RODADA DO BR11

Vem aí a 28ª rodada do BR11. Naquela coisa de palpitar e chorar livremente, vamos brincar de Nostradamus. Seguem meus palpites para a rodada do final de semana.

 

– 8 de Outubro de 2011 – Sábado

América-MG

x
Atlético-MG

Botafogo

x
Bahia

Coritiba

x
Grêmio

 

9 de Outubro de 2011 – Domingo

Flamengo

x
Fluminense

Internacional

x
Vasco

Santos

x
Palmeiras

Avaí

x
Atlético-PR

Ceará

x
Figueirense

Corinthians

x
Atlético-GO