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Era disso que eu estava falando!

Amigos, tenho que relembrar aqui do que eu comentei há alguns dias atrás, quando o Corinthians venceu com dificuldades adversários muito fracos, cujas equipes só existem como vitrine pra revelar alguns possíveis bons negócios entre times. Como eu disse na ocasião, aquilo que se viu não poderia de forma alguma ser rotulado como a “raça corintiana”, porque não era mérito algum ter que fazer esforços sobre-humanos para vencer aqueles jogos supostamente fáceis.

Paulinho disputa a bola com Henrique.

O verdadeiro significado da raça corintiana foi o que se viu no segundo tempo do confronto contra o rival Palmeiras, que dominou o primeiro tempo e começou ganhando, com um gol de fora da área de Marcos Assunção, que o goleiro Julio César, mal posicionado, aceitou sem que pudesse fazer algo para evita-lo.

Tudo se desenhava para uma goleada do time alviverde. Mas eis que no segundo tempo tudo mudou. Primeiro aos três minutos, numa cobrança de falta de Jorge Henrique, que resvalou em Márcio Araújo e foi parar nos pés de Paulinho, que mandou para a rede. Três minutos depois, num lance parecido, o mesmo Márcio Araújo foi tentar cortar um cruzamento e acabou fazendo o gol contra.

Outro símbolo da raça foi Emerson, com muita vontade de garantir sua permanência no time titular. O Sheik correu o tempo todo e levou bastante perigo para a defesa palmeirense. Infelizmente não conseguiu fazer o seu. Havia também uma certo obsessão de todos em deixar Liedson na cara do gol e pôr fim no jejum enfrentado pelo centroavante, mas lamentavelmente ele também não conseguiu deixar sua marca.

Danilo, destaque da partida contra o Cruz Azul pela Libertadores no mesmo Pacaembu, dessa vez não apareceu tanto. Muito disso pelo esquema adotado por Tite, que deixou Sheik fazendo a função de Alex, e Danilo e JH como pontas. Talvez se tivesse colocado Emerson no ataque ao lado de Liedson e recuasse Jorge Henrique para o meio, a bola chegaria com mais qualidade. Mas no fim deu certo.

Enfim, isso sim é que é a raça corintiana. O resto é só esforço.

Não posso me despedir sem manifestar a minha indignação por causa da briga generalizada entre torcedores na Zona Norte de São Paulo, assim como os confrontos entre torcedores no Pacaembu. Inaceitável que em pleno século 21 ainda tenhamos que presenciar essas cenas de barbárie. Tudo a lamentar.

 Deixo-os hoje com o clipe da Plebe Rude, “Luzes”. Abraços.

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Repetitivo

Caros ferozes, é inevitável ser repetitivo quando é para tratar da campanha corintiana no Campeonato Paulista. Como eu disse recentemente, não dá pra chamar de “raça corintiana” esse rotineiro comportamento da equipe comandada por Tite no estadual. A diferença, desta vez, no que diz respeito à partida contra o Comercial, em Ribeirão Preto, foi a atuação do atacante Emerson. O Sheik correu o tempo todo, buscou vitória e merecidamente foi considerado o melhor jogador em campo. Foi premiado com o gol de pênalti, aos 37 minutos do primeiro tempo. Já merece retornar ao time titular, e é bem possível que volte. Alex, na berlinda há muito tempo, por conta de suas fracas atuações, parece ser o mais propenso a sair do time. Resta saber se Tite pensa desta maneira, ou se ainda vai continuar apostando suas fichas no meia.

O Sheik foi o melhor jogador em campo contra o Comercial-SP. Foto: ESPN

Se o Sheik foi o destaque positivo, o negativo foi Douglas. O maestro não pareceu nem um pouco inspirado na tarde de domingo, errando quase tudo o que tentou. Falta ritmo de jogo, mas como defendemos nesta coluna no que se referia ao ex-jogador e ex-imperador, só se ganha ritmo jogando. O problema é descobrir quanto tempo irá demorar para o meia entrar em forma, e o quanto isso irá influir nos resultados. A defesa do time, formada pelos garotos Antonio Carlos e Marquinhos, também vacilou um pouco, sobretudo pela inexperiência. Não dá pra cobrar muito.

Grandes méritos para os “reservas dos reservas” Gilsinho, Vitor Júnior e Bill, que entraram com muita vontade no jogo, e contribuíram para a mudança no resultado. Até Ramon, com atuação horrível do início ao fim do jogo, acabou fazendo o gol de empate no final do jogo, após bom passe de Bill e falha do goleiro do Comercial, Alex.

Se o empate por 3 a 3 no Campeonato Paulista foi ruim, já que fez o time despencar da liderança para o terceiro lugar, o empate por 0 x 0 contra o Cruz Azul pela Libertadores acabou sendo positivo, já que os titulares do Timão jogaram bem, não sentindo demais a altitude. Exceção para Danilo, que diferentemente de suas últimas atuações, estava irreconhecível. Errou muito, mas nada que tenha comprometido a atuação do time. Teve vontade, mas se já não corre muito nos jogos em casa, imagine na altitude. Ponto negativo também para Liedson, que ainda continua em seu jejum de gols. E também neste jogo, o Sheik foi destaque, já que entrou com muito mais fôlego em vontade. Dava pra ter ganhado o jogo, mas infelizmente o gol não saiu.

O próximo compromisso do Corinthians é na quarta-feira, contra o mesmo Cruz Azul, mas agora a parada é na nossa casa! O Timão recebe os mexicanos no Pacaembu na quarta feira, às 22h. Vamos acompanhar e torcer! #VaiCorinthians!

Burocracia corintiana

Amigos,

Admito que fiquei devendo aqui um texto a respeito da derrota do nosso Corinthians para o Santos, na Vila Belmiro no último domingo. A verdade é que o futebol burocrático que vem sendo praticado pela equipe comandada pelo nobre Adenor Leonardo Bacchi não tem inspirado bons textos. E por não conseguir ser contagiado pela burocracia do time, acabei passando batido.

Jorge Henrique fez o segundo gol da vitória corintiana sobre o Nacional-PAR

O que eu posso dizer é que acho que o Corinthians teve a sorte de não encontrar um Neymar inspirado pela frente, como foi o caso do Internacional, que enfrentou o Santos pela Libertadores na noite desta quarta-feira, e viu o jovem santista aplicar dois belíssimos gols, além de deixar sua marca num pênalti bem batido também.

Mas o assunto aqui é o Corinthians, que como eu já vinha apontando desde o jogo contra o Catanduvense, vem apresentando uma maneira de jogar bem abaixo do esperado. E isso porque o nível técnico dos times (inclusive os grandes) que estão disputando o Paulistão é muito baixo, e somente se sobressaem alguns valores individuais. Contraditoriamente, o Timão parece ser, junto com o rival Palmeiras, um dos times mais equilibrados do campeonato. A diferença é que o alvinegro anda pecando nas finalizações, embora tenha a defesa mais estável da competição. Defesa esta que depende fortemente de sua dupla de zaga titular, com Chicão (de volta à boa fase) e Leandro Castán (recém-recuperado de lesão), já que perdeu Wallace, que passou por cirurgia esta semana, e Paulo André, que ainda se recupera de uma intervenção cirúrgica. A opção para o Paulistão é o jovem Marquinhos, que apesar de alguns erros, parece ter condições de se tornar um bom zagueiro.

Mas e para a Libertadores (Marquinhos não está inscrito)? Não há reserva disponível para ambos, então nos resta torcer para que não se lesionem.

Em boa fase, Danilo vem se destacando.

O Corinthians conquistou sua primeira vitória na Libertadores 2012, contra o Nacional do Paraguai, um adversário que, convenhamos, é fraco. Ainda assim, o Timão não jogou aquele futebol de encher os olhos. Foi um jogo chato, admitamos. Danilo e Jorge Henrique mostraram senso de oportunidade ao marcarem os gols da vitória, mas foi só isso. Alex não comprometeu, como nos jogos anteriores, mas não vem jogando bem. Fez o básico. Ainda acho que talvez seja o caso de uma estadia no banco de reservas.

Outro que não comprometeu, mas também não encantou foi Edenílson. Improvisado na lateral direita, o volante pareceu meio perdido em campo, apesar de ter acertado o lançamento que originou o gol de Jorge Henrique. É uma boa promessa, mas não tem um estilo marcador. Funcionaria mais como meia-direita, mas nesse quesito concorre diretamente com Cachito Ramirez, que considero mais preparado e habilidoso, sobretudo nos chutes de fora da área.

O próximo compromisso do Corinthians é contra o Guarani, no Pacaembu. É provável que neste jogo o ex-Imperador saia de seu período de descanso remunerado e entre em campo. Só não sei se joga.

Em repúdio à atitude equivocada e arbitrária do ECAD (entenda o caso aqui), hoje não indico nenhum vídeo. Abraços.

A CORRETA ESCOLHA DE TITE E A INVENCIBILIDADE DO PALMEIRAS

No primeiro semestre de 1999 o Palmeiras disputava paralelamente três competições: Libertadores, Copa do Brasil e Paulistão. Chegou as finais da Libertadores e Paulistão e semifinais da Copa do Brasil.

Enquanto foi possível Felipão escalou o time titular em todas as competições. Quando precisou priorizar, não teve dúvidas em escolher a Libertadores.

As finais da maior competição interclubes do mundo (ao lado da Champions) ocorreram exatamente entre as também finais do Paulistão.

A derrota por 1X0 no jogo de ida contra o Deportivo Cali ligou o sinal de alerta e para a 1ª partida da final do Paulistão Felipão mandou um time 100% reserva contra o fortíssimo Corinthians. Resultado: 3X0 Timão e a vaca palmeirense no Paulista foi para o brejo.

Na quarta-feira seguinte aconteceu a finalissima da Libertadores  e o Verdão venceu, com muito sufoco, o Deportivo Cali por 2X1, o que levou a partida para os pênaltis e então o alviverde conseguiu sua tão sonhada Libertadores. Depois, na partida de volta da final do Paulistão, time misto contra o Corinthians e um placar em 2X2 deixou claro que Felipão havia feito o certo. E não apenas por ter vencido a Libertadores, mas por ter priorizado o que de fato interessava ao clube e ao torcedor.

O que teria acrescentado ao clube vencer mais um entre tantos Paulistas e ficar com a sensação de que a Libertadores lhe escapou por entre os dedos?

O porquê dessa história toda?

Ontem no clássico contra o Santos Tite armou um Corinthians misto e acabou derrotado pelos donos da casa pelo placar mínimo, perdendo também uma longa invencibilidade. Um início de caça as bruxas teve início, isso porque Muricy escalou o Santos completo e venceu.

Venceu por 1X0, atuando mal, com um Neymar apagado e displicente, dando chances para o mistão corintiano conseguir algo melhor. Mistão e com dois jogadores a menos. Já que a inoperância de Adriano e Alex é de irritar até quem não torce pelo time.

“Ah, mas é clássico e a rivalidade pede que se escale o que tem de mais forte.”

Até a página 2 é assim mesmo que funciona. Mas com todo o respeito ao tri da Libertadores. O Corinthians é o maior rival do Santos, mas o inverso não ocorre. Fosse contra Palmeiras ou São Paulo e fatalmente o próprio torcedor alvinegro pediria a força máxima, o que não ocorreu contra o alvinegro praiano.

Tite tem o time nas mãos. Sabe com quem pode contar e até onde pode. Em termos de grupo hoje o Corinthians é o mais forte time do país. O Santos tem melhores individualidades, mas não tem um grupo coeso, começando só agora construir um sistema defensivo mais concreto.

O torcedor há de concordar comigo que o Peixe jogou 2011 inteiro vivendo da genialidade de Neymar e de lampejos de Ganso e cia, mas sofrendo com o excesso de gols sofridos. Quando encarou o Barcelona não viu a cor da bola. Se tivesse um sistema defensivo mais eficiente e a derrota poderia ter sido menos acachapante.

O Corinthians encara na quarta-feira o Nacional, o mais fraco time de sua chave na Libertadores. Precisa vencer e mostrar serviço, até por que quase levou chumbo na estréia. O Santos recebe nada mais do que o Inter, um adversário evidentemente mais forte do que o corintiano. E o Peixe vem de derrota na estréia.

A meu ver errou Muricy e não Tite nas escolhas do clássico de ontem. A vitória mínima e jogando mal convenceu alguém?  Se não vencer o Inter terá sido válida do que a vitória contra o Corinthians? Até em termos de álibi para os jogos da Libertadores Tite foi mais feliz do que Muricy e o próprio Muricy corrobora com essa opinião quando diz ter escalado o time titular apenas para agradar a torcida.

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A derrota corintiana serviu para tornar o Palmeiras o único invicto dos times paulistas. Ainda que o empate em 0X0 contra o São Caetano derrubou o time para a 3ª colocação.

Alguns dizem se tratar de uma invencibilidade inútil, no que não concordo.

Um time que quase caiu para a série B há menos de 5 meses acumula agora mais 15 jogos de invencibilidade. O ataque melhorou consideravelmente com as entradas de Daniel Carvalho e principalmente Barcos, além da nova função de Maikon Leite, caindo pelos dois flancos do campo. A bola parada de Marcos Assunção passou a ser “apenas” mais uma arma em meio ao repertório do time e as coisas podem ainda melhorar com a volta e Valdívia e contratação de Wesley.

Em termos de conjunto o Verdão ainda não é forte como o Corinthians. Ainda que hoje tenha mais opções, Felipão não conseguiria mandar um mistão num clássico contra o Santos, por exemplo.

Acumula já 5 empates no Paulistão, o que justifica sua classificação apesar de invicto. Por outro lado quando vence geralmente marca muitos gols. Tem tido poder de recuperação e já não se abala tanto quando sai atrás no placar.

É evidente a evolução nos últimos meses e é por isso que a invencibilidade, apesar da 3ª colocação, tem que ser comemorada pelo torcedor sim. O caminho percorrido está sendo o correto.

Não me venham chamar isso de raça!

Os veículos que vendem manchetes resolveram tachar a vitória do Corinthians diante do Grêmio Catanduvense pelo resultado de 2 a 1 como uma vitória tipicamente corintiana, daquelas conquistadas “na raça”. Ledo engano, caro leitor. A raça corintiana não é dessas que passa sufoco diante de um adversário extremamente fraco. Ela se faz presente nas batalhas difíceis, naquelas em que parece impossível mudar um resultado. O que se viu na noite da última quarta-feira foi total apatia da equipe. No final, o gol salvador de Danilo, que serviu para enxergarmos o quanto ainda a equipe passa por dificuldades, apesar do elenco extenso.

Danilo fez o gol que evitou um pífio empate.

O Catanduvense é um clube que continua na zona de rebaixamento, que ainda pena pra conseguir ter uma equipe ao menos competitiva. Ao que consta, o clube solicitou à Federação Paulista de Futebol a suspensão das atividades de seu time profissional no segundo semestre, supostamente pela falta de estrutura para manter o time em qualquer que seja a competição. O grande destaque da equipe é o atacante Luís Mário, aquele mesmo que jogou (sem destaque) pelo Timão há cerca de dez anos atrás.

Isto posto, foi este time, nesta situação, que o Corinthians deixou jogar, e ainda ajudou a abrir o placar, com Alessandro fazendo gol contra. A trave também foi uma atração à parte no jogo, deixando Alex, Chicão e Liedson a ver navios. Ao menos, houve a chance de Paulinho empatar o jogo, depois de uma batida na trave, mais uma vez de Liedson.

Alex ainda conseguiu errar a repetição do pênalti (após acertar a primeira batida, anulada pelo juiz). Este, amplamente defendido por esta coluna, começa a parecer fora de sua forma ideal, errando passes e jogadas. Já começo a contestar sua presença no time titular. Por enquanto, Tite vem o defendendo e o garantindo. Vamos observar as próximas atuações. É engraçado, ou no mínimo curioso, ver um time líder isolado no campeonato, mas sem convencer qualquer um de seus torcedores a respeito da sua eficiência.

Vamos lembrar que o próximo adversário no campeonato é o Santos. Não é um comportamento igual ao visto no último jogo o que a torcida espera.

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Parâmetros

Daniel Carvalho, jogador do Palmeiras, chegou ao clube acima de seu peso ideal. Vem lutando para recuperar sua forma física. Tem atuado na maioria dos jogos de seu time. Adriano, jogador do Corinthians, segundo a equipe de preparação física, está perto de sua forma ideal. Foi poupado no jogo contra a Catanduvense, para treinar mais a parte física. A pergunta básica: qual dos dois tem mais chance de chegar à forma ideal e ganhar ritmo de jogo? Pois é.

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Chen comentários

Na tarde desta quinta-feira, 01/03, o Corinthians apresentou seu mais novo reforço, o chinês Chen Zhizao, com seu nome abrasileirado para Zizao. Comento sobre isso num momento oportuno. Abraços.

 

"Ploduto galantido". Chen Zizhao foi recebido com pompa.