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Do Populacho – É, voltou

Havia tempo que não via um Corinthians assim. Parece que a queda (horror na vida de qualquer clube…grande) fez bem.

Os que diziam que o Corinthians, com o time do ano passado, na série B, não se bastaria na série A, tomou um duro golpe. Não imaginaram(mos) que Mano Menezes, oh retranqueiro, chegaria ao título paulista, campeonato mais disputado e difícil dentre os regionais, invicto. O Corinthians teve a melhor defesa e, pessoalmente acho, o melhor zagueiro em Chicão.
Vamos ao Jogo, o último da final.
Após o susto paranaense o Corinthians se apresentou no Pacaembu…depois dos 45 min. iniciais. O Santos, que não estava na Vila no primeiro Jogo, deu impressão de que iria buscar o resultado, mínimo de 3 gols de diferença. Mas o Corinthians e seu técnico tem a confiança da torcida, que, mais uma vez, estava lá. Confiança, aliás, que o time, em anos anteriores, não vinha merecendo.
Quem não compareceu, desta vez, e já não aparece faz algum tempo, foi Kléber Pereira (aqueeele das peças espalhadas sobre a mesa). Minto, ele fez o gol do Santos, em pênalti cometido pelo goleiro Felipe. Pêêêêêênalti? Fica uma pergunta: esqueça os comentários (quase sempre tendenciosos) televisivos. Foi pênalti?
Sobre o Juizão: Parece-me que, por causa de Ronaldo, há uma certa tendência em “deixar para lá” algumas faltinhas cometidas pelos adversários. Ou seria por causa do próprio Santos, hein Domingos?
Bem…continuemos, apesar de Domingos.
O Corinthians empatou com André Santos após passe de Dentinho, que, corre à boca pequena, está de saída, e segurou o resultado até o fim, o que lhe valheu, pela 26ª vez, o título de Campeão, assim, com letra maiúscula mesmo.
Restou ao time da Vila o vice campeonato e a esperança de continuidade do trabalho de Mancini, bom técnico.
Sobre as saídas à boca pequena, há boatos de que Elias, Douglas e Felipe também estão saindo. É o desfazer do time? Afinal são 4 dos mais importantes jogadores, sendo que o meia Elias é, hoje, o exponente máximo entre estes.
Por falar em Elias, que toda a torcida, mídia esportiva e os jogadores do próprio Corinthians elegeram como o craque do campeonato, Ronaldo foi o escolhido. Levou o título paulista, “a volta por cima” e, de quebra, o prêmio de craque do paulistão. Não que não mereça, não é isto. Ronaldo é craque em qualquer campeonato do mundo, sim. Mas, se Ronaldo levou o título com o Corinthians, Elias levou o Corinthians ao título. Pela regularidade, empenho e esforço.
(foto:www.corinthians.com.br)

Seleção do Paulistão.

Em um campeonato onde os grandes dominaram por completo, são eles também quem cedem seus atletas para a minha seleção desse Paulistão.

No afrescalhado 4-3-1-2 ou 4-4-2, como preferir (ou como entender), a minha seleção antes das fases finais seria uma, que não é exatamente a que eu montaria analisando apenas o que aconteceu das semifinais em diante. Jogando tudo em uma panela e fazendo aquela mistura marota, segue o meu selecionado.

Felipe (Cor)

Alessandro (Cor)
André Dias (Spo)
Chicão (Cor)
André Santos (Cor)

Pierre (Pal)
Elias (Cor)
Madson (San)

Diego Souza (Pal)

Keirrison (Pal)
Ronaldo (Cor)

Técnico: Vagner Mancini (San)

Sem plena convicção em algumas posições, muitos do que aí estão só aparecem na lista pelo que fizeram ao longo do campeonato.

E você, já montou a sua seleção?

A Volta por cima!

Texto enviado pelo nosso correspondente em Recife, Tiago Pimentel.

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A Volta por cima!

Pois bem, rapaziada, não me peçam isonomia no presente momento, afinal, o “curinthians”, o time sem estádio e sem libertadores, da marginal sem número, voltou. Você pode até dizer que são muitos rojões para um mero paulistinha, mas não se esqueça, caro amigo, que o menosprezo não passa de uma forma arrogante de pensamento pequeno. E mesmo sem estádio e sem libertadores, pequeno é um adjetivo que nunca se aplicou ao Corinthians. Mesmo em seus momentos mais críticos (a fila de 23 anos e a queda para a Série B), o Corinthians jamais se permitiu diminuir. Diria que principalmente nestes momentos o Coringão se agiganta, como se encontrasse no sofrimento do seu torcedor – quando eu digo torcedor, refiro-me a você e eu, não ao marginal uniformizado – a razão de sua grandeza.

E nesta conquista, não há como não falar nele, que tantas vezes foi considerado acabado para o futebol. Ronaldo Nazário, o Fenômeno, sinônimo de superação, mais uma vez ridicularizado pelo tamanho da pança, e pelos percalços em sua vida pessoal, fez calar a inveja canhesta de seus críticos. Ele que tantas vezes caiu e se levantou para seguir em frente, mais uma vez provou (como se precisasse), que ninguém mais que ele merece ser chamado de Fenômeno. Diria que o dissimulado gesto obsceno feito na comemoração de seu gol contra o São Paulo, não foi dirigido à torcida são-paulina, e sim, a esses invejosos. E se me dão licença para fazer uso chulo do vernáculo pátrio, me filio ao Fenômeno num sonoro “Chupa”.

Mas seria injusto não falar de outros personagens deste grupo tão aguerrido. Chicão – que não disputou o último jogo, por estar suspenso – foi um guerreiro ao lado do capitão William. Jorge Henrique foi o carregador de piano que tanto personifica a garra corinthiana. Um grande destaque também foi André Santos, com gols importantes. E aquele, que na humilde opinião deste escriba, foi o melhor jogador deste Paulistão, Elias.

Vale falar também na determinação da equipe do Santos, principalmente na segunda partida da decisão, o que só fez engrandecer o espetáculo.

Sobre o campeonato Paulista, ganhou o clube que melhor se planejou para ganhar. É muito cedo ainda para dizer que a atrapalhada diretoria corinthiana aprendeu algo nesse sentido, mas um pequeno passo, não deixa de ser um grande ponto de partida.


Acredito que sobre as partidas que decidiram o Paulistão, profissionais especializados são mais indicados para dar pareceres táticos, então o que cabe aqui para finalizar é o belíssimo samba de Paulo Vanzolini que dá nome a este texto: “Ali onde eu chorei qualquer um chorava/ Dar a volta por cima que eu dei/Quero ver quem dava”. Valeu, Corinthians.

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Pimentel é corintiano, maloqueiro e sofredor. Atualmente morando em Recife, disse que irá torcer contra o Sport na terça-feira. Contra o Sport, nunca a favor do Palmeiras.

Chazinho de Coca – Santos 1X3 Corinthians.

-O Santos tem um ataque muito promissor e uma defesa muito ruim. Contra um Corinthians que quase não sofre gols e um ataque com inspirações fenomenais, prevaleceu o time que já é tática e tecnicamente mais bem estabelecido. Promissores, Neymar, Paulo Henrique e Madson bem que tentaram, mas foram bem anulados pelos pilares corintianos. Chicão está em fase irretocável.

– Em vacilo da defesa santista, o desaparecido Douglas sofreu falta na entrada da área. O “irretocável” Chicão mandou no ângulo esquerdo de Fábio Costa.

– O Santos, que já buscava pressionar, atirou-se por completo no ataque. O Corinthians, na dele, postou-se de maneira simples, mas eficaz. O Timão jogava praticamente no 4-3-0-2, sendo esse “zero”, o postulante a “um”, Douglas. Cristian e Elias eram os donos do meio, compensando a inatividade de Douglas. Contudo foi num bicão de Chicão que Ronaldo pegou a defesa santista mais uma vez aberta e, com um domínio genial, matou qualquer tentativa de recomposição daaga e na saída de Fábio Costa, o Fenômeno guardou a criança no fundo das redes.

-O Santos passou a ser todo ataque, mas aí quem brilhou foi Felipe. Contra um Kleber Pereira que parece ter esquecido o caminho dos gols que ele tanto trilhou em 2008, Felipe prevaleceu de forma magistral. Fez ainda defesas milagrosas em chutes de Triguinho e Neymar.

-No 2º tempo Mano Menezes entrou com Fabinho no lugar de Jorge Henrique e com isso trouxe o Santos ainda mais para dentro. E a pressão santista não foi pouca. E não foram poucas as chances desperdiçadas. Até que Triguinho recebeu livre pela esquerda e não sei dizer se bateu direto ou se tentou cruzar, fato é que Felipe não foi tão bem dessa vez e desviou a bola para dentro do gol. O Santos parecia ter renascido e o Corinthians acusou o golpe.

-Mancini colocou Roni no lugar do apagado Kleber Pereira e Robinho no de Paulo Henrique, que já não era o mesmo. O empate parecia questão de tempo, parecia. A desatenta zaga santista foi obrigada a mais uma vez encarar um Ronaldo partindo em direção ao gol. E como parar o Fenômeno nessas condições? Engraçado é ver um cara que parece ter o triplo do tamanho dos outros, partir em velocidade e ganhar facilmente de jogadores mais novos e melhores fisicamente. Ronaldo foi avançando e a defesa foi afastando, afastando. E em um lance de rara beleza, visão de jogo e genialidade, o R9 driblou o zagueiro e como se fosse a coisa mais simples do mundo, deu um tapinha por cima do adiantado Fábio Costa e fechou a conta.

E eu aposto que você pensou: “Ué, mas é tão fácil assim?”

Acompanhe o que de melhor aconteceu na partida:

Escute os gols na narração de José Silvério(O Pai do Gol):
http://www.radiobandeirantes.com.br/audios/san0x1corchicao.mp3
http://www.radiobandeirantes.com.br/audios/san0x2corronaldo.mp3
http://www.radiobandeirantes.com.br/audios/san1x2cortriguinho.mp3
http://www.radiobandeirantes.com.br/audios/san1x3corronaldo.mp3

E eu fico por aqui, enquanto termino de escutar a delícia sonora do dia – Leonard Cohen – Dress Rehearsal Rag.

A inflação dos Ingresso na Final.

(Texto enviado pelo colaborador Guilherme Cruz)

Os dois jogos finais do Campeonato paulista ocorrerão na Vila Belmiro e no Pacaembu.

A proposta desses locais para sediarem os jogo finais foram aceitas pela Federação Paulista de Futebol, as cargas de ingressos seguirão os mesmos moldes das semifinais e dos clássicos ocorridos no decorrer do campeonato, ou seja 90% para a torcida do time mandante e 10% para o visitante.

Até aí tudo correto, agora, as medidas utilizadas pelos Presidentes dos dois clubes para aumentarem os valores dos ingressos na final, chega a ser absurda.

O Presidente Marcelo Teixeira elevou os preços a quase mais de 100%, dependendo do setor, em relação ao jogo semifinal contra o Palmeiras. As cadeiras superiores, por exemplo, que na semi custaram R$60.00 custarão agora R$150.00, as arquibancadas tiveram seus valores dobrados e agora o torcedor que quiser ir ao jogo terá que desembolsar R$80.00 ao invés dos R$40.00, cobrados anteriormente.

Andres Sanchez, por sua vez, também inflacionou o clássico, porém foi mais contido. A arquibacada e tobogã que custaram R$30.00 contra o São Paulo, sofreram aumento para R$40.00. A cadeira especial passou de R$70.00 para R$80.00 e a área VIP do estádio chega a custar R$200.00

Que o ingresso custe mais caro em uma final de campeonato pode até ser normal, mais essa inflação desmedida é um descaso com o torcedor que acompanhou o torneio inteiro das arquibancadas e, que mais uma vez por amor ao seu time de coração, desembolsará essas quantias absurdas.