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COMPROMISSO NÃO É PROMESSA

Tenho lido muitos textos de alviverdes nos últimos dias tratando de promessas a serem cumpridas após o jogo de domingo. Do que irão ou não fazer. Eu mesmo já os fiz em tantas outras ocasiões. Dessa vez não mais.

Não o farei, pois me conheço, sei que no calor do alivio ou da tristeza tenho minha maneira de agir. E neste caso, apenas o alivio e a tristeza são as matrizes do que poderei ou não escrever. Com a alegria, neste momento, não trabalho.

Não haverá alegria no domingo independente da permanência na série A. Haverá, na melhor das hipóteses, alivio. Mais um deles, como poderá ser mais uma de tantas tristezas com as quais tenho aprendido a lidar nesses últimos já tantos anos.

O ano já está perdido, o Palmeiras anda perdido. Não se tem Palmeiras em campo há muito tempo. Enquanto os rivais se encontram em suas essências, o Palmeiras se afasta da sua cada vez mais. Mas eu sei que se prometer algo não irei cumprir. Ano que vem, esteja na A ou na B, esteja eu puto ou muito puto com o meu time, por mais que os caras que me representam em campo não representem em nada o Palmeiras, lá eu estarei de novo, na Copa São Paulo, no Paulistão, na série A ou na puta que o pariu da série B.

No domingo eu não sei se a casa estará cheia. Não sei se a galera de nariz de porco, chapéu de estrela com sininhos nas pontas ou com ~pau de selfie~ estará lá como estiveram na inauguração do novo estádio. O jogo foi vendido como de alto risco. A imprensa e o MP fizeram questão de torna-lo assim e, portanto, ele assim será. Um jogo de alto risco. Alto risco de dar merda. Alto risco do time não jogar nada e cair outra vez. Alto risco de não jogar nada, perder, mas na ruindade de outrem o time ali permanecer. Alto risco de jogar, ganhar e todo mundo achar que está bom assim do que jeito que está e a festa ali rolar.

E este é o risco que eu mais temo. De todo mundo achar que está bom, está OK terminar o ano na série A. Afinal, “o Palmeiras merece a série A”. O Palmeiras, de fato, merece. Não sei se esse Palmeiras.

Compromisso não é promessa. E o meu é o de sempre apoiar. Apenas isso. Comigo o Palmeiras sabe que pode contar.

Periquito Palmeiras  Estúdio Leitão Desenhos NFT 1

“A IMAGEM DO CRUZEIRO RESPLANDECE”

Escreveu Claudinei Cotta.

O TETRA EM QUATRO ATOS

Domingo, 23 de novembro de 2014.

Pouco antes das 19 horas o árbitro encerrava a partida entre Cruzeiro e Goiás no Mineirão. A vitória pelo placar de 2 a 1, com gols de Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, já está eternizada na memória de toda a China Azul, consagrando o Cruzeiro como Tetracampeão Brasileiro.

Mas como o Cruzeiro atingiu os 76 pontos que garantiram o título?

É possível dividir a conquista em quatro atos.

ATO I – PRÉ COPA:

A expectativa para a realização da Copa do Mundo já tomava conta de todo o país e as nove rodadas iniciais aconteceram no que pode ser considerado um “Brasileirinho”. Nesse período o Cruzeiro dividia a disputa do campeonato nacional com a Taça Libertadores da América, colocando em campo uma equipe que mesclava alguns titulares, muitos reservas e novas figuras das categorias de base. Importantes vitórias aconteceram neste período, com destaque para os pontos obtidos nos confrontos contra Bahia, Atlético Paranaense e Internacional.

As derrotas para Atlético Mineiro (quando o Cruzeiro entrou em campo com um time reserva) e Corinthians foram lamentadas, mas compreendidas pela torcida, pois no fim das contas o Cruzeiro conquistava o Brasileirinho com 19 pontos, após massacrar o Flamengo em Uberlândia por 3 a 0, placar construído no primeiro tempo.

 

ATO II – CONSOLIDANDO A LIDERANÇA

A maioria dos torcedores brasileiros amargavam o desastroso 7 a 1 sofrido pela seleção brasileira contra a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo. Havia ainda a chamada depressão pós-Copa, aquela sensação de que seria difícil encarar alguns jogos do Brasileirão depois de uma Copa do Mundo empolgante.

Não era bem esse o sentimento da torcida celeste, pois para o cruzeirense a parada para a Copa significava um período de quase 50 dias longe da equipe que liderava o campeonato nacional, correndo o risco de uma quebra de ritmo justamente quando a equipe estava embalada. Nesse meio tempo o Cruzeiro fez alguns amistosos nos Estados Unidos, atuando contra equipes locais e fortes equipes mexicanas.

O retorno do Brasileirão ocorreu contra o Vitória, no Mineirão, o mesmo palco do vexame da seleção brasileira. Cabia ao time do Cruzeiro exorcizar os fantasmas do Mineirazzo e seguir adiante na disputa pelo quarto título nacional. O Cruzeiro bateu o Vitória por 3 a 1 e continuou no comando da tábua de classificação.

Nesta fase o Cruzeiro conseguiu ampliar a vantagem sobre os principais adversários com vitórias importantes contra Palmeiras, Grêmio, Goiás e um primoroso segundo tempo com uma goleada incontestável contra o Figueirense, relembrando o estilo de jogo do título de 2013. O returno foi encerrado com um empate em 3 a 3 contra o Fluminense no Maracanã, com um golaço de Marcelo Moreno. Esse certamente foi um dos melhores jogos do Brasileirão 2014.

 

ATO III – O DESGASTE

No primeiro jogo do returno o Cruzeiro vence o Bahia por 2 a 1 no Mineirão. Contra o tricolor baiano o time venceu sem convencer, sem a velocidade e o toque de bola que simbolizava o futebol cruzeirense até então. Mas venceu!

A partida seguinte contra o São Paulo foi a primeira final do campeonato. O Cruzeiro fez um bom primeiro tempo, mas no fim das contas foi merecidamente batido pelo São Paulo, que estava em ascensão no campeonato e reduzira a vantagem para quatro pontos. Muitos questionamentos surgiram e o time celeste encarava uma pequena crise.

Após uma tranqüila vitória contra o Atlético Paranaense por 2 a 0, o time cruzeirense teria pela frente o Atlético Mineiro, no Mineirão, e com amplo apoio da torcida azul. Confirmando a tese de que futebol não tem lógica, e clássico regional ainda menos, o Cruzeiro é derrotado por 3 a 2, mesmo atuando com superioridade no segundo tempo e com chances de ampliar o marcador. Um duro golpe!

A vitória contra o Coritiba fora de casa e o empate contra o Sport garantiam a manutenção da liderança, mas o Cruzeiro definitivamente apresentava uma nítida queda de rendimento. A partida contra o Internacional, no Mineirão, foi anunciada como a nova final do campeonato, pois os gaúchos estavam em alta. O Cruzeiro venceu e convenceu. O futebol empolgante de 2013 e de todo o primeiro turno voltou a empolgar a torcida. O time dava sinais de que poderia engrenar uma importante sequência de vitórias.

Mas o que aconteceu a seguir foram duas derrotas. A primeira para o Corinthians, no Mineirão, jogando mal, e sem chances de superar a bem posicionada defesa corintiana. Já a derrota seguinte será certamente lembrada como a pior apresentação do Cruzeiro em 2014, com direito a momentos absolutamente ridículos protagonizados por toda a defesa cruzeirense, com direito a golaço contra do zagueiro Dedé e um constrangedor desentendimento entre o zagueiro Manoel e o goleiro Fábio. Resultado: um acachapante 3 a 0 para os rubro-negros!

Em meio a muitas desconfianças o Cruzeiro venceu o Vitória em Salvador por 1 a 0, com gol de Dedé, justamente um dos vilões da derrota para o Flamengo. Futebol tem dessas coisas! Nas rodadas seguintes o Cruzeiro teria condições de conquistar importantes pontos contra equipes desesperadas da tabela. Mas não existe mais jogo fácil e os celestes derraparam novamente contra Palmeiras e Figueirense, com dois empates amargos.

 

ATO IV – SUPERAÇÃO

Na fase final do Campeonato Brasileiro muitos acreditavam que o Cruzeiro não teria mais forças para manter a liderança. Mas o time não derrapou contra equipes fracas como Botafogo e Criciúma. As duas vitórias devolveram o entusiasmo ao time. Nesse meio tempo o Cruzeiro enfrentava a maratona de jogos da Copa do Brasil, com o time avançando para as finais.

Numa tarde de domingo o Cruzeiro venceria o Santos, o mesmo rival das semifinais da Copa do Brasil, e com um belo gol de Ricardo Goulart. A vitória conquistada na Vila Belmiro, manteve a diferença para o São Paulo em quatro pontos e o Cruzeiro partia então para o dificílimo jogo contra o Grêmio em Porto Alegre. Mais uma final!

Chego do trabalho um pouco mais cedo e pronto para um jogo complicado. A partida acontecia numa quinta-feira, um jogo de Brasileirão com cara de Libertadores e Copa do Brasil, pois o adversário era o Grêmio, velho rival de competições nacionais e internacionais. Contra o tricolor gaúcho o Cruzeiro voltou a fazer um primeiro tempo pavoroso. O Grêmio poderia muito bem ter aplicado um placar elástico, mas não soube aproveitar as chances. Fábio fez dois milagres durante a partida e o Cruzeiro no segundo tempo voltou a jogar bem, controlando a partida e apresentando um belo toque de bola. O empate ficou por conta de Ricardo Goulart, o artilheiro celeste no Brasileirão. A virada veio nos pés de Everton Ribeiro, num contra ataque muito bem construído. Cruzeiro 2 a 1 na Arena do Grêmio. O Cruzeirão abria sete pontos sobre o São Paulo a gora faltava um jogo para o título.

Chuva forte em BH. Quase 60 mil torcedores lotam o Mineirão. O gramado estava encharcado, é o que afirmavam os comentaristas da Rádio Itatiaia de Belo Horizonte. Por volta das 13 horas comecei a me preparar para a partida. Bandeira azul na sala. Camisas históricas do Cruzeiro espalhadas por todos os lados. Minha mulher sempre olha desconfiada para esse ritual pré-jogo decisivo e nunca compreende bem essa lógica. Mas é melhor assim! Nunca vou conseguir compreender quem não ama futebol, pois estão livres de certos sofrimentos, o que é bom, mas nunca viverão essa ansiedade e o sentimento de felicidade pela conquista de um título. Ao menos ela não é atleticana!

A “final”: O Cruzeiro saiu na frente com um gol de cabeça de Ricardo Goulart, aos 13 minutos. O time celeste controlou a partida durante boa parte do primeiro tempo, mas sofreu o empate numa vacilada da defesa. No segundo tempo vem a notícia de que o São Paulo vencia o Santos e com os resultados a decisão do campeonato seria adiada para a penúltima rodada. No segundo tempo o Cruzeiro avançava ao ataque como é de costume, mas o Goiás contra atacava com perigo. Por volta dos 20 minutos Ricardo Goulart vai até a linha de fundo e cruza: 2 a 1 no placar, com um gol de cabeça do baixinho Everton Ribeiro.

Sofri com alguns ataques do Goiás e o iminente risco de empate a qualquer momento. O jogo parecia não terminar! Impossível não lembrar de alguns gols sofridos nos últimos minutos contra Atlético Mineiro, Figueirense, Fluminense e Palmeiras.

Quando o juiz apitou o final da partida me lembrei dos quase 70 gols marcados pelo Cruzeiro em todo o campeonato.

É impossível não homenagear os heróis do passado, como Tostão, Dirceu Lopes, Procópio, Natal e todos os outros craques campeões de 1966. Há ainda os heróis do primeiro título por pontos corridos, conquistado em 2003: Alex, Gomes, Aristizabal, Maurinho, Leandro, etc.

Os heróis do tetra são, guardadas algumas exceções os heróis do tricampeonato: Fábio, Ricardo Goulart, Everton Ribeiro, Ceará, Mayke, Lucas Silva, entre outros.

E então o Cruzeiro Esporte Clube escrevia nesta tarde de domingo mais uma de suas “páginas, heróicas e imortais”: É TETRA!

estrelas

 Claudinei Cotta, cruzeirense, é professor de Sociologia e História.

 

UM LINDO PAINEL DE VISLUMBRES

O Allianz Parque parece um OVNI, uma enorme nave mãe prestes a decolar. É linda, tudo funciona, tudo sobressai aos olhos, tudo realça a expectativa de novos tempos.

Mas ao final do dia 19 de novembro ela não decolou, seu motor falhou. E olha que não faltou gente para empurrar. Os novos tempos vivem ainda no vislumbre. A realidade, no entanto, continua dura.

Se a estreia atabalhoada pelo momento do time foi eleitoreira, o tiro saiu pela culatra. E é essa a única explicação plausível para entender a razão de sua inauguração ontem, do jeito que foi, com o time do jeito que está, com o time que tem.

Não se pode e ninguém tem o direito de desmerecer a festa e a emoção do torcedor pelo retorno ao seu lugar no mundo. Pode-se preferir o antigo Palestra, mas o lugar é o mesmo, o canto é aquele de sempre e para sempre.

O Allianz Parque não apenas é o mais belo e moderno estádio de futebol do país, mas surge para o Palmeiras como um referencial de onde se pode e se deve querer chegar. Torna-lo palco de novas conquistas, de novos capítulos da magnitude do clube. Mas ele ainda é um painel de vislumbres. O time que joga nele está ainda com os dois pés fincados no retrocesso, na balburdia administrativa. Um protagonista muito aquém de seu palco.

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UM GIGANTE QUE NÃO SE ENXERGA MAIS NO ESPELHO

“O Palmeiras sai da série B, mas a série B não sai do Palmeiras”.

Frase dura muito utilizada pelo meu camarada Rene Crema, que ilustra com exatidão a situação do Palmeiras no cenário da bola.

Uma situação e um cenário que não vem de agora, como pode parecer. Mas de décadas, desde o fim dos anos 70, quando dirigentes de visões indecentes e incompatíveis com o tamanho do clube passaram a geri-lo.

Se for por mal que estes senhores de velhas ideias deixam de fazer o que se deve, não cabe agora avaliar. Tenho minhas impressões, que prefiro por ora deixa-las para outro momento. Mas é por eles e através deles que o Palmeiras deixou de ser um clube com foco no futebol e passou a priorizar, em muitos momentos, o social.

Seu último momento de glória como protagonista no futebol sulamericano foi nos anos 90, e todos sabemos através de quem. Tendo a frente pessoas forjadas dentro de suas alamedas, são raros os momentos de glória.

A Gestão Paulo Nobre, que em muitos aspectos parece ter um viés assertivo, peca na condução da alma desse clube quase centenário: Gestão de futebol.

Se é “visionária” ao trazer um técnico estrangeiro e lhe dar a liberdade para trazer seus reforços, mina suas possíveis definições de esquema ao desmontar um time no decorrer da competição, como ilustra muito bem o PVC em sua coluna de hoje. (http://54.236.180.172/blogs/pauloviniciuscoelho#/1)

Desde o início do BR14, que parece já fazer muito tempo, mas que está ainda apenas em sua 13ª rodada, foram embora Alan Kardec e Valdívia, alicerces técnicos de um time que começava a ganhar jeito e que certamente daria a Gareca uma condição muito maior de fazer vingar seu esquema.

Se não conta hoje com nenhum lateral de ofício e Juninho não faz mais parte dos planos, William Matheus vinha ganhando confiança na lateral esquerda e fazendo boas partidas. Emprestado ao clube, bastou a primeira oferta de um time do exterior chegar e o clube sequer conseguiu (ou não quis) cobri-la e o perdeu. Vai ganhar algumas balas Juquinha por ter servido de vitrine. Patético!

Sem Valdívia e com Bruno Cesar aparentemente mais preocupado em consumir hambúrgueres, recaia no banco a solução para situações emergenciais no decorrer das partidas – Marquinhos Gabriel. Mas bastou também chegar uma proposta qualquer pelo jovem jogador que ele já se foi.

Em contrapartida e um exemplo que escancara hoje as diferenças gritantes entres os rivais históricos, diz a boca pequena que o Corinthians recebeu uma oferta em torno de 5 milhões de euros por Guerrero do futebol chinês. Desfazer-se do mediano centroavante deixaria Mano Menezes sem opções e então o negócio não foi feito. Ontem Guerrero abriu o placar no fraco derbi na Arena Corinthians.

O São Paulo lhe tomou Alan Kardec sem nem ter a necessidade tática de um jogador como ele. Trouxe também um Kaká que, se já está longe de sua melhor forma, ainda faz estragos no cenário brazuca. E diz também a boca pequena que o tricolor vive a duras penas para pagar sua alta folha salarial, tendo inclusive alguns atrasos ao longo dos últimos meses.

Fechar o mês no azul e rebaixado para a série B não me parece também uma equação positiva. Só me parece.

A aposta em Gareca é certeira. Dar a ele os jogadores que pede, sobretudo, a promessa Allione, corrobora com este acerto. Mas por outro lado, desmanchar o time a cada 3 derrotas mina qualquer possibilidade de vislumbre futuro.

A continuar nessa toada, o trabalho de Gareca pode dar certo com o time retornando a uma divisão que não lhe pertence, mas que insiste em ser o horizonte desse gigante histórico que não consegue mais se enxergar no espelho.Gareca

A COPA É O GONGO RUBRO-NEGRO

Como um boxeador próximo de levar um nocaute e vê sua chance de sobrevivência ao soar do gongo. Assim está a pausa do BR14 para o Flamengo.

O rubro-negro entrou em um espiral negativo que pelo andar da carruagem dificilmente seria reversível com os jogos ocorrendo as quartas e domingos como vinha sendo. O calendário não pode servir como desculpa para o péssimo trabalho realizado por Ney Franco até o momento, claro. Alberto Valentim está ai para mostrar que é possível reconfigurar uma equipe, por mais limitada que seja, em curto período de tempo. Seja por meio de novas peças ou rearranjando as de sempre.

A política do Flamengo é hoje a de recuperação financeira. Diminuiu consideravelmente sua dívida milionária desde que a atual direção assumiu. O que é muito louvável em um mundo onde se gasta mais do que se pode e se deve o que não deve. Mas a demissão de Jaime de Almeida, da maneira como aconteceu, mostra que a condução assertiva do clube não se reflete nas tratativas dos campos. E se optou por demitir o técnico que aparentemente era querido pelo grupo, que trouxesse um muito melhor. Não é o caso de Ney Franco, que está dentro da rasa média dos treineiros brasileiros.

Como alento ao torcedor rubro-negro, podemos lembrar do Palmeiras de 2006, que terminou a “primeira” fase do BR daquele ano na lanterna e muitos pontos atrás do primeiro clube fora do Z4. Tite chegou e usou a pausa da Copa de maneira brilhante, retomando o campeonato com outra postura e, emendando uma série de bons resultados, tirou o time daquela situação. E poderia ter ido até mais longe, não tivesse se indisposto com a direção da época, o que acabou por demiti-lo de maneira patética.

Serve o exemplo para o Flamengo. Mas é bom lembrar que Ney Franco não é o Adenor. Então não é qualquer pausa que irá reverter esse momento terrível dos cariocas.

E se a pausa pode ser boa para o Flamengo, pode não ser tão boa assim para o líder Cruzeiro. Ainda que apenas 3 pontos do 2º colocado, o time mineiro é o único que apresenta um grande futebol. Certamente teria todas as condições de ampliar essa margem consideravelmente nas próximas rodadas, aproveitando-se do baixo nível do futebol apresentado pelos rivais.

A pausa pode não afetar o bom futebol cruzeirense, mas pode aumentar o poder de fogo dos rivais diretos, que prometem se mexer. Deve haver maior equilíbrio no retorno da Copa.

Ney Franco Flamengo Jayme de Almeida 2014