Arquivo da tag: Campeonato Brasileiro 2009

Do Populacho! Será o Corinthians o presentão do Flamengo?

A duas rodadas do fim do campeonato o Corinthians se vê em uma dilacerante situação: joga, e para ganhar, do Flamengo; ou entrega de vez o jogo em detrimento dos rivais paulistas que disputam o título.

Ao menos é justamente isto que passa no ideário da maioria dos paulistanos, principalmente palmeirenses e sãopaulinos. Mano Menezes, porém, nega que o Timão faria algo do tipo. E não deveria mesmo, para o bem do futebol e do Corinthians. Seria feio, tosco, grosseiro. Se fosse o caso, melhor seria que nem se entrasse em campo. W.O. é mais honroso.

Segundo o site globo.com a escalação prevista é com Felipe, Jucilei, Chicão, Paulo André e Marcelo Oliveira; Edu, Boquita e Elias; Jorge Henrique, Ronaldo e Defederico. Algo como o time que disputou a segunda metade do campeonato, com alguns reservas – e algumas reservas, o que poderia despertar os olhares arregalados que recairão sobre esta partida.

Ronaldo declarou algo como “temos que ganhar”. Parece ser pessoal, mas teria mesmo cobrado os companheiros para que se empenhassem mais neste jogo.

Não se enganem, a derrota pode acontecer. Mas mesmo com a vitória o Flamengo não viraria líder. Dependeria também do “STJFLA” (agradeço aqui ao Rene) para algumas punições de três jogos. Se bem que tenho a impressão de que se estes jogadores que estão no banco dos réus jogassem “no Flamengo não seriam punidos” (lembram, lembram, lembram?).

Mas que não se tire o passado do campeonato. O Palestra só perdeu o título por um tipo de desleixo espantoso, só menos assustador do que os egos de seus jogadores, já que chegou a ficar com 5 pontos de vantagem sobre os adversários durante algumas rodas mas, quando os adversários perdiam, também perdia.

O São Paulo teria a mesma parcela de culpa, aliás a culpa seria também de jogadores brigões, super egocêntricos que quase (“quase” até agora – dia26/11/2009, serve) jogou todo o trabalho pelo ralo. Deram sorte depois de perder do Botafogo, zumbi do campeonato, quando o Flamengo empatou.

Aguardemos então o embate que, fosse no início do ano, contando-se os times, me arrisco a dizer que o Corinthians levaria fácil. A partida que colocará Ronaldo e Adriano frente a frente, em lados opostos, deve mostrar mais do que mais um jogo. O time paulista nada mais quer neste campeonato, é fato, mas duvido que entregará.

Não vai entregar. Ao menos é o que faria qualquer pessoa com honra, ética, valor moral, chamem do que quiserem aquela coisa que nos torna seres humanos confiáveis de verdade.

Sem mais…

(fonte foto – www.lancenet.com. Créditos Ari Ferreira)

Chazinho de Coca – "Haja Coração, torcedor"

Bem diz o PVC em seu blog que o BR09 pode ter o São Paulo campeão já na próxima rodada. Mas a grande possibilidade é de que tenhamos 4 clubes lutando pelo título na última rodada – São Paulo, Flamengo, Internacional e Palmeiras – Um recorde.

Situação também muito bem observada pelo Juca Kfouri em seu blog, quando ele salienta a real e nada improvável possibilidade de que na última rodada tenhamos esses 4 clubes com os mesmos 62 pontos. Para tanto, “basta” o São Paulo perder do Goiás no serra Dourada; o Flamengo empatar com o Corinthians em Campinas; O Internacional vencer o Sport na Ilha do Retiro e o Palmeiras vencer o Galo no Palestra Itália.

Resultados possíveis, ainda que a combinação de todos numa mesma rodada não seja a possibilidade mais real.

Mais uma demonstração de que o campeonato por pontos corridos pode sim ser emocionante até o seu final. Demonstração para os descrentes na fórmula, dentre os quais eu me incluo. O que também não impede a todos nós de termos opiniões e preferências paralelas.

Fato é que eu não sei dizer se esse BR09 é um campeonato de pontos corridos ou pontos parados. Vide a dificuldade que os favoritos ao longo da competição tiveram para disparar, ainda que oportunidades não tenham faltado a todos.

Nesse perde e ganha desenfreado na ponta do campeonato, uma surpresa apresenta-se nessa reta final – O Internacional.

Para mim o Inter já era carta fora do baralho, tendo inclusive me dado argumentos para sustentar minha tese de que o Inter é o eterno favorito que nunca chega. Por incompetência dos outros ou não, fato é que o Inter está em 3º, com os mesmos 59 pontos do Palmeiras, mas levando vantagem nos critérios de desempate.

Enquanto o São Paulo, ainda favorito, sai para encarar o imprevisível Goiás. O Flamengo vai a Campinas pegar o Corinthians e o Palmeiras recebe o Galo em casa, o Inter pega a “baba” e já rebaixado Sport. Na sequência pega o Santo André, que pode chegar a última rodada também já rebaixado.

O Inter tem, disparado, os jogos mais fáceis nessa reta final. Chegou e chegou com força na briga pelo título.

E até mesmo o Palmeiras, que era carta fora do baralho para quase todos, volta a ter chances.

Tudo vai depender de como o São Paulo sairá do confronto contra o Goiás e de como o Flamengo irá reagir ao péssimo resultado de ontem contra o mesmo Goiás.

“Haja coração, torcedor”, como já diria o famoso narrador.


Vou terminando a patacoada de hoje enquanto escuto o petardo do Babyshambles – Fuck Forever:

Cheers,

Chazinho de Coca – O que dizer?

“Não vai escrever nada sobre o Palmeiras hoje, JP?”

A pergunta veio via MSN exatamente no momento em que eu deletava o que já havia sido escrito ontem. Subisse aquilo e o blog seria banido pela censura.

Preciso escrever, eu sei. Eu devo escrever, sei disso também. Mas acho que pela primeira vez não sei por onde começar e tenho medo de onde vou parar.

Posso falar da aplicação exemplar de uma regra que é clara para casos de agressão em campo, mas que serve para uns e para outros não.

Posso falar de Tribunais que de superiores só tem o nome. Que determinam, que impõe situações as quais ninguém pode contestar sob pena de ser impedido de realizar sua função, de ser extraditado, de ir para a cadeira elétrica. Tribunais que definem campeões, que consagram apitadores fanfarrões, que salvam alguns clubes sem salvação.

Posso mostrar fatos e números que mostram uma queda de rendimento que só pode ser explicada dentro da aceitação do descompromisso instaurado em jogadores que todos supunham ser decisivos, de comandantes que perderam a mão.

Apontar culpados seria uma saída. Mas quais? São tantos, são tolos.

Tolo sou eu e mais 15 milhões de pessoas que há pouco mais de 30 dias passaram da alegria extrema para a tristeza sem fim. Que erradamente, mas movidos pelo coração gritaram “É Campeão!”. Que pecam por torcer demais, por amar em demasia uma instituição, que em troca devolveu uma clamorosa e dolorosa decepção.

Acho que escolhi de que lado ficar. Na verdade sempre estive desse lado. Não gritei campeão a plenos pulmões – sou vivido nessa coisa de futebol – mas tinha essa certeza instalada em meus pensamentos, em meus planejamentos, em meus futuros festejos.

Devo escrever um texto motivado pela paixão, do ponto de vista de torcedor que viu seu coração ser estraçalhado por pés e mãos que estragaram uma história que tinha tudo para ser linda ao final do dia 06 de dezembro.

Afinal, quando esses mesmos personagens de pés e mãos que hoje mancham a história do Alviverde não mais estiverem por lá, os 15 milhões de apaixonados lá estarão, acertadamente ou não, mas sempre com paixão, empurrando o clube que é o seu eterno campeão. Um Alviverde cabisbaixo momentaneamente. Mas por convicção e imponente eternamente.

Alguém falou em 2010? A Libertadores é o mínimo que se espera em troca de todo o apoio dedicado ao longo do ano, ao longo da vida. O mínimo que se espera de gente que pensa em Europa, que pensa em Copa, que pensa que joga.

Cheers,

Salve Marcos, Pierre e Danilo. Únicos!

Chazinho de Coca – Do Blog do Mauro Beting: São Paulo 2X0 Vitória

Do blog do Mauro “Balada” Beting.

Devido a demanda “afutebolada” (sem futebol, deu pra sacar?) a qual o elenco do Ferozes FC esteve inserido no final de semana, a análise do jogo que conduziu o São Paulo a liderança isolada do BR09 será trazida diretamente do blog do DJ da nossa festa de fim de ano, dia 12 de dezembro, na Toy Lounge (Mais infos em breve). Delicie-se, torcedor são paulino.

São Paulo 2 x 0 Vitória

por Mauro Beting

* Quando o São Paulo perdeu para o Corinthians no Pacaembu por 3 a 1, com Milton Cruz como interino, e a Libertadores perdida para o Cruzeiro no jogo anterior, aqui escrevi: “Desde 2004 eu não chegava ao estádio onde jogaria o São Paulo com a sensação que tive ao chegar à cabine da Rádio Bandeirantes, três horas e meia antes do clássico: o Tricolor já não era mais o mesmo. Já não impunha o respeito e até mesmo a admiração dos rivais”.

* Estava 3 a 0 no final do clássico, ótima parte do Pacaembu corintiano ensaiando o olé, até Richarlyson marcar um belo gol de raça e categoria. Na celebração, um grito de raiva e esperança. De dignidade de um tricampeão que parecia perdido não apenas no Majestoso. Parecia que não iria se reencontrar pela quarta vez no Brasileirão. Meu comentário no blag, então: “Richarlyson fez um belo gol, com a vontade e com a categoria que esse time ainda tem. Mas está escondida em algum lugar. E não deve voltar a apresentar em 2009. Ainda mais com a filosofia de jogo do novo treinador [Ricardo Gomes]”.

* A única coisa que não errei (e feio) foi dizer que aquele elenco é o mesmo grupo que, aqui no Morumbi cheio por mais de 53 mil pagantes, acaba de criar ao menos 11 chances de gol, conceder apenas uma ao Vitória, e sair de campo sob o coro não apenas de “o campeão voltou”. O berro confiante e mais que confiável de “é campeão”, entoado pelo Morumbi tricolor aos 46 minutos de uma ótima atuação são-paulina. Daquelas que o Tricolor parecia que não conseguiria realizar em 2009 depois da queda de Murivcy e do time na Libertadores.

* A sensação que tive naquele domingo de fim de junho no Pacaembu foi diferente deste sábado de calor sufocante e soteropolitano em Sampa. Cheguei à cabine da Bandeirantes do mesmo modo como nos últimos tantos anos tricolores. Ao menos desde 2005. Fosse como fosse a partida, a sensação era que, ao final dela, daria São Paulo. O palpite inicial era Tricolor 2 a 0: um gol de fora da área de Hernanes, e um golzão no final de Washington. Mas com uma atuação discutível como muitas, e com o sofrimento usual de todos os times no BR-09.

* Não foi assim. Mas foi 2 a 0 São Paulo. Jorge Wagner, aos 24 minutos, em rebote de desatenção baiana, fez um. Hugo, sempre Hugo, ampliou de cabeça, aos 3 minutos.

* Depois, mesmo com o Vitória se abrindo e tentando equilibrar o jogo num 4-2-2-2, o São Paulo voltou a ser São Paulo, mantendo o mesmo 3-1-4-2 de 2008 – mas com a variante do 4-2-2-2 sem a bola. O time de Ricardo Gomes foi mais perigoso no contragolpe, foi sério na defesa, foi comprometido em quase todo o tempo e todo o jogo. Fez o jogo que não fazia há um bom tempo. E seguiu como segue vencendo há um maravilhoso tempo tricolor. Voando em campo com o mesmo preparador físico que não “servia” para muitos corneteiros são-paulinos em junho – Carlinhos Neves.

* O São Paulo mereceu a festa belíssima no Morumbi (que pode ser última em 2009, pela mais que discutível punição ao estádio pela invasão de um bocó de mola na partida contra o Internacional). Mereceu a condição de favorito ao título (apesar do Flamengo) exatamente por não se achar. Exatamente por não se perder fora de campo. Poucos times na história recente têm tamanha consciência tática e tamanho conhecimento técnico para fazer os resultados necessários, reconhecendo as próprias limitações. Poucos times sabem decidir tão bem como o São Paulo.

* BOTA-TEIMA – O amarelo coube para André Dias e Hugo que, aos 16min, trocaram empurrões e tapas dentro da área tricolor. Poderiam ser expulsos? Sim. Claro que sim. Mas o amarelo me pareceu mais cabível para ambos.

—————————–

Alguém aí também acha que o “MURIVCY” – que soa Murivice – no texto, foi deixado de propósito? risos

Chazinho de Coca – Liderança virtual.

Estivesse o Palmeiras verdadeiramente na liderança, vindo de resultados compatíveis a sua condição de favorito ao título e o empate de ontem contra o Sport, nas condições em que aconteceu, teria sido heróico, histórico, símbolo de uma arrancada rumo ao penta. Mas dos últimos 24 pontos disputados, somente 6 foram conquistados. Alguns jogadores fazem papel patético e covarde em campo. Muricy demora dias para alterar algo que todo mundo vê que não funciona e o esquema adotado pelo time nos últimos jogos é baseado no chuveirinho ou no “Muricyball”, como gosta de dizer um bom amigo.

Os gritos da arquibancada eram de “Pierre, Pierre, Pierre”, mas poderiam ser traduzidos como “raça, raça, raça”. Pegando leve na tradução, claro.

O começo até foi animador, mas bastou o primeiro revés e tudo veio ao chão. O 2º gol do Sport mostra um misto de desordem defensiva com apatia. Já reflexo da zona tática na qual o time se transformou. Armero estava atrás de Wilson quando esse dominou a bola livre dentro da área. Imediatamente atrás e não deu bote. Apaticamente perdido.

Na base desse “muricyball”, aos trancos e barrancos, o time criou chances, inúmeras chances. Bola na trave de Ortigoza e defesa espetacular de Magrão em cabeçada fulminante de Obina, foram espetadas doloridas no já combalido coração alviverde.

No 2º tempo Muricy trouxe a campo Dayvid Sacconi e Pierre. Com o camisa 5 voltou a raça, a disposição e a eficiência na marcação. E tudo isso estando ele visivelmente fora de ritmo. Ainda assim, ainda que estivesse com uma perna amarrada, Pierre joga mais do que aquele meio campo todinho. Sozinho ele tem mais coração do que o time todo, exceto Marcos.

A presença do Guerreiro fez muito bem ao time, que passou a dominar amplamente o jogo, mas ainda insistia no “muricyball”.

Sacconi também entrou muito bem, mais uma vez, preenchendo o buraco deixado por Cleiton Xavier. A bola passou a correr mais e Diego Souza conseguiu ser mais efetivo.

Aos 22 minutos Durval foi expulso, após receber 2º amarelo – Foi falta, mas pra amarelo? Não sei – No 1º momento eu daria. Vendo pela TV, não mais.

Imediatamente Muricy mandou Marquinhos a campo e sacou Edmilson, em péssima fase.
Marquinhos foi o mesmo de sempre. Afobado, pecando nos fundamentos, mas deu velocidade pela esquerda. Virou jogo de ataque contra defesa.

Aos 26 minutos, Sacconi pegou sobra da zaga e diminuiu. O Palestra Itália quase veio abaixo.

Aos 39 minutos, outro dos que parece sempre dar algo mais pelo time, resolveu agir. Em bola alçada na área, a zaga saiu para deixá-lo em impedimento, mas Elder Granja ficou, dando condição para Danilo, o zagueiro herói, manter a chama da esperança alviverde acesa.

Contudo, o lance foi polêmico. No que a bola foi cruzada, o árbitro Elmo Alves Cunha apitou indicando impedimento. Seria mais um erro crasso, grotesco da arbitragem contra o Palmeiras. Mas o seu auxiliar apontou lance normal, fazendo com que Elmo validasse o gol.

Gol legal. Ilegal foi a ação do juiz na jogada. As reclamações de Elder Granja fazem sentido. Ele só parou por que o juiz apitou.

Fatos inexplicáveis, complicados de se aceitar, ações burras, estapafúrdias da péssima arbitragem brasileira. De uma arbitragem que erra mesmo quando acerta.

Engraçado, mas o Palmeiras é líder, momentaneamente, mas é. Apesar de tudo, apesar da ruindade que tem sido o time. Mas é uma liderança enganosa, já que pode terminar a rodada na 4ª colocação. Flamengo, Atlético e São Paulo não podem vencer seus jogos. O SP não pode nem empatar.

Mas de virtualmente fora da briga com a derrota que era iminente, com o empate o Verdão continua na briga, quase virtualmente.

Na saída do gramado, Marcos e Danilo foram os únicos a dar explicações, para variar. Marcão e Danilo não aliviaram.

– Eu ouvi o apito do árbitro, mas pimenta no c… dos outros é refresco. Não estava impedido e fiz o gol. Se não estava impedido, então vão reclamar do quê? O bandeirinha que correu para o meio. O Simon nos roubou e ninguém falou nada. (Fonte: Lancenet)

Já Marcão soltou o verbo contra o próprio time.

– Quando é contratado para jogar no Palmeiras, o cara acha que vai ganhar 40, 50 mil por mês, que a torcida vai só apoiar, vai sair na rua e pergar as menininhas, mas não sabe que o time vai ter cobrança para ganhar? Se tem capacidade para ganhar um filho, tem capacidade para suportar pressão. Ganha bem para isso. Eu fico muito aborrecido, porque os outros têm 20 anos e podem ser campeões brasileiros em outros lugares. Se não der certo no Palmeiras, vão para o Corinthians, para o Sport, para o Náutico… Para eu que tenho 36 anos é diferente, a gente vê o título desse ano ficar distante de novo. Acho que é uma das maiores decepções que eu vou ter na minha carreira futebolística. (Fonte: Lancenet)

Despeço-me da realeza que nos visita, não sem antes deixá-los na boa companhia musical de Cut Copy, com Lights & Music – Petardo!

Cheers,