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É TUDO VERDADE

O Vitória virou o turno com a pior campanha do BR 14 e na lanterna do campeonato. Entre uma série de erros, talvez alguns acertos, hoje está fora do Z4 e é dono da melhor campanha do 2º turno.

 

O Botafogo dá toda a pinta de ser, dos grandes clubes brasileiros, aquele com os maiores problemas administrativos, com meses e meses de salários atrasados. Mas, aos trancos e barrancos, consegue permanecer fora do Z4.

 

O Flamengo era apontado como virtual rebaixado até a chegada do contestado Wanderlei Luxemburgo. A piada virou um excelente trabalho de recuperação de ambos, time e treinador, e hoje o rubro-negro carioca figura em posição relativamente confortável na tabela.

 

Todos estes clubes vivem ano após ano algum tipo de crise. Mas mesmo em seus piores momentos algum brilhareco conseguem produzir. Até as estapafúrdias trocas de treinadores em momentos obscuros geralmente trazem algum reflexo positivo. Erros gerais, acertos pontuais.

 

Nem isso mais o Palmeiras consegue fazer. Até mesmo na melhor de suas temporadas nos últimos anos, em 2009, com o título nacional em seus pés, errando tentando acertar ao trocar de treinador sendo o líder da competição, investindo em nomes consagrados e segurando suas estrelas de investidas do exterior, o resultado foi desastroso.

 

O Palmeiras não vence mais clássicos. Não consegue mais encarar os rivais que fazia frente mesmo com seus piores elencos. E contra times que antes sonhavam em lhe arrancar um empatezinho que fosse, hoje é praticamente fava contada. Perdeu-se o respeito, não há mais brilho, a relevância parece estar se esvaindo pelo ralo.

 

O ano de 2014 surgia como uma possibilidade de resgate após mais um ano nos quintos dos infernos da 2ª divisão, muito também amparado pelo Centenário tão aguardado. A inauguração do que deverá ser o complexo esportivo mais moderno das Américas também era um dos alicerces da esperança de dias melhores.

 

Patrocinador forte, maior exposição. Tudo isso morreu aos muitos (não aos poucos) nas palavras de seus dirigentes. Para Paulo Nobre, “o Palmeiras não poderia ser refém de seu Centenário”. Já o torcedor pode ser refém de anos e anos de irrelevância no cenário do qual ainda é o maioral em títulos.

 

Paulo Nobre e Brunoro gastaram o verbo para dizer por diversas vezes que não havia jogador inegociável. E assim se foram todos os seus melhores jogadores – Barcos em uma nefasta movimentação que até hoje é difícil de entender. Henrique por conta de 1 milhão devido e cobrado. Alan Kardec por 5 balas juquinhas se debandou para o rival São Paulo e hoje é um dos grandes nomes da competição no vice líder do Brasileirão.

 

Mas sobraram os mais de 30 irrelevantes atletas, esforçados em sua maioria, é verdade, mas sem qualificação técnica para atuar em um gigante do porte do Palmeiras.

 

A contenção de gastos e o pagamento de salários em dia não só é bonito em tese, como assertivo de fato. Mas do que adianta isso e ao final do ano sofrer mais um rebaixamento? Que torcedor se mantém forte comemorando mais um mês no azul e o time na lanterna?

 

São pessoas despreparadas conduzindo um colosso. É um piloto de rally de 5ª categoria na condução da Maclaren do Ayrton Senna.

 

Se Kleina não era o treinador dos sonhos, que tivessem trocado de comandante no início do ano. Se mesmo assim, “apostando” no treinador vencedor da série B os resultados não chegaram, não parecia ser hora de trazer uma enorme novidade para apagar um incêndio que já tomava grandes proporções. E se a ofensividade convicta de Gareca não era o remédio para mais este momento doente do time, investir em Dorival Jr, que em seu grande momento na carreira, no Santos, vencia seus jogos marcando muitos gols, mas levando outros tantos, era um erro crasso até para o menos atento. Menos para Paulo Nobre e Brunoro, que apostaram mais uma vez em lugares comuns como a “ligação” de Dorival com o clube, sobrinho de Dudu, jogador mediano no início dos anos 90.

 

A essa altura do campeonato, já sem perspectiva de glória alguma no restante do ano, com a queda de mais um treinador, era muito mais momento de trazer um retranqueiro que jogasse por uma bola, mas que não corresse o risco de levar 6 gols em um único jogo.

 

É triste, mas tudo o que falam sobre o Palmeiras é verdade: Jogadores que não podem jogar no time hoje são titulares. O técnico vive um momento que não corresponde a necessidade do time. A direção contrata demais, com qualidade de menos. O elenco é fraco, mas não há sequer um time formado.

 

Qual é a escalação do Palmeiras?

 

O Palmeiras vive sua grandeza hoje pura e simplesmente na força que vem da arquibancada, de seus portões para fora, nos livros de história.

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P****, BRUNORO!

Na manhã da última quarta-feira, o gerente de futebol do Palmeiras, José Carlos Brunoro, soltou uma nota dando conta que durante a tarde daria uma coletiva para esclarecer alguns trâmites. Por trâmites, tanto torcedores quanto jornalistas, tinham dois tipos de expectativa:

1ª: Brunoro esclareceria os boatos que davam conta da possibilidade do clube contratar até três jogadores de “renome” para a disputa da série B.

2ª: Brunoro daria explicações acerca do absurdo aumento para “módicos” R$60,00 para os quatro primeiros jogos do clube na digníssima série B.

Em se tratando de Palmeiras nos últimos anos, qualquer possibilidade, seja positiva ou negativa, surte efeito contrário. Ou prima por correr na contramão do mais viável.

Assim sendo, Brunoro veio à público dar satisfações sobre o preço abusivo dos ingressos.

Oras, como não?

O tema é complexo, afinal existe o aluguel do estádio em Itu, por conta ainda da punição aplicada ao clube com a perda de mandos de campo desde aquela fatídica tarde de quebra quebra no Pacaembu, ainda no BR12, em clássico contra o Corinthians.

Então surgem encargos, solicitações do Ituano e afins. Ainda assim, SESSENTA reais para um jogo de série B, com o Palmeiras contando com um time “digno” de série B, passa a ser demais pra cabeça de qualquer torcedor. Mesmo dos que enxergam boa vontade nas iniciativas da atual direção.

A justificativa foi a de valorizar o sócio torcedor – o que é plausível, sim – mas essa valorização já se dá na prioridade de compras antecipadas. E ainda que ações tenham que ser feitas para aumentar o número dos associados, dobrar o custo do ingresso impacta também no valor pago pelo associado. Então a justificativa é nula.

O exemplo do Corinthians mais uma vez aparece como validação de sucesso. O alvinegro consegue hoje ter média de mais de 25 mil por jogo por conta das cotas aplicadas aos sócios-torcedores. Os que mais frenquentam estádio, mais chances tem de conseguir seus ingressos. Evitam assim que o torcedor viva de oba-oba e só queira ir “na boa”, mas principalmente, acabam por fidelizar esse torcedor, que acaba, ainda que por osmose, adquirindo o prazer por frenquentar os jogos do clube do coração.

O Palmeiras deu enorme passo rumo ao sucesso de seu sócio torcedor na renovação de seu Avanti. Conseguiu na esteira do título da Copa do Brasil alavancar o programa, mas depois caiu em desgraça junto com queda à série B. O próximo passo a ser dado é esse: Criar cotas para os que realmente fazem jus ao termo “torcedor”. Valorizar esse torcedor trará seguramente os que ainda não entenderam que torcida se faz na arquibancada e não de panfletagem e mimimi em rede social.

Aplicar valores absurdos nos ingressos, entretanto, poderá surtir efeito contrário. É bom que abram os olhos.

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