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QUANDO A ARBITRAGEM SOBREPÕE MAIS UMA VEZ O BOM FUTEBOL

Ontem 12 mil pessoas saíram de suas casas para acompanhar um jogo que envolvia não só os dois últimos campeões da Libertadores, mas também o atual tri campeão paulista contra o atual campeão nacional, fora isso toda a rivalidade que fora aguçada com os embates recentes entre as duas equipes e as decisões protagonizadas pelas mesmas na última década. Todos os ingredientes favoráveis para mais um grande clássico entre Santos e Corinthians e analisando apenas o que foi o jogo em si tudo isso se confirmou, foram 26 finalizações, grandes defesas dos dois goleiros, jogadas maravilhosas e um tempo de superioridade pra cada time. Porém, o ideal seria que só esses fatos ficassem marcados na memória do torcedor, mas o erro gravíssimo do assistente Émerson de Carvalho tratou de ofuscar o melhor clássico do campeonato.

Infelizmente está ficando cada vez mais comum que ao término de uma partida do Campeonato Brasileiro haja algum tipo de reclamação com os árbitros e o mais estarrecedor é que 99% das mesmas são com razão por parte do time prejudicado, o que explicita cada vez mais a falta de preparo dos nossos juízes e o descaso de todas as entidades envolvidas para com o espetáculo do futebol.  Não quero entrar no mérito do que deve ou não ser feito para acabar ou ao menos minimizar todos esses acontecimentos, muitos irão falar sobre profissionalização dos árbitros, ”chip” na bola, opção do árbitro rever o lance no momento do jogo, tudo isso é válido, mas falta ação efetiva e interesse de quem manda no esporte no país, até porque não sou eu e nem você que humildemente me acompanha no Ferozes que irá resolver tudo isso, mas com certeza somos nós que amamos esse esporte que continuaremos a sofrer com essa várzea total.

Contudo, ainda tivemos um baita clássico na Vila Belmiro e vou me ater a isso a partir de agora. Por realidades bem distintas, Santos e Corinthians estão muito aquém das reais posições que poderiam almejar no Brasileirão, mas no clássico de ontem mostraram o porque de serem os times protagonistas dos últimos anos no futebol brasileiro.

A primeira etapa foi bastante movimentada com chances dos dois lados, mas com superioridade corintiana, já que o melhor homem em campo foi o goleiro Rafael que saiu nocauteado pelo próprio companheiro e futuro herói do clássico, Bruno Rodrigo. Agora, se o primeiro tempo foi bom, o segundo pegou fogo e o Santos voltou bem melhor. Com mais presença no ataque encontrou o seu gol fruto de um erro crasso do juiz e manteve o ritmo até a metade da segunda etapa, quando recuou (típico dos times do Muricy) e ofereceu espaço ao Corinthians, tanto que aos 35 min o bom jogador Martínez fez bela jogada individual e empatou o clássico, resultado teoricamente mais justo pelo que foi toda a partida, mas como o futebol é imprevisível e por isso tão amado, o Santos ainda teve tempo de sair com a vitória através dos pés de Neymar e da cabeça de Bruno Rodrigo, muito menos badalado, mas que foi igualmente decisivo.

Polêmicas e reclamações a parte, o Santos segue seu rumo buscando dias melhores no Brasileirão, antes disso uma pausa para a busca de mais um título internacional, a Recopa. Quarta-feira o time encara a LaU e tentará um resultado confortável para o jogo de volta dia 26/09. O Corinthians descansa no meio da semana para encarar mais um clássico, desta vez com o São Paulo, mas até lá terá muito o que reclamar e infelizmente não é a primeira e nem será a última que erros comprometem um jogo tão bem jogado e emocionante.

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Como já é costume gosto de dar notas aos personagens alvinegros praianos após cada clássico, então vamos a elas:

Rafael – Firme no primeiro tempo, evitou que o time virasse o jogo perdendo. Nota: 8,0

Bruno Peres – Apoia muito, marca pouco. Nota: 5,0

Durval – Como sempre decisivo, só que pro adversário. Falhou no 1° gol corintiano, assim como na Libertadores deixou o Danilo livre, leve e solto. Nota: 3,0

Bruno Rodrigo – Apesar do drible desconcertante no lance do 2° gol do Corinthians foi decisivo ao dar a vitória ao Santos. Nota: 7,0

Léo – Um jogo sim, um jogo não e assim segue a vida do ídolo santista. Não comprometeu. Nota: 5,0

Adriano – Raçudo como sempre, mas pouco apareceu. Nota: 5,0

Arouca – Perdeu duas chances claras de gol que poderiam ter decidido a partida previamente. No mais, com a qualidade de sempre sustentou o meio campo santista. Nota: 6,0

Patito Rodríguez – Partiu pra cima o jogo todo, levou vantagem na maioria delas, mas se mostrou um tanto ”fominha”. Ainda precisa melhorar. Nota: 6,5

Ganso – Passeou em campo mais uma vez. O que acontece com esse jogador ?. Nota: 4,0

Neymar – Dono do jogo, 2 assistências com direito a uma jogada brilhante no primeiro gol. Chamou a responsabilidade e mais uma vez explicitou o quanto o time depende dele. Nota: 8,0

André – Fez os dois gols e perdeu outros 2, nada mais que isso. Ainda carece de ritmo de jogo. Nota: 7,0

Miralles e Felipe Anderson – Não produziram nem comprometeram. Nota: 5,0

Éverton Páscoa – Pouco tempo pra avaliar. Sem Nota 

CONSOLIDAÇÃO DA BOA FASE

No inconstante e confuso Brasileirão, quem conseguir o mínimo de regularidade possível certamente alcançará seus objetivos ao final da competição.

Sabendo disto, a Portuguesa, que vinha de um empate em casa contra o Botafogo, na última rodada, conquistou ontem, contra o Grêmio, no Olímpico, sua primeira vitória longe do Canindé. E não foi qualquer vitória não. Foi uma “grande vitória”!

Uma vitória de peso, que dá moral, que consolida a grande fase que atualmente atravessa a equipe dirigida por Geninho. Que evidencia destaques individuais, como a boa fase vívida pela dupla Bruno Mineiro-Ananias – autores dos dois gols da vitória em solo gaúcho. Do firme sistema defensivo, liderado por Dida. Do meio campo pegador, do raçudo Léo Silva. Do bom lateral Marcelo Cordeiro, um dos líderes da equipe. Enfim, este é o time da Portuguesa. Que não conta com “super-stars da bola”, mas busca na limitação de seu elenco a força para alcançar, jogo a jogo, o sucesso, a permanência na elite.

Com 21 pontos ganhos e uma confortável 11°colocação alcançada, a próxima batalha lusitana será diante do forte Internacional, domingo, às 18h30, no Canindé. Caso o resultado seja de vitória, não se surpreenda: a “lusinha” encorpou e ainda vai aprontar muito por aí! Que o diga o Grêmio, não?

Ananias celebra o primeiro gol da Portuguesa (Foto: Wesley Santos / Futura Press)

Até a próxima!

PARABÉNS, LUSA: O TIME DE TODOS OS PAULISTANOS

Fundada em 14 de Agosto de 1920, a Associação Portuguesa de Desportos completa hoje 92 anos de história. História esta, que fez deste simpático clube o segundo no coração da maioria dos paulistanos.

Entre rebaixamentos, crises políticas e dificuldades até de sobrevivência, a Lusa conseguiu, ainda assim, revelar grandes nomes para a história do futebol nacional. Entre eles, o torcedor lusitano teve a honra de ver craques como Djalma Santos (foto), Brandão, Enéas, Ivair e Julinho Botelho vestirem a camisa rubro-verde. Ou ainda o garoto Dener, considerado um dos maiores da história do clube, morto em um trágico acidente de carro em Abril de 1994.

Dentre os principais títulos, destacam-se as conquistas dos Torneios Rio-São Paulo de 1952 e 1955, além do Campeonato Paulista de 73, quando foi obrigada a dividir a taça com o Santos de Pelé, após erro polêmico do saudoso árbitro Armando Marques, na contagem dos pênaltis.

A Lusa ficou no quase em duas ocasiões. Uma, em 1975, quando foi derrotada pelo São Paulo na final do Paulistão. E a outra em 1996, quando perdeu o título brasileiro para o Grêmio de Felipão.

No início dos anos 2000, em meio a uma nova crise política, o clube sucumbiu ao fundo do poço ao cair duas vezes no Paulistão. Em 2008, de volta as séries principais dos campeonatos paulista e brasileiro, tudo dava a crer que os tempos ruins haviam ficado no passado, porém com uma direção pouco atuante e, também, incompetente, o calvário lusitano voltou à tona: mais um rebaixamento, desta vez no Brasileirão.

Três anos depois, a volta à elite do futebol nacional seria de forma invicta, após campanha brilhante na Série B – 2011, inclusive, sendo apelidada pela torcida e imprensa de “Barcelusa”. Sendo assim, o time entrava como favorito ao título paulista, no início deste ano. Entretanto, contando com o enfraquecimento do elenco e uma gestão desastrosa de Da Lupa, o favoritismo se transformou em pesadelo, e novamente o nobre clube rubro-verde acabou rebaixado, para tristeza de sua fanática torcida.

Apontada por todos como franca favorita ao descenso, a Lusa teve um começo pouco animador no certame nacional. Comandada pelo rodado técnico Geninho, a equipe parece ter encontrado o caminho da permanência na Série A. Estamos prestes a terminar o primeiro turno e o clube  paulista encontra-se invicto há seis partidas e na 12°colocação, com 18 pontos, demonstra a cada jogo a vontade de salvar o ano.

A Portuguesa dará início aos festejos pela “data querida” nesta terça-feira, às 16h, no Canindé. O evento contará com a presença da diretoria e banda da Guarda Municipal, haverá também o hasteamento das bandeiras, em frente ao Atrio Cívico.

Parabéns, Lusa! Esta é uma humilde homenagem da coluna Oras Pois, Pois! ao time de todos os paulistanos. Até a próxima!

Djalma Santos: eterno ídolo rubro-verde

UMA NOVA REALIDADE

”Santos Campeão da América” , ”Melhor equipe do Brasil”, ”Os meninos da Vila encantam o país novamente”, ”Santos cresce e já é a 5° marca mais poderosa do futebol nacional”.

Essa foram as manchetes que acompanharam o Santos durante 2 anos de conquistas e expansão de sua marca. Porém, o dinamismo e o imponderável que permeiam o esporte mais popular do planeta pregaram mais uma peça em todos nós, e talvez seja esse um dos motivos que o torna tão incrivelmente apaixonante.

O ano do centenário do clube chegou e com ele toda a herança desse período magnífico. Uma diretoria competente que na medida do possível manteve a espinha dorsal do time, uma equipe sólida e favorita pra conquista do tetra campeonato da América e um craque completamente formado e decisivo. Somado a tudo isso a temporada começa com um tri campeonato histórico que há muito tempo não era alcançado por time algum no estado e a classificação pra fase final da Libertadores, tudo que o torcedor sonhava em um ano tão importante e histórico.

Contudo, alguns erros de planejamento e a eliminação dolorosa para o arquirrival Corinthians na semifinal da competição sul americana lançaram o Santos em uma nova realidade e a equipe não se encontrou mais. Peças antes importantes e que hoje não rendiam o esperado foram dispensadas, casos de Borges, Alan Kardec e Elano, mas o grande problema foi a falta de reposição, ou melhor, ela até ocorreu, mas não no mesmo nível das perdas.

Como já é de costume, sempre que a coisa aperta pelos lados de Vila Belmiro ouve-se o seguinte dizer: ”Chama os meninos ! ”. Muricy prontamente recorreu a essa arma ”infalível” do Santos e subiu garotos da base para compor o elenco, afinal de contas, as Olimpíadas, as contusões e a falta de grandes reforços deixaram o treinador sem opções para escalar a equipe.

E  é desta forma que o primeiro turno do certame nacional tem sido um sofrimento tremendo para os torcedores. Já se passaram 15 rodadas e a campanha de 3V, 7E e 5D não anima ninguém, a 14° colocação não abre possibilidade para a volta à Libertadores, a irregularidade segue como uma constante no Santos deixando muitas perguntas no ar:

Será que os meninos serão os salvadores da pátria mais uma vez ?
Muricy conseguirá encontrar um padrão de jogo para a equipe ?
E o reforços vão ou não vão dar certo ?
A CBF deixará o Santos jogar completo ?

Só o desenrolar da competição pode esclarecer tudo isso, no mais a equipe tem a chance de engrenar com mais uma partida em casa contra o Atlético-GO no sábado e nesse louco e equilibrado Campeonato Brasileiro tudo pode acontecer ainda.

EMPATE PROMISSOR, MAS…

Com uma postura totalmente diferente da derrota contra o Cruzeiro na última quarta (18), a Portuguesa deu indícios de que venceria o Corinthians, ontem, no Pacaembu, pela 11°rodada do Campeonato Brasileiro.

Marcando forte no campo de ataque, o time comandado por Geninho anulou as principais peças do adversário e foi para o intervalo com a vantagem de 1 a 0 no placar. Héverton, que já atuou pelo Corinthians, marcou o tento lusitano. Porém, na segunda etapa o time do Canindé cansou e não suportou a pressão do adversário, que empatou a partida tendo chances, inclusive, de virá-la, como na bola chutada no travessão por Douglas, autor do gol dos “donos da casa”.

Héverton, ex-Corinthians, marcou o gol da Portuguesa – Foto: Leonardo Soares/UOL

Em meio a crise, os jogadores da Lusa lamentaram o resultado, mas destacaram a forma diferente como o time se portou em campo. Com a boa atuação frente ao atual Campeão da Libertadores, a torcida rubro-verde espera que tal postura seja repetida nos próximos jogos, já que o clube corre sérios riscos de entrar na zona de rebaixamento e, possivelmente, não sair mais.

Um ponto que merece destaque é o bom retrospecto da equipe contra os principais rivais: venceu o São Paulo e empatou com Palmeiras, Santos e, agora, Corinthians. Boa!

Firme na defesa e veloz no ataque, a mudança no esquema tático realizada por Geninho, que antes escalava o time no 3-5-2 e agora no 4-4-2, parece ter surtido efeito. Héverton deu mais velocidade ao ataque, onde atuou ao lado do também veloz Diego Viana. O zagueiro Rogério, que vinha falhando constantemente nos últimos jogos, foi sacado do time. Gustavo e Valdomiro formaram a dupla de zaga.

Dida, ex-jogador do Timão nos tempos áureos de 99/2000, foi ovacionado pelo torcedor corintiano ao entrar em campo. O goleiro ficou emocionado e agradeceu os aplausos, porém preferiu destacar a boa partida realizada por seu atual clube.

Dida é aplaudido pelo torcedor corintiano – Foto: Leonardo Soares/UOL

Guilherme, alvo do Corinthians desde o início do ano, ao que tudo indica, deve mesmo permanecer na Lusa. A princípio, a única forma de tirá-lo do Canindé seria com o pagamento de sua multa rescisória. O Corinthians, por sua vez, ainda não jogou a toalha, embora tenha dito à imprensa que sim. A cúpula corintiana busca um investidor que compre os direitos do atleta.

Guilherme realizou contra o Corinthians sua sexta partida neste Brasileirão. Se entrar em campo contra o Flamengo quinta, no Canindé, não poderá atuar por outra equipe na competição.

Enfim, o resultado foi bom, surpreendente até, mas a realidade é dura para a Portuguesa. O time não aspira confiança, não vence há cinco jogos e conta com um elenco limitado. Pelo visto, nomes de peso não chegarão e a sina daqui para a frente será a de brigar com raça contra o fantasma da segundona, que por incompetência de “alguns”, insiste em sondar o Canindé.