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RENASCIMENTO E ORGULHO

Quando perguntam a um torcedor o porque de torcer por determinado clube de futebol certamente muitos motivos passam pela cabeça dele, por exemplo: títulos, estrutura, grandeza da torcida, ídolos ou até mesmo o fator influência familiar. Porém, as ”pequenas coisas” que movem cada apaixonado e os fazem bater no peito e explodir de orgulho ao dizer o nome de seu time do coração.

O leitor deve estar se perguntando aonde esse blogueiro que vos fala quer chegar ?

A explicação é simples: imagine o seu time jogando fora de casa sem há muito tempo jogar um bom futebol que o consagrou recentemente, pense ainda que o adversário é o SC Internacional que ostenta muitas conquistas recentes e figura sempre entre os primeiros no cenário nacional, some a tudo isso um sonoro 3×0 contra e o seu time apático e totalmente entregue.

Imaginou tudo isso ?

Pois bem, o motivo de tantos dizeres relacionados a orgulho de torcer por um clube tem realmente muito a ver com o desfecho dessa partida.

Aos 32 minutos, o artilheiro Borges, que nem é tão alto assim, subiu mais que toda a zaga colorada e diminuiu a vantagem do Inter. Quatro minutos depois, o mesmo Borges lutou contra 3 zagueiros adversários e descolou uma assistência para o ”novo Basílio” ou Alan Kardec fazer o segundo tento. O milagre começava a se desenhar e só podia ser concretizado pelo iluminado da noite, aos 42 minutos, o mesmo Borges limpou 2 zagueiros, ganhou a dividida com o 3° e bateu no cantinho sem chances para Muriel.

Pronto !
O desacreditado torcedor que vos fala explodiu de alegria e não teve receio de acordar toda a vizinhança. É uma pena que não houve mais 4 ou 5 minutos para a virada histórica, mas com todas as circunstâncias que envolveram a partida poucas vezes pude presenciar um empate com tanto sabor de vitória.

Isso meus caros são as ”pequenas coisas” que movem sua paixão, que mantêm acesso o orgulho de gritar: EU SOU SANTOS FUTEBOL CLUBE !

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Voltando a análise menos romântica e mais racional, a equipe santista mesmo não se apresentando bem mostrou um poder de reação descomunal e jogadores não tão badalados como Borges e Alan Kardec estão dando conta do recado quando os ”estrelas” não jogam o que se espera deles, alias alguns não jogam a muito tempo, não é mesmo Sr. Ganso ?

O empate em frios números não foi tão bom assim, mas pelas circunstâncias pode-se considerar um ponto ganho e não dois perdidos, além disso deixa a equipe relativamente afastada do Z4 e o torcedor por enquanto pode respirar aliviado.

Geralmente, gosto de postar as notas dos jogadores apenas em clássicos, mas esse jogo merece uma exceção, portanto vamos a elas:

RAFAEL – Está em boa fase, sem culpa alguma nos gols. — Nota: 6,0

DEFESA – Merecem estar no mesmo ”pacote”, atuação muito ruim com mais um ”caos aéreo”. — Nota coletiva: 3,0

CRISTIAN – Entrou no final. — Sem Nota

ADRIANO – Não é mais o bom e velho marcador que garantiu sua titularidade na Libertadores. — Nota: 4,0

HENRIQUE – Quem ?. — Nota: 2,0

DANILO – Pouco produziu e muito menos marcou. — Nota: 3,0

PAULO HENRIQUE – Apático. — Nota: 3,0

FELIPE ANDERSON – Entrou no final. — Sem Nota

NEYMAR – Durantes os 75 minutos de apagão foi o único que tentou alguma jogada de efeito, porém longe de ser aquele Neymar que todos conhecem. — Nota: 5,5

BORGES – 2 gols, 1 assistência e muita luta, o protagonista do empate heróico. — Nota: DEZ !

ALAN KARDEC – Vai se firmando como o ”novo Basílio” , sempre que entra dá conta do recado. — Nota: 7,5

EMPATE SANTÁSTICO

Na Abertura do Segundo Turno do Brasileirão 2011, a Equipe Santista foi até o Rio Grande do Sul enfrentar o Internacional RS. Tarefa nada fácil, já que o Inter sempre tem dificultado a vida do Peixe nos últimos anos.

Como era de se esperar, o Inter tomou a íniciativa do jogo e abriu o placar logo aos 7 minutos. Após cruzamento de Elton, o Zagueiro Bolivar aparece atrás da defesa santista e cabeceia para o fundo das redes do goleiro Rafael.

Em um rápido ataque pela direita com o lateral Nei, o Inter chegou ao segundo gol. Aos 19 minutos da primeira etapa, o Artilheiro Leandro Damião, aproveitou cruzamento perfeito do lateral e cabeceou para ampliar o marcador e deixar a equipe colorada em situação mais confortável na partida.

O primeiro tempo, continuou com diversas oportunidades do Inter, que dominava completamente o time do Santos, que parecia perdido sem a presença de Arouca e Elano em seu meio-campo.

Na Segunda etapa, a Equipe Santista tentava se organizar em campo, após longa conversa de Muricy com os jogadores. O Santos voltou com postura diferente, mas demorou para engrenar no jogo.

Logo aos 2 minutos da segunda etapa, Dellatorre tenta passar por Edu Dracena e cai na área Santista. O árbitro para o jogo e mostra cartão amarelo para o atacante gaúcho.

O Inter dominava o jogo no meio campo, com bela atuação do meia-atacante Andrezinho, que organizava as investidas do Inter ao ataque junto com o camisa 10 Oscar.

Aos 25 minutos, Oscar ampliou o marcador de pênalti para o Inter e deixou a torcida colorado em festa no Beira Rio, que já imaginava uma goleada ainda maior diante dos meninos da vila.

Daí em diante, a Equipe Santista acordou, e aos 31 minutos,  o Artilheiro Borges descontou para o Santos. A equipe do Peixe entrou no jogo novamente com rápidas arrancadas de Neymar e ganhou presença de área com Alan Kardec.

O Internacional se defendia como podia, porém aos 35 minutos Alan Kardec faz um belo gol, e deixa o jogo alucinante. A equipe Santista ganhou volume de jogo e sufocou o Inter no seu campo de defesa, que tentava sair em rápidos contra-ataques, sem sucesso.

Em um grande lance individual de Borges, o atacante tirou a zaga gaúcha e bateu cruzado no canto esquerdo de Muriel, para decretar o empate do Peixe e a grande atuação do atacante do peixe, atual artilheiro do Campeonato Brasileiro com 14 Gols.

Com o gol de empate sofrido aos 41 minutos da segunda etapa, o Inter já não tinha mais forças para buscar a vitória, e o Santos ainda tentou uma arrancada com Neymar, que acabou chutando para fora.

A equipe do Internacional volta a campo no Domingo 04/09, para encarar o Ceará as 18:00 no Estádio Presidente Vargas.

Já a Equipe Santista teve seu jogo contra o Botafogo Sábado 03/09 adiado, e só volta a jogar na quarta-feira, quando encara o Avaí na Ressacada.

Foto: Jefferson Bernardes - Lancenet

 

CLÁSSICO ?

A atmosfera que permeia os chamados ”clássicos”, geralmente faz valer a pena cada um dos 90 minutos que os torcedores dos times envolvidos dedicam a frente da televisão ou mesmo nas arquibancadas. Um embate entre duas equipes rivais muitas vezes é o divisor de águas de uma delas, ou das duas, no decorrer do campeonato e uma vitória em um jogo como esse vale muito mais do que os 3 pontos.

Certamente era isso que santistas e corintianos esperavam, um clássico divisor de águas, algo que pudesse renovar o ânimo das equipes que não vinham de uma boa sequência no campeonato, o Santos depois de 3 derrotas seguidas se reabilitou contra o Ceará, pouco pra um time Tri Campeão da América, já o Corinthians apesar da posição na tabela (2° antes do jogo e 1° atualmente) oscilou nas últimas partidas e somou apenas 4 pontos nas últimas 4 rodadas.

Pois bem, tudo indicava que a Vila Belmiro seria palco de um duelo muito interessante e disputado, porém quem teve o desprazer de acompanhar a partida e não dormiu no decorrer dela certamente se arrependeu depois.

O primeiro tempo foi todo do Corinthians, mas quando digo ”todo” dá a impressão de que foi um massacre de chances criadas a favor dos visitantes, mas foram poucos chutes que puderam levantar os corintianos do sofá, no mais o Santos se mostrou mais carente e dependente dos desfalques e por isso não conseguiu assustar o goleiro Danilo Fernandes, há não ser em um chute de Elano aos 31 minutos. Na volta do intervalo, nada mudou, o jogo continou morno e se desenrolou com minutos infindáveis até o apito final do árbitro, que aliás foi um alívio pra quem acompanhou o clássico.

Zero a Zero e o placar nada mais é do que um resumo pontual da partida, afinal de contas não tivemos nenhum relampejo de técnica e principalme vontade, mal dá pra acreditar que a mesmo Vila Belmiro e o mesmo Santos protagonizaram um dos maiores jogos dos últimos tempos (Santos 4 x 5 Flamengo) há tão poucos dias atrás. Seria Neymardependência? Talvez, o fato é que a ressaca pós Libertadores parece não ter data para acabar.

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Como já é de costume em jogo clássico tem notas para os jogadores, apesar de achar que nesse um simples numerozinho bastaria para qualificar os boleiros dos dois times.

Rafael -> Se não estivesse em campo não faria falta, a bola mal chegou ao seu gol. — Nota: 5,0

Pará -> Raçudo e aplicado como sempre, se não fosse isso… — Nota: 5,5

Durval -> Seguro e discreto. — Nota: 5,5

Dracena -> Muito faltoso e pra variar saiu de campo com um cartãozinho na conta. — Nota: 4,5

Léo -> Que fôlego !  Neutralizou o lado direito do ataque do Corinthians, o que também não foi tão trabalhoso assim. — Nota: 6,0

Arouca -> O melhor santista em campo. — Nota: 6,5

Henrique -> Ainda sem ritmo de jogo, vamos aguardar… — Nota: 4,5

Ibson -> Tentou ajudar na armação, resultado: não foi feliz. — Nota: 4,5

Elano -> Se não fez uma partida brilhante, ao menos lutou. — Nota: 5,5

Diogo -> Desaprendeu a jogar bola ou será que nunca soube de fato ? — Nota: 3,0

Borges -> Sozinho pouco pôde fazer. — Nota: 5,0

Alan Kardec e Adriano -> Pouco tempo em campo. — Sem Nota

Muricy Ramalho -> Mais uma vez demorou pra mexer, talvez por falta de opções mesmo. — Nota: 5,0

La Mano de Dios – A Redenção

A Redenção

A rodada do fim de semana em certa medida foi a coroação de alguns jogadores que até algum tempo atrás eram os principais alvos da desconfiança dos torcedores e de grande parte da mídia.

Não é difícil imaginar de quem estou falando. Basta lembrar: até o meio do ano, quem eram Hugo e Borges? Hugo, que quase foi dispensado do São Paulo, o lento, desmotivado (e incompetente) Hugo. E Borges? A promessa que veio do Paraná, ficou quase 2007 inteiro no estaleiro do Departamento Médico, passou o Paulista à sombra de Adriano e Dagoberto e há até algumas rodadas ainda não havia convencido.

Esses dois são hoje peças fundamentais no time montado por Muricy. Hugo tornou-se o maior elemento surpresa do Tricolor, perigosíssimo com a bola na área, além de armar as jogadas e defender o meio de campo. Arrisco dizer que, bem ou mal, Hugo acabou ocupando o vácuo do tão desejado meia que tanta falta fez ao Tricolor. E Borges? Borges é hoje o matador do São Paulo, fazendo gol de tudo quanto é jeito. Num time com Dagoberto, Éder Luiz e André Lima como opções de ataque, só Borges é intocável nessa reta final.

Mas a rodada talvez tenha sepultado de vez toda a desconfiança em relação a um outro jogador: Ibson. O que dizer de Ibson, um jogador que teve sua qualidade muitas vezes contestada durante o campeonato. Muito bom jogador, que devido a algumas atitudes simplórias e a uma queda de rendimento extrema no primeiro turno acabou sendo crucificado pela torcida rubro-negra. E foi justamente Ibson quem orquestrou a sapecada que o Flamengo deu no Palmeiras no domingo, com direito a gol de letra e tudo (confira o gol abaixo).

Lógico, não foi por causa dessa última rodada, mas podemos dizer que, após os jogos no Morumbi e no Maraca desse domingo que passou, Borges, Hugo e Ibson estão redimidos.

Ao som de Jackie Mittoo – A Whiter Shade of Pale. O mago dos teclados nos Skatalites, em disco da década de 60, Jackie Mittoo in London. Essencial para quem gosta da boa e velha música da Jamaica.

Rapidinhas: alguns por cima, outros por baixo. O que é Vanderlei Luxemburgo hoje no futebol brasileiro?

E aí, já começou a montar seu time do Brasileirão 2008? Eu já.