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O OCASO DA TRADIÇÃO

Torcedor do Deportivo desolado com rebaixamento no Estádio Riazor em La Coruña.

É velho clichê no mundo do futebol afirmar que só tradição e camisa não ganham jogo ou campeonato. Há que se ter bons times, disciplina tática, craques no elenco e assim por diante. Mas parece que este final de temporada na Europa tem reservado alguns resultados até pouco tempo inusitados em matéria de classificação e rebaixamento nas ligas nacionais. Que o digam equipes conhecidas como os outrora papa-títulos Juventus e Liverpool ou ainda o ex-emergente Deportivo La Coruña.

Cristiano Ronaldo e seus 41 gols

A Liga Espanhola teve sua rodada final marcada pelo rebaixamento do Deportivo La Coruña que, ao perder em casa para o Valência por 2 a 0, firmou-se no 18º lugar do campeonato e, assim, fará companhia para os “poderosos” Hércules e Almería na série B da próxima temporada. E pensar que o clube galego fora apelidado pela imprensa espanhola como o “Superdepor” nos anos 90, firmando-se como a terceira força do futebol do país. Sucesso construído através de investimentos em jogadores campeões do mundo como Bebeto, Rivaldo e Mauro Silva e que chegou a ousar ao derrotar o gigante Real Madrid em pleno Santiago Bernabéu em final de Copa do Rei. De resto, no apagar das luzes espanhol, o trivial. O Barcelona, com equipe reserva, vencendo por 3 a 1 o Málaga fora de casa e encerrando sua campanha com incríveis 96 pontos e 14 vitórias como visitante, recorde na história da Liga. O Real Madrid goleando o Almería por 8 a 1 em casa e em ritmo de férias com Cristiano Ronaldo encerrando a temporada com 41 gols no campeonato. Destaque final para o abismo técnico entre a dupla Barça-Madrid de um lado e o resto de outro, evidenciado pela classificação final da Liga. Além do Barcelona, o vice-líder Real Madrid encerra a temporada com 92 pontos e o terceiro colocado Valência com 21 pontos a menos. Completando a armada espanhola para a próxima Champions está o Villareal, quarto colocado na tabela de classificação.

Juventus fora da Europa

A maior vencedora da Série A italiana, a Juventus (27 títulos contra 18 de Internazionale e Milan), estará fora das competições continentais na temporada 2011-2012. A equipe de Turim apenas empatou contra o Napoli por 2 a 2 em casa e terminou o campeonato italiano somente no sétimo lugar, fracassando na tentativa de conseguir a última vaga para a Europa League. Sem Champions League e sem o prêmio de consolação, a própria Europa League, a Juve enfrenta uma das maiores decepções de sua história recente, só comparável ao rebaixamento para a Série B em 2006 devido a denúncias de manipulação de resultados contra seus dirigentes na época. Outra equipe tradicional, a Sampdoria, sofreu forte revés histórico ao perder para a Roma por 3 a 1 e ser rebaixada para a Série B. Agremiação da cidade portuária de Gênova, a Samp é uma ex-campeã italiana que chegou a fazer final de Champions League contra o Barcelona em 1992 e hoje, com a queda para a segundona, se torna um reflexo da decadência do futebol italiano em comparação aos anos 80 e 90. De resto, a Udinese conseguiu a última vaga para a Champions ao lado de Milan, Internazionale e Napoli. A ex-equipe de Zico venceu o duelo pela vaga contra a Lazio ao empatar sem gols com o campeão Milan.

Joe Cole na derrota do Liverpool

O Liverpool também está fora das competições europeias. A equipe, jogando como visitante, perdeu para o Aston Villa na última rodada (1 a 0) da Premier League e viu suas esperanças continentais desaparecerem. Os “Reds” detêm 5 títulos da Liga dos Campeões, além de 18 conquistas do campeonato inglês e agora terão que se contentar com o ambiente doméstico na próxima temporada. Foi uma primeira temporada difícil para o técnico Kenny Dalglish.  Outro que decepcionou, mas que se salvou do prejuízo maior foi o Arsenal. Os “Gunners”, que chegaram a endurecer a série eliminatória contra o Barcelona na Champions League, conseguiram apenas o quarto lugar na classificação final e terão que disputar a pré-Champions logo no início da temporada. Já o vice-campeonato do Chelsea não foi suficiente para manter o emprego do técnico italiano Carlo Ancelotti. Pesou na decisão de Roman Abramovich (bilionário russo dono do clube) a eliminação nas quartas-de-final na Champions League para o rival Manchester United. O holandês Guus Hiddink está cotado para substituí-lo.

Jogadores do Lilles em festa

Repeteco da final da Copa da França na última rodada do campeonato francês. Lilles e Paris St. Germain voltaram ao Estádio St. Denis, em Paris, para definir o título nacional para a equipe visitante. Após vitória por 1 a 0 na Copa, o Lilles levou a melhor novamente e, com um empate por 2 a 2, faturou também o título da Ligue 1. Ano de ouro para o clube e a expectativa fica para o que o multicampeão francês poderá fazer contra as equipes mais fortes da Europa a partir do 2º semestre.

Mais uma copa nacional definida. Desta vez na Alemanha com a final entre Schalke 04 e Duisburg, da segunda divisão, em Berlim. Vitória fácil para o Schalke por 5 a 0 com destaque para o atacante holandês Klaas Jan-Huntelaar (ex-Milan) com 2 gols. O futebol alemão comemora a conquista da quarta vaga para a Champions League a partir da próxima temporada por ter superado a Itália no ranking de clubes da UEFA.

Saindo do circuito badalado do futebol europeu, eis que a Irlanda acaba de produzir algo mais fantástico que U2 e cerveja Guinness juntos. O campeonato é a Leinster Senior Cup e o jogo é entre Saint Patrick e Athlone Town. O autor da obra prima é Sean Stewart, que entra definitivamente para o Hall da Fama dos gols absurdamente perdidos e que causaria inveja a qualquer atacante ruim de finalização. Para sorte do atirador de elite, seu time, o Saint Patrick, já vencia por 3 a 0. Confira o lance, afinal, para que simplificar se é tão bom fazer o mais difícil?

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Religiões, doutrinas e filosofias estão aí para guiar o homem perante as dificuldades e explicar o sentido da vida. Algumas afirmam que o ser humano está aqui com o intuito de evoluir e corrigir erros do passado, provavelmente de outras vidas. Crenças à parte, não há como saber, mas supondo ser verdade, não há a menor dúvida que goleiros têm muitas dívidas a quitar, alguns ainda mais. Seguramente, Juan Pablo Carrizo do River Plate, vem se tornando um ícone no fardo que a profissão carrega. Já citado pela coluna, Carrizo insiste em trocar o futebol pelo voleibol. Se antes foi uma manchete, agora houve uma tentativa de bloqueio que decretou o empate do San Lorenzo (1 a 1) pelo Torneio Clausura. Veja a segunda mancada em sequência do nosso herói.

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PIADA PRONTA

Parece piada pronta. Mas depois de fazer um calor senegalês ao longo de todos os dias do ano, a pausa veio exatamente quando a rapaziada teve também sua pausa para apreciar o bom tempo. Tempo frio e chuvoso ao longo de todo o carnaval. Calor senegalês de volta assim que a rotina da labuta retornou.

Parece piada também, mas não é. Tem gente querendo aplicar a teoria do “e se…” na incontestável vitória do Barcelona sobre o Arsenal pelas 8ª´s de final da Champions League. O “e se …” aplica-se a expulsão exagerada de Van Persie, quando o jogo estava 1X1. Poderia ter dado mais jogo se o atacante holandês continuasse? Provavelmente o massacre não teria sido tão grande. Mas ainda assim seria massacre, como já vinha sendo. O bom Arsenal caiu no erro de dar campo para o espetacular Barcelona de Iniesta, Xavi e do gênio Messi. Atuou recuado demais ao longo de todo o jogo e não somente quando se viu com um jogador a menos. Em 2010 só a Inter de Mourinho, com o seu perfeito sistema defensivo foi capaz de parar o Barça. Dessa vez Mourinho está no Real Madrid. Lá não existe a mesma perfeição defensiva da Inter da temporada passada. Há a camisa do maior rival do Barça. Talvez a única situação de equilíbrio entre os times . A Inter não tem mais Mourinho e não tem mais a mesma pegada de 2010. Talvez o Manchester United possa fazer frente ao Barça. Mas caso ocorra será na superação. Não há no mundo, hoje, time que faça frente ao Barcelona de Messi.

Adriano, “o Imperador” (não sei de quem) é piada pronta há anos. É um caso típico de jogador que teve seu jogo supervalorizado, mas que correspondeu a expectativa raríssimas vezes. É péssimo exemplo profissional. Rasga contratos com seus clubes como se rasgasse papel higiênico e ainda dá prejuízo financeiro. Só a Roma gastou mais de 10 mil reais para cada minuto em que Adriano esteve em campo (dados de Gian Oddi no Bate-Bola da ESPN de ontem). O centroavante, por sua vez, não marcou um único gol pelo clube. Até demorou, mas a Roma enfim rompeu seu contrato com o piadista. Agora se especula que possa voltar para o Flamengo. A boca pequena diz que Palmeiras e Corinthians correm por fora. Com Liedson o Corinthians não precisa de um centroavante. Sem centroavante, sem gols, sem ofensividade, o Palmeiras clama por um homem gol, não por um problema que custa caro. Adriano não justifica o investimento de 1 real furado há tempos. Tanto Palmeiras quanto Corinthians não precisam de problemas extras.

Voltando ao Carnaval, mas ainda no Corinthians. A piada estava pronta e Jucilei não deixou passar batida. Após a 5ª colocação da Gaviões da Fiel no Carnaval paulistano, o ex volante alvinegro soltou em seu twitter a seguinte mensagem: “”Engraçado? pq a gavioes nao foi campeao do carnaval de sao paulo ? era pra ser né eles quer qui agente ganha tudo muito engraçado” – Traduzindo: “Por que a Gaviões não foi a campeã do Carnaval de São Paulo? Tinha que ser, né? Afinal, eles querem que o time ganhe tudo. Engraçado”. Clara referência ao episódio em que a torcida organizada foi cobrar o time pela eliminação precoce na Libertadores 2011.

A Vai-Vai foi mais uma vez a campeã do Carnaval Paulistano. O enredo fez justa homenagem ao maestro e pianista João Carlos Martins. Considerado um dos mais sensacionais intérpretes e especialistas da obra de Johann Sebastian Bach, João é também um torcedor fanático da Portuguesa de Desportos. A piada pronta está aí. Quem disse que a Lusa nunca ganha nada?

João Carlos Martins no desfile da Vai-Vai. É a Lusa indo para as cabeças.

Futebol, samba, carnaval. Essas instituições misturam-se demais no Brasil, sobretudo nessa época do ano. Em São Paulo a maior das rivalidades dos campos agora e também travada no sambódromo. Mancha Verde e Gaviões da Fiel protagonizam essa rivalidade no samba. Em 2011, o duelo paralelo entre as escolas foi vencido pela Mancha, 4ª colocada, contra a 5ª posição da Gaviões. Segundo Vitor Campos (@mundoporco), membro da Mancha e meu único camarada que também é carnavalesco, desde a estréia da Mancha no grupo de acesso no ano de 2005, a Gaviões só ficou a frente em 2009. O que dá aí um placar de 6X1 até o momento. Em 2012 (já é ano que vem) ambas ganham a companhia da Dragões da Real, escola de samba de uma das torcidas do São Paulo FC. O trio de ferro paulistano estará também representado no sambódromo.

Piada pronta aqui? Eu comentando sobre carnaval. Manjo tanto quanto o Jucilei é poeta no twitter.

Como quase nada ou nada sei sobre carnaval, despeço-me da ferocidade com o novo petardo do Radiohead, banda de cabeceira desse pobre escriba. No clipe de “Lotus Flower”, Thom Yorke faz uma dancinha que poderia ser facilmente reproduzida no carnaval brazuca.

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Cheers,

La Mano de Dios – Foi fácil

Foi fácil

O Arsenal até deu a impressão de que poderia virar o jogo e, contra todas as expectativas, tirar o Manchester United da final da Liga dos Campeões. Isso nos primeiros dez minutos de jogo.

Foi quando o jovem lateral esquerdo Gibbs, após uma escorregada digna d’ Os Trapalhões, deixou o chinês Park -Ji Sung na cara do gol, fazendo com que o Manchester abrisse o marcador: 1×0 e todo o plano do Arsenal tinha ido para o vinagre. A partir de então, foi um passeio para o time de Cristiano Ronaldo, que marcou o segundo gol numa cobrança de falta bem batida, aliada a um vacilo de Almunia. 2×0 com 12 minutos de jogo, pânico e desolação no Emirates Stadium.

Meu amigo, foi o tipo de jogo em que torcedor nenhum seria mal-visto se tivesse ido embora ao fim do primeiro tempo. O Arsenal era um time completamente desorganizado em campo, visivelmente abatido pelos dois gols inesperados. Sem contar que precisava fazer agora 4 para se classificar.

Sem uma liderança em campo no time dos Gunners, foi fácil para o Manchester tomar conta da partida, e mais gols eram apenas questão de tempo. No segundo tempo veio o terceiro, num toque de Rooney para Cristiano Ronaldo.

Restava aos Gunners fazer o de honra para não ficar tão feio: penâlti bem batido por Van Persie, 3×1 no placar. Uma derrota acachapante.

E fica aqui a pergunta: quem para o Manchester United?

La Mano de Dios – Vitória preguiçosa

Vitória preguiçosa

Vocês lembram daquele Arsenal envolvente, que jogava futebol de verdade, que dava gosto de ver? O Arsenal de Henry, Ljunberg, Hleb, Flamini… pois é, esse não é o Arsenal de 2008-2009, e, para quem duvidava disso depois dos jogos com o Villareal, fica difícil discutir depois do baile que os Gunners tomaram ontem do Manchester.

A bem da verdade, é muito difícil bater o Manchester em Old Trafford. Na temporada 2008-09, quase impossível. Mas um time que ficou famoso nos últimos tempos por envolver o adversário, deixando-o tonto com a troca de passes ligeiros e a forte vocação ofensiva, deveria ter feito mais.

O Arsenal ficou preso à forte marcação dos Reds durante todo o primeiro tempo. Adebayor, muito isolado, não viu a cor da bola. Além disso, Tévez infernizava o setor defensivo dos Gunners, impedindo a subida dos laterais. Fora isso, o meio de campo acéfalo do Arsenal não dava conta do volume de jogo do Manchester e apelava para a ligação direta com o ataque. Aí, meu filho, é lama.

O 1×0 saiu barato. O Manchester parecia ter preguiça de atacar, de concluir as jogadas. Ou será que bateu a canseira de mais de 60 jogos na temporada? Fora isso, Almunia estava iluminado e fez no mínimo três grandes defesas.

A ideia de Arsene Wengér de montar times rápidos e leves, repletos de jovens promessas, já provou ser inteligente. Mas todos os grandes times do Arsenal nos últimos tempos tinham jogadores experientes para orientar a molecada. Sem Flamini, vendido no começo da temporada, com Gallas machucado e sem poder contar com Arshavin, que já participou dessa Champions pelo Zenit, a responsabilidade ficou toda no colo do fora de série Fábregas. Mas um Fábregas só não faz verão.

Pira na Chulipa – Semi-finais aqui vamos nós!


Soberania inglesa parece não ter fim:


– Barcelona x Chelsea – Um jogo para abalar o velho continente, de um lado o único time “estrangeiro” que ainda tenta acabar com a festa dos ingleses. O Barcelona vem numa ascendente e com chances reais de ser campeão. Com Henry, Etoo e principalmente Lionel Messi jogando muito. Do outro lado, o Chelsea tenta chegar pelo segundo ano consecutivo a final do campeonato. O time esta tinindo nas mãos do sempre competente Gus Riddink, e vem de um jogo épico contra o outro gigante Liverpool, o que o gabarita pra ser o time a ser batido nesse jogo. É o favorito, porém, se deixar o Barcelona achar seu jogo as chances passam de lado. Velhas tradições versus gigante emergente, jogaço imperdivel.

Arsenal
x Manchester United – Mais uma semi-final com dois grandes ingleses, já vem se tornando tradição na competição. O jovem time do Arsenal de grandes valores como Arshavin, Van Pierce, Adebayor e da maior promessa do futebol espanhol o excelente Cesc Fabregas de toques sutís e precisos, que vem resultando em muitos gols para os Gunners. Sua missão nada mais é do que eliminar o ultimo campeão e quase imbativel time de Alex Fergunson, o Manchester United. Que mostra que não é mesmo um time qualquer, e vence-lo não é pra qualquer um. Rooney, Cristiano Ronaldo, Tevez, Berbatov, Giggs, o Manchester United vem em excelente perfomance mais uma vez, nem a desclassificação para a final da copa da Inglaterra abateram o time, que praticamente levou mais um troféu da Premier League ao virar um jogo perdido de 2 x 0 pro Tottenhan para 5 x 2, o que culmina num empate em titulos com o rival Liverpool.

Promessas de emoções, jogadas geniais e claro, gols, não faltam. É esperar e ver. Tudo quase pronto pra grande final em Roma!