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PARA LAVAR A ALMA!

Partidas ruins, escassez de gols, time desorganizado e muita desconfiança marcaram o inicio de temporada santista.

Com a saída de Montillo, a contusão de Edu Dracena e a falta de reforços, o que restou para o técnico Oswaldo foi escalar a molecada.

Gabriel virou o dono da camisa nove, Geuvânio completou o trio de ataque santista com Thiago Ribeiro. Na zaga, a dupla Jubal e Gustavo Henrique e completando o meio de campo, o volante Alan Santos.

Apesar da instabilidade e da falta de opções, a equipe conquistou 7 dos 9 primeiros pontos disputados,  com gols nos acréscimos e muito sufoco é bem verdade, mas o suficiente para se manter no G2 de seu grupo.

Faltava então uma partida para engrenar de vez, para afastar a  desconfiança da torcida e acima de tudo, dar moral para os garotos recém promovidos.

E ela aconteceu…

O dia 29/01/2014 marcou não apenas uma possível arrancada alvinegra, mas principalmente a ascensão de mais um punhado de moleques ousados e promissores.

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Contra ataques fulminantes e sabedoria para definir, tudo isso frente a um time cascudo, campeão do mundo e que há mais de 6 anos não sofria 5 gols em uma partida.

É claro que não dá para dizer ainda que essa molecada irá vingar e que estamos diante de mais uma geração de craques, mas a goleada imposta sobre o Corinthians é um belo cartão de visitas e ao menos enche de esperança o torcedor santista, outrora tão desconfiado.

Mais do que isso, dá moral a um time que ainda sofre com a ausência de seu maior ídolo dos últimos tempos, um time que precisa se adaptar a um novo estilo de jogo, começar do zero e apostar no coletivo.

De fato, se hoje ainda não existe um “Neymar” para desequilibrar e decidir as partidas, tem-se ao menos um esquema de jogo evidente, uma forma de atuar que exclui a dependência de um único jogador.

Por fim, o santista sai de alma lavada do clássico e na torcida por uma nova geração de meninos da vila. E convenhamos, não há motivos para desacreditar, afinal de contas, na Vila Belmiro, um raio costuma cair várias vezes no mesmo lugar…

APAGADO, SANTOS PERDE PARA O ”CHELSEA” BRASILEIRO

O duelo mais importante do clássico alvinegro até então tinha um roteiro a seguir, todos já imaginavam um Corinthians compacto e explorando os contra-ataques na medida do possível e um Santos mais aguerrido e ofensivo tentando fazer o resultado em casa, porém só um dos times protagonistas realizou o seu papel e com méritos leva uma vantagem importante para os seus domínios e está a um empate da final.

Parte do título do post pode até ser considerada uma alusão ao ocorrido na Vila Belmiro, quando aos 37 minutos metade dos refletores do estádio se apagaram, mas também servem pontualmente para definir em uma palavra a atuação do Santos, pelo menos na primeira etapa da partida. Apesar do quase inexistente volume de jogo corintiano, a equipe da capital ditou o ritmo do jogo e com inteligência e frieza típicas de um time argentino encontrou o seu gol fora de casa que há muito tempo não saia, alias a única chance do Corinthians na partida foi uma pintura do ”esquentadinho” Émerson que se aproveitou da avenida Henrique para dar números finais ao jogo.

Somente no 2° tempo quando Muricy teve um relampejo de ousadia colocando Borges no lugar de Elano que o Santos passou a assustar o goleiro Cássio. Com a cara do ”Chelsea” o Corinthians se defendia de forma magistral e mesmo com a bola nos pés quase o tempo todo o peixe não conseguiu ser incisivo na criação das jogadas. Adriano, o melhor em campo, foi o único que entendeu que o jogo se tratava de uma semifinal de Libertadores e não se contentou em defender e desarmar, mas também foi o melhor passador da partida com 96% de aproveitamento, porém como o único lúcido por parte do Santos pouco pode produzir ofensivamente.

O que mais deve ter irritado o torcedor santista foi a insistência de alguns jogadores alvinegros em treinar o goleiro Cássio. Juan e Elano cansaram de cruzar bolas nas mãos do bem apessoado goleiro corintiano que do alto dos seus 1,97m cansou de neutralizar a jogada aérea ineficiente do Santos. Mesmo com um a menos e um apagão para pensar na estratégia de como furar o bloqueio corintiano, o peixe não conseguiu o seu gol e agora terá que jogar como ainda não jogou em 2012 para buscar a vaga em sua 5° final de Libertadores.

Ao ”Chelsea alvinegro” não há muito o que alterar, o técnico Tite conferiu um padrão de jogo a equipe que está longe de ser brilhante, mas a cada partida se mostra mais com a ”cara” da competição sul americana. Enfim, o duelo está em aberto e mesmo com uma vantagem importante é bom ressaltar que um 2×1 a favor do Santos no Pacaembu não seria nenhum absurdo e portanto o torcedor dos alvinegros paulistas tem uma semana para deixar o coração em dia e se preparar para os últimos noventa minutos da maior batalha envolvendo o clássico mais antigo do futebol paulista.

CLÁSSICO ?

A atmosfera que permeia os chamados ”clássicos”, geralmente faz valer a pena cada um dos 90 minutos que os torcedores dos times envolvidos dedicam a frente da televisão ou mesmo nas arquibancadas. Um embate entre duas equipes rivais muitas vezes é o divisor de águas de uma delas, ou das duas, no decorrer do campeonato e uma vitória em um jogo como esse vale muito mais do que os 3 pontos.

Certamente era isso que santistas e corintianos esperavam, um clássico divisor de águas, algo que pudesse renovar o ânimo das equipes que não vinham de uma boa sequência no campeonato, o Santos depois de 3 derrotas seguidas se reabilitou contra o Ceará, pouco pra um time Tri Campeão da América, já o Corinthians apesar da posição na tabela (2° antes do jogo e 1° atualmente) oscilou nas últimas partidas e somou apenas 4 pontos nas últimas 4 rodadas.

Pois bem, tudo indicava que a Vila Belmiro seria palco de um duelo muito interessante e disputado, porém quem teve o desprazer de acompanhar a partida e não dormiu no decorrer dela certamente se arrependeu depois.

O primeiro tempo foi todo do Corinthians, mas quando digo ”todo” dá a impressão de que foi um massacre de chances criadas a favor dos visitantes, mas foram poucos chutes que puderam levantar os corintianos do sofá, no mais o Santos se mostrou mais carente e dependente dos desfalques e por isso não conseguiu assustar o goleiro Danilo Fernandes, há não ser em um chute de Elano aos 31 minutos. Na volta do intervalo, nada mudou, o jogo continou morno e se desenrolou com minutos infindáveis até o apito final do árbitro, que aliás foi um alívio pra quem acompanhou o clássico.

Zero a Zero e o placar nada mais é do que um resumo pontual da partida, afinal de contas não tivemos nenhum relampejo de técnica e principalme vontade, mal dá pra acreditar que a mesmo Vila Belmiro e o mesmo Santos protagonizaram um dos maiores jogos dos últimos tempos (Santos 4 x 5 Flamengo) há tão poucos dias atrás. Seria Neymardependência? Talvez, o fato é que a ressaca pós Libertadores parece não ter data para acabar.

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Como já é de costume em jogo clássico tem notas para os jogadores, apesar de achar que nesse um simples numerozinho bastaria para qualificar os boleiros dos dois times.

Rafael -> Se não estivesse em campo não faria falta, a bola mal chegou ao seu gol. — Nota: 5,0

Pará -> Raçudo e aplicado como sempre, se não fosse isso… — Nota: 5,5

Durval -> Seguro e discreto. — Nota: 5,5

Dracena -> Muito faltoso e pra variar saiu de campo com um cartãozinho na conta. — Nota: 4,5

Léo -> Que fôlego !  Neutralizou o lado direito do ataque do Corinthians, o que também não foi tão trabalhoso assim. — Nota: 6,0

Arouca -> O melhor santista em campo. — Nota: 6,5

Henrique -> Ainda sem ritmo de jogo, vamos aguardar… — Nota: 4,5

Ibson -> Tentou ajudar na armação, resultado: não foi feliz. — Nota: 4,5

Elano -> Se não fez uma partida brilhante, ao menos lutou. — Nota: 5,5

Diogo -> Desaprendeu a jogar bola ou será que nunca soube de fato ? — Nota: 3,0

Borges -> Sozinho pouco pôde fazer. — Nota: 5,0

Alan Kardec e Adriano -> Pouco tempo em campo. — Sem Nota

Muricy Ramalho -> Mais uma vez demorou pra mexer, talvez por falta de opções mesmo. — Nota: 5,0