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These days

Do bonde para o bando.

Estivemos ausentes por estes dias, tanto eu quanto o camarada Felipe Phil, que divide este espaço comigo, não só por causa de falta de tempo, mas também porque o Corinthians começou o Brasileirão um tanto apagado ou ofuscado por outros acontecimentos no mundo do esporte, e também por ainda estar em fase de transição. Mas vamos às últimas do Timão:

Muita coisa aconteceu desde minha última coluna. Devo dizer que, embora tenha conseguido uma boa virada contra o Grêmio, acho que o time ainda vai (e precisa) mudar muito no decorrer do campeonato, especialmente com a entrada de Alex, assim que for autorizada sua estreia. Enquanto isso, falemos do extracampo:

Nas minhas recomendações da coluna, não pude inclusive mandar meu recado ao recém-chegado Émerson Sheik, que acertou com o Timão logo após a última publicação. A ele, peço que – caso queira cantar algo pra animar a turma – que comece agora a decorar o poropopó e os demais gritos da nossa Fiel. Nada de “Bonde do Mengão” e coisas do tipo, por favor. De resto, acho boa a contratação do Sheik, desde que ele consiga passar mais tempo em campo do que no Departamento Médico. Embora mais velho, considero que o jogador leva certa vantagem em relação ao seu antecessor Dentinho, em termos de talento para finalizar. Fará boa dupla com Liedson, enquanto Adriano não estréia.

Falando no Imperador, esta semana ele voltou a ser comentado, por ter sido flagrado em sua primeira balada (pelo menos a primeira a ter sido divulgada) após a lesão da qual se recupera. No dia seguinte, cumpriu sua agenda de tratamento. Seria o caso de acender o sinal amarelo no Parque São Jorge? Sim, mas se você cria uma cobra, tem que estar ciente de que pode tomar uma picada a qualquer momento. O Corinthians deve saber com quem está lidando.

Devo dizer que continuo com a mesma opinião a respeito do pouco calmo Morais. Porém, vou tentar acreditar que nosso treinador consiga algum resultado razoável colocando o diametralmente oposto Danilo ao seu lado. Um é rápido e afobado, o outro é lento e calmo, segura um pouco mais a bola. Resta esperar que acertem os passes. Temos pela frente o Coritiba, um time em excelente fase. No entanto, o Coxa, classificado para a final da Copa do Brasil (e favorito, na minha opinião), deve poupar jogadores neste confronto com o Timão, para evitar possíveis desfalques na decisão.

Enquanto isso, nosso folclórico e fanfarrão presidente Andrés Sanchez vem caprichando nas declarações e atitudes polêmicas, o que chama um pouco os holofotes, mas nada digno de atenção. Andrés diz que quer ver Ronaldo jogando pelo Corinthians no Brasileirão, uma hipótese no mínimo equivocada. Apostar num jogador aposentado, mesmo que seja bom para o marketing do clube, pode ser um tiro no pé em se tratando de um campeonato de pontos corridos.

É Torino, não Tolima.

Esta semana, o Corinthians apresentou seu novo uniforme número 3: como forma de homenagear o time do Torino, foi projetada a camisa na cor grená, com São Jorge, padroeiro do clube estampado na frente. Achei bonita a camisa, embora já tenha adversário dizendo que a homenagem na verdade é ao Tolima, nosso algoz na pré-Libertadores. Fornecer subsídio para piadas dos rivais, eis o talento de nossa diretoria, hahaha!

Por fim, a última polêmica envolve o carro pilotado por Antonio Pizzonia na Fórmula Superliga. Patrocinado pelo governo do Amazonas, o modelo foi projetado com a cor verde predominando. Heresia! Se um detalhe em verde já é considerado inaceitável, imagine o carro todo. No fim das contas, acho que as coisas se acertam, embora nem ache que seja relevante a participação do Corinthians nessa categoria. Confira o desenho divulgado do carro:

Aqui, a música que mais gostei de “Wasting Light”, disco mais recente do Foo Fighters. Fique com “These Days”, que escolhi para dar nome à coluna de hoje:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=zPHzknP7jNQ[/youtube]

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Corintiano desde criancinha.

Meu caro Tite, me perdoe, por favor, se eu não te faço um elogio*. Se o Corinthians tivesse a sorte de ganhar o Campeonato Paulista, o título da coluna seria outra referência a Chico Buarque: “Apesar de você”. Porque Tite, por mais que eu não considere você mau técnico (pelo contrário, acho que tua primeira passagem, em 2004, foi heróica), achei que desta vez você teve comportamento apático e desinteressado. E isso de certa forma refletiu no modo do Corinthians jogar. Claro que não é só demérito seu. A diretoria contratou mal. Tomou atitudes pra lá de estranhas, como o afastamento de Bruno César (ok, talvez ele tenha feito algo muito errado, mas o time é limitado e precisava dele em campo). Porém, meu caro Tite, nada explica tua insistência em colocar Jorge Henrique numa posição em que ele não é meia, nem atacante. Ele próprio não soube explicar a posição em que estava atuando. Também não entendi muito o fato de você preferir o Leandro Castán ao Paulo André, mesmo depois de ele ter se recuperado, mas nessa você deu sorte ao menos uma vez: Castán arrebentou no primeiro jogo da final. Faltou alguém para finalizar. Mesmo assim, parabéns por ter chegado à final do campeonato. Chegamos longe. Venceu o melhor time do Brasil, treinado pelo melhor técnico. Deu a lógica, como disse o santista Greg em sua coluna. Agora, meu recado a alguns dos coadjuvantes desta história:

Julio César, obrigado. Você alternou bons e maus momentos. Pessoalmente, acho que tua falha no Domingo foi puro azar. O fato de não ter dado uma volta por times menores antes de alcançar a titularidade no Corinthians talvez te prejudique. Pense nisso.

Ramirez, obrigado pelo golaço contra o São Bernardo. Já serve para colocar o link do youtube no portfolio. Mas omita aquela sua expulsão-relâmpago contra o Tolima, senão dá problema. Você já tem a passagem pelo Corinthians no currículo. Veja com teu empresário um time legal para jogar.

Morais: CALMA, CALMA, CALMA!!! Pense antes de tocar a bola. Não é difícil, sério. O Mirandinha dizia que não conseguia correr e pensar ao mesmo tempo, mas os tempos são outros.

Dentinho: sucesso pra você na Ucrânia. Já providenciou uma incubadora para adaptar a planta? Me disseram que samambaia queima no frio. Olha, falando sério: tua passagem pelo Corinthians foi muito boa. Mas era a hora de mudar de ares, para não se tornar um novo Gil, como supus certa vez.

Liedson: continue assim, mas me deixe sugerir: talvez tua inabilidade para cobrar pênaltis seja falta de treino. Pense nisso.

Adriano: jogue bola.

Moradei, Moacir, Fábio Santos: o mercado imobiliário está aquecido. Já pensaram em mudar de profissão?

Edno: tchau.

Willian: bom trabalho, mas ainda não dá pra avaliar se pode ser titular, ou  se é melhor continuar como talismã. Pode ser um diferencial, como foi Tupãzinho.

Alex: seja bem-vindo. Espero que consiga atender às expectativas. Ah, o discurso “tenho família palmeirense, mas sempre fui corintiano” era dispensável. Apenas corresponda em campo, que a torcida agradece.

Cristian: me avise o dia em que você chega, que eu mando te buscar no aeroporto e desembarcar no Parque São Jorge.

Ralf manteve tanta regularidade no time, que até esqueci de citá-lo.

Gilberto: espero que você saiba o que está fazendo.

Edenilson, Nenê Bonilha, Weldinho: surpreendam.

Fábio Simplício, Doni: fiquem em Roma.

Ronaldo: cuidado para não deixar que teus interesses pessoais interfiram no futebol do clube.

Andrés Sanchez: o Corinthians não se resume ao estádio da Copa, nem aos direitos de transmissão dos jogos. Muito menos é pano de fundo para picuinhas. Passemos à próxima página.

Em homenagem às recentes atuações do Timão, fiquem com “O morno”, da banda paranaense Nevilton. Abraços.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=uKYt1xSsPQc[/youtube]

* a primeira frase do texto é uma adaptação de “Meu caro amigo”, de Chico Buarque.