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REAL MADRID E PSG SEGUEM SEM VENCER NA EUROPA

Não é incomum no futebol. É isso mesmo que ocorre com dois dos mais endinheirados clubes europeus no início da atual temporada: Real Madrid e Paris Saint Germain jogaram três vezes cada um oficialmente e não venceram nenhuma de suas partidas. Só o futebol para proporcionar tais imponderabilidades.

 

O técnico do PSG Carlo Ancelotti. Três jogos e três empates.

LA LIGA

Getafe 2×1 Real Madrid

Getafe

Em Getafe, próximo a Madri, a equipe local virou o placar para cima do Real Madrid.

A partida teve maior posse de bola por parte dos visitantes. O gol sairia aos 28 minutos de jogo em assistência de Angel di María para Gonzalo Higuaín marcar.

O Madrid teve plenas possibilidades de liquidar a partida, ainda que não fizesse excelente atuação.

Cristiano Ronaldo não marcou em Getafe

O processo de castigo teve início aos 7 minutos do 2º tempo em cobrança de falta de Abdel Barrada que colocou na área para cabeceio de Juan Valera no segundo pau. Partida empatada.

Logo mais, José Mourinho decide lançar a equipe à frente ao trocar Lassana Diarra por Karim Benzema. O Madrid ficou mais próximo do segundo gol, mas deixou espaços atrás.

Aos 74 minutos de jogo, Adrian Colunga passou pela marcação de Albiol, lançou Barrada que tocou e marcou.

Foi a terceira partida do Real Madrid na temporada, duas pela Liga e uma pela Supercopa Espanhola e os Merengues amargam duas derrotas e um empate. É pressão sobre José Mourinho e seus comandados que terão que reverter placar agregado desfavorável em 3×2 contra o Barcelona na próxima quarta-feira no Estádio Santiago Bernabéu.

 

Osasuna 1×2 Barcelona

Pamplona

Jogando em Pamplona, o Barcelona perdia seu jogo debaixo de forte sol de verão graças a gol de Joseba Llorente.

Sem serem brilhantes, os catalães modificaram o placar em 4 minutos durante a 2ª etapa por conta de duas finalizações de Lionel Messi.

O empate foi obra de jogada de Alexis Sánchez, Pedro Rodríguez e Lionel Messi. No final, Pedro tocou para Messi concluir a gol e levantar os protestos do Osasuna referentes a possível impedimento do argentino.

A 10 minutos do final do jogo, Jordí Alba, que havia falhado na marcação do gol do Osasuna, cruza rasteiro para Messi bater no canto com categoria.

Os Blaugranas somam três vitórias em três jogos oficiais na temporada.

 

Valencia 3×3 Deportivo La Coruña

Valencia

Na melhor partida da rodada, o Valencia deixou escapar vitória em casa contra o recém retornado à divisão principal espanhola Deportivo La Coruña.

A dupla atacante valenciana Roberto Soldado e Jonas mostra serviço e é responsável por dois gols do jogo, mas do lado galego Abel Aguilar responde com também dois gols.

Os anfitriões venciam por 3×1, mas permitiram a recuperação dos visitantes na 2ª etapa.

Destaque para o belo gol de Roberto Soldado após lançamento de José Guardado para Jonas que serviu o artilheiro para fazer de voleio.

 

Classificação

Agora, na Liga polarizada entre Real Madrid e Barcelona, os catalães já abrem 5 pontos de vantagem sobre os madridistas. Vantagem nada desprezível.

O intruso da vez na corrida pelo título é o Rayo Vallecano que obteve duas vitórias em dois jogos. Confira:

1) Barcelona            6

2) Rayo Vallecano   6

3) Deportivo             4

4) Mallorca               4

5) Sevilla                  4

6) Málaga                 4

15) Real Madrid       1

 

 

BUNDESLIGA

Teve início a temporada alemã com sua tradicional e fortíssima Bundesliga, a Liga Federal do país.

Lewandowski do Borussia Dortmund. A fantástica Bundesliga com o Signal Iduna Park de Dortmund lotado para recepcionar os atuais campeões na 1ª rodada

E a dupla favorita confirmou as expectativas na rodada inaugural do torneio ao vencerem seus jogos.

 

Borussia Dortmund 2×1 Werder Bremen

Dortmund

Jogando para o fantástico público de 80 mil pessoas na Signal Iduna Park, os locais do Borussia Dortmund e o Werder Bremen fizeram a partida mais esperada da rodada.

E os anfitriões defensores do título marcaram logo aos 11 minutos com Marco Reus, contratado para suprir a ausência de Shinji Kagawa, negociado com o Manchester United.

O Bremen assustou aos empatar a 15 minutos do final com gol de Theodor Gebre Selassie. Situação que forçou o Dortmund a ter que partir para a vitória obtida com gol de Mario Götze aos 36 minutos.

 

Greuther Fürth 0x3 FC Bayern

Fürth

O FC Bayern entra na nova temporada para recuperar a hegemonia nacional perdida para o Borussia Dortmund e tentar chegar a nova final da UEFA Champions League e redimir-se da perda do título em casa para o Chelsea.

Para tanto, nada como iniciar com vitória incontestável sobre o recém chegado na 1ª divisão Greuther Fürth por 3×0 fora de casa.

Thomas Müller, Mario Mandzukic e o auto gol de Thomas Kleine garantiram o placar para o time da Baviera.

 

Outros resultados:

Borussia Mönchengladbach 2×1 TSG Hoffenheim

Freiburg 1×1 Mainz

FC Augsburg 0x2 Fortuna Dusseldorf

Hamburg 0x1 Nuremberg

Eintrach Frankfurt 2×1 Bayer Leverkusen

Stuttgart 0x1 Wolfsburg

Hannover 96 2×2 Schalke 04

 

 

SERIE A

Esvaziado pela saída de astros como Zlatan Ibrahimovic e Thiago Silva, além de combalido pelos mais recentes escândalos de manipulação de resultados investigados a fundo pela Justiça, teve começo a nova temporada do campeonato italiano, a Serie A.

E as surpresas já deram as caras com a derrota do Milan em casa e o empate da Roma também jogando perante sua torcida.

 

Juventus 2×0 Parma

Turim

Jogando no seu Juventus Stadium, a Juve desponta como a única força italiana com alguma possibilidade de fazer frente aos gigantes europeus na UEFA Champions League.

Andrea Pirlo agora com barba ao estilo “o mais velho e experiente da tribo”

Para iniciar a temporada repleta de expectativas internacionais, a Vecchia Signora, sem ter feito partida exuberante, não deu chances à zebra ao bater o Parma.

Os visitantes adotaram a estratégia de jogar fechado e explorar os contra ataques. Tudo sem sucesso.

A Juventus contou com grande atuação de Kwadwa Asamoah, ex-Udinese.

Stephan Lichsteiner e Andrea Pirlo selaram a vitória dos anfitriões.

 

Atalanta 0X1 Lazio

Bergamo

Com grande atuação de Miroslav Klose e belo gol de Hernanes, a Lazio inicia bem fora de casa e busca temporada ainda melhor que a última. O grupo é bom e a equipe romana pode produzir algo de positivo na temporada.

 

Milan 0x1 Sampdoria

Milão

O Milan teve infrutífera maior posse de bola. Sem objetividade nada conseguiu no 1º tempo.

Aos 59 minutos, Andrea Costa marcou para a Samp, forçando os anfitriões a pressionarem com direito a bola na trave de Kevin Prince Boateng.

Robinho saiu lesionado.

Temporada que pode ser frustrante para os rossoneri que leva elenco esvaziado a campo e deposita suas esperanças na boa vontade do presidente do Real Madrid, Florentino Perez, em ceder Ricardo Kaká e Lassana Diarra ao clube. Dia 31 de agosto é a data limite.

 

Palermo 0x3 Napoli

Palermo

Já sem Ezequiel Lavezzi, o Napoli causou boa impressão inicial ao impor contundentes 3×0 sobre o Palermo fora de casa, mostrando que pode manter o forte ritmo da temporada anterior.

O eslovaco Marek Hamsik foi o melhor em campo e abriu o placar no final do 1º tempo.

Christian Maggio e Edinson Cavani garantiram a vitória napolitana.

 

Pescara 0x3 Internazionale

Pescara

Mal havia começado o ano para a Inter e o time de Massimo Moratti já era cornetado em alto e bom som ao ter dificuldades em avançar na Pré-Champions League.

Eis que os Nerazzurri surpreenderam e fizeram três gols fora de casa por obra de Wesley Sneijder, Diego Milito e Phillipe Coutinho.

Vitória alentadora da Internazionale.

 

AS Roma 2×2 Catania

Roma

A Roma precisou buscar o resultado por duas ocasiões em casa para se livrar de derrota contra o Catania.

O drama se intensificou quando o empate definitivo veio somente aos 91 minutos de jogo através de Nicolas López.

 

Outros resultados:

Fiorentina 2×1 Udinese

Chievo Verona 2×0 Bologna

Genoa 2×0 Cagliari

Siena 0x0 Torino

 

 

LIGUE 1

 

Paris Saint Germain 0x0 Bordeaux

Paris

A liga francesa tem assunto único após três rodadas: o Paris Saint Germain. Inicialmente, devido às contratações milionárias do clube controlado pela Qatar Investment Authority (QIA), agora pelo jejum de vitórias.

Ibra tentou, mas não quebrou o encanto de ausência de vitórias do PSG

Fato não inédito no mundo da bola, onde determinado clube investe pesado na formação de uma equipe de craques sem o resultado esperado, o PSG amarga três jogos com três empates. Sim, não perdeu, mas também não venceu e a lei econômica básica reza que maior o risco (investimento), maior o retorno. Claro, o próprio nome já diz: risco. Algo que pressupõe, por outro lado, tombo.

O ponto nevrálgico é a cobrança natural sobre o clube que investiu forte na equipe.

Sim, Thiago Silva, um dos astros em questão, ainda não estreou, ainda assim, empates contra Lorient, Ajaccio e Bordeaux não são indicativos de grandes expectativas para a Champions League, por exemplo.

Na partida de ontem, o melhor do PSG de Carlo Ancelotti foi a tentativa de Zlatan Ibrahimovic em chute rente à trave. Pouco para o novo rico europeu. Paciência será necessária, mas há paciência no mundo dos negócios e do esporte de competição?

 

Resultados:

Evian Thonon Gallard 1×1 Olympique Lyon

OGC Nice 2×2 LOSC Lille

AS Nancy Lorraine 0x1 Toulose FC

ES Troyes Aube Champagne 2×2 FC Lorient

Stade de Reims 1×0 Sochaux

Stade Rennais FC 3×2 SC Bastia

Valenciennes FC 3×0 AC Ajaccio

AS Saint Etienne 4×0 Stade Bertois 29

Montpellier HSC 0x1 Olympique Marseille

 

Classificação:

1)     Olympique Marseille 9

2)     Olympique Lyon        7

3)     Valenciennes             7

4)     Bordeaux                   7

5)     Toulose                     7

15)  PSG                              3

ESPANHA SUPERCAMPEÃ: MUITO “TIQUI-TACA” PARA POUCO “CATENACCIO”

E foi mais fácil que o esperado. A Espanha conquista novamente o Euro, mantendo o título em suas mãos, após fácil vitória sobre a Itália por 4×0 em Kiev, Ucrânia.

 

Espanha campeã do Euro 2012

A Espanha apenas fez mais do mesmo que está acostumada a fazer, uma vez que possui uma seleção com total base e influência no Barcelona. Foi aquele futebol de toques precisos, com muita movimentação, apenas aguardando o momento certo de dar o bote, ou seja, o verdadeiro tiqui-taca.

Já a Itália, talvez por empolgação, talvez por ousadia de Cesare Prandelli, deixou totalmente de lado seu futebol pragmático fortemente baseado no catenaccio, isto é, o ferrolho, marcação forte e incessante até o fim.

Ousadia que custaria caríssimo para a Azzurra.

Os 4×0 espanhóis vieram com tanta naturalidade que mais lembraram a goleada pelo mesmo placar imposta pelo Barcelona, maior influência da Roja, sobre o Santos no mundial de clubes da FIFA, e não somente pela coincidência no placar, mas também pela facilidade de fluidez do jogo espanhol.

O primeiro gol teve a assinatura do grande Andrés Iniesta ao lançar Cesc Fábregas que efetuou cruzamento para conclusão alta de cabeça de David Silva aos 14 minutos de jogo.

A Itália ainda tentaria voltar ao jogo em jogadas de bola parada de Andrea Pirlo, mas sem sucesso. O veterano meia da Juventus mostraria estar em noite apagada, bem como seu companheiro atacante, o Citizen Mario Balotelli, que apenas tentaria chutes de longa distância sem direção.

Todos teriam a forte sensação de que a partida estava praticamente decidida aos 41 minutos de jogo quando Jordi Alba ampliaria para a Espanha. Uma vantagem de dois gols a ser revertida em 45 minutos seria demais para a Itália.

No 2 º tempo, o golpe de misericórdia para os italianos. Prandelli promove a entrada de Thiago Motta no lugar de Riccardo Montolivo. Era a terceira substituição italiana. Para infelicidade azzurra, o ítalo-brasileiro se lesiona três minutos mais tarde e é forçado a deixar a partida. A Itália é forçada a terminar sua melancólica final com 10 jogadores em campo contra o rolo-compressor espanhol.

Daí em diante, o tiqui-taca da Roja apenas intensificou-se. A Itália não tinha mais nada a fazer. Os dois gols finais sairiam com naturalidade de jogo treino, além das oportunidades perdidas.

Aos 39 minutos, Fernando Torres, colocado em jogo por Vicente Del Bosque no 2º tempo, faria o terceiro gol e pouco depois Juan Mata encerraria as atividades espanholas completando o placar.

Vitória de uma verdadeira dinastia contra uma seleção que ousou fugir das suas características históricas e pagou caro preço. É a velha lei econômica aplicada ao futebol: quanto maior o risco, maior o retorno ou maior a perda.

Ao final de mais uma competição de clubes, pairam as dúvidas no ar: quem poderá superar a Espanha? A Alemanha de Joachim Löw, cujo jogo, historicamente, não se encaixa contra os italianos, mas não se sabe como seria contra os espanhóis? Ou a Argentina de Lionel Messi, principal astro do time base da Espanha? Certo é que a Espanha, por ora, comanda o futebol mundial de seleções.

JOGARAM COMO NUNCA, PERDERAM COMO QUASE SEMPRE E A FINAL DO EURO

Parece uma sina, e talvez seja de fato, mas Espanha e Itália, que decidem a Eurocopa logo mais, derrotaram seus grandes e respectivos rivais, Portugal e Alemanha, mais uma vez, enfatizando o estigma de certas dinastias existente no mundo do futebol de seleções.

 

Mario Balotelli fuzilando contra Manuel Neuer

PORTUGAL 0 (2) X (4) 0 ESPANHA

Donets’k, Ucrânia

Portugal e Espanha fizeram na última quarta-feira em Donets’k a primeira semifinal do Euro. Não saíram do zero.

Os portugueses chegavam à partida com altas esperanças depositadas no craque artilheiro Cristiano Ronaldo. A Espanha vinha com sua base catalã do Barcelona em dois pilares no meio de campo, Xavi e Andrés Iniesta.

Mas, a semifinal de Donets’k apresentaria algo de novo em relação a Roja: a impaciência de todos com o futebol incansável de toque de bola à espreita do melhor momento de atacar.

A partida apresentou a já esperada maior posse de bola e algumas oportunidades a mais para os espanhóis. Portugal foi mais incisivo em alguns de seus ataques, como a grande chance de gol de Cristiano Ronaldo pouco antes do final da partida.

Após 90 minutos de jogo com direito a mais 30 minutos de prorrogação, a decisão do primeiro finalista ficaria para as penalidades.

Na primeira série, Xabi Alonso foi parado por Rui Patrício, o mesmo acontecendo com José Moutinho em relação a Iker Casillas.

A sorte lusitana foi selada quando Bruno Alves perdeu sua oportunidade e Cesc Fábregas converteu para a Espanha.

No confronto ibérico, somam-se agora 8 partidas, com a Espanha chegando a 4 vitórias, contra somente uma dos portugueses, além de 3 empates.

Curiosamente, Portugal tinha como ponto forte, no histórico negativo contra os rivais, o fato de permanecerem invictos no retrospecto de Eurocopas. Estatística inútil, pois sem perder, ainda assim Portugal sucumbiu novamente perante os vizinhos que defenderão neste domingo o título europeu.

 

ALEMANHA 1×2 ITÁLIA

Varsóvia, Polônia

Mario Balotelli tem seu dia de consagração ao marcar duas vezes em Varsóvia e levar a Itália a novo triunfo sobre a favorita Alemanha.

Os gols de Balotelli, o primeiro de cabeça após cruzamento de Antonio Cassano e o segundo em contra-ataque e conclusão fulminates, transformaram o encaminhamento da partida, forçando os alemães a partirem incessantemente ao ataque e os italianos executando o velho catenaccio com contra-ataques que poderiam ser decisivos.

Por isso, a maior posse de bola e o maior número de conclusões dos alemães na partida.

Os alemães diminuiriam apenas nos acréscimos com gol de pênalti anotado por Mesut Özil.

A vitória italiana estava selada. Mais que isso, é a constatação de um estilo de jogo eficientíssimo dos alemães que, contudo, não se encaixa e não supera o pragmatismo italiano.

Na história são 18 jogos entre ambas as seleções com nada mais que 11 vitórias da Azzurra.

Números que mostram que, no futebol, certas coisas podem ser explicadas, outras não. Haja vista, além dos confrontos Itália x Alemanha e Portugal x Espanha, determinados duelos que mostram grandes seleções se apequenarem perante outras de forma específica.

Que tal os confrontos entre Brasil e França? Depois de 1958, quando o Brasil fez 5×2 nos franceses nas semifinais da Copa do Mundo da Suécia (com uma França com 10 jogadores em campo na maior parte do tempo devido a contusão de seu principal jogador, o artilheiro Just Fontaine, e sem previsão de substituições nas regras da época), foram somente sucessos franceses sobre os brasileiros.

Coisas do futebol que Itália e Alemanha levam ao pé da letra.

 

A decisão

E, finalmente, neste domingo será jogada a grande decisão da Eurocopa em Kiev, Ucrânia.

O favoritismo é espanhol, afinal a Roja é apenas a atual campeã europeia e do mundo, tendo como base o super time do Barcelona. Suas esperanças ficam nos pés de Xavi e Iniesta, mas não somente. Não é qualquer equipe nacional que possui em seus quadros nomes como Sergio Ramos ou David Silva, além da opção de Fernando Torres.

As críticas sobre o futebol paciente de toques? Isso pouco importa para o técnico Vicente Del Bosque.

A Espanha quer manter a hegemonia entre as seleções nacionais.

A Itália…bem, a Itália está sempre ressurgindo do nada, preferencialmente pós-escândalos que abalam a credibilidade do futebol local e do país em geral.

Foi assim na Copa do Mundo de 1982, está sendo assim no Euro atual.

Pois que, há um mês, o assunto na ordem do dia de toda a imprensa especializada era o mais novo escândalo de manipulação de resultados envolvendo jogadores, dirigentes e treinadores, o tal do Calcioscomesse, com direito a Polícia e Justiça batendo à porta da concentração da Seleção Italiana às vésperas da competição continental.

A opinião era quase unânime após o desastroso amistoso contra Rússia (vitória russa por 3×0): sem chances para a Itália no Euro.

E quem é finalista? Sim, a Squadra Azzura.

Itália que tem suas esperanças no maestro Andrea Pirlo, recém campeão nacional pela Juventus e dispensado na temporada anterior pelo Milan (um dos maiores erros de Silvio Berlusconi e companhia). Agora, o meia de 34 anos conduz a Itália à final, muito bem auxiliado pelo astro pop Mario Balotelli, recém campeão nacional pelo Manchester City.

Eis os ingredientes da grande final de Kiev de logo mais. Nada mal para o encerramento latino da Eurocopa.

EURO: A ESTRADA ATÉ AS SEMIFINAIS

Definidas as semifinais da Eurocopa, as expectativas do Velho Continente voltam-se para os confrontos vindouros entre Espanha e Portugal, fazendo o clássico ibérico, e Alemanha e Itália, nada menos que sete títulos mundiais reunidos em uma única partida.

 

Cristiano Ronaldo desperta no Euro

E foi assim que as quatro seleções chegaram até a fase aguda do torneio europeu de nações.

 

República Tcheca 0X1 Portugal

Varsóvia, Polônia

Cristiano Ronaldo despertou de vez para o torneio europeu e isso é problema sério para os adversários.

O artilheiro da Ilha da Madeira conduziu sua seleção às semifinais fazendo o gol decisivo da partida, despachando os tchecos do goleiro do Chelsea Petr Cech.

O jogo começou com ambas as equipes relutantes em se arriscar no ataque, tanto que a melhor chance do 1º tempo ficou reservada somente para os acréscimos quando Cristiano Ronaldo acertou a trave tcheca.

Já na 2ª etapa, Portugal retornou com mais agressividade e se lançou ao ataque.

A equipe de Paulo Bento criaria diversas oportunidades, encurralando a equipe tcheca no seu campo, limitando-os a jogar defensivamente. Petr Cech teria trabalho.

O gol era questão de tempo, ainda que ele passasse rapidamente e a prorrogação já despontava como possível.

Até que a 11 minutos do final João Moutinho executa cruzamento e Cristiano Ronaldo cabeceia no chão com a bola entrando no alto do gol tcheco após quique no gramado. Portugal na frente para não mais perder a classificação. Vitória justa.

 

Alemanha 4×2 Grécia

Gdansk, Polônia

Mais uma vez, a Alemanha mostra força de favorita e elimina a Grécia em confronto repleto de ingredientes políticos e econômicos dentro do cenário de crise pelo qual passa a chamada Eurozona, ou os países da União Europeia que adotaram o Euro como moeda corrente.

 

Marco Reus

A Grécia, que começara mal a competição, chegava às quartas-de-final com moral renovada, mas não suficiente para deixar de ser considerada um azarão perante a fortíssima Alemanha.

Some-se a isso a grave crise econômica que assola a Grécia sobretudo.

Refém da política monetária do Banco Central Europeu, praticamente controlado pelos alemães, os gregos vivem cenário de humilhação, desemprego e estagnação, ampliando a dependência do país helênico da poderosa Alemanha, que capitaliza com a economia europeia atrelada à moeda única.

Economia à parte, os alemães foram a campo dispostos a resolver a disputa o mais rapidamente possível.

Os comandados de Joachim Löw iniciaram executando belo jogo com Andre Schurrle marcando, mas tendo seu gol anulado por impedimento.

Os gregos não tinham criatividade sequer eficiência ofensiva. A única chance viria com chute de Grigoris Makos defendido por Manuel Neuer.

De resto, somente a Alemanha atacou. Marco Reus ameaçava o gol grego a todo instante.

O gol inaugural viria com belo chute de longa distância de Philipp Lahm aos 39 minutos.

Quando esperava-se a confirmação da vitória alemã no 2º tempo, os gregos surpreenderiam aos 10 minutos com gol de Georgios Samaras.

Alegria grega que durou exatos seis minutos quando Jerome Boateng consegue efetuar bom cruzamento e Sami Khedira conclui com belo chute. Alemanha na frente.

Daí em diante foi o favoritismo alemão prevalecendo em campo.

Aos 68 minutos, Miroslav Klose ampliaria e em mais quatro minutos seria a vez de Marco Reus ter seu esforço recompensado com o quarto gol alemão.

Os gregos ainda teriam oportunidade de diminuir, justificando o espírito de luta, em cobrança de penalidade com Dimitris Salpingidis. Era o segundo gol da Grécia que tinha despedida honrosa do Euro.

Alemanha na semifinal.

 

Espanha 2×0 França

Donets’k, Ucrânia

Eis a partida das quartas-de-final mais aguardada.

Não era para menos, afinal os campeões europeus e do mundo recebiam a renascida França de Laurent Blanc.

 

Xabi Alonso

Na Roja, Vicente Del Bosque escalava Cesc Fábregas no ataque e detrimento de Fernando Torres.

Laurent Blanc vinha com preocupações defensivas e começaria a partida com Mathieu Debuchy atrás e próximo a Anthony Reveillere. Samir Nasri era banco, algo que teria causado certo mal estar entre o atacante e o treinador.

A verdade é que a França pouco ameaçaria os espanhóis, senhores do jogo, que tiveram, para variar, maior posse de bola, mas que criava poucas chances claras de gol.

Aos 19 minutos de jogo, Andrés Iniesta lança Jordi Alba que trabalha a bola no flanco onde Laurent Blanc havia dado mais atenção defensiva e cruza para Xabi Alonso concluir de cabeça. Espanha na frente.

Na 2ª etapa viu-se uma França mais combativa e marcando saída de bola adversária.

Na melhor jogada francesa, em jogada pela esquerda, Debuchy cabeceou com perigo.

Blanc ainda tentaria forçar o jogo com Jeremy Menez e Samir Nasri, sem sucesso.

No final, a Espanha definiria o placar através de penalidade cobrada por Xabi Alonso.

A França de Laurent Blanc progrediu, mas ainda não o suficiente para fazer frente aos espanhóis campeões do mundo.

 

Inglaterra 0 (2) x (4) 0 Itália

 

A Itália classificou-se com justiça, mas, como sempre, sofreu. Melodrama italiano à prova de chantagem emocional de qualquer mamma de plantão.

Andrea Pirlo contra Joe Hart

Cesare Prandelli iniciou a partida com Leonardo Bonucci no lugar de Giorgio Chiellini lesionado e promoveu o retorno de Mario Balotelli como titular para enfrentar seus conhecidos colegas ingleses de Premier League.

Os primeiros minutos foram frenéticos com Daniele de Rossi acertando belo chute na trave e troco inglês com arremate dentro da área de Glen Johnson para incrível defesa de Gianluigi Buffon.

E os 15 primeiros minutos de jogo foram os melhores que a Inglaterra conseguiria produzir em todo o jogo. De resto, para os ingleses, os destaques restringir-se-iam a atuações defensivas, principalmente John Terry, gigante na zaga.

Na Itália, Andrea Pirlo era o grande maestro. Verdadeira aula de futebol do meia da Juventus.

Na 2ª etapa, a posse de bola continuou italiana.

De Rossi novamente tentaria de voleio com a bola passando perto do gol de Joe Hart.

O goleiro Citizen teria mais trabalho com chute de Alessandro Diamanti.

Após 90 minutos sem gols, o jogo partiu para a prorrogação e a Itália manteve a iniciativa do jogo.

Balotelli tentaria novamente, mas seu companheiro de Manchester City, Joe Hart, interveio.

No final, Antonio Nocerino teria gol corretamente anulado em posição fora de jogo, após jogada de Diamanti.

E lá foram ingleses e italianos para as cobranças de tiro livre direto.

Pela Itália, Riccardo Montolivo chutaria para fora.

Já na Inglaterra, os Ashleys, Cole e Young, desperdiçaram seus tiros, selando o destino inglês na competição.

Classificação italiana justa, porém sofrida novamente. Pior, agora os italianos estarão mais desgastados para enfrentar a favorita e descansada Alemanha, ainda que o retrospecto italiano seja positivo no clássico.

EURO – GRUPO C: A COMPREENSÍVEL REBELDIA DE BALOTELLI

CROÁCIA 0x1 ESPANHA

Gdansk, Polônia

 

Após goleada sobre a Irlanda, a Seleção Espanhola entrou em campo razoavelmente relaxada para pegar a Croácia.

Andres Iniesta luta contra marcação croata

E foi o que se viu em Gdansk, uma Espanha acomodada em campo, fazendo o mínimo necessário para levar o jogo em banho-maria.

A questão crucial envolvendo esse jogo era que seu resultado poderia selar o destino italiano na Eurocopa. De acordo com as combinações, sequer uma vitória italiana contra a Irlanda classificaria a Azzurra.

Na mesma linha, muito especulou-se a respeito de possível jogo direcionado por Espanha e Croácia de modo que as qualificassem juntas para a fase seguinte.

Com a chegada de notícias de Poznan informando sobre o primeiro gol italiano, a Croácia começava a ser enxotada do seleto grupo dos qualificados. Algo que transformou a atmosfera da partida.

Os croatas começaram a se lançar para o ataque e bem que tiveram suas oportunidades.

Não por acaso, a imprensa do país crucificaria o árbitro Wolfgang Stark por suposta duas penalidade não anotadas. Uma delas, pouco antes do gol salvador espanhol (salvador para espanhóis e…italianos, logicamente).

No final da partida, Jesus Navas faria o gol da vitória espanhola.

Classificação confirmada e, de quebra, levando a Itália consigo a tiracolo.

 

ITÁLIA 2×0 IRLANDA

Poznan, Polônia

Não foi tão simples para a Azzurra vencer os eliminados, porém lutadores irlandeses em Poznan, Polônia.

Bonucci cala Balotelli

A vitória era obrigatória para o time de Cesare Prandelli após dois empates contra Espanha e Croácia.

E, de fato, a Itália entrava em campo sem os três zagueiros de antes, conforme o clamor e as cornetas italianas demandavam.

O primeiro gol italiano foi retrato do que é praxe na Itália em competições como a Eurocopa. Andrea Pirlo bate escanteio na cabeça de Antonio Cassano que conclui a gol com a bola tocando o travessão e entrando por pouco, sem balançar as redes. Tudo à base de drama.

Na 2ª etapa, Prandelli colocaria Mario Balotelli em campo.

E o Citizen Mario faria belo gol de voleio após cruzamento e sob marcação cerrada.

Até aí tudo bem. Mas, eis que Balotelli polemizaria novamente ao gesticular e começar a gritar algo, segundo relatos, em inglês. Antes que se pudesse compreender o que e para quem dizia, eis que Leonardo Bonucci o calou ao tapar a boca do campeão inglês e falar algo em seu ouvido.

Vitória e classificação italianas concretizadas e ficaram os questionamentos. A quem Balotelli direcionou suas críticas? Aos torcedores que o insultaram nas partidas da Azzurra nesta Eurocopa? Ou ao técnico Cesare Prandelli que o colocara no banco de reservas contra a Irlanda?

Coisas de Mario Balotelli.

De qualquer forma, algo é certo: Balotelli não está sem razão. Ele pode até não ser nenhum super craque, mas é uma personalidade intensa dentro e fora de campo. Afinal, não deve ser fácil ter de suportar vaias por ignorância e críticas técnicas em tais situações.

Classificação:

A Espanha ficou com a primeira vaga ao somar 7 pontos. A Itália ficou com 5 pontos, a Croácia com 4 e a Irlanda terminou sem pontos.