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A falsa impressão de equilíbrio

É muito comum ler no noticiário esportivo afirmações de que o Corinthians tem um grupo coeso, unido, que a harmonia impera, que está sempre tudo bem pelos lados do Parque São Jorge. Isso na verdade não corresponde inteiramente com a verdade, se formos prestar atenção. Fala-se muito das boas peças de reposição dentro do elenco, mas a verdade é que temos certo desequilíbrio, principalmente na parte defensiva. Ralf não tem reserva (não adianta, Moradei e Bruno Octávio não têm condições de substituí-lo), Fábio Santos e Ramon são limitados, Alessandro não tem o mesmo fôlego e Welder é uma incógnita. O mesmo vale para Edenilson, que joga mais como segundo-volante, mas às vezes é improvisado na lateral direita. A zaga reserva, Chicão e Wallace faz o básico, sendo que o primeiro não é nem sombra do capitão de outrora.

No jogo contra o América-MG, Tite apostou alto. Alex, que já vinha com problemas físicos, saiu logo no início. Liedson há muito tempo vem deixando a desejar, talvez até pela maratona de jogos que enfrentou. A única opção para sua posição seria Adriano, que veja bem, não é opção.

Julio César falhou contra o América-MG, mas não é o caso de promover mudanças em seu setor

Mas no que diz respeito ao confronto com o lanterna do campeonato, não dá muito pra avaliar individualmente. Pelo que pude ver, a equipe toda esteve apática, sem demonstrar aquele espírito apresentado na virada contra o Avaí. Aliás, isso é uma coisa que precisa ser revista pelo nobre Adenor. Vale mesmo a pena confiar sempre em uma tática que priorize somente a motivação, a superação, a ideia de que vamos virar a qualquer momento?

E pensemos: será que era o caso para entrar com o meio de campo e ataque titulares? Afinal, se os jogadores estão “jogando no sacrifício” (casos de Alex e Liedson), não seria melhor dar a eles uma folga, para voltarem melhores nas últimas rodadas? “Ah, mas correria o risco de perder o jogo”, diria alguém. Bom, perdeu o jogo com eles em campo, e ainda é provável que tenha o desfalque de pelo menos um deles – Alex – por algum tempo. Talvez até o final do campeonato. Jorge Henrique também ainda é dúvida, e pode ser que Tite utilize o trio Emerson, Willian e Liedson como titulares.

Este jogador assinou contrato com o Corinthians já faz algum tempo.

Quanto à falha do goleiro Julio César, sim, é notória. Mas a única opção que temos no momento é acreditar nele, já que Renan não demonstrou segurança quando foi utilizado, e Danilo Fernandes é apenas um bom reserva. Fala-se na contratação de Fábio, goleiro do Cruzeiro, para o próximo ano. Sinceramente? Não considero uma boa opção.

Agora, a esperança é que os adversários continuem tropeçando, e que o Fluminense não dê sequência em sua repentina ascensão. Além disso, é preciso que o time volte a jogar com vontade. Mas tem que dominar o tempo inteiro, não ficar confiando em sorte ou superação. É isso.

Fiquem com os parceiros Lou Reed e Metallica fazendo “White Light/White Heat” do Velvet Underground.

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Superação!

Prezados amigos, hoje vou me dar ao luxo de falar um pouco sobre administração de empresas, psicologia e até de física, tudo isso para contextualizar a rodada deste último final de semana.

Prometeu e cumpriu: Sheik entrou em campo dizendo que o Timão viraria o jogo.

Existe um termo chamado resiliência, oriundo da física, que se refere à capacidade de alguns materiais de armazenarem energia quando submetidos a situações de estresse sem ruptura, sendo possível voltarem a seu estado original após cessar a tensão. Este mesmo termo é usado na administração de empresas e na psicologia, onde se diz que o ser humano resiliente é aquele capaz de superar situações estressantes sem se deixar abalar, prosseguindo com seu trabalho, contornando as adversidades.

No jogo contra o Avaí, havia muitos motivos para jogar a toalha. Ao tomar o gol de Robson, o time parecia ter sentido o golpe. Não se imaginava que o resultado pudesse ser revertido (neste momento, eu assistia Vasco x São Paulo, e tentava acompanhar o jogo do Pacaembu pelo celular). Ainda no primeiro tempo, Tite teve que substituir Jorge Henrique, lesionado, por Emerson Sheik, que entrou com muita vontade e foi, junto com Willian e Liedson, o protagonista da virada.

Logo no início do segundo tempo, aconteceu a expulsão de Leandro Castán, deixando a defesa do Corinthians vulnerável. Foi aí que se deu a concretização do que eu chamo de resiliência. A equipe foi capaz de se adaptar e acreditar que a virada era possível. E ela aconteceu. Primeiro com o grande esforço de Willian e Sheik, que empatou o jogo. Com a Fiel empurrando o time, o Timão chegou à virada, com um gol que muito classificaram como “chorado”, o que eu não concordo. Simplesmente porque Felipe foi buscar a bola dentro do gol. Bem, se a bola ultrapassou a linha, não foi gol chorado, foi apenas gol. E definiu o resultado. Pra melhorar, o Vasco não saiu do empate com o São Paulo, muito disso graças à atuação do goleiro Denis, que merecia receber o salário dos zagueiros do São Paulo, pelo tanto que trabalhou ontem.

Agora, resta ao Timão manter a atitude vencedora, pois por mais que não dê para se fazer previsões, tem um caminho muito mais tranquilo do que o adversário direto, o Vasco, a ser percorrido. Para o próximo confronto, contra o desesperado América-MG, Chicão pode voltar à equipe, já que Paulo André tomou o terceiro cartão amarelo e Castán foi expulso. Vamos ver como irá se comportar o ex-capitão.

E aqui fica meu reconhecimento ao trabalho do treinador Tite, a quem tanto critiquei neste mesmo espaço. Neste momento, com um bom elenco e boas peças de reposição, o técnico tem conseguido engajar seu grupo. Se o título vier, grande mérito dele. Acho que a hora é de dar crédito. Vamos torcer.

Fiquem com uma música da trilha do filme “Backbeat – Os cinco rapazes de Liverpool”, executada pelo supergrupo Backbeat, formado por Greg Dulli (The Afghan Wighs), Dave Pirner (Soul Asylum), Thurston Moore (Sonic Youth), Don Fleming (Gumball), Mike Mills (REM) e Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters e uma pá de bandas que você conhece). Aqui, “Money (That´s what i want)”.

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