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Corintiano desde criancinha.

Meu caro Tite, me perdoe, por favor, se eu não te faço um elogio*. Se o Corinthians tivesse a sorte de ganhar o Campeonato Paulista, o título da coluna seria outra referência a Chico Buarque: “Apesar de você”. Porque Tite, por mais que eu não considere você mau técnico (pelo contrário, acho que tua primeira passagem, em 2004, foi heróica), achei que desta vez você teve comportamento apático e desinteressado. E isso de certa forma refletiu no modo do Corinthians jogar. Claro que não é só demérito seu. A diretoria contratou mal. Tomou atitudes pra lá de estranhas, como o afastamento de Bruno César (ok, talvez ele tenha feito algo muito errado, mas o time é limitado e precisava dele em campo). Porém, meu caro Tite, nada explica tua insistência em colocar Jorge Henrique numa posição em que ele não é meia, nem atacante. Ele próprio não soube explicar a posição em que estava atuando. Também não entendi muito o fato de você preferir o Leandro Castán ao Paulo André, mesmo depois de ele ter se recuperado, mas nessa você deu sorte ao menos uma vez: Castán arrebentou no primeiro jogo da final. Faltou alguém para finalizar. Mesmo assim, parabéns por ter chegado à final do campeonato. Chegamos longe. Venceu o melhor time do Brasil, treinado pelo melhor técnico. Deu a lógica, como disse o santista Greg em sua coluna. Agora, meu recado a alguns dos coadjuvantes desta história:

Julio César, obrigado. Você alternou bons e maus momentos. Pessoalmente, acho que tua falha no Domingo foi puro azar. O fato de não ter dado uma volta por times menores antes de alcançar a titularidade no Corinthians talvez te prejudique. Pense nisso.

Ramirez, obrigado pelo golaço contra o São Bernardo. Já serve para colocar o link do youtube no portfolio. Mas omita aquela sua expulsão-relâmpago contra o Tolima, senão dá problema. Você já tem a passagem pelo Corinthians no currículo. Veja com teu empresário um time legal para jogar.

Morais: CALMA, CALMA, CALMA!!! Pense antes de tocar a bola. Não é difícil, sério. O Mirandinha dizia que não conseguia correr e pensar ao mesmo tempo, mas os tempos são outros.

Dentinho: sucesso pra você na Ucrânia. Já providenciou uma incubadora para adaptar a planta? Me disseram que samambaia queima no frio. Olha, falando sério: tua passagem pelo Corinthians foi muito boa. Mas era a hora de mudar de ares, para não se tornar um novo Gil, como supus certa vez.

Liedson: continue assim, mas me deixe sugerir: talvez tua inabilidade para cobrar pênaltis seja falta de treino. Pense nisso.

Adriano: jogue bola.

Moradei, Moacir, Fábio Santos: o mercado imobiliário está aquecido. Já pensaram em mudar de profissão?

Edno: tchau.

Willian: bom trabalho, mas ainda não dá pra avaliar se pode ser titular, ou  se é melhor continuar como talismã. Pode ser um diferencial, como foi Tupãzinho.

Alex: seja bem-vindo. Espero que consiga atender às expectativas. Ah, o discurso “tenho família palmeirense, mas sempre fui corintiano” era dispensável. Apenas corresponda em campo, que a torcida agradece.

Cristian: me avise o dia em que você chega, que eu mando te buscar no aeroporto e desembarcar no Parque São Jorge.

Ralf manteve tanta regularidade no time, que até esqueci de citá-lo.

Gilberto: espero que você saiba o que está fazendo.

Edenilson, Nenê Bonilha, Weldinho: surpreendam.

Fábio Simplício, Doni: fiquem em Roma.

Ronaldo: cuidado para não deixar que teus interesses pessoais interfiram no futebol do clube.

Andrés Sanchez: o Corinthians não se resume ao estádio da Copa, nem aos direitos de transmissão dos jogos. Muito menos é pano de fundo para picuinhas. Passemos à próxima página.

Em homenagem às recentes atuações do Timão, fiquem com “O morno”, da banda paranaense Nevilton. Abraços.

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* a primeira frase do texto é uma adaptação de “Meu caro amigo”, de Chico Buarque.