SOBREVIDA

“Massacre”, “Aula”, “Domínio”. Todas essas palavras cabem para definir o que foi, pelo menos, o primeiro tempo da decisão no Pacaembu. De um lado, o atual campeão do Mundo atuando como nunca havia feito em 2013, do outro, o Santos, atuando como sempre na mesma temporada.

De fato, o primeiro embate da final do Paulistão, sem dúvidas, foi o melhor clássico do campeonato. Se bem que pelo nível de toda a competição não seria tão complexo assim alcançar tal “proeza”.

De qualquer maneira, é muito bom ver um estádio paulista completamente lotado e com esse clima ímpar de decisão.

Em relação à partida propriamente dita é pertinente dividi-la em duas partes, não necessariamente na divisão lógica de dois tempos de 45 minutos, mas sim em 60 minutos de amplo domínio corintiano e mais 30 de equilíbrio com ligeira vantagem para o Santos.

Não é de hoje que o técnico Muricy Ramalho se mostra um tanto quanto confuso na hora de escalar a equipe quando a mesma está desfalcada. A ausência de Montillo previa a entrada de um meia, no caso, Felipe Anderson.

Entretanto, a formação com 4 volantes e a presença de um Marcos Assunção completamente sem ritmo foi um equívoco tão grave que quase custou o título.

A escalação pouco audaciosa de Muricy permitiu ao adversário o domínio completo das ações. Só nos primeiros 20 minutos, o Corinthians já tinha cobrado quase 10 escanteios e assustado o gol de Rafael pelo menos 3 ou 4 vezes.

É nesses casos que muitas vezes falta coragem para a maioria dos técnicos brasileiros. Parece que mudar o time logo no primeiro tempo é algo proibido e irracional e talvez a justificativa para esse jogo tenha sido pautada no fator “sorte”, pois mesmo com um volume de jogo tremendo, o Corinthians só chegou ao seu merecido gol aos 41 do 1° tempo.

O fato é que Muricy só mexeu na equipe na 2° etapa, promovendo as entradas de Felipe Anderson e André, nenhuma estupenda mudança de qualidade, mas apenas a consequente alteração tática da equipe foi o suficiente para o Santos equilibrar a partida. O Corinthians continuava perdendo gols, mas o Santos ao menos respondia, não era mais aquele lutador que estava nas cordas praticamente nocauteado.

Contudo, justamente no melhor momento do time veio  o castigo, o 2° gol do Corinthians, o provável “gol do título”.

O que foi o jogo estava ali, escancarado e traduzido em números, a vantagem ampla devidamente construída e a frustração com a atuação santista era imensa. Porém, o futebol sempre tão apaixonante e imprevisível nos reservou mais uma das suas peripécias e aos 38 minutos do 2° tempo, Durval, ele mesmo, diminuiu com um gol de cabeça.

Certamente foi uma das mais “comemoradas” derrotas do Santos nos últimos tempos. Saber como lidar positivamente com isso é que será o grande desafio da equipe até o jogo final.

O “chato” Campeonato Paulista, ao menos, será realmente decidido na última partida e talvez no último suspiro de um Santos que parece passar pelo fim de um ciclo.

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